DR.BEZERRA DE MENEZES, MÉDICO DE HOMENS E DE ALMAS,CONHECIDO COMO O MÉDICO DOS POBRES,UM DOS MAIORES EXPOENTES DA DOUTRINA ESPÍRITA NO BRASIL
INTRODUÇÃO E DADOS GERAIS DE SUA VIDA
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no povoado de Riacho do Sangue, hoje município de Jaguaretama, no nordeste do Estado do Ceará, em 29 de agosto de 1831. Sua família era envolvida com política e com militarismo. Ficaria conhecido anos depois ao exercer a Medicina de forma solidária, e ao ser um dos primeiros difusores da Doutrina Espírita, nova visão do cristianismo que surgiu na França, na década de 1850, codificada pelo educador Allan Kardek.
Para Bezerra, o verdadeiro médico é aquele que doa-se completamente à função de salvar vidas e amenizar dores. No livro Lindos casos de Bezerra de Menezes, de Ramiro Gama, podemos encontrar algumas declarações do médico que ajudam a entender a seriedade com a qual ele se dedicava à Medicina:
“O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto… O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante da Medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura”.
Medicina
A inteligência e empenho do jovem Adolfo não demoraram muito para florescer. Aos 11 anos foi matriculado pelos pais em uma turma pública de aulas de latim. Em menos de dois anos ele aprenderia o idioma e substituiria o professor em suas ausências. Concluiu os estudos aos 15 anos, na cidade de Fortaleza. Aos 20, depois da morte do pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Sustentou-se na graduação através de aulas particulares de matemática e filosofia.
Concluiu seus estudos em 1856, com uma tese que mostrava estudos relacionados ao diagnóstico do câncer. Nesse mesmo ano foi nomeado para chefiar o Corpo de Saúde do Exército Brasileiro. Durante três anos, também atuou como redator dos Anais Brasilienses de Medicina, um periódico produzido pela Academia Imperial de Medicina.
Casou-se pela primeira vez em 1958, mas perdeu sua esposa, vítima de um mal súbito, apenas três anos depois. Ela deixou-lhe dois filhos, um com três e outro com um ano de idade. Casaria-se novamente dois anos depois com Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, que cuidava de seus filhos à época. Com ela teve mais sete crianças.
Espiritismo
Conheceu a doutrina espírita assim que O Livro dos Espíritos, primeira das cinco obras básicas codificadas por Allan Kardek, foi traduzido para o português. O próprio tradutor do livro, o também médico Joaquim Travassos, cedeu-lhe uma cópia com dedicatória. A identificação com o conteúdo d’O Livro dos Espíritos foi imediato, segundo entrevista cedida pelo médico em 1892. “ […] Parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença”.
Bezerra passou então a colaborar intelectual e praticamente, com a difusão da doutrina, tendo sido presidente da Federação Espírita Brasileira dez anos antes de sua morte. Faleceu devido a um acidente vascular cerebral, em 11 de novembro de 1900, aos 68 anos. Atualmente, várias casas espíritas levam seu nome em homenagem e respeito. Em 2008 teve sua vida retratada no cinema através do filme Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito. O ator Carlos Vereza encarregou-se do papel principal.
Fonte:https://www.dm.com.br/cultura/2015/08/bezerra-de-menezes-o-medico-dos-pobres.html
A partir de 1883 ele começou a publicar artigos doutrinários no jornal Reformador. No ano seguinte, passou a contribuir também com o periódico O Paiz na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos". Nesta época, na década de 1880, havia neste espiritismo incipiente, uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto. Foi em 1889, que Bezerra de Menezes foi eleito como presidente da Federação espírita Brasileira por ter sido considerado como o único capaz de superar tais divisões.
QUEM FOI BEZERRA DE MENEZES?
Bezerra de Menezes é uma figura muito importante da história do Brasil, sendo reconhecido na medicina, na política e também pela sua atuação na Doutrina Espírita. Saiba um pouco mais sobre esse notável homem conhecido como o Médico dos Pobres.
A HISTÓRIA DE BEZERRA DE MENEZES
Adolfo Bezerra de Menezes nasceu 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, uma pequena cidade do Ceará. Ele era descendente de uma antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará. Seu pai era um tenente-coronel da Guarda Nacional e o seu posicionamento político fez com que a família sofresse perseguições e dificuldades financeiras.
O MÉDICO DOS POBRES
Ele passou a sua infância e adolescência entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, com a morte do seu pai em 1851 ele mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar medicina. Graduou-se em 1865 e em 1858 foi nomeado como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente. Foi um médico extremamente caridoso, dedicou a sua carreira a cuidar dos pobres e dos desfavorecidos. Em sua biografia é relatado o episódio em que, vendo uma mãe em agonia por não ter o dinheiro para comprar remédios para seus filhos, o Dr. Bezerra de Menezes retirou seu anel de grau da medicina do dedo e deu a ela para que pudesse pagar o tratamento do filho.
TRAJETÓRIA POLÍTICA
Foi um homem de diversos cargos políticos. Foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 1861 e 1864. Em 1866, foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro. Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal. Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política.
Entre os seus feitos como homem público, que não foram poucos, está a luta pela regulamentação do trabalho doméstico visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias. Denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la, e por isso foi considerado um homem visionário que conseguiu prever as situações de poluição que a cidade enfrenta hoje.
EXPOENTE DA DOUTRINA ESPÍRITA
Bezerra de Menezes conheceu a Doutrina Espírita através de um amigo, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos, que fez a tradução da obra Livro dos Espíritos para o português e deu um exemplar com dedicatória à Bezerra. Ele próprio mais tarde registrou a sua primeira impressão sobre a obra:
"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente”
A partir de 1883 ele começou a publicar artigos doutrinários no jornal Reformador. No ano seguinte, passou a contribuir também com o periódico O Paiz na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos". Nesta época, na década de 1880, havia neste espiritismo incipiente, uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto. Foi em 1889, que Bezerra de Menezes foi eleito como presidente da Federação espírita Brasileira por ter sido considerado como o único capaz de superar tais divisões.
Estudou e traduziu obras de Allan Kardec e continuou a doutrinar através de seus artigos jornalísticos no O Paiz até o fim de 1893. Foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB, função que exerceu até à data de seu falecimento.
Fonte:http://www.wemystic.com.br/artigos/quem-foi-bezerra-de-menezes/
ORAÇÃO A BEZERRA DE MENEZES
O Dr. Bezerra de Menezes foi um médico e expoente do Espiritismo que ajudou inúmeras pessoas com toda a sua sabedoria e caridade. Se você ou alguém próximo está doente, peça a intercessão de Bezerra de Menezes e da sua equipe médica para ajudar na cura desse mal.
COMO PEDIR A AJUDA DE BEZERRA DE MENEZES ATRAVÉS DA ORAÇÃO
Escreva em um papel os problemas de saúde que você precisa que sejam curados, ao escrever conseguimos materializar com clareza o nosso pedido. Em seguida, reze a oração:
“Nós Te rogamos, Pai de Infinita Bondade e Justiça, as graças de Jesus Cristo, através de Bezerra de Menezes e suas legiões de companheiros.
Que eles nos assistam, Senhor, consolando os aflitos, curando aqueles que se tornem merecedores, confortando aqueles que tiverem suas provas e expiações a passar, esclarecendo aos que desejarem conhecer a Verdade e assistindo a todos quantos apelam ao Teu Infinito Amor.
Jesus, Divino Portador da Graça e da Verdade, estende Tuas mãos dadivosas em socorro daqueles que Te reconhecem o Despenseiro Fiel e Prudente; faze-o, Divino Modelo, através de Tuas legiões consoladoras, de Teus Santos Espíritos, a fim de que a Fé se eleve, a Esperança aumente, a Bondade se expanda e o Amor triunfe sobre todas as coisas.
Bezerra de Menezes, Apóstolo do Bem e da Paz, amigo dos humildes e dos enfermos, movimenta as tuas falanges amigas em benefício daqueles que sofrem, sejam males físicos ou espirituais. Santos Espíritos, dignos obreiros do Senhor, derramai as graças e as curas sobre a humanidade sofredora, a fim de que as criaturas se tornem amigas da Paz e do Conhecimento, da Harmonia e do Perdão, semeando pelo mundo os Divinos Exemplos de Jesus Cristo.”
Fonte:http://www.wemystic.com.br/artigos/oracao-a-bezerra-de-menezes/
O médico e político cearense Bezerra de Menezes (1831 – 1900) foi um humanista e pacifista que deixou sua história marcada no cenário político, social e religioso do Brasil. Ele é admirado por gerações por sua dedicação ao Espiritismo, à medicina, à caridade e também às causas sociais que defendeu como vereador e deputado.
Sua biografia está no documentário “O Médico dos Pobres – A vida Redentora de Bezerra de Menezes”, produção da Estação Luz Filmes com direção de Glauber Filho e Joe Pimentel, que inspirou o filme “Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito”, dos mesmos diretores, levando mais de 500 mil espectadores ao cinema.
Em gravações feitas no Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, o documentário conta, nas cenas dramatizadas, com participações dos atores Carlos Vereza como protagonista, Caio Blat, Nanda Costa, Ana Rosa, Lúcio Mauro e Paulo Goulart Filho. Entre os que gravaram depoimentos estão o orador espírita Divaldo Franco; Clóvis Nunes, do MovPaz; Luiz Bassuma, do Movimento Ativistas da Paz pela Vida; Luciano Klein, presidente da Federação Espírita do Estado do Ceará, e Jorge Damas, autor de obras como “O 13º Apóstolo – As Reencarnações de Bezerra de Menezes”, “Bezerra de Menezes e o Espiritismo”.
O documentário teve como produtores Sidney Girão e Eduardo Girão, da Estação Luz Filmes, e será distribuído pela Versátil Home Vídeo. “O Médico dos Pobres – A vida Redentora de Bezerra de Menezes”
Fonte:http://revistadecinema.com.br/2013/08/o-medico-dos-pobres-a-vida-redentora-de-bezerra-de-menezes/
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no dia 29 de agosto de 1831, na fazenda Santa Bárbara, antiga Freguesia do município de Riacho do Sangue (hoje Jaguaretama), no Estado do Ceará. Descendia de antiga família, das primeiras a povoar o território cearense, filho de Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional, e Fabiana Cavalcanti de Alburquerque.
Conheceu as primeiras letras, em 1838, no interior do Ceará, na escola pública da Vila do Frade, onde, em dez meses apenas, preparou-se, suficientemente, a ponto de ministrar os conhecimentos do professor que dirigia a primeira fase de sua educação. Em 1842, mudou-se com a família para Serra dos Martins, no Rio Grande do Norte, por motivo de perseguições políticas, onde aprendeu latim em dois anos, substituindo o professor.
Em 1846, já em Fortaleza, sob as vistas do irmão mais velho, o Dr. Manoel Soares da Silva Bezerra, conceituado intelectual e líder católico, efetuou os estudos preparatórios destacando-se entre os primeiros alunos do tradicional Liceu do Ceará.
Seu pai era um homem relativamente abastado. Porém, por causa de seu bom coração, comprometeu a fortuna, dando abonos em favor de parentes e amigos que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade. Percebendo, então, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar suas fazendas de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar a dívida.
Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse. A família, que passou da abundância às privações, perde o patriarca, que desencarnou em Maranguape, no dia 29 de setembro de 1851, de febre amarela. Foi nessa fase que Adolfo Bezerra de Menezes, com minguada quantia de 400 mil réis ofertada por seus parentes, partiu para o Rio de Janeiro, a então Capital do Império, a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a Medicina.
Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia no Rio de Janeiro. Para poder estudar, dava aula de Filosofia e Matemática. Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em março de 1857, solicitou sua admissão no Corpo de Saúde do Exército, sentando praça em 20 de fevereiro de 1858 como cirurgião tenente.
Ainda em 1857, candidatou-se ao quadro dos membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”, sendo empossado em sessão de 1º de junho. Nesse mesmo ano, passou a colaborar na Revista da Sociedade Físico-química.
Casou-se com a Srª. Maria Cândida de Lacerda em 6 de novembro de 1858, que desencarnou no início de 1863, deixando-lhe um casal de filhos. Em 1859, passou a atuar como redator dos Anais Brasilienses de Medicina, da Academia Imperial de Medicina, atividade que exerceu até 1861.
Em 21 de janeiro de 1865, casou-se, em segunda núpcia, com Dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.
Já em franca atividade médica, Bezerra de Menezes demonstrava o grande coração que iria semear, até o fim do século, sobretudo, entre os menos favorecidos da fortuna, o carinho, a dedicação e o alto valor profissional.
Foi justamente o respeito e o reconhecimento de numerosos amigos que o levaram à política, que ele, em mensagem ao deputado Freitas Nobre, seu conterrâneo e admirador, definiu-a como “a ciência de criar o bem de todos”. Elegeu-se vereador para Câmara Municipal do Rio de janeiro em 1860, pelo Partido Liberal.
Quando o chefe conservador Haddock Lobo tentou impugnar a candidatura de Bezerra, sob a alegação de este ser médico militar, o mesmo demitiu-se do Corpo de Saúde do Exército. Na Câmara Municipal, desenvolveu grande trabalho em favor do “Município Neutro” e na defesa dos humildes e necessitados. Foi reeleito com simpatia geral para o período de 1864-1868. Não se candidatou ao exercício de 1869-1872.
Em 1867, foi eleito deputado-geral (correspondente, hoje, a deputado federal) pelo Rio de Janeiro. Dissolvida a Câmara dos Deputados em 1868, com a subida dos conservadores ao poder, Bezerra dirigiu suas atividades para outras realizações que beneficiassem a cidade.
Em 1873, após quatro anos afastados da política, retomou suas atividades, novamente como vereador. Em 1878, com a volta dos liberais ao poder, foi novamente eleito à Câmara dos Deputados, representando o Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1885.
Neste período, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, que veio proporcionar-lhe pequena fortuna, mas que, por sua vez, foi também o sorvedouro dos seus bens, deixando-o completamente arruinado.
Sua mãe, Dona Fabiana, desencarnou em 5 de agosto de 1882, em Fortaleza, aos 91 anos de idade, perfeitamente lúcida.
