"SÃO FRANCISCO NA ARTE DE MESTRES ITALIANOS",REÚNE O MELHOR DE 15 ACERVOS EXTRAORDINÁRIOS DA ITÁLIA ,PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL EM BELO HORIZONTE-MINAS GERAIS
A “grandiosa simplicidade” de São Francisco estreia na Casa Fiat de Cultura

Pela
primeira vez no Brasil, exposição “São Francisco na Arte de Mestres Italianos”
reúne o melhor de 15 acervos da Itália
A Casa Fiat de Cultura abre uma grande exposição nesta quarta-feira, 8/08, em Belo Horizonte (MG). Trata-se de um conjunto de 20 obras que datam dos séculos XV a XVIII, selecionadas de importantes coleções italianas, que traduzem as fases mais relevantes da representação de São Francisco de Assis, do Renascimento ao Barroco. Além das pinturas, a mostra oferece um passeio virtual à Basílica Superior de Assis, na Itália, onde se localizam o túmulo do santo e várias outras obras.
A curadoria é dos italianos Giovanni Morello e Stefano Papetti. Morello, que integra a comissão permanente de tutela dos monumentos históricos e artísticos da Santa Sé, é especialista em História da Arte e já idealizou e curou exposições de arte antiga na Itália e outros países. Papetti é diretor da Pinacoteca Civica Di Ascoli.

“A exposição foi projetada para mostrar a evolução da imagem de São Francisco”, explica Papetti. Por meio de obras que marcaram a cultura local de toda uma época e ainda encontram espaço na cultura ocidental por seus altos valores artístico, histórico e simbólico, os visitantes poderão contemplar as diferenças nas fases mais relevantes da representação iconográfica do santo católico mais retratado na história da arte. “O simbolismo de Francisco é universal”, observa Morello. “O culto da imagem não começou agora, na era da internet, mas na Idade Média, com São Francisco”, brinca Papetti, referindo-se à abundância de representações da figura do santo. “Os próprios franciscanos zelavam muito pelo que deveria ser representado”, conta.
“São Francisco chega à Casa Fiat de Cultura com sua grandiosa simplicidade”, anuncia o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira. “Francisco foi moderno, revolucionário. Um homem simples e frágil, que rompeu com o passado e deu origem a uma grande reforma na Igreja Católica. Sua história se faz atual com valores de amor ao próximo, humildade e respeito à natureza. Uma imagem que passou por transformações ao longo da história da arte com obras-primas dos grandes mestres italianos que os brasileiros poderão apreciar nessa exposição”, declara.

O quadro “St. Francis Contemplating a Skull” (1604-07), de Cigoli, que veio de Nova York para a exposição
Os 15 museus italianos que cederam suas obras são: Galleria Corsini, Palazzo Barberini, Musei Capitolini, Museo di Roma, Museo Francescano dell’Istituto Storico dei Cappuccini (Roma); Pinacoteca Civica, Sacrestia della chiesa di San Francesco, Convento Cappuccini (Ascoli Piceno); Museo Nazionale d’Abruzzo (L’Aquila), Galleria Nazionale dell’Umbria (Perugia); Istituto Campana per l’Istruzione permanente (Osimo); Museo Civico (Rieti), Pinacoteca Nazionale (Bolonha) e Duomo di Novara (Novara). A obra que vem de Nova York é de Ludovico Cardi (conhecido como Cigoli): “St. Francis Contemplating a Skull”, que é propriedade do colecionador e ator ítalo-americano Federico Castelluccio.
“Temos orgulho de trazer esta importante exposição para Belo Horizonte, porque a arte é imortal e o aspecto religioso acompanha as crenças humanas. São 20 obras dos mais importantes pintores do Renascimento e Barroco italianos, como Ticiano, para contemplação de todos. E sou italiano, então é sempre um motivo de orgulho poder trazer um pouco da cultura italiana para o Brasil”, declara o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa.

