OS ESTADOS INCOMUNS DE CONSCIÊNCIA E SEUS POTENCIAIS CURATIVOS - STANISLAV GROF

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OS ESTADOS INCOMUNS DE CONSCIÊNCIA E SEUS  POTENCIAIS CURATIVOS - STANISLAV GROF

Stanislav Grof é um psiquiatra com mais de 40 anos de experiência em pesquisa dos estados incomuns de consciência e seus potenciais curativos. 

Cientista genial, esse psiquiatra tcheco, nascido em Praga em 1931 e radicado desde os anos 1960 nos Estados Unidos, é um dos principais protagonistas da moderna pesquisa da consciência.

Ele é também um dos fundadores e principais teóricos da Psicologia Transpessoal. É fundador da ITA (International Transpersonal Association), da qual é hoje presidente.

Atualmente vive na Califórnia, e conduz a formação em Psicologia Transpessoal e Respiração Holotrópica™, além de manter constantemente uma vasta e importante produção teórica. È professor de Psicologia no programa de doutorado no Califórnia Institute os Integral Studies (CIIS), em São Francisco, e dá conferências e seminários pelo mundo.


No ano de 1993, recebeu Prêmio Honorário da ATP (Association for Transpersonal Psychology) pelas importantes contribuições no desenvolvimento do campo da Psicologia Transpessoal.

É autor de 17 livros, entre eles “Além do Cérebro”, “A aventura da Auto-descoberta”, “O Jogo Cósmico”, “Emergência Espiritual”, “Psicologia do Futuro”, “A Mente Holotrópica”, “The Ultimate Journey : Consciousness and the Mistery of Death”, “When the Impossible Happens”, entre outros. 

Tem 140 artigos publicados em jornais científicos. Seus livros e artigos têm sido publicados em alemão, francês, italiano, espanhol, inglês, holandês, sueco, dinamarquês, russo, polonês, grego, turco, japonês, chinês, búlgaro e tcheco.


"A consciência não deriva da matéria. É um atributo primordial de toda a existência. Dizer que o mundo é material e que não existe dimensão espiritual não é um fato científico, mas uma suposição metafísica”.

Stanislav Grof iniciou sua pesquisa da consciência na antiga Checoslováquia, no ano de 1956. Ele trabalhava então no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Praga. E recebeu do Laboratório Sandoz, da Suíça, um kit com uma substância recém-sintetizada; o LSD. O laboratório queria sua opinião sobre o potencial que a droga oferecia para o tratamento dos distúrbios psíquicos.

Nas duas décadas seguintes, Grof coordenou mais de 4 mil sessões, nos quais testou a substância em milhares de voluntários. 

A investigação foi realizada no Instituto de Pesquisa Psiquiátrica, da Checoslováquia, e, depois, na Johns Hopkins University, no Maryland Psychiatric Research Center e no Esalen Institute, dos Estados Unidos, onde Grof passou a residir a partir de 1967. 

Stanislav Grof, desenvolveu nos EUA pesquisas sobre os estados alterados de consciência (EAC), através de experiências com o ácido lisérgico, LSD, como meio de atingir esses estados. 


Segundo o médico, quando pacientes atingiam outros estados de consciência, emergia-se o subconsciente de maneira intensa, importante para a recuperação da saúde mental, visto que experiências traumáticas e demais bagagens emocionais desfavoráveis poderiam ser trabalhadas de forma mais incisiva e direta. 


Ao término de sua experiência pessoal com o composto químico, o paciente era capaz de ter uma complexa cadeia de novas compreensões pessoais, "insights", que ajudavam na sua recuperação. 

Sua conclusão foi que a droga não induzia formas específicas de alucinação, como se imaginava. Ela funcionava, isto sim, como catalisadora e amplificadora das atividades da psique. 

Em outras palavras, tudo aquilo que as pessoas experimentavam durante as sessões eram seus próprios conteúdos psíquicos, muitos dos quais haviam permanecido inconscientes por toda a vida. 

Quando o LSD passou a sofrer restrições legais. Grof deixou de utilizá-lo e, junto com sua segunda mulher, Christina, desenvolveu uma nova e poderosa técnica de ampliação da consciência, que batizou com o nome de respiração holotrópica. Ela dispensa o emprego de qualquer substância química e consegue alcançar seu objetivo por meio da combinação de três ingredientes: uma forma específica de respiração, a audição de músicas de forte poder evocativo e intervenções corporais localizadas.

Em 1973 foi convidado para ser professor residente do Instituto Easalen, na Califórnia, onde viveu por 14 anos. Foi onde desenvolveu, junto de sua esposa Christina, a Respiração Holotrópica™.




Respiração holotrópica:
Técnicas respiratórias com o objetivo de ampliar a consciência foram empregadas, ao longo de milênios, por praticamente todas as grandes tradições espirituais e místicas. Grof foi o primeiro cientista a utilizá-las metodicamente como via de acesso à vastidão do mundo psíquico. Dezenas de milhares de voluntários passaram pela respiração holotrópica sob sua coordenação direta. Comparativamente ao LSD, a respiração holotrópica tem a vantagem de exigir dos indivíduos uma participação muito mais ativa e responsável, mobilizando, além da mente, também as estruturas corporais.