DA POLÍTICA AO ESPIRITISMO
Após 30 anos de atividade parlamentar, em 1885, Bezerra de Menezes encerra suas atividades políticas. Outra missão o aguardava - esta mais nobre ainda, aquela de que o incumbira Ismael: o Espiritismo.
Em 1875, logo que apareceu a primeira tradução brasileira de O Livro dos Espíritos, um exemplar foi oferecido a Bezerra de Menezes pelo tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos, que se ocultou sob o pseudônimo de ‘Fortúnio’.
Foram palavras do próprio Bezerra de Menezes, ao proceder a leitura da obra: “Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos [...]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença”.
Contribuíram, também, para torná-lo um adepto consciente, as extraordinárias curas que ele conseguiu, em 1882, do famoso médium receitista João Gonçalves do Nascimento.
Mais que um adepto, Bezerra de Menezes foi um defensor e um divulgador da Doutrina Espírita. Em 1883, intensificou-se um movimento contrário ao Espiritismo e, naquele mesmo ano, fora lançado por Augusto Elias da Silva o Reformador, órgão oficial da Federação Espírita Brasileira (FEB).
Silva, ao consultar Bezerra de Menezes sobre as melhores diretrizes a seguir em defesa dos ideais espíritas, ouviu do venerável médico o conselho de contrapor-se ao ódio, o amor, e a agir com discrição, paciência e harmonia. Com as iniciais A. M., Bezerra passou a colaborar com o Reformador, emitindo comentários judiciosos sobre o Catolicismo.
Embora a sua participação na FEB tivesse sido marcante até então, somente em 16 de agosto de 1886, aos 55 anos de idade, Bezerra de Menezes, perante grande público, em torno de 1.500 a 2.000 pessoas, no salão de Conferência da Guarda Velha, em longo discurso, justificou a sua opção definitiva de abraçar os princípios da consoladora Doutrina.
Daí por diante, Bezerra de Menezes foi o catalisador de todo o movimento espírita na Pátria do Cruzeiro, exatamente como preconizara Ismael. Foi Presidente da FEB em 1889, sendo reconduzido ao cargo em 1895 - quando mais se agigantava a maré da discórdia e das radicalizações no meio espírita -, nele permanecendo até 1900.
DESENCARNE E POSTULADO
Bezerra de Menezes desencarnou em 11 de abril de 1900, às 11h30, tendo ao lado a dedicada companheira de tantos anos, Cândida Augusta. Morreu pobre, embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria: pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas. Foi preciso constituir-se uma comissão, presidida por Quintino Bocayuva, para angariar donativos visando a possibilitar a manutenção da família.
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Léon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
O Dr. Bezerra de Menezes foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, da Sociedade Físico-química, sócio e benfeitor da Sociedade Propagadora das Belas-Artes, membro do Conselho do Liceu de Artes e presidente da Sociedade Beneficente Cearense.
Escreveu em jornais como O Paiz, redigiu Sentinela da Liberdade, os Anais Brasilienses de Medicina, colaborou na Reforma, na Revista da Sociedade Físico-química e no Reformador. Utilizava os pseudônimos de ‘Max’ e ‘Frei Gil’.
O dicionarista J. F. Velho Sobrinho alinha extensa bibliografia de Bezerra de Menezes, relacionando para mais de quarenta obras escritas e publicadas. São teses, romances, biografias, artigos, estudos, relatórios, etc.
Fonte: Coleção “Bezerra de Menezes”, Federação Espírita Brasileira (FEB).
DR. ADOLFO BEZERRA DE MENEZES
Nos ensina o Dr Bezerra de Menezes: “A vida, sob qualquer aspecto considerado, é dádiva de Deus que ninguém pode perturbar. Todos os seres sencientes desenvolvem um programa na escala da evolução demandando a plenitude, a perfeição que lhes é meta final.
Preservar a vida, em todas as suas expressões é dever inalienável, que assume a consciência humana no próprio desenvolvimento da sua evolução.
Quando alguém levanta a clava para interromper propositalmente o ciclo da vida, faz-se um novo Caim, jogando sobre si mesmo a condenação da consciência de culpa e experimentando, no remorso, hoje ou mais tarde, a necessidade de depurar-se, reabilitando-se, ao nadar nos rios das lágrimas.”
Preservar a vida, em todas as suas expressões é dever inalienável, que assume a consciência humana no próprio desenvolvimento da sua evolução.
Quando alguém levanta a clava para interromper propositalmente o ciclo da vida, faz-se um novo Caim, jogando sobre si mesmo a condenação da consciência de culpa e experimentando, no remorso, hoje ou mais tarde, a necessidade de depurar-se, reabilitando-se, ao nadar nos rios das lágrimas.”
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti
Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, desencarnou em 11 de abril de 1900 no estado do Rio de Janeiro.
Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, desencarnou em 11 de abril de 1900 no estado do Rio de Janeiro.
A Infância e a Família
Seu pai, Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e então tenente-coronel da Guarda Nacional, tinha fazendas de criação de gado; sua mãe chamava-se Fabiana de Jesus Maria Bezerra e era senhora do lar. Antônio era importante fazendeiro local que “nunca mediu sacrifícios, na hora de socorrer àqueles que lhe estendiam a mão”. Tanta generosidade acabou por levar sua fortuna material e em determinada altura as dívidas alcançaram níveis insuportáveis.
Antônio foi então procurar cada um de seus credores decidido a entregar seus bens para saldar as dívidas. Os credores, contudo, reuniram-se e decidiram que o coronel Bezerra continuaria com seus bens. Assinaram um documento que afirmava com força legal que o velho Bezerra ficasse com eles e “que gozasse deles e pagasse como e quando quisesse, que eles, credores, se sujeitariam aos prejuízos que pudessem ter.” O velho Bezerra, contudo, não aceitou tal decisão.
Depois de muita discussão, resolveu que daquela data em diante seria simplesmente um administrador dos bens para seus credores. Retirava apenas o extremamente necessário para o sustento da família e muitas vezes passou privações. A esta altura, o menino Adolfo, último filho do casal, já estava terminando o então chamado curso preparatório. Os dois filhos mais velhos tinham se formado em direito e o terceiro ainda cursava o segundo ano na Faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco.
O pequeno Adolfo Bezerra de Menezes tinha sete anos de idade quando foi levado pela mãe para ser matriculado na escola pública da Vila do Frade. Em dez meses o menino aprendeu a ler, escrever e fazer contas simples. Quatro anos depois, quando o pai estava sendo alvo de perseguição política, a família mudou-se para o Rio Grande do Norte. O pequeno Adolfo “foi matriculado na aula pública de latinidade, que funcionava na Serra dos Martins e era dirigida por padres jesuítas” em Maioridade, hoje cidade de Imperatriz. Após dois anos, o rapaz tornou-se tão bom na matéria que chegou a substituir o professor.
Em 1846, o velho Bezerra voltou para a capital do Ceará, onde o pequeno Adolfo foi matriculado no Liceu, que era dirigido pelo seu irmão mais velho. Terminando seus estudos, mostrou a vontade de ser médico, e não advogado como os irmãos. Como não havia faculdade de medicina no Nordeste do país, o pai foi obrigado a mandá-lo para a então sede da Corte, a cidade do Rio de Janeiro; contou-lhe tudo que havia acontecido com os bens da família, explicando a pobreza por que passavam. Os parentes cotizaram-se e levantaram quatrocentos mil réis para pagar a viagem até o Rio. Foi assim que Adolfo Bezerra de Menezes pôde pegar o navio e chegar na então sede do Império.
Seu pai, Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e então tenente-coronel da Guarda Nacional, tinha fazendas de criação de gado; sua mãe chamava-se Fabiana de Jesus Maria Bezerra e era senhora do lar. Antônio era importante fazendeiro local que “nunca mediu sacrifícios, na hora de socorrer àqueles que lhe estendiam a mão”. Tanta generosidade acabou por levar sua fortuna material e em determinada altura as dívidas alcançaram níveis insuportáveis.
Antônio foi então procurar cada um de seus credores decidido a entregar seus bens para saldar as dívidas. Os credores, contudo, reuniram-se e decidiram que o coronel Bezerra continuaria com seus bens. Assinaram um documento que afirmava com força legal que o velho Bezerra ficasse com eles e “que gozasse deles e pagasse como e quando quisesse, que eles, credores, se sujeitariam aos prejuízos que pudessem ter.” O velho Bezerra, contudo, não aceitou tal decisão.
Depois de muita discussão, resolveu que daquela data em diante seria simplesmente um administrador dos bens para seus credores. Retirava apenas o extremamente necessário para o sustento da família e muitas vezes passou privações. A esta altura, o menino Adolfo, último filho do casal, já estava terminando o então chamado curso preparatório. Os dois filhos mais velhos tinham se formado em direito e o terceiro ainda cursava o segundo ano na Faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco.
O pequeno Adolfo Bezerra de Menezes tinha sete anos de idade quando foi levado pela mãe para ser matriculado na escola pública da Vila do Frade. Em dez meses o menino aprendeu a ler, escrever e fazer contas simples. Quatro anos depois, quando o pai estava sendo alvo de perseguição política, a família mudou-se para o Rio Grande do Norte. O pequeno Adolfo “foi matriculado na aula pública de latinidade, que funcionava na Serra dos Martins e era dirigida por padres jesuítas” em Maioridade, hoje cidade de Imperatriz. Após dois anos, o rapaz tornou-se tão bom na matéria que chegou a substituir o professor.
Em 1846, o velho Bezerra voltou para a capital do Ceará, onde o pequeno Adolfo foi matriculado no Liceu, que era dirigido pelo seu irmão mais velho. Terminando seus estudos, mostrou a vontade de ser médico, e não advogado como os irmãos. Como não havia faculdade de medicina no Nordeste do país, o pai foi obrigado a mandá-lo para a então sede da Corte, a cidade do Rio de Janeiro; contou-lhe tudo que havia acontecido com os bens da família, explicando a pobreza por que passavam. Os parentes cotizaram-se e levantaram quatrocentos mil réis para pagar a viagem até o Rio. Foi assim que Adolfo Bezerra de Menezes pôde pegar o navio e chegar na então sede do Império.
O Sacerdócio na Medicina
Aos vinte e dois anos, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes.
Como não tinha dinheiro para montar um consultório, entrou em acordo com um colega de faculdade que possuía mais recursos e passou a dividir uma sala no centro comercial da cidade. Durante os meses em que o consultório ficou aberto, quase não houve pacientes. Mas a casa onde morava o médico Bezerra ficava repleta de doentes. Começou a atender aos componentes da família e depois aos amigos. Sua fama correu pelo bairro e os clientes apareciam; mas ninguém pagava, pois eram todos gente pobre e o dinheiro nunca foi mencionado.
Foi então que um amigo e médico militar, Dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do corpo de saúde do Exército, resolveu contratá-lo como médico militar. Dr. Feliciano era chefe da clínica cirúrgica do Hospital da Misericórdia, hospital este onde o Dr. Bezerra tinha sido praticante e interno em 1852, quando ainda cursava o segundo ano de faculdade. Ainda em 1856, o governo imperial fez a reforma do Corpo de Saúde do Exército e nomeou o Dr. Feliciano como cirurgião-mor. Ele, então, chamou Bezerra para ser seu assistente e foi assim que, com um emprego remunerado estável, começou o caminho do médico dos pobres.
Bezerra continuava atendendo gratuitamente aqueles que não podiam pagar. Sua fama continuava a se espalhar e o consultório do centro da cidade começou a ficar movimentado, também com clientes que pagavam. O dinheiro que recebia no consultório era gasto com os seus pobres em remédios, roupas ou simplesmente auxílio em dinheiro.
Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida."
Aos vinte e dois anos, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes.
Como não tinha dinheiro para montar um consultório, entrou em acordo com um colega de faculdade que possuía mais recursos e passou a dividir uma sala no centro comercial da cidade. Durante os meses em que o consultório ficou aberto, quase não houve pacientes. Mas a casa onde morava o médico Bezerra ficava repleta de doentes. Começou a atender aos componentes da família e depois aos amigos. Sua fama correu pelo bairro e os clientes apareciam; mas ninguém pagava, pois eram todos gente pobre e o dinheiro nunca foi mencionado.
Foi então que um amigo e médico militar, Dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do corpo de saúde do Exército, resolveu contratá-lo como médico militar. Dr. Feliciano era chefe da clínica cirúrgica do Hospital da Misericórdia, hospital este onde o Dr. Bezerra tinha sido praticante e interno em 1852, quando ainda cursava o segundo ano de faculdade. Ainda em 1856, o governo imperial fez a reforma do Corpo de Saúde do Exército e nomeou o Dr. Feliciano como cirurgião-mor. Ele, então, chamou Bezerra para ser seu assistente e foi assim que, com um emprego remunerado estável, começou o caminho do médico dos pobres.
Bezerra continuava atendendo gratuitamente aqueles que não podiam pagar. Sua fama continuava a se espalhar e o consultório do centro da cidade começou a ficar movimentado, também com clientes que pagavam. O dinheiro que recebia no consultório era gasto com os seus pobres em remédios, roupas ou simplesmente auxílio em dinheiro.
Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida."
O Casamento e a Iniciação Política
Com a vida mais organizada, resolveu casar tendo encontrado o amor na pessoa de D. Maria Cândida Lacerda; casaram-se em 6 de novembro de 1858. Nesta época, tinha posição social: além de médico, era jornalista, escrevendo para os principais jornais da cidade; no meio militar era muito respeitado. Não demorou muito até que lhe oferecessem um lugar na chapa de um partido para as eleições do Poder Legislativo.
D. Maria foi uma das maiores incentivadoras da candidatura de Bezerra de Menezes. Os habitantes de São Cristóvão, bairro onde morava e clinicava, também queriam tê-lo como representante na Câmara Municipal; foi assim que em 1860 foi eleito por um grupo de São Cristóvão. Mas houve uma tentativa de impugnar seu diploma sob o pretexto de que um militar não poderia ser eleito. Bezerra teve então de escolher entre a carreira militar e a política. Seguindo os conselhos de sua esposa, renunciou à patente militar e abraçou a vida política de vez.