Da direita para a esquerda, o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa e o cônsul da Itália em Belo Horizonte, Dario Savarese.
A exposição é dividida em três núcleos. O primeiro apresenta quatro obras influenciadas pela primeira fase de representação do santo, com sua aparência simples e sofrida, que transmitia as privações às quais ele se submetia com sua enorme força espiritual. O segundo núcleo ilustra, com 12 obras, a segunda fase da representação, influenciada pelos trabalhos de Giotto (1267-1337), que revolucionou a iconografia do santo. Em vez de aparecer com seu corpo franzino, Francisco é mostrado com rosto angelical e, um ícone de beleza também física, e não apenas espiritual. O terceiro e último núcleo apresenta então a terceira fase da representação de São Francisco, após se tornar grandioso no imaginário da época, passando então a estar associado à iconografia de outras figuras religiosas como a Virgem Maria, o Menino Jesus e também outros santos franciscanos. Quatro obras compõem este último núcleo.
Além das pinturas, a mostra também conta com uma sala de Realidade Virtual, com óculos que “teletransportam” o visitante direto da Casa Fiat de Cultura para a Basílica Superior de Assis (1228), na Itália. No passeio visual por uma das mais belas e importantes basílicas do país, é possível ainda conhecer as obras-primas de Giotto (1267-1337), artista símbolo dos períodos medieval e pré-renascentista.
“Esta mostra é uma iniciativa inédita e altamente relevante por seu alcance e valor cultural, entre as que realizamos nos últimos anos”, afirma o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini. O cônsul italiano em Belo Horizonte, Dario Savarese, diz que esta é “a iniciativa cultural mais importante dos últimos anos, pois este é um tesouro italiano, com uma iconografia que atravessa vários séculos”.

Parte do segundo núcleo da exposição, com a sala do terceiro núcleo ao fundo
A abertura da mostra é no dia 8 de agosto. A entrada para esta exposição e todas as outras atrações da Casa Fiat de Cultura é gratuita. O Programa Educativo oferece ainda visitas mediadas com historiadores e artistas visuais, em dez horários diários, de terça a sexta-feira, durante todo o tempo da exposição. Para os visitantes interessados, haverá mediação em Libras, peças em 3D para apreciação tátil, audiodescrição e circulação descritiva ao vivo (descrições de obras e do espaço da exposição com acompanhamento de mediador). Está preparada ainda uma programação paralela relacionada ao tema principal.
No dia da abertura, Stefano Papetti abre a 8ª edição do ciclo de palestras “Quartas Italianas na Casa Fiat de Cultura”, falando sobre “A Iconografia de São Francisco na Arte do período Medieval ao Barroco”. A palestra será das 19h30 às 21h, em italiano e com tradução simultânea. O espaço é sujeito a lotação (200 lugares).

Terceiro núcleo
Além da palestra do curador, haverá ateliês divididos por faixas etárias, abordando desde a construção de passarinhos de papel, desenho e colagens até construção de iconografia pessoal e análise das obras expostas a partir de intervenções em reproduções reduzidas. A programação conta ainda com percursos temáticos para famílias e grupos de amigos aos sábados, domingos e feriados, um minicurso de Iconografia Franciscana nos últimos dias de agosto, outro curso voltado para a formação de professores, em setembro, um ateliê aberto de pintura nos fins-de-semana e feriados e também dois passeios culturais no programa Encontros com o Patrimônio, sendo um em Belo Horizonte e outro em Ouro Preto, com visitação às respectivas igrejas de São Francisco de Assis em cada cidade.
A exposição na Casa Fiat de Cultura vai até o dia 21 de outubro. O horário de funcionamento é de terça a sexta das 10h às 21h e sábados, domingos e feriados das 10h às 18h.

Fonte:http://mundofca.com/grandiosa-simplicidade-de-sao-francisco-estreia-na-casa-fiat-de-cultura/




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