O objetivo não é apenas o autoconhecimento, mas também a autotransformação. Ao acessar, por meio da respiração holotrópica, seus conteúdos físicos, biográficos, perinatais ou transpessoais, o participante não apenas entra em contato com seus traumas, mas também com os recursos internos para superá-los. Muitas vezes, uma única sessão de respiração holotrópica permite desatar nós que permaneceram ocultos em anos de psicoterapia convencional, abrindo caminho para o processo de cura.


Em décadas de trabalho, Stan conduziu pessoalmente milhares de sessões com pacientes em estado ampliado de consciência, relatadas como casos de estudo. Estas informações o levaram a criar uma nova cartografia da consciência humana, que influenciou e embasou o surgimento da Psicologia Transpessoal.

“Eu acredito que nenhum trabalho incorporou tão bem as descobertas de Freud, Jung e Rank, incluindo novos insights, usando métodos que estes psicoterapeutas ainda não podiam imaginar. Não tenho dúvidas que outros pesquisadores neste campo encontrariam nas descobertas de Dr. Grof base para estratégias inteiramente novas de pesquisa.” - Joseph Campbell


Quando se fala em pesquisa da consciência, o primeiro nome a ser lembrado é o de Stanislav Grof. Nenhum cientista tem feito mais na área do que esse psiquiatra checo radicado nos Estados Unidos. 

Ao longo de quatro décadas de investigações sistemáticas, ele acompanha dezenas de indivíduos, de diferentes meios culturais e crenças, que tiveram acesso ao que chamou de "estados inusuais de consciência". 

"As experiências psíquicas vividas nessas condições desafiam a visão de mundo materialista e compõem um quadro que coincide com os ensinamentos das antigas tradições espirituais".

Segundo o pesquisador, a psique atua de dois modos diametralmente opostos. Recorrendo a uma analogia simplista, mas útil para a compreensão do fenômeno, pode-se dizer que ela possui um dispositivo interno que funciona de modo semelhante a um interruptor de corrente elétrica. 

Quando giramos a chave para um lado, a consciência se restringe, tornando-se focalizada, analítica, atenta aos detalhes. Essa é a posição com a qual operamos usualmente em nosso dia-a-dia. Ela nos leva a ver a realidade como um conjunto de eventos, que ocorrem no espaço tridimensional e se sucedem num tempo linear. 

Quando giramos a chave para o outro lado, porém, a situação se altera de maneira radical. A consciência liberta-se das amarras do espaço-tempo, da identificação restritiva com o corpo físico e o ego racional e expande-se indefinidamente.

Caem as barreiras entre o "eu" e o "outro", entre o "aqui" e o "ali", entre o "antes" e o "depois". 



A consciência passa a englobar domínios cada vez mais amplos da realidade. No limite, ela abarca toda a criação e pode até mesmo identificar-se o Criador. Esse é o estado no qual surgem as grandes inspirações artísticas, científicas e filosóficas, a iluminação mística e os dons proféticos. Grof o chama de holotrópico, do grego holos (todo) e trepein (mover-se em direção a).

Para Stanislav Grof, a consciência pode apresentar vários estados, além da vigília e do sono. Ela se divide em dois modos, sendo que uma pessoa saudável alterna entre ambos. Permanecer apenas em um deles constitui dificuldades de relacionamento com o mundo. Seja com aspectos práticos da realidade, no caso de alguém fica somente no hilotrópico, ou com aspectos da espiritualidade genuína, no caso de uma consciência voltada totalmente para o holotrópico

Hilotrópico - "Hilo" significa matéria. É o modo de consciência orientado para a matéria, que estamos acostumados a perceber o cotidiano e a realidade material. Existem objetos e entes separados entre si, o tempo se move do presente para o futuro, o espaço é tridimensional e sólido. A consciência de si mesmo é de alguém isolado e separado do mundo e dos outros. 

Holotrópico - "Holos" quer dizer totalidade, todo. Nos estados holotrópicos (termo cunhado por Stanislav Grof) a consciência se expande além dos limites temporais e espaciais da realidade cotidiana. Quando se expande até o estado holotrópico, nos percebemos conectados e em relação direta com uma vastidão de imagens, símbolos, arquétipos e experiências, além da nossa compreensão e do nosso controle. 


Fenomenologia - Aquilo que se apresenta, sob o ponto de vista do sujeito. Todas as descrições das experiências são relatadas sob o ponto de vista daquele que a experimenta, e não de um observador externo. A fenomenologia de uma matriz perinatal descreve como é estar sob influência dela, do ponto de vista do sujeito. 

Perinatal - O domínio perinatal do inconsciente é um intermediário entre o inconsciente individual e o inconsciente transpessoal. É um "imã" de emoções, sensações, imagens relacionadas ao reviver do parto biológico e também do renascimento psicoespiritual. 