Contudo, o destino reservava-lhe uma difícil provação para o ano de 1863. Depois de uma doença rápida e repentina, sua esposa desencarnava em menos de vinte dias no outono deste ano. Deixava o marido com dois filhos: um com três anos e outro com um ano de idade.
O golpe da viuvez moveu os sentimentos religiosos que a dor sempre traz à tona. Em busca de consolação, Dr. Bezerra passou a ler a Bíblia com freqüência. Verificava a expansão vertical que a dor oferece às almas dos que sofrem, ligando-os a Deus.
Com a vida mais organizada, resolveu casar tendo encontrado o amor na pessoa de D. Maria Cândida Lacerda; casaram-se em 6 de novembro de 1858. Nesta época, tinha posição social: além de médico, era jornalista, escrevendo para os principais jornais da cidade; no meio militar era muito respeitado. Não demorou muito até que lhe oferecessem um lugar na chapa de um partido para as eleições do Poder Legislativo.
D. Maria foi uma das maiores incentivadoras da candidatura de Bezerra de Menezes. Os habitantes de São Cristóvão, bairro onde morava e clinicava, também queriam tê-lo como representante na Câmara Municipal; foi assim que em 1860 foi eleito por um grupo de São Cristóvão. Mas houve uma tentativa de impugnar seu diploma sob o pretexto de que um militar não poderia ser eleito. Bezerra teve então de escolher entre a carreira militar e a política. Seguindo os conselhos de sua esposa, renunciou à patente militar e abraçou a vida política de vez.
Contudo, o destino reservava-lhe uma difícil provação para o ano de 1863. Depois de uma doença rápida e repentina, sua esposa desencarnava em menos de vinte dias no outono deste ano. Deixava o marido com dois filhos: um com três anos e outro com um ano de idade.
O golpe da viuvez moveu os sentimentos religiosos que a dor sempre traz à tona. Em busca de consolação, Dr. Bezerra passou a ler a Bíblia com freqüência. Verificava a expansão vertical que a dor oferece às almas dos que sofrem, ligando-os a Deus.
Re-Conhecendo Doutrina Espírita
No mundo, o Espiritismo estava a se expandir. Em 1869 desencarnava Allan Kardec em Paris , deixando consolidada para a humanidade a Codificação Espírita. As idéias de Kardec eram revolucionárias e atraíam a atenção de sérios investigadores e cientistas mundo afora. Desencarnado o Codificador, restava a Obra a arregimentar novos espíritas.
No Brasil, principalmente na Capital, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, as influências européias modificavam a vida local. A homeopatia popularizava-se aos poucos, principalmente nos meios espíritas. Teve como um dos seus primeiros experimentadores o baluarte da República José Bonifácio de Andrada e Silva ; “Desde 1818, o Brasil principiara a ouvir falar da homeopatia. O Patriarca da Independência correspondia-se com Hahnemann” , o criador da Homeopatia . Como médico, as discussões sobre a terapêutica homeopática também interessaram ao Dr. Bezerra de Menezes e notícias de curas creditadas a essa terapêutica chegaram a seus ouvidos.
O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar- me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi- me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
No mundo, o Espiritismo estava a se expandir. Em 1869 desencarnava Allan Kardec em Paris , deixando consolidada para a humanidade a Codificação Espírita. As idéias de Kardec eram revolucionárias e atraíam a atenção de sérios investigadores e cientistas mundo afora. Desencarnado o Codificador, restava a Obra a arregimentar novos espíritas.
No Brasil, principalmente na Capital, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, as influências européias modificavam a vida local. A homeopatia popularizava-se aos poucos, principalmente nos meios espíritas. Teve como um dos seus primeiros experimentadores o baluarte da República José Bonifácio de Andrada e Silva ; “Desde 1818, o Brasil principiara a ouvir falar da homeopatia. O Patriarca da Independência correspondia-se com Hahnemann” , o criador da Homeopatia . Como médico, as discussões sobre a terapêutica homeopática também interessaram ao Dr. Bezerra de Menezes e notícias de curas creditadas a essa terapêutica chegaram a seus ouvidos.
O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar- me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi- me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença".
Medicina e Espiritismo
A Doutrina Espírita difundia-se, em muito ajudada pelas práticas de médicos homeopatas e espíritas, que passaram a prestar a Caridade também através de sua mediunidade . Um desses médicos era João Gonçalves do Nascimento ; muitos colegas de Bezerra de Menezes falavam das curas operadas através deste médium e tanto falaram que um dia Bezerra resolveu pedir-lhe uma receita enviando um pedaço de papel que dizia: “Adolfo, tantos anos, residente na Tijuca”). Logo recebeu uma resposta com o diagnóstico correto de seu problema de estômago.
Ficou tão impressionado que resolveu pedir receitas também para pessoas que apresentavam problemas psíquicos — a loucura foi uma das áreas que Dr. Bezerra mais estudou. Acompanhou o desenvolvimento do tratamento em seus pacientes e depois de simplesmente assistir aos trabalhos desobsessivos, resolveu participar ativamente nesse tipo de tratamento. Na visão da Doutrina Espírita, os portadores de doenças psíquicas são pessoas que podem apresentar problemas mentais devido às causas biológicas detectáveis pela ciência humana e também devido à influência de espíritos de desencarnados , também doentes.
A Doutrina Espírita difundia-se, em muito ajudada pelas práticas de médicos homeopatas e espíritas, que passaram a prestar a Caridade também através de sua mediunidade . Um desses médicos era João Gonçalves do Nascimento ; muitos colegas de Bezerra de Menezes falavam das curas operadas através deste médium e tanto falaram que um dia Bezerra resolveu pedir-lhe uma receita enviando um pedaço de papel que dizia: “Adolfo, tantos anos, residente na Tijuca”). Logo recebeu uma resposta com o diagnóstico correto de seu problema de estômago.
Ficou tão impressionado que resolveu pedir receitas também para pessoas que apresentavam problemas psíquicos — a loucura foi uma das áreas que Dr. Bezerra mais estudou. Acompanhou o desenvolvimento do tratamento em seus pacientes e depois de simplesmente assistir aos trabalhos desobsessivos, resolveu participar ativamente nesse tipo de tratamento. Na visão da Doutrina Espírita, os portadores de doenças psíquicas são pessoas que podem apresentar problemas mentais devido às causas biológicas detectáveis pela ciência humana e também devido à influência de espíritos de desencarnados , também doentes.
Segundo Casamento e a Carreira Política
Em 1864, Bezerra foi reeleito vereador e casou-se com D. Cândida Augusta de Lacerda Machado , irmã materna da sua primeira esposa. Com ela, sua esposa até o leito de morte, teve sete filhos.
Deu continuidade à sua carreira política. Em 1867 foi aclamado e eleito deputado geral. Em 1878 foi reeleito deputado, tornou-se presidente da Câmara Municipal (correspondente ao atual cargo de Prefeito Municipal) e líder do seu partido, permanecendo no cargo até 1881. Manteve diversas lutas políticas, sendo conhecido como homem público que não comprometia seus princípios para colher favores ou posições.
A exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu- se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
Desviado interinamente da atividade política e dedicando- se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou- se na construção da via férrea de S. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá-la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão.
Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
Em 1864, Bezerra foi reeleito vereador e casou-se com D. Cândida Augusta de Lacerda Machado , irmã materna da sua primeira esposa. Com ela, sua esposa até o leito de morte, teve sete filhos.
Deu continuidade à sua carreira política. Em 1867 foi aclamado e eleito deputado geral. Em 1878 foi reeleito deputado, tornou-se presidente da Câmara Municipal (correspondente ao atual cargo de Prefeito Municipal) e líder do seu partido, permanecendo no cargo até 1881. Manteve diversas lutas políticas, sendo conhecido como homem público que não comprometia seus princípios para colher favores ou posições.
A exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu- se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.
Desviado interinamente da atividade política e dedicando- se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou- se na construção da via férrea de S. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá-la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão.
Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.
A Organização do Movimento Espírita
O amor e dedicação de Bezerra pela Doutrina Espírita deram bons frutos e ele veio a exercer papel fundamental no Movimento Espírita brasileiro. Nessa época o Espiritismo no Brasil buscava organizar-se: em 1876 surgia a primeira sociedade espírita no Rio de Janeiro; em 1883, Augusto Elias da Silva , interessado na difusão dos ensinos espíritas, fundava a revista O Reformador e punha-se a procurar colaboradores.
O espiritismo sofria perseguições e era combatido veementemente. A imprensa era fonte diária de críticas ferozes; os sermões enchiam os púlpitos de insultos e insinuações contra a Doutrina. Elias da Silva foi então buscar em Bezerra de Menezes conselhos sobre como revidar toda a animosidade contra o Movimento Espírita. A resposta dada pelo Dr. Bezerra foi o de não seguir o caminho do ataque, de não combater o ódio com o ódio, mas antes combater o ódio com o amor . A tônica deste conselho norteou toda a vida e o trabalho de Bezerra, dentro e fora do Movimento Espírita brasileiro.
O amor e dedicação de Bezerra pela Doutrina Espírita deram bons frutos e ele veio a exercer papel fundamental no Movimento Espírita brasileiro. Nessa época o Espiritismo no Brasil buscava organizar-se: em 1876 surgia a primeira sociedade espírita no Rio de Janeiro; em 1883, Augusto Elias da Silva , interessado na difusão dos ensinos espíritas, fundava a revista O Reformador e punha-se a procurar colaboradores.
O espiritismo sofria perseguições e era combatido veementemente. A imprensa era fonte diária de críticas ferozes; os sermões enchiam os púlpitos de insultos e insinuações contra a Doutrina. Elias da Silva foi então buscar em Bezerra de Menezes conselhos sobre como revidar toda a animosidade contra o Movimento Espírita. A resposta dada pelo Dr. Bezerra foi o de não seguir o caminho do ataque, de não combater o ódio com o ódio, mas antes combater o ódio com o amor . A tônica deste conselho norteou toda a vida e o trabalho de Bezerra, dentro e fora do Movimento Espírita brasileiro.
Pela Unificação do Movimento Espírita
Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível.
A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.
Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível.
A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico.
No dia 27 de dezembro de 1883, Augusto Elias da Silva faz uma reunião com os 12 companheiros que o ajudavam no REFORMADOR. Nesse encontro, eles decidem fundar uma nova instituição, que não fosse nem mística, nem científica, deveria ser ideologicamente neutra.
Assim, no dia 1° de janeiro de 1884 foi fundada a Federação Espírita Brasileira (FEB), que promoveria a doutrinação, a disciplina e o intercâmbio de experiências entre os diversos centros já existentes. Bezerra foi um dos primeiros a ser convidado para assumir a posição de presidente da organização, mas não aceitou por não se considerar capaz de tamanha responsabilidade. Seu primeiro presidente foi o Marechal Ewerton Quadros e o O REFORMADOR torna-se o órgão oficial da FEB.
Em 1887, o Médico dos Pobres passou a escrever uma série chamada “Espiritismo — Estudos Filosóficos”, que saía aos domingos no jornal “O País ”, com o pseudônimo de Max . Vale lembrar que na época esse era o jornal mais lido no Brasil. Continuaria a série de artigos até o Natal de 1894. Escreveria depois, com o mesmo pseudônimo, em outros dois jornais sempre em defesa dos postulados do Cristo Jesus, calcado na visão espírita .
Em 1888, logo no início da série de artigos, Dr. Bezerra perdeu dois filhos. Reagiu e continuou trabalhando. Durante cinco anos, escreveu sobre a Doutrina, elucidou muitas pessoas e arrebanhou outras tantas para as fileiras espíritas.
Em 1888, logo no início da série de artigos, Dr. Bezerra perdeu dois filhos. Reagiu e continuou trabalhando. Durante cinco anos, escreveu sobre a Doutrina, elucidou muitas pessoas e arrebanhou outras tantas para as fileiras espíritas.
Em 1889, o Marechal Ewerton Quadros foi transferido para Goiás, ficando impossibilitado de permancer à frente da FEB.
Para seu lugar, foi eleito o famoso médico e deputado Adolfo Bezerra de Menezes, que, há cerca de três anos, havia chocado a sociedade carioca com a sua conversão ao Espiritismo. A intenção dos febianos era colocar um elemento de grande prestígio e força moral na presidência, a fim de fortalecer o processo de unificação.
Em 1889, o Dr. Bezerra tornou-se presidente da Federação Espírita, onde tentou a todo custo promover a união de todos os espíritas, inspirado principalmente por mensagem ditada mediunicamente por Allan Kardec em janeiro do mesmo ano, através do médium Frederico Júnior , chamada “Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil ”.
Bezerra lutou muito para apaziguar as diferenças dentro do meio espírita e tinha como objetivo promover uma liderança que abrigasse todos os espíritas do Brasil. Quanto mais aumentavam as dissensões, mais aumentava também seu esforço e trabalho.
Na falta de pregadores espíritas cristãos, assumiu ele mesmo a função. Iniciou uma sessão semanal na Federação para o estudo de O Livro dos Espíritos no dia 23 de maio de 1889 e os resultados obtidos foram os melhores possíveis, com o grande número de pessoas que lá compareciam.
Além disto, realizava conferências e reuniões em uma casa espírita chamada União. Em outra casa chamada “Centro ”, que ele mesmo fundara para promover o estudo do Evangelho e de O Livro dos Espíritos, tentava conciliar as diferentes correntes de pensamento espírita. E ainda em um outro grupo, participava dos trabalhos de desobsessão .
A mensagem “Instruções”, de Kardec, fornecia as diretrizes para o trabalho do Dr. Bezerra . A certa altura Kardec pergunta: “Onde está a escola de médiuns?” e esse ponto ficou gravado na mente de Bezerra. Na realidade, ele não encontrou uma escola de médiuns em parte alguma. A solução encontrada foi fundar ele mesmo a tal escola.
Muitos se opuseram à idéia, mas ele terminou por instalar a “Escola de Médiuns ” no “Centro ”. Foi quando se viu só, pois nem mesmo os próprios membros da diretoria desta instituição freqüentavam a escola. Chamou a todos, mas ninguém comparecia.
Contudo, a Doutrina ganhava terreno em outras áreas. “A Federação inaugurava o seu período áureo, preparando-se para a projeção formidável que iria ter no futuro”. Instituiu-se o serviço filantrópico de “Assistência aos Necessitados”, que atraiu muita gente.
Bezerra continuava esquecido no “Centro ”, mas mesmo assim manteve firme seus propósitos. A situação chegou a um ponto em que a despesa e os gastos da instituição tornaram-se insustentáveis, e Bezerra já não podia usar de seus próprios recursos. Convocou por carta cada um dos membros da diretoria, para buscar a solução do problema. Ninguém atendeu ao chamado.
Bezerra lutou muito para apaziguar as diferenças dentro do meio espírita e tinha como objetivo promover uma liderança que abrigasse todos os espíritas do Brasil. Quanto mais aumentavam as dissensões, mais aumentava também seu esforço e trabalho.
Na falta de pregadores espíritas cristãos, assumiu ele mesmo a função. Iniciou uma sessão semanal na Federação para o estudo de O Livro dos Espíritos no dia 23 de maio de 1889 e os resultados obtidos foram os melhores possíveis, com o grande número de pessoas que lá compareciam.
Além disto, realizava conferências e reuniões em uma casa espírita chamada União. Em outra casa chamada “Centro ”, que ele mesmo fundara para promover o estudo do Evangelho e de O Livro dos Espíritos, tentava conciliar as diferentes correntes de pensamento espírita. E ainda em um outro grupo, participava dos trabalhos de desobsessão .
A mensagem “Instruções”, de Kardec, fornecia as diretrizes para o trabalho do Dr. Bezerra . A certa altura Kardec pergunta: “Onde está a escola de médiuns?” e esse ponto ficou gravado na mente de Bezerra. Na realidade, ele não encontrou uma escola de médiuns em parte alguma. A solução encontrada foi fundar ele mesmo a tal escola.
Muitos se opuseram à idéia, mas ele terminou por instalar a “Escola de Médiuns ” no “Centro ”. Foi quando se viu só, pois nem mesmo os próprios membros da diretoria desta instituição freqüentavam a escola. Chamou a todos, mas ninguém comparecia.
Contudo, a Doutrina ganhava terreno em outras áreas. “A Federação inaugurava o seu período áureo, preparando-se para a projeção formidável que iria ter no futuro”. Instituiu-se o serviço filantrópico de “Assistência aos Necessitados”, que atraiu muita gente.
Bezerra continuava esquecido no “Centro ”, mas mesmo assim manteve firme seus propósitos. A situação chegou a um ponto em que a despesa e os gastos da instituição tornaram-se insustentáveis, e Bezerra já não podia usar de seus próprios recursos. Convocou por carta cada um dos membros da diretoria, para buscar a solução do problema. Ninguém atendeu ao chamado.
Na semana seguinte, convocou-os novamente. Ninguém veio. Foi à casa de um por um para convocar uma última reunião que fosse. Nem mesmo assim eles queriam comparecer. Bezerra foi então sozinho procurar abrigo em outra casa espírita, onde foi bem recebido. Mas a boa acolhida não durou muito tempo, já que apareceriam novamente as dissensões entre as correntes de pensamento espírita. O Movimento Espírita carecia de união.
A Proibição do Espiritismo
O Brasil seguia em frente fazendo sua História. Em 1889, a República foi proclamada. Nosso país não mais seria governado por um imperador, mas por um presidente eleito pelo voto.
Em outubro de 1890, entrou em vigor o então Novo Código Civil . A recém proclamada República vivia com receio de conspiração daqueles contrários ao novo regime e por isso o Código Civil impunha limites às associações das pessoas, dentre as quais as reuniões espíritas. Reuniões de qualquer natureza eram denunciadas à polícia sob suspeita de conspiração.
O Reformador teve sua publicação suspensa; as casas espíritas chegaram a fechar.
O receio fez com que as diversas organizações espíritas se unissem e tomassem uma atitude, encabeçadas pela Federação . No final de 1890, enviaram todas unidas uma “Carta Aberta” ao Ministro da Justiça e um grupo de representantes ao Governo, que entrou com recursos à Constituinte.
Na Europa, o Espiritismo vivia um clima muito voltado à pesquisa dos fenômenos mediúnicos, tendência que chegou também ao Brasil. Todos os estudos ficaram voltados para o fenômeno , dando uma menor importância aos princípios morais enfocados pela doutrina codificada por Kardec. E o Evangelho ficou relegado a um segundo plano.
Dr. Bezerra , “que não podia compreender Espiritismo sem fé religiosa”, manteve-se no seu trabalho devocional, totalmente isolado das tendências da moda. Continuava escrevendo os artigos doutrinários no “País”, ia ao “Centro Ismael ”, e trabalhou até mesmo em um romance chamado “Lázaro, o Leproso”, publicado em 1892.
Em 1893, a situação ficou crítica. Dr. Bezerra estava só e desprovido de recursos materiais. Nunca havia se preocupado muito com suas finanças e assim chegou ao fim de suas reservas. Por sua vez, a situação política do país estava muito conturbada no final daquele ano pela Revolta da Armada, e as tropas estavam acampadas nas ruas. Já em setembro, houve o fechamento de todas as sociedades, espíritas ou não. No Natal do mesmo ano Bezerra encerrou a série de "Estudos Filosóficos" que vinha publicando no "O Paiz".
Reconstruindo o Movimento Espírita
Em 1894, apesar das divergências, as diferentes correntes restauraram a Federação, e em seguida, retomaram a publicação do Reformador. As novas diretrizes tencionavam alcançar o meio termo entre Fé e Ciência , Amor e Razão ; mas as lutas entre os irmãos espíritas continuavam.
Com as desavenças, Dias da Cruz, o então presidente da Federação, deixou o cargo. Em 1895, o presidente seguinte, Júlio Leal , também o deixou. Restaram o cargo vago e a dúvida sobre quem convocar para ocupar a presidência.
O único nome que surgiu como consenso foi o de Bezerra de Menezes, e, em julho de 1895, um grupo de membros da diretoria da Federação bateu à sua porta. Bezerra estava cansado, doente, abatido pela dissensão entre os irmãos espíritas; apesar de todos os argumentos apresentados, não aceitou o convite. “Com a perspectiva de poder conciliar a grande família espírita em torno do ideal cristão, o venerando ancião prometeu pensar”.
No dia seguinte, foi como sempre à sessão das sextas-feiras do Grupo Ismael , onde dirigia os trabalhos. Abriu os trabalhos, mas parecia aflito, com a cabeça entre as mãos. Depois da prece de abertura, feita por Bittencourt Sampaio, permaneceu na mesma posição. Quando por fim se levantou, estava transtornado e ficou assim durante a primeira etapa dos trabalhos, que consistia do recebimento de mensagens psicografadas. No momento da explanação dos temas evangélicos, Bezerra falou visivelmente emocionado das desavenças no Movimento Espírita e sobre o convite que havia recebido. Confessou-se fraco para assumir a posição àquela altura dos acontecimentos.
Terminou a explanação pedindo auxílio à Espiritualidade e prometeu seguir o que lhe fosse indicado. Pouco depois, o espírito Agostinho manifestou-se pelo médium Frederico Júnior , o mesmo médium que anos antes havia sido instrumento de Allan Kardec (Espírito) para ditar as “Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil ”. Agostinho instruiu que Bezerra tomasse o cargo da presidência e se pusesse como elemento conciliador capaz de unir e erguer a família espírita, prometendo auxiliá-lo em mais esta tarefa. Naquela mesma noite Bezerra de Menezes anunciou aceitar o cargo, permanecendo presidente até 1900, quando voltou a pátria espiritual.
Em 1894, apesar das divergências, as diferentes correntes restauraram a Federação, e em seguida, retomaram a publicação do Reformador. As novas diretrizes tencionavam alcançar o meio termo entre Fé e Ciência , Amor e Razão ; mas as lutas entre os irmãos espíritas continuavam.
Com as desavenças, Dias da Cruz, o então presidente da Federação, deixou o cargo. Em 1895, o presidente seguinte, Júlio Leal , também o deixou. Restaram o cargo vago e a dúvida sobre quem convocar para ocupar a presidência.
O único nome que surgiu como consenso foi o de Bezerra de Menezes, e, em julho de 1895, um grupo de membros da diretoria da Federação bateu à sua porta. Bezerra estava cansado, doente, abatido pela dissensão entre os irmãos espíritas; apesar de todos os argumentos apresentados, não aceitou o convite. “Com a perspectiva de poder conciliar a grande família espírita em torno do ideal cristão, o venerando ancião prometeu pensar”.
No dia seguinte, foi como sempre à sessão das sextas-feiras do Grupo Ismael , onde dirigia os trabalhos. Abriu os trabalhos, mas parecia aflito, com a cabeça entre as mãos. Depois da prece de abertura, feita por Bittencourt Sampaio, permaneceu na mesma posição. Quando por fim se levantou, estava transtornado e ficou assim durante a primeira etapa dos trabalhos, que consistia do recebimento de mensagens psicografadas. No momento da explanação dos temas evangélicos, Bezerra falou visivelmente emocionado das desavenças no Movimento Espírita e sobre o convite que havia recebido. Confessou-se fraco para assumir a posição àquela altura dos acontecimentos.
Terminou a explanação pedindo auxílio à Espiritualidade e prometeu seguir o que lhe fosse indicado. Pouco depois, o espírito Agostinho manifestou-se pelo médium Frederico Júnior , o mesmo médium que anos antes havia sido instrumento de Allan Kardec (Espírito) para ditar as “Instruções de Allan Kardec aos Espíritas do Brasil ”. Agostinho instruiu que Bezerra tomasse o cargo da presidência e se pusesse como elemento conciliador capaz de unir e erguer a família espírita, prometendo auxiliá-lo em mais esta tarefa. Naquela mesma noite Bezerra de Menezes anunciou aceitar o cargo, permanecendo presidente até 1900, quando voltou a pátria espiritual.
Desencarne
Em janeiro de 1900, Dr. Bezerra sofreu violento derrame cerebral, que o prostrou em uma cama. Durante três meses Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti agonizou sem poder falar ou se movimentar. Só os olhos ainda se moviam. A notícia correu a cidade e causou verdadeira peregrinação à casa do médico, no subúrbio modesto. Assim como acontecia no seu consultório, pobres e ricos misturaram-se em sua casa para visitar o doente.
A cena era singular: cada pessoa entrava uma a uma no quarto onde estava Bezerra , sentava-se em uma cadeira, não falava nada,— já que ele não poderia responder — ficava alguns minutos e saía comovida pelo olhar que Bezerra lhe dirigia. A procissão seguiu-se dia e noite.
No dia 11 de abril de 1900, na casa da Rua 24 de maio, Bezerra passou suavemente para a Vida Maior. A cidade agitou-se com o seu desencarne, esteve presente no sepultamento do Médico dos Pobres e prestou-lhe homenagens.
Na Espiritualidade, Bezerra foi recebido pelas hostes do bem com louros de amor . Os anos de trabalho como verdadeiro servo do Cristo encarnado na terra transformaram-se em luzes para seu espírito, conferiram-lhe verdadeiro galardão espiritual. “Bezerra desprendeu-se do orbe, tendo consolidado a sua missão”.
Em janeiro de 1900, Dr. Bezerra sofreu violento derrame cerebral, que o prostrou em uma cama. Durante três meses Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti agonizou sem poder falar ou se movimentar. Só os olhos ainda se moviam. A notícia correu a cidade e causou verdadeira peregrinação à casa do médico, no subúrbio modesto. Assim como acontecia no seu consultório, pobres e ricos misturaram-se em sua casa para visitar o doente.
A cena era singular: cada pessoa entrava uma a uma no quarto onde estava Bezerra , sentava-se em uma cadeira, não falava nada,— já que ele não poderia responder — ficava alguns minutos e saía comovida pelo olhar que Bezerra lhe dirigia. A procissão seguiu-se dia e noite.
No dia 11 de abril de 1900, na casa da Rua 24 de maio, Bezerra passou suavemente para a Vida Maior. A cidade agitou-se com o seu desencarne, esteve presente no sepultamento do Médico dos Pobres e prestou-lhe homenagens.
Na Espiritualidade, Bezerra foi recebido pelas hostes do bem com louros de amor . Os anos de trabalho como verdadeiro servo do Cristo encarnado na terra transformaram-se em luzes para seu espírito, conferiram-lhe verdadeiro galardão espiritual. “Bezerra desprendeu-se do orbe, tendo consolidado a sua missão”.
Um “Causo” do Dr. Bezerra
Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.
Desesperado - uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida - e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus.
Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática.
Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar.
O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.
No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.
Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou- se a seguinte conversação:
Bezerra - Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.
Bittencourt Sampaio - O trabalhador da vinha é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.
Bezerra - De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando- me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.
Bittencourt - E por que não te tornas médico homeopata?
Bezerra - Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.
Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte:
S.Agostinho - Tanto melhor. Ajudar-te-emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.
Bezerra - Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo?
S.Agostinho - Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo- te, quando precisares, novos discípulos de Matemática...
Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá-lo.
Desesperado - uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida - e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus.
Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática.
Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar.
O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.
No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.
Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou- se a seguinte conversação:
Bezerra - Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.
Bittencourt Sampaio - O trabalhador da vinha é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.
Bezerra - De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando- me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.
Bittencourt - E por que não te tornas médico homeopata?
Bezerra - Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.
Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte:
S.Agostinho - Tanto melhor. Ajudar-te-emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.
Bezerra - Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo?
S.Agostinho - Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo- te, quando precisares, novos discípulos de Matemática...
Referências Bibliográficas:
Xavier, Chico; “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”
Acquarone, Francisco; “Bezerra de Menezes o Médico dos Pobres”, Aliança. Abreu, Canuto; “Bezerra de Menezes”, FEESP.
Soares, Sylvio; “Vida e Obra de Bezerra de Menezes”, FEB.
GAMA, R. “lindos Casos de Bezerra de Menezes”. São Paulo, Lake.
Movimento Espírita Kardecista:
http://www.movimentoespirita.hpg.ig.com.br/
Portal do Espírito
http://www.espirito.org.br/portal/biografias/adolfo-bezerra.html
Xavier, Chico; “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”
Acquarone, Francisco; “Bezerra de Menezes o Médico dos Pobres”, Aliança. Abreu, Canuto; “Bezerra de Menezes”, FEESP.
Soares, Sylvio; “Vida e Obra de Bezerra de Menezes”, FEB.
GAMA, R. “lindos Casos de Bezerra de Menezes”. São Paulo, Lake.
Movimento Espírita Kardecista:
http://www.movimentoespirita.hpg.ig.com.br/
Portal do Espírito
http://www.espirito.org.br/portal/biografias/adolfo-bezerra.html
Fonte:http://www.amebrasil.org.br/html/perfil_bezerra.htm
Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti
Membro Titular da Academia Nacional de Medicina(ANM)
Eleito: 18/05/1857 - Posse: 01/06/1857 - Sob a Presidência de José Pereira Rego (Barão do Lavradio)
Falecido: 11/04/1900
Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti (Bezerra de Menezes) nasceu em Riacho do Sangue, no Ceará, em 29 de agosto de 1831, descendente das primeiras famílias que vieram do Sul para povoar o Ceará. Começou seus estudos na escola pública em 1838 e, em 1842, foi para o Rio Grande do Norte: sua família teve de se transferir por motivos políticos, uma vez que eram liberais e estavam sendo perseguidos. Retornou ao Ceará em 1846, completando seus estudos em Fortaleza.
Bezerra de Menezes foi para o Rio de Janeiro em 1851 e, a partir de novembro de 1852, entrou como interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, auxiliando o dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, famoso cirurgião da época.
Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1852 defendendo a tese intitulada “Diagnóstico do Cancro”. Depois de sua formatura, resolveu modificar seu nome, abandonando o sobrenome Cavalcanti.
Eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1857 apresentando a memória intitulada "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento".
Em 1858, candidatou-se a uma vaga na Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina e, no mesmo ano, o então nomeado cirurgião-mor do Exército, seu professor Manoel Feliciano, nomeou Bezerra de Menezes seu assistente, com o posto de cirurgião-tenente.
Posteriormente, iniciou um período de atividades políticas que fariam com que seu nome se tornasse ainda mais conhecido no país. Na época, ele residia e clinicava em São Cristóvão, e foi convidado por amigos para ingressar na vida política, começando como vereador, em 1860. Em 1867, chegou a deputado; em 1878, foi líder do Partido Liberal, e de 1878 a 1880, presidente da Câmara Municipal.
Encerrou suas atividades políticas em 1885, ainda que seu nome tenha sido cogitado para senador pelo Rio de Janeiro, pouco antes da proclamação da república.
Ao mesmo tempo em que entrava em contato com o Espiritismo, Bezerra de Menezes continuava seu trabalho como médico, destacando-se por sua postura humanista, atendendo pessoas sem condições de pagar o tratamento e até mesmo indigentes.
A adesão pública ao Espiritismo surgiu em 1886, com sua filiação à Federação Espírita Brasileira, e com um famoso discurso proferido no dia 16 de agosto daquele ano, no salão da Guarda Velha. Alguns pesquisadores afirmam ainda que, com o pseudônimo de Max, ele começou a escrever para o jornal O Paiz em 1886; outros dizem que foi no ano seguinte. O mais importante, no entanto, é que os textos de Bezerra de Menezes chegam a ser considerados entre os mais importantes estudos filosóficos e doutrinários do Espiritismo no país, além de defenderem a doutrina de uma série de ataques que começava a sofrer.
Após passar por uma séria provação em 1888, quando perdeu dois filhos, Bezerra de Menezes aceitou a presidência da Federação Espírita do Brasil no ano seguinte, num momento em que a Federação passava por maus momentos. Grupos diferentes discutiam os rumos do Espiritismo, divididos entre os chamados "místicos" e os "científicos". O que ele fez foi um trabalho de conciliação e harmonização dos ideais espíritas, realizando uma reformulação no Espiritismo brasileiro. No mesmo ano, atuava como presidente da Casa de Ismael, iniciando o estudo de O Livro dos Espíritos, realizando sessões semanais também na Federação.
Com sua postura nada ambiciosa e desapegada das coisas materiais, Bezerra de Menezes conquistou a admiração de muitas pessoas, mas também teve problemas, sendo reduzido à pobreza em 1892. Mas não abandonou a luta em favor do Espiritismo, escrevendo sua seção dominical de O Paiz, artigos para o Reformador, e romances. Segundo alguns historiadores, Bezerra manteve-se como uma das poucas, senão a única voz a defender o Espiritismo no país, nessa época conturbada.
Faleceu em 11 de abril de 1900.
Fonte:http://www.anm.org.br/conteudo_view.asp?
O 13º Apóstolo é uma biografia inteiramente diferente, pois narra, pela primeira vez, as vidas anteriores de Bezerra de Menezes, encarnações em que assumiu tarefas sempre ligadas à divulgação da mensagem do Cristo entre os homens. Zaqueu, Matias, Quinto Varro, Quinto Celso e Parmênio são diversos dos nomes da mesma individualidade que mais tarde iria se chamar Bezerra de Menezes. As fontes utilizadas pelo autor são as narrativas de médiuns de credibilidade inconteste, como é o caso de Yvonne Pereira, Chico Xavier e Newton Boechat.
13º Apóstolo: as Reencarnações de Bezerra de Menezes, O - Jorge Damas Martins
Adolfo Bezerra de Menezes foi um dos mais importantes líderes que o movimento espírita já conheceu. Dotado de uma cultura invulgar e de uma oratória arrebatadora, curiosamente o traço mais marcante de sua personalidade foi a dedicação apostólica na tarefa de minorar o sofrimento humano, sendo por esse motivo cognominado o ?médico dos pobres?. A bibliografia espírita a respeito de Bezerra de Menezes nos trouxe, até agora, além da própria biografia terrena do insigne ?Kardec brasileiro?, o conhecimento de fatos ocorridos no mundo espiritual pouco anteriores ao seu nascimento ? como é o caso da bela narrativa de Humberto de Campos, em Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho, em que Ismael convoca o antigo discípulo do Cristo para a missão em terras brasileiras ? e posteriores à sua desencarnação ? como o convite que nos narra Ramiro Gama, em Lindos casos de Bezerra de Menezes, tendo Chico Xavier como fonte de informação, feito por Maria, a mãe de Jesus, a que ele ascendesse a novos e mais altos planos, convite que, como sabemos, foi recusado a fim de que Bezerra pudesse continuar a auxilar a humanidade ainda tão persistente no erro.O 13º Apóstolo é uma biografia inteiramente diferente, pois narra, pela primeira vez, as vidas anteriores de Bezerra de Menezes, encarnações em que assumiu tarefas sempre ligadas à divulgação da mensagem do Cristo entre os homens. Zaqueu, Matias, Quinto Varro, Quinto Celso e Parmênio são diversos dos nomes da mesma individualidade que mais tarde iria se chamar Bezerra de Menezes. As fontes utilizadas pelo autor são as narrativas de médiuns de credibilidade inconteste, como é o caso de Yvonne Pereira, Chico Xavier e Newton Boechat.
Fonte:https://www.mensagemespirita.com.br/livro/294365/130-apostolo-as-reencarnacoes-de-bezerra-de-menezes-o-jorge-damas-martins
A reencarnação mais antiga e conhecida do Espírito Dr. Bezerra de Menezes, foi como Zaqueu. Sim, Bezerra de Menezes foi Zaqueu, o coletor de impostos que subiu na árvore para poder ver Jesus.
O que aconteceu depois do que foi narrado no Evangelho é objeto de outro relato, que partiu do mundo espiritual, no qual se vê o apóstolo vivendo com simplicidade, sustentado pelo próprio trabalho, ora professor ora realizando serviços gerais, longe do ambiente luxuoso onde vivia quando encontrou Jesus. A partir daí estava atuando como verdadeiro missionário de Jesus, seguindo adiante na sua trajetória evolutiva e reencarnando outras vezes até chegar à época em que reencarnaria como Bezerra de Menezes.
Apesar de odiando por muitos, Zaqueu era um cidadão importante no meio onde vivia, devido ao cargo que ocupava, de chefe dos publicanos. Sua presença, naquela encarnação, em um meio social e profissional ligado às riquezas era relevante para o que aconteceria depois, uma vez que a conversão súbita de um homem tão destacado teria repercussão de grande monta entre os próprios afortunados e bem assim junto aos pobres.
Seria tal fato interpretado como uma verdadeira demonstração da qualidade superior da Mensagem do Cristo, uma vez que um homem muito culto e rico, como era Zaqueu, não se deixaria iludir por uma fantasia de um Sonhador e abandonaria tudo que possuía para segui-lo.
O planejamento de Jesus era de profundo conhecedor da psicologia humana. O tempo que Zaqueu viveu aparentemente perdido entre moedas e a contabilidade das coisas ligadas a matéria seria rapidamente compensado pelo muito que ele realizaria posteriormente.
Jesus tinha Seus discípulos colocados em pontos estratégicos e nenhum dos verdadeiros pupilos do Divino Pastor deixou de reconhecer-Lhe a Voz e segui-Lo.
Zaqueu passou grande parte da sua encarnação junto a pessoas de má índole, onde os interesses materiais eram tidos como os únicos a merecerem atenção, mas isso para ele exemplificar a renúncia, tocando o coração de grande número de pessoas apegadas aos bens e interesses materiais.
Nada mais convincente que a exemplificação, pois, “se as palavras convencem, os exemplos arrastam”: Zaqueu iria exemplificar a renúncia aos bens e interesses materiais, sendo essa uma das facetas de sua tarefa naquela encarnação.
Pessoa muito conhecida no meio onde vivia, sua mudança de estilo de vida abalou muitos avarentos e egoístas, na certa que, no mínimo, preparando-os para lhe seguirem, algum dia, as pegadas.
Zaqueu não se restringiu a cumprir a promessa que fez a Jesus, mas renunciou a tudo que pôde dispensar, tornando-se um apóstolo tal como Pedro e Paulo de Tarso, vivendo a Mensagem de Jesus com todas a sinceridade da sua alma generosa e fraternal. Assim, passou a se chamar Mathias, informação histórica deixada por Clemente de Alexandria, em seu livro Stromata, onde afirma ter sido Zaqueu chamado de Mathias,pelos apóstolos, e ficado no lugar de Judas Iscariotes após a ascensão de Jesus.
Matias cria a Casa De Benefícios para abrigar os desvalidos, doentes, perturbados e abandonados do mundo. Durante as suas sucessivas reencarnações, fundou sete casas de benefícios. Com exceção da última, todas foram destruídas pelos inimigos da luz.
Quinto Varro e Quinto Celso
No livro Ave Cristo, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier. Conhecemos mais duas encarnações de Dr. Bezerra, como Quinto Varro e posteriormente como Quinto Celso. Para converter seu filho Taciano, reencarna-se duas vezes: uma como Quinto Varro (irmão Corvino) e a seguir como Quinto Celso.
Parmênio
Posteriormente no século V, volta reencarna como Irmão Parmênio, onde, como as suas outras vidas, mais uma vez é martirizado. Irmão Parmênio, que, em idade avançada é abandonado pela família anticristã, construíra o recanto a que chamava Casa dos Benefícios, para melhor cumprir os seus deveres de homem, cujo coração se represara dos ensinos do Divino Mestre, abrigando sofredores de qualquer procedência.
Nesta mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier, na noite de 6 de novembro de 1986, em sua residência, em Uberaba — MG. O Espírito Bezerra de Menezes explica como se deu a destruição da Casa dos Benefícios, no século VI, em sua encarnação como o Irmão Parmênio.
A finalidade da Casa Dos Benefícios, é abrigar os desvalidos, doentes, perturbados e abandonados do mundo.
Se sabe que em suas vidas anteriores à sua reencarnação como Bezerra de Menezes, fundou sete casas de benefícios. Com exceção da última, todas foram destruídas pelos inimigos da luz. A última Casa dos Benefícios criada em 1891 na cidade do Rio de Janeiro –Brasil com denominação de Grupo Espírita Regeneração, permanece em atividade até hoje.
Nos últimos dias do Século V, da nossa Era, considerada a Era Cristã, duas meninas gêmeas eram vistas numa residência nobre do Palatium em Roma, suscitando admiração pela beleza com que se distinguiam.
Entretanto, nos traços psicológicos eram, em si, a antítese uma da outra.
Ceres trazia, no coração pessimista, no processo de inadaptação ao mundo que a incompabilizava com a vida. Rancorosa e apaixonada pelas próprias fantasias, fazia-se difícil pelo temperamento complexo. Cecília, porém guardava o íntimo possuído por belos ideais. Amava a natureza, praticava a benemerência com espontaneidade de sentimento e conquistava a simpatia de quantos lhe desfrutassem o convívio.
Acariciadas pelos pais amorosos, estudavam com preceptores gregos, alguns deles escravos, que muito cedo conseguiram avaliar a diferença das duas.
Apesar desse desajuste no caráter, eram ambas inteligentes e assimilavam, sem dificuldade, os ensinamentos que os professores lhes ministravam.
Em meio de toda uma legião de amizades, as duas se desenvolveram adquirindo larga compreensão da vida social, esmerando-se em conservar o nome que os pais lhes haviam transmitido.
Não tardou muito e Cecília, como era natural, nas qualidades apreciáveis de que se fazia portadora, angariou as atenções de nobre romano, Coriolano Rufus, rapaz cioso da própria posição e homem da sua época, cedo habituado aos preconceitos do tempo. Proprietário de grande império rural na Camparia, Coriolano se caracterizava pela prodigalidade, embora a honradez que lhe pautava os atos.
Em longos diálogos com a escolhida, empenhava-se em mostrar-lhe as virtudes romanas, como sendo o modelo de conduta para todas as mulheres, não apenas de Roma e sim de todas as regiões que se lhe faziam satélites. Conversava longamente sobre a inconveniência dos Constantinos, que teimavam em manter a capital do Império em Bizâncio, mais tarde Constantinopla. Quando Roma devia ser resguardada por cidade padrão, com realizações que interessavam o mundo inteiro.
