CAFEÍNA,UM SUPERNUTRIENTE OU FATOR DE RISCO? - DEPENDE DOS SEUS GENES

eu atleta cafe cafeina (Foto: eu atleta)


Cafeína,um 'supernutriente' ou fator de risco? Depende dos seus genes


A metabolização da substância varia de pessoa para pessoa. Em alguns, gera energia, em outros tem efeitos indesejáveis, colocando a saúde em risco


Uma jovem esportista empenhada em participar de uma competição de triatlo passou a utilizar a cafeína como suplemento para obtenção de melhores resultados durante os treinos e competições. Para isso, duas horas antes do treino, começou a utilizar um suplemento de cafeína em cápsulas. Após algumas semanas, ela não notou diferença em sua performance.
"Apesar de a cafeína ser um importante nutriente e estar associada à proteção a doenças, alguns indivíduos devem ser cautelosos quanto à sua ingestão"
A cafeína é uma substância que não apresenta valor nutricional, sendo classificada como um alcaloide farmacologicamente ativo, estimulante do sistema nervoso central (SNC). Esta substância tem sido considerada um ergogênico nutricional, por estar presente em várias bebidas consumidas diariamente, tais como o café, o chocolate, o mate e algumas bebidas à base de guaraná.  Ela melhora o estado de alerta e diminui o tempo de reação. Suplementos de cafeína para atletas são destinados a aumentar a resistência aeróbia em exercícios físicos de longa duração.

A metabolização da cafeína para posterior eliminação do organismo ocorre no fígado, onde existe uma maior concentração de enzimas do citocromo P450 1A2 (CYP1A2), responsável pela metabolização desse nutriente. A enzima CYP1A2, além de ser responsável pela metabolização de diversas substâncias, é responsável por aproximadamente 90% da metabolização da cafeína. Estudos atuais demonstram que o gene responsável pela formação dessa enzima possui variações que fazem com que a molécula seja produzida de maneira alterada, o que pode resultar na perda de eficiência. Como consequência, a metabolização de determinadas substâncias pode ser prejudicada.
Assim, existem os metabolizadores rápidos da cafeína, que eliminam rapidamente a substância do organismo e possuem a variante "normal" da enzima CYP1A2. Nesse caso, para se conseguir o efeito desejado de melhora na performance, como no caso da jovem atleta de triatlo, deve-se realizar a suplementação próxima ao horário da atividade e não com um intervalo de horas. Mas também existem pessoas que são metabolizadoras lentas da cafeína, que possuem a variante "alterada" da enzima CYP1A2. Nesse caso, o sinal de alerta deve ser acionado.
Apesar de a cafeína ser um importante nutriente e estar associada com proteção a doenças como Parkinson, Alzheimer, diabetes, entre outras, e melhorar a performance atlética, alguns indivíduos devem ser cautelosos em relação à sua ingestão. A variante da enzima CYP1A2 que é menos eficiente faz com que a pessoa metabolize a substância de maneira mais lenta, o que aumenta os efeitos indesejáveis como falta de sonohipoglicemiataquicardia, entre outros. O mais preocupante é que, nesses casos de metabolização lenta, orisco cardíaco aumenta consideravelmente com a ingestão da cafeína. O ideal é que o consumo diário não ultrapasse 200mg, o que equivale a aproximadamente duas xícaras de café.

Com a nutrição cada vez mais individualizada, percebemos que muitas vezes o que é benéfico para alguns pode não ser para outros. Esse conhecimento possibilita o acerto cada vez maior no aumento da qualidade de vida e no plano de treinamento de esportistas e atletas.
Fonte:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2015/03/cafeina-um-supernutriente-ou-fator-de-risco-depende-dos-seus-genes.html




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