Não nos encontramos em contato apenas com as memórias e fantasias do inconsciente individual, como aquele descrito por Sigmund Freud. Temos acesso a arquétipos, padrões experienciais, através dos quais podemos ultrapassar o limite individual e nos identificar com outros seres, nas mesmas condições que experienciamos. O prefixo "peri" significa próximo ou ao redor, e "natal" quer dizer nascimento. Assim, perinatal diz respeito ao período que vai desde que o feto é concebido, até a sua saída completa pelo canal de parto, para o mundo.

Parece fantástico. Mas, como demonstrou de maneira exaustiva a pesquisa de Grof, os estados holotrópicos, ou inusuais, são potencialmente acessíveis a todo ser humano. 


Eles hibernam como ursos poderosos nas cavernas da psique. E tendem a despertar pelos mais variados motivos. Podem irromper fugaz e espontaneamente em meio às atividades cotidianas, provocadas pela visão de um céu estrelado, pela audição de um concerto de Bach ou pela leitura de um verso de William Blake, por exemplo. Podem ser metodicamente preparados, desencadeados e estabilizados por meio de rigorosas disciplinas espirituais, como as iogas indianas. Podem ser temporariamente induzidos por substâncias psicoativas e técnicas de forte impacto, como a "respiração holotropófica", desenvolvida por Grof e sua mulher Christina.

Nesses elevados patamares de consciência, o mundo material e o mundo espiritual apresentam-se como elos de uma corrente contínua, que as tradições místico-filosóficas nomeiam como a "grande cadeia do ser". E a matéria e o espírito mostram ser apenas diferentes manifestações da divindade única. 

"Quando experimentamos essas dimensões que estão ocultas à nossa percepção diária, percebemos, de maneira direta e irrecusável, o caráter divino da existência", enfatiza Grof.




Durante quatro décadas, desde quando transferiu-se da Checoslováquia para os Estados Unidos, em meados dos anos 60, Stanislav Grof promoveu inovações na pesquisa transpessoal, tendo como epicentro de suas investigações os domínios perinatais (que focalizam experiências de nascimento e morte) e transpessoais (que está além do nível biográfico-rememorativo). 

Grof ao lidar com esta “cartografia transpessoal da psique” enfrentou um duplo desafio: por um lado, utilizar a exploração dos diversos níveis perinatais e transpessoais como processo terapêutico, de alta eficiência na solução de problemas psiquiátricos e transtornos de diferentes matizes no universo da psicopatologia. 

Por outro, o Dr. Grof deveria “Caminhar o caminho místico com pés práticos”, isto é, manter-se no plano da pesquisa científica e do acompanhamento racional dos dados, ainda que estivesse superando o mecanicismo das leis e parâmetros da Ciência moderna. Como ele próprio definiu “precisava manter a psicologia transpessoal à altura dos trabalhos de seus pioneiros Carl Gustav Jung, Roberto Assagioli e Abraham Maslow”.



A enorme quantidade e a desconcertante variedade de experiências propiciadas pelas sessões de respiração holotrópica exigiram de Grof um exaustivo trabalho de sistematização e interpretação. 

O resultado foi uma revolucionária teoria da psique, que incorpora e supera os modelos de Sigmund Freud e Carl Gustav Jung e lança uma ponte entre a ciência de vanguarda e a sabedoria milenar das tradições espirituais.

A aguda consciência da necessidade desse intercâmbio o levou a fundar a International Transpersonal Association (ITA), ou Associação Transpessoal Internacional, uma entidade engajada na busca de novos paradigmas e no diálogo entre cientistas, artistas e líderes espirituais.

À frente da ITA, Grof organizou grandes congressos internacionais, que reuniram personalidades da estatura do físico David Bohm, do psiquiatra R.D.Laing, do Dalai Lama e de Madre Teresa de Calcutá.

O que se observa no trabalho de Grof é o reconhecimento da importância dos aspectos espirituais da mente, ou seja, da transpessoalidade do psiquismo humano, tanto para o mapeamento das patologias que fogem a dimensão biográfica da existência, quanto para a construção dos fundamentos teórico-metodológicos de uma Psicologia que remete o homem a sua constituição cósmica. 

Trata-se de uma Psicologia que supera o reducionismo cerebrocêntrico, que houvera reduzido a experiência psíquica ao jogo cego das forças bioquímicas e a realidade neuronal. Em uma palavra, é possível dizer que a Psicologia Transpessoal, tal como demonstrada por Stanislav Grof em seu revolucionário “Além do Cérebro” é a Psicologia do Futuro: um conhecimento psicológico que reintegra o individual no coletivo, o essencial e o existencial, a diversidade em um sistema cósmico unificado.


Seu estudo da psique desvendou espaços interiores jamais explorados pela ciência, confirmou ensinamentos das grandes tradições espirituais e ajudou milhares de indivíduos a superar seus traumas e encontrar a saúde e a auto-realização.


Stanislav Grof - Experiência Cósmica com LSD (leg pt)

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