Na época, com a promulgação do Edito de Milano, que tornava o Cristianismo um movimento religioso tão digno quanto os demais, a divisão das crenças no campo familiar era assunto compreensível e não constituía razão para qualquer atitude separatista. Com isso, Coriolano não estranhava as predileções da futura noiva, que se inclinava para os ensinos do Crucificado. Adorador incondicional de Júpiter, o rapaz, de quando em vez, revelava o escasso respeito pelo povo das catacumbas, nome pelo qual se designava, no tempo, qualquer agrupamento cristão, improvisando chalaças e motejos que não feriam Cecília, espírito habituado à veneração pelos antepassados, mas dada pela espontaneamente aos princípios cristãos que lhe pareciam mais consentâneos com uma sociedade que não se distanciasse da caridade e da compaixão
Os pais não interferiam na escolha da filha e o rapaz aceitava-lhe as inclinações sem maiores dificuldades.
Depois de algum tempo, com quanto o ciúme de Ceres, que seguia os acontecimentos com aparente sinceridade, o casamento de Cecília e Coriolano se realizou com os vinhos e alegrias do noivo e com as distribuições de alimentos e agasalhos, em homenagem a Deus, para com os desvalidos, que, convidados para a festa, compareceram em grande número.
Instalado em sua própria residência, o casal se rejubilava com as benções de que se reconheciam depositários, recebendo amigos e comparecendo a reuniões sociais do grande mundo a que pertenciam.
Após doze meses de felicidade, os cônjuges foram agraciados pela Divina Providência com o nascimento de um filho, ao qual deram o nome de Pompílio, como preito de gratidão de Coriolano a um dos avós, que se acostumara a amar em sua infância. A existência se desdobrava com a segurança pecuniária por base à rotina das ocorrências de cada dia.
Coriolano e Cecília, porém, ignoravam que Apio Claudius, um rico rapaz do tempo, fixava Cecília com a lascívia a se lhe desprender dos próprios olhos.
Disputava com pares de sua época juvenil, em determinados jogos, em que milhares de sestércios entravam, como sendo o material cobiçado especialmente pelos mais jovens que se entregavam às garantias do futuro.
Em tempo estreito, o adversário culto de Coriolano se enriquecia e não fazia mistério disso. Claudius não conseguia aproximar-se da jovem senhora, senão nas solenidades públicas ou domésticas, e isso o enfurecia. Ao contrário, aliciara a afeição de Ceres, de quem não admirava os dotes pessoais, mas, que, mais tarde, poderia serví-lo.
Muitos amigos chegavam à conclusão de que o cavalheiro e a irmã de Cecília se reuniriam em casamento, tão logo se lhes aprofundassem as afinidades.
Isso, porém, não aconteceu, e o nascimento do primeiro filhinho provocava nos outros a certeza de que a união de Cecília e Coriolano se tornava cada vez mais segura.
Temperamento exclusivista e apaixonado, Coriolano se consagrava ao filho com fervoroso carinho e, para a esposa, se tornava difícil fazê-lo entender que todos somos filhos de Deus, em luta com o próprio aperfeiçoamento na terra.
Acontece, no entanto, que o menino Pompílio foi acometido pela escarlatina complicada, e as melhores sumidades médicas da vida romana passaram pelo caso, com absoluta ignorância, sem qualquer medida que pudesse alcançar a extinção do mal que atingia a criança com a marca de inumeráveis padecimentos.
Cecília, mãe aflita, soube, por amiga fiel – Domitila Pompônia -, que na povoação de Possidônia, outrora chamada Pestum, havia um homem piedoso, que não só abraçara o Cristianismo, mas também se dedicara à sustentação de uma casa rústica em que hospedava os doentes e os infelizes. Tratava-se do Irmão Parmênio, que, em idade avançada e abandonado pela família anticristã, construíra o recanto a que chamava Casa dos Benefícios, para melhor cumprir os seus deveres de homem, cujo coração se represara dos ensinos do Divino Mestre, abrigando sofredores de qualquer procedência.
A Casa dos Benefícios se localizava, no ano 513, no sexto século do Cristianismo, em pequena colina, cujos alicerces se espraiavam em formosas capinas, freqüentemente pródigas de flores, que embalsamavam o ambiente com perfumes considerados medicamentos.
Ali vivia toda uma comunidade formada por viúvas de guerreiros aniquilados em conflitos políticos ou em hostilidades de raças; de enfermos que vinham buscar socorro, desde as edificações do posto de Óstia e das diversas cidades e aldeias da periferia romana, à caça de apoio e consolação. O irmão Parmênio presidia a esse núcleo de gente sofrida e dilacerada por amargas provações humanas.
A Casa dos Benefícios era a escola e o lar, o templo e o recanto de cura para centenas de pessoas dos mais diversos níveis sociais, que lá se irmanavam pelos desenganos e pelas próprias lágrimas.
Valendo-se de uma viagem claramente inadiável, Coriolano se ausentara por tempo breve, a caminho de Pádua, ocasião em que Cecília, induzida pela amiga que lhe prestava assistência em todos os passos difíceis da existência, resolveu tomar o filho nos braços e, em companhia dela, a amiga de sempre, procurar o irmão Parmênio, em Possidônia, para que o doentinho lá recebesse a bênção e as instruções possíveis à cura da enfermidade que o feria, tomando para isso um carro quais os do tempo, movimentado à força de cavalos dóceis, que lhe facilitavam a excursão.
Em casa, porém, Ceres não descansou no ciúme que lhe marcava os sentimentos. Convidou Claudius para uma refeição íntima, alegando haver recebido preciosos vinhos da Sicília, e solicitou de Túlia, uma servidora de sua confiança pessoal, a seguisse de perto no ágape, pelo tempo em que se prolongassem os serviços.
Cláudius compareceu, muito bem apessoado e, enquanto se fartava das finas viandas e dos vinhos licorosos que a jovem anfitriã havia reservado, notou que Ceres lhe endereçava olhares inflamados de sensualidade, a que ele, algo, conturbado pelas bebidas entontecedoras, não conseguia resistir. E, ante a própria serva que os observava, beijou a jovem com loucura.
Decorridos dois dias em que Cecília e a amiga com a criança se instalaram na Casa dos Benefícios, Coriolano regressou quase de inesperado, e a serva, que igualmente se embriagara na noite da visita do rapaz convidado de Ceres, se prontificou a comunicar ao dono da casa as cenas de que fora testemunha, numa intriga totalmente tramada.
Coriolano, indignado com a ausência da esposa e do filho que se puseram em peregrinação, buscando o apoio de um homem, que ele, patrício de muitas gerações, considerara charlatão e impostor, indagou da escrava:
- Mas, Cecília se encontrava nesta mistura de desequilíbrio e obscenidade ?
Ei-la que respondeu com maldade intencional, dizendo simplesmente:
- Senhor, Ceres e Cecília são gêmeas. Eu não posso diferenciar uma da outra.
Diante de semelhante calúnia, Coriolano organizou toda uma legião de homens fortes, em maioria assinalados por instintos bestiais, e colocou o pelotão em caminho, conduzido por cavalos ágeis, que facilmente cobriram a distância, atingindo a Casa dos Benefícios, nas sombras da noite.
Coriolano, informado por uma guarda de que era proibido incomodar os doentes na hora tardia em que se apresentava, deixou que todas as suas reservas de desespero e inclemência lhe assomassem o pensamento, exigindo que o fogo fosse atirado à instituição por todos os lados. Conquanto os gemidos de muitos abrigados, o incêndio destruiu tudo o que as chamas alcançassem e todos os que tentassem opor-lhes resistência.
Em poucas horas o Irmão Parmênio e a sua obra humanitária não passavam de um montão de cinzas fumegantes.
O delito não encontrou censores nem corretivos, porque o tempo permitia aos poderosos do momento qualquer espécie de ímpetos loucos, sem que a justiça lhes viesse tomar contas, punindo-lhes os desacatos.
Foi assim que no Século VI, da nossa Era, a Casa dos Benefícios se viu destruída e Cecília, com outras entidades amigas, prometeu a Jesus que a obra do Irmão Parmênio seria reconstituída, para o que daria a sua própria vida, antes que o milênio terminasse.
Prometemos que vos diríamos no instante oportuno, algo sobre o assunto e aí tendes – com o auxílio de muitos dos implicados no delito que varou os séculos e que hoje são companheiros do Cristo, devotados ao Bem, transformados pelo sofrimento – a tarefa edificante em que vos unistes, rendendo louvores ao Pai Misericordioso pelo trabalho bendito a que fomos todos chamados, no Grupo Espírita Regeneração.
Louvado seja Deus!
Bezerra de Menezes.
No dia 5 de agosto de 1965, o Dr. Alcides Neves Ribeiro de Castro, que havia institucionalizado o Regeneração em 1952, que foi seu Presidente de 1948 a 1964 (quando desencarnou), e cuja história à frente do Regeneração já foi contada na “Origem Próxima” do nosso Grupo, enviou uma mensagem (soneto) aos companheiros que constituíam o Grupo Ismael, da Federação Espírita Brasileira. Na oportunidade, pediu desculpas porque não era poeta e havia reunido um grande esforço para mensagear-se poeticamente:
Já muitos, muitos séculos rolaram
Sobre essa noite alvar de malefícios
Que mentes mórbidas mentalizaram
Vendo o fim da Mansão dos Benefícios ...
A rudes golpes logo amortalharam
O templo azul que reprimia os vícios
E onde os humildes o Senhor buscaram
Para adoçar o fel dos sacrifícios ...
Mas novos, novos séculos passaram
Até que a Grande Lei fez renascer
Todos os que seu culto molestaram ...
Ressurge a Casa à custa dos autores
Que a destroçaram, para reascender
A luz que antes velaram sem temores!...
Estudiosos companheiros sobre a história do Regeneração registram que Alcides de Castro antecipou-se, com essa mensagem, à promessa que Bezerra de Menezes fizera em 1952, pela mediunidade de Chico Xavier, de nos contar a origem remota do Regeneração, vez tratar-se ele da antiga “Casa dos Benefícios”, existente em uma colina nas cercanias de Roma no século V. Por isso havia pedido a ele (Alcides), naquela oportunidade que agregasse ao nome “Grupo Espírita Regeneração” a expressão “Casa dos Benefícios”. Há-de se registrar entretanto que Alcides, desencarnado, só quis trazer a mensagem de que a “Casa dos Benefícios” havia sido destruída e que havia sido reconstruída por Bezerra em 1891. Testemunho flagrante dessa conclusão é o de que Chico Xavier, na noite de 6 de novembro de 1986, em sua residência, em Uberaba – MG, recebeu, psicograficamente, a “História da Destruição da Casa dos Benefícios”, contada pelo Dr. Bezerra de Menezes, cujo original integra os arquivos históricos do Regeneração, e a qual transcrevemos neste espaço para conhecimento do público em geral.
Adolfo Bezerra de Menezes
Finalmente, reencarna no Brasil como Adolfo Bezerra de Menezes, com o objetivo de concretizar a fixação do Espiritismo em terras brasileira e à união dos espíritas.
Não foi por acaso que chegou ao status de Bezerra de Menezes, em quem se realizaram as virtudes da humildade, desapego e simplicidade: tudo isso já vinha sendo trabalhado no seu íntimo há milênios, pois as virtudes somente se consolidam com o exercício, a repetição, a impregnação, a troca dos valores do “homem velho” pelos do “homem novo”, ou sejam, as coisas e interesses do mundo material vão sendo substituídas pelas coisas e interesses do mundo espiritual, o que demanda esforço de milênios.
O Dr. Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação é apresentado ao universo espírita como São Lucas, um dos apóstolos de Jesus, teve diversas e importantes passagensna sua existência, dentre elas, exercendo a profissão de médico, sendo caridoso com todos que buscavam o seu atendimento. Inclusive ao receber o aporte da espiritualidade junto dos casos relatados em (Lucas 4:31-37) a cura do demoníaco, na cura da sogra de Pedro (4:39-39), o escravo do centurião é curado (7:1-11), o filho da viúva de Nain é curado, o Geranese demoníaco é curado (8:26-39) seguido pela cura da filha de Jairus e da mulher com hemorrafia (8:40-56).
Além do trabalho junto à medicina, ele também exercia outros dois ofícios, atuando de forma a ser renomado como pintor, tendo um dos seus quadros muito conhecido, o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que atualmente se encontra na CasaGeneralícia da Congregação, em Roma, e escritor, deixando livros como o Atos do Espírito Santo, uma continuação de seu Evangelho.
Enfim, diante dessas pesquisas que cruzam dados espíritas e católicos, vemos a importância que esta alma possui junto dos trabalhos realizados pelo alto.
Eu inclusive, já tive a oportunidade de trabalhar com um falangeiro do Dr. Bezerra ao ter a permissão de auxiliá-lo em uma cirurgia espiritual, com um sotaque alemão, dizendo que trabalhava na sua egregora, ele veio até onde o trabalho havia a necessidade, tendo o meu auxílio por parte da assepsia e irradiação de luz através das mãos no local destinado a intervenção cirúrgica.
Tenhamos sempre fé no querido amigo espiritual Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, pois ele tem em nós ao realizarmos trabalhos com sua oração, energia e sua egrégora.
Que a luz e as orações entoadas em prol da cura tenham o merecimento necessário diante dos trabalhos a serem realizados, graças a Deus.
DR.BEZERRA DE MENEZES O REGENTE NO PLANO ASTRAL DA CURA ATRAVÉS DOS ELEMENTAIS,SEGUNDO MEU MENTOR EMMANUEL
Desde minha tenra infância em Uberaba,o querido amigo Chico Xavier,falava com minha mãe que este ano de 2018,em setembro estará fazendo 100 anos,que eu iria ser médico e que tinha um mentor do meu lado chamado Dr.Bezerra de Menezes.Há oito anos que também para minha grande alegria o mentor espiritual Emmanuel vem me seguindo espiritualmente.Ele transformou minha vida pois me revelou todas as minhas vidas passadas e atingi a iluminação.Foi este maravilhoso mentor,que está na sétima dimensão espiritual,portanto é um Arcanjo,fazendo parte do"Espírito da Verdade",que ditara para Allan Kardec codificar a Doutrina Espírita.Emmanuel,junto com sua alma gêmea e seu lado feminino Chico Xavier,conhecidos na Hierarquia Espiritual como "Veladores Silenciosos",foi quem me revelou que o Dr.Bezerra é o regente espiritual,no plano astral para a cura através dos elementais,sendo conhecido como AUM,palavra em sâncrito que significa Deus.Faço parte desta falange de 5000 mil médicos do Dr.Bezerra para o trabalho de cura no plano sutil e material,sendo que desta falange também fazem parte o médico alemão Dr.Fritz,e o médico inglês Dr.Edward Bach,criador dos Florais de Bach.
Depoimento do médico Dr.Marcos de Oliveira Mundim,nascido e formado em Uberaba,que mora e clinica em Belo Horizonte-Minas Gerais.
AS REENCARNAÇÕES DE BEZERRA DE MENEZES, E SUA VIDA COMO ZAQUEU.
Zaqueu, o Publicano
Jesus entrou em Jericó, e atravessava a cidade. Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão. Assim, correu adiante e subiu numa figueira brava para vê-lo, pois Jesus ia passar por ali.
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: “Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje”. Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria.
Todo o povo viu isso e começou a se queixar: “Ele se hospedou na casa de um ‘pecador’”.
Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”.
Jesus lhe disse: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão. Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.
(Lucas, cap. 19, ves. 1 à 10)
O que aconteceu depois do que foi narrado no Evangelho é objeto de outro relato, que partiu do mundo espiritual, no qual se vê o apóstolo vivendo com simplicidade, sustentado pelo próprio trabalho, ora professor ora realizando serviços gerais, longe do ambiente luxuoso onde vivia quando encontrou Jesus. A partir daí estava atuando como verdadeiro missionário de Jesus, seguindo adiante na sua trajetória evolutiva e reencarnando outras vezes até chegar à época em que reencarnaria como Bezerra de Menezes.
Apesar de odiando por muitos, Zaqueu era um cidadão importante no meio onde vivia, devido ao cargo que ocupava, de chefe dos publicanos. Sua presença, naquela encarnação, em um meio social e profissional ligado às riquezas era relevante para o que aconteceria depois, uma vez que a conversão súbita de um homem tão destacado teria repercussão de grande monta entre os próprios afortunados e bem assim junto aos pobres.
Seria tal fato interpretado como uma verdadeira demonstração da qualidade superior da Mensagem do Cristo, uma vez que um homem muito culto e rico, como era Zaqueu, não se deixaria iludir por uma fantasia de um Sonhador e abandonaria tudo que possuía para segui-lo.
O planejamento de Jesus era de profundo conhecedor da psicologia humana. O tempo que Zaqueu viveu aparentemente perdido entre moedas e a contabilidade das coisas ligadas a matéria seria rapidamente compensado pelo muito que ele realizaria posteriormente.
Jesus tinha Seus discípulos colocados em pontos estratégicos e nenhum dos verdadeiros pupilos do Divino Pastor deixou de reconhecer-Lhe a Voz e segui-Lo.
Zaqueu passou grande parte da sua encarnação junto a pessoas de má índole, onde os interesses materiais eram tidos como os únicos a merecerem atenção, mas isso para ele exemplificar a renúncia, tocando o coração de grande número de pessoas apegadas aos bens e interesses materiais.
Nada mais convincente que a exemplificação, pois, “se as palavras convencem, os exemplos arrastam”: Zaqueu iria exemplificar a renúncia aos bens e interesses materiais, sendo essa uma das facetas de sua tarefa naquela encarnação.
Pessoa muito conhecida no meio onde vivia, sua mudança de estilo de vida abalou muitos avarentos e egoístas, na certa que, no mínimo, preparando-os para lhe seguirem, algum dia, as pegadas.
Zaqueu não se restringiu a cumprir a promessa que fez a Jesus, mas renunciou a tudo que pôde dispensar, tornando-se um apóstolo tal como Pedro e Paulo de Tarso, vivendo a Mensagem de Jesus com todas a sinceridade da sua alma generosa e fraternal. Assim, passou a se chamar Mathias, informação histórica deixada por Clemente de Alexandria, em seu livro Stromata, onde afirma ter sido Zaqueu chamado de Mathias,pelos apóstolos, e ficado no lugar de Judas Iscariotes após a ascensão de Jesus.
Matias cria a Casa De Benefícios para abrigar os desvalidos, doentes, perturbados e abandonados do mundo. Durante as suas sucessivas reencarnações, fundou sete casas de benefícios. Com exceção da última, todas foram destruídas pelos inimigos da luz.
OUTRAS VIDAS DE BEZERRA DE MENEZES DEPOIS DE ZAQUEU
No livro Ave Cristo, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier. Conhecemos mais duas encarnações de Dr. Bezerra, como Quinto Varro e posteriormente como Quinto Celso. Para converter seu filho Taciano, reencarna-se duas vezes: uma como Quinto Varro (irmão Corvino) e a seguir como Quinto Celso.
Parmênio
Posteriormente no século V, volta reencarna como Irmão Parmênio, onde, como as suas outras vidas, mais uma vez é martirizado. Irmão Parmênio, que, em idade avançada é abandonado pela família anticristã, construíra o recanto a que chamava Casa dos Benefícios, para melhor cumprir os seus deveres de homem, cujo coração se represara dos ensinos do Divino Mestre, abrigando sofredores de qualquer procedência.
REENCARNAÇÃO DE BEZERRA DE MENEZES COMO PARMÊNIO E A DESTRUIÇÃO DA CASA DOS BENEFÍCIOS
A finalidade da Casa Dos Benefícios, é abrigar os desvalidos, doentes, perturbados e abandonados do mundo.
Se sabe que em suas vidas anteriores à sua reencarnação como Bezerra de Menezes, fundou sete casas de benefícios. Com exceção da última, todas foram destruídas pelos inimigos da luz. A última Casa dos Benefícios criada em 1891 na cidade do Rio de Janeiro –Brasil com denominação de Grupo Espírita Regeneração, permanece em atividade até hoje.
HISTÓRIA DA DESTRUIÇÃO DA CASA DOS BENEFÍCIOS
Nos últimos dias do Século V, da nossa Era, considerada a Era Cristã, duas meninas gêmeas eram vistas numa residência nobre do Palatium em Roma, suscitando admiração pela beleza com que se distinguiam.
Entretanto, nos traços psicológicos eram, em si, a antítese uma da outra.
Ceres trazia, no coração pessimista, no processo de inadaptação ao mundo que a incompabilizava com a vida. Rancorosa e apaixonada pelas próprias fantasias, fazia-se difícil pelo temperamento complexo. Cecília, porém guardava o íntimo possuído por belos ideais. Amava a natureza, praticava a benemerência com espontaneidade de sentimento e conquistava a simpatia de quantos lhe desfrutassem o convívio.
Acariciadas pelos pais amorosos, estudavam com preceptores gregos, alguns deles escravos, que muito cedo conseguiram avaliar a diferença das duas.
Apesar desse desajuste no caráter, eram ambas inteligentes e assimilavam, sem dificuldade, os ensinamentos que os professores lhes ministravam.
Em meio de toda uma legião de amizades, as duas se desenvolveram adquirindo larga compreensão da vida social, esmerando-se em conservar o nome que os pais lhes haviam transmitido.
Não tardou muito e Cecília, como era natural, nas qualidades apreciáveis de que se fazia portadora, angariou as atenções de nobre romano, Coriolano Rufus, rapaz cioso da própria posição e homem da sua época, cedo habituado aos preconceitos do tempo. Proprietário de grande império rural na Camparia, Coriolano se caracterizava pela prodigalidade, embora a honradez que lhe pautava os atos.
Em longos diálogos com a escolhida, empenhava-se em mostrar-lhe as virtudes romanas, como sendo o modelo de conduta para todas as mulheres, não apenas de Roma e sim de todas as regiões que se lhe faziam satélites. Conversava longamente sobre a inconveniência dos Constantinos, que teimavam em manter a capital do Império em Bizâncio, mais tarde Constantinopla. Quando Roma devia ser resguardada por cidade padrão, com realizações que interessavam o mundo inteiro.
Na época, com a promulgação do Edito de Milano, que tornava o Cristianismo um movimento religioso tão digno quanto os demais, a divisão das crenças no campo familiar era assunto compreensível e não constituía razão para qualquer atitude separatista. Com isso, Coriolano não estranhava as predileções da futura noiva, que se inclinava para os ensinos do Crucificado. Adorador incondicional de Júpiter, o rapaz, de quando em vez, revelava o escasso respeito pelo povo das catacumbas, nome pelo qual se designava, no tempo, qualquer agrupamento cristão, improvisando chalaças e motejos que não feriam Cecília, espírito habituado à veneração pelos antepassados, mas dada pela espontaneamente aos princípios cristãos que lhe pareciam mais consentâneos com uma sociedade que não se distanciasse da caridade e da compaixão
Os pais não interferiam na escolha da filha e o rapaz aceitava-lhe as inclinações sem maiores dificuldades.
Depois de algum tempo, com quanto o ciúme de Ceres, que seguia os acontecimentos com aparente sinceridade, o casamento de Cecília e Coriolano se realizou com os vinhos e alegrias do noivo e com as distribuições de alimentos e agasalhos, em homenagem a Deus, para com os desvalidos, que, convidados para a festa, compareceram em grande número.
Instalado em sua própria residência, o casal se rejubilava com as benções de que se reconheciam depositários, recebendo amigos e comparecendo a reuniões sociais do grande mundo a que pertenciam.
Após doze meses de felicidade, os cônjuges foram agraciados pela Divina Providência com o nascimento de um filho, ao qual deram o nome de Pompílio, como preito de gratidão de Coriolano a um dos avós, que se acostumara a amar em sua infância. A existência se desdobrava com a segurança pecuniária por base à rotina das ocorrências de cada dia.
Coriolano e Cecília, porém, ignoravam que Apio Claudius, um rico rapaz do tempo, fixava Cecília com a lascívia a se lhe desprender dos próprios olhos.
Disputava com pares de sua época juvenil, em determinados jogos, em que milhares de sestércios entravam, como sendo o material cobiçado especialmente pelos mais jovens que se entregavam às garantias do futuro.
Em tempo estreito, o adversário culto de Coriolano se enriquecia e não fazia mistério disso. Claudius não conseguia aproximar-se da jovem senhora, senão nas solenidades públicas ou domésticas, e isso o enfurecia. Ao contrário, aliciara a afeição de Ceres, de quem não admirava os dotes pessoais, mas, que, mais tarde, poderia serví-lo.
Muitos amigos chegavam à conclusão de que o cavalheiro e a irmã de Cecília se reuniriam em casamento, tão logo se lhes aprofundassem as afinidades.
Isso, porém, não aconteceu, e o nascimento do primeiro filhinho provocava nos outros a certeza de que a união de Cecília e Coriolano se tornava cada vez mais segura.
Temperamento exclusivista e apaixonado, Coriolano se consagrava ao filho com fervoroso carinho e, para a esposa, se tornava difícil fazê-lo entender que todos somos filhos de Deus, em luta com o próprio aperfeiçoamento na terra.
Acontece, no entanto, que o menino Pompílio foi acometido pela escarlatina complicada, e as melhores sumidades médicas da vida romana passaram pelo caso, com absoluta ignorância, sem qualquer medida que pudesse alcançar a extinção do mal que atingia a criança com a marca de inumeráveis padecimentos.
Cecília, mãe aflita, soube, por amiga fiel – Domitila Pompônia -, que na povoação de Possidônia, outrora chamada Pestum, havia um homem piedoso, que não só abraçara o Cristianismo, mas também se dedicara à sustentação de uma casa rústica em que hospedava os doentes e os infelizes. Tratava-se do Irmão Parmênio, que, em idade avançada e abandonado pela família anticristã, construíra o recanto a que chamava Casa dos Benefícios, para melhor cumprir os seus deveres de homem, cujo coração se represara dos ensinos do Divino Mestre, abrigando sofredores de qualquer procedência.
A Casa dos Benefícios se localizava, no ano 513, no sexto século do Cristianismo, em pequena colina, cujos alicerces se espraiavam em formosas capinas, freqüentemente pródigas de flores, que embalsamavam o ambiente com perfumes considerados medicamentos.
Ali vivia toda uma comunidade formada por viúvas de guerreiros aniquilados em conflitos políticos ou em hostilidades de raças; de enfermos que vinham buscar socorro, desde as edificações do posto de Óstia e das diversas cidades e aldeias da periferia romana, à caça de apoio e consolação. O irmão Parmênio presidia a esse núcleo de gente sofrida e dilacerada por amargas provações humanas.
A Casa dos Benefícios era a escola e o lar, o templo e o recanto de cura para centenas de pessoas dos mais diversos níveis sociais, que lá se irmanavam pelos desenganos e pelas próprias lágrimas.
Valendo-se de uma viagem claramente inadiável, Coriolano se ausentara por tempo breve, a caminho de Pádua, ocasião em que Cecília, induzida pela amiga que lhe prestava assistência em todos os passos difíceis da existência, resolveu tomar o filho nos braços e, em companhia dela, a amiga de sempre, procurar o irmão Parmênio, em Possidônia, para que o doentinho lá recebesse a bênção e as instruções possíveis à cura da enfermidade que o feria, tomando para isso um carro quais os do tempo, movimentado à força de cavalos dóceis, que lhe facilitavam a excursão.
Em casa, porém, Ceres não descansou no ciúme que lhe marcava os sentimentos. Convidou Claudius para uma refeição íntima, alegando haver recebido preciosos vinhos da Sicília, e solicitou de Túlia, uma servidora de sua confiança pessoal, a seguisse de perto no ágape, pelo tempo em que se prolongassem os serviços.
Cláudius compareceu, muito bem apessoado e, enquanto se fartava das finas viandas e dos vinhos licorosos que a jovem anfitriã havia reservado, notou que Ceres lhe endereçava olhares inflamados de sensualidade, a que ele, algo, conturbado pelas bebidas entontecedoras, não conseguia resistir. E, ante a própria serva que os observava, beijou a jovem com loucura.
Decorridos dois dias em que Cecília e a amiga com a criança se instalaram na Casa dos Benefícios, Coriolano regressou quase de inesperado, e a serva, que igualmente se embriagara na noite da visita do rapaz convidado de Ceres, se prontificou a comunicar ao dono da casa as cenas de que fora testemunha, numa intriga totalmente tramada.
Coriolano, indignado com a ausência da esposa e do filho que se puseram em peregrinação, buscando o apoio de um homem, que ele, patrício de muitas gerações, considerara charlatão e impostor, indagou da escrava:
- Mas, Cecília se encontrava nesta mistura de desequilíbrio e obscenidade ?
Ei-la que respondeu com maldade intencional, dizendo simplesmente:
- Senhor, Ceres e Cecília são gêmeas. Eu não posso diferenciar uma da outra.
Diante de semelhante calúnia, Coriolano organizou toda uma legião de homens fortes, em maioria assinalados por instintos bestiais, e colocou o pelotão em caminho, conduzido por cavalos ágeis, que facilmente cobriram a distância, atingindo a Casa dos Benefícios, nas sombras da noite.
Coriolano, informado por uma guarda de que era proibido incomodar os doentes na hora tardia em que se apresentava, deixou que todas as suas reservas de desespero e inclemência lhe assomassem o pensamento, exigindo que o fogo fosse atirado à instituição por todos os lados. Conquanto os gemidos de muitos abrigados, o incêndio destruiu tudo o que as chamas alcançassem e todos os que tentassem opor-lhes resistência.
Em poucas horas o Irmão Parmênio e a sua obra humanitária não passavam de um montão de cinzas fumegantes.
O delito não encontrou censores nem corretivos, porque o tempo permitia aos poderosos do momento qualquer espécie de ímpetos loucos, sem que a justiça lhes viesse tomar contas, punindo-lhes os desacatos.
Foi assim que no Século VI, da nossa Era, a Casa dos Benefícios se viu destruída e Cecília, com outras entidades amigas, prometeu a Jesus que a obra do Irmão Parmênio seria reconstituída, para o que daria a sua própria vida, antes que o milênio terminasse.
Prometemos que vos diríamos no instante oportuno, algo sobre o assunto e aí tendes – com o auxílio de muitos dos implicados no delito que varou os séculos e que hoje são companheiros do Cristo, devotados ao Bem, transformados pelo sofrimento – a tarefa edificante em que vos unistes, rendendo louvores ao Pai Misericordioso pelo trabalho bendito a que fomos todos chamados, no Grupo Espírita Regeneração.
Louvado seja Deus!
Bezerra de Menezes.
No dia 5 de agosto de 1965, o Dr. Alcides Neves Ribeiro de Castro, que havia institucionalizado o Regeneração em 1952, que foi seu Presidente de 1948 a 1964 (quando desencarnou), e cuja história à frente do Regeneração já foi contada na “Origem Próxima” do nosso Grupo, enviou uma mensagem (soneto) aos companheiros que constituíam o Grupo Ismael, da Federação Espírita Brasileira. Na oportunidade, pediu desculpas porque não era poeta e havia reunido um grande esforço para mensagear-se poeticamente:
Já muitos, muitos séculos rolaram
Sobre essa noite alvar de malefícios
Que mentes mórbidas mentalizaram
Vendo o fim da Mansão dos Benefícios ...
A rudes golpes logo amortalharam
O templo azul que reprimia os vícios
E onde os humildes o Senhor buscaram
Para adoçar o fel dos sacrifícios ...
Mas novos, novos séculos passaram
Até que a Grande Lei fez renascer
Todos os que seu culto molestaram ...
Ressurge a Casa à custa dos autores
Que a destroçaram, para reascender
A luz que antes velaram sem temores!...
Estudiosos companheiros sobre a história do Regeneração registram que Alcides de Castro antecipou-se, com essa mensagem, à promessa que Bezerra de Menezes fizera em 1952, pela mediunidade de Chico Xavier, de nos contar a origem remota do Regeneração, vez tratar-se ele da antiga “Casa dos Benefícios”, existente em uma colina nas cercanias de Roma no século V. Por isso havia pedido a ele (Alcides), naquela oportunidade que agregasse ao nome “Grupo Espírita Regeneração” a expressão “Casa dos Benefícios”. Há-de se registrar entretanto que Alcides, desencarnado, só quis trazer a mensagem de que a “Casa dos Benefícios” havia sido destruída e que havia sido reconstruída por Bezerra em 1891. Testemunho flagrante dessa conclusão é o de que Chico Xavier, na noite de 6 de novembro de 1986, em sua residência, em Uberaba – MG, recebeu, psicograficamente, a “História da Destruição da Casa dos Benefícios”, contada pelo Dr. Bezerra de Menezes, cujo original integra os arquivos históricos do Regeneração, e a qual transcrevemos neste espaço para conhecimento do público em geral.
Fonte: Site do Grupo Espírita Regeneração – Casa dos Benefícios. http://www.regeneracao.org.br/2014/palavras.php
Adolfo Bezerra de Menezes
Finalmente, reencarna no Brasil como Adolfo Bezerra de Menezes, com o objetivo de concretizar a fixação do Espiritismo em terras brasileira e à união dos espíritas.
Não foi por acaso que chegou ao status de Bezerra de Menezes, em quem se realizaram as virtudes da humildade, desapego e simplicidade: tudo isso já vinha sendo trabalhado no seu íntimo há milênios, pois as virtudes somente se consolidam com o exercício, a repetição, a impregnação, a troca dos valores do “homem velho” pelos do “homem novo”, ou sejam, as coisas e interesses do mundo material vão sendo substituídas pelas coisas e interesses do mundo espiritual, o que demanda esforço de milênios.
Fonte: Livro Bezerra de Menezes. Pelo Espírito Irmão Gilberto. Psicografia de Luiz Guilherme Marques.
Livro O 13º Apóstolo. De Jorge Damas.
Site: Fronteira da Paz.
Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier, na noite de 6 de novembro de 1986, em sua residência, em Uberaba — MG.
Fonte:http://jardim-espirita.blogspot.com.br/2018/04/as-reencarnacoes-de-bezerra-de-menezes.html
O que o Dr. Bezerra de Menezes e o São Lucas possuem em comum?
O Dr. Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação é apresentado ao universo espírita como São Lucas, um dos apóstolos de Jesus, teve diversas e importantes passagensna sua existência, dentre elas, exercendo a profissão de médico, sendo caridoso com todos que buscavam o seu atendimento. Inclusive ao receber o aporte da espiritualidade junto dos casos relatados em (Lucas 4:31-37) a cura do demoníaco, na cura da sogra de Pedro (4:39-39), o escravo do centurião é curado (7:1-11), o filho da viúva de Nain é curado, o Geranese demoníaco é curado (8:26-39) seguido pela cura da filha de Jairus e da mulher com hemorrafia (8:40-56).
Tenhamos sempre fé no querido amigo espiritual Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, pois ele tem em nós ao realizarmos trabalhos com sua oração, energia e sua egrégora.
Que a luz e as orações entoadas em prol da cura tenham o merecimento necessário diante dos trabalhos a serem realizados, graças a Deus.
Fonte:http://www.andancaespirita.com/2010/04/o-que-o-dr-bezerra-de-menezes-e-o-sao.html
DR.BEZERRA DE MENEZES O REGENTE NO PLANO ASTRAL DA CURA ATRAVÉS DOS ELEMENTAIS,SEGUNDO MEU MENTOR EMMANUEL
Desde minha tenra infância em Uberaba,o querido amigo Chico Xavier,falava com minha mãe que este ano de 2018,em setembro estará fazendo 100 anos,que eu iria ser médico e que tinha um mentor do meu lado chamado Dr.Bezerra de Menezes.Há oito anos que também para minha grande alegria o mentor espiritual Emmanuel vem me seguindo espiritualmente.Ele transformou minha vida pois me revelou todas as minhas vidas passadas e atingi a iluminação.Foi este maravilhoso mentor,que está na sétima dimensão espiritual,portanto é um Arcanjo,fazendo parte do"Espírito da Verdade",que ditara para Allan Kardec codificar a Doutrina Espírita.Emmanuel,junto com sua alma gêmea e seu lado feminino Chico Xavier,conhecidos na Hierarquia Espiritual como "Veladores Silenciosos",foi quem me revelou que o Dr.Bezerra é o regente espiritual,no plano astral para a cura através dos elementais,sendo conhecido como AUM,palavra em sâncrito que significa Deus.Faço parte desta falange de 5000 mil médicos do Dr.Bezerra para o trabalho de cura no plano sutil e material,sendo que desta falange também fazem parte o médico alemão Dr.Fritz,e o médico inglês Dr.Edward Bach,criador dos Florais de Bach.
Depoimento do médico Dr.Marcos de Oliveira Mundim,nascido e formado em Uberaba,que mora e clinica em Belo Horizonte-Minas Gerais.
ILUSTRAÇÃO ESPIRITÓLICA DO MÉDICO ADOLFO BEZERRA DE MENEZES.
A foto acima mostra um Bezerra de Menezes vestindo uma roupa que mais parece a de um monge católico, em traje de cor branca, sentado numa escadaria "fluídica" numa paisagem que lembra um bosque, com vários anjos do sexo feminino enfileirados, em olhar submisso e invariável a cada uma dessas moças em pose de oração.
A foto acima mostra um Bezerra de Menezes vestindo uma roupa que mais parece a de um monge católico, em traje de cor branca, sentado numa escadaria "fluídica" numa paisagem que lembra um bosque, com vários anjos do sexo feminino enfileirados, em olhar submisso e invariável a cada uma dessas moças em pose de oração.
Fonte:http://dossieespirita.blogspot.com.br/2014/03/bezerra-de-menezes-pode-ter-se.html
BEZERRA DE MENEZES - BIOGRAFIA
Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.
Natural: Riacho do Sangue - CE
Nascimento: 29 de agosto de 1831
Desencarne: 11de abril de 1900
Profissão: Médico, Redator e político (vereador, prefeito, deputado e senador)
Família: 1ª esposa - Maria Cândida de Lacerda (desencarnou em 24 de março de 1863) com quem teve dois filhos; 2ª esposa - Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos.
Natural: Riacho do Sangue - CE
Nascimento: 29 de agosto de 1831
Desencarne: 11de abril de 1900
Profissão: Médico, Redator e político (vereador, prefeito, deputado e senador)
Família: 1ª esposa - Maria Cândida de Lacerda (desencarnou em 24 de março de 1863) com quem teve dois filhos; 2ª esposa - Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos.
Obras literárias: A casa assombrada; A loucura sob novo prisma; A Doutrina Espírita como filosofia teogônica (Uma carta de Bezerra de Menezes); Casamento e mortalha; Pérola Negra; Evangelho do Futuro. Também traduziu o livro Obras Póstumas de Allan Kardec.
Descendente de família antiga no Ceará ligada à política e ao militarismo, foi educado segundo padrões rígidos e princípios da religião católica. Aos sete anos de idade entrou para a escola pública da Vila Frade, aprendendo os primeiros passos da educação elementar. Em 1842 sua família muda-se para o Rio Grande do Norte, em conseqüência de perseguição política. Matriculou-se na aula pública de latinidade na antiga vila de Maioridade. Em dois anos preparou-se naquela língua de modo a substituir o professor.
Em 1846, a família novamente se muda para o Ceará, fixando residência na capital. Entrou para o Liceu, ali existente, e completou seus estudos preparatórios como o primeiro aluno do Liceu. No ano de 1851, o mesmo da morte de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte, como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Para poder estudar, dava aulas de Filosofia e Matemáticas. Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina, defendendo a tese: "Diagnóstico do cancro". Candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento", sendo empossado em 1º de junho de 1857. Em 1858 foi nomeado "cirurgião-tenente". Também sendo, no período de 1859-61, redator dos "Anais Brasilienses de Medicina" da Academia Imperial de Medicina.
Casou-se com Maria Cândida de Lacerda, em 6 de novembro de 1858, que faleceu a 24 de março de 1863, deixando-lhe 2 filhos.
Em 1861 inicia sua carreira política, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, tendo que demitir-se do Corpo de Saúde do Exército. Na Câmara Municipal da Corte desenvolveu grande trabalho em favor do "Município Neutro", na defesa dos humildes e necessitados. Foi reeleito para o período de 1864-1868. Retornou à política no período de 1873 à 1881, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal da Corte, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia ao de prefeito nos dias atuais, nunca obtendo favores do governo para as suas candidaturas. Foi eleito deputado geral do Rio de Janeiro de 1867, no entanto a Câmara foi dissolvida no ano seguinte e o Dr. Bezerra só exerceria o papel de deputado no período de 1878 à 1885, sem jamais ter contra ele qualquer ato que desabonasse sua vida pública.
Criou a Companhia de Estradas de Ferro Macaé a Campos, e construiu aquela ferrovia vencendo inúmeras dificuldades. Empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antônio de Pádua, foi diretor da Companhia Arquitetônica e presidente da Carris Urbanos de São Cristóvão. Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.
Durante a campanha abolicionista com espírito prudente e ponderado escreveu "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extinguí-la sem danos para a Nação". Expôs os problemas de sua terra, no estudo "Breves considerações sobre as secas do Norte". Escreveu ainda biografias sobre homens célebres. Foi redator de "A Reforma" órgão liberal na Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade", concluindo sua carreira política no ano 1885.
Conheceu o Espiritismo no ano 1875, através de um exemplar de O Livro dos Espíritos, oferecido pelo seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos. Lançado em 883 o "Reformador", tornou-se seu colaborador escrevendo comentários judiciosos sobre o Catolicismo. No dia 16 de agosto de 1886, ante um auditório de pessoas da "melhor sociedade", proclamava solenemente a sua adesão ao Espiritismo, tendo inclusive direito à uma nota publicada pelo jornal "O Paiz" em tons elogiosos.
Passou então a escrever livros que se tornariam célebres no meio espírita. Em 1889, como presidente da FEB, iniciou o estudo metódico de "O Livro dos Espíritos". Traduziu o livro "Obras póstumas". Durante um período conturbado do movimento espírita manteve-se afastado do meio tendo hábito somente a freqüência ao Grupo Ismael no qual eram estudadas obras de Kardec e Roustaing., enquanto a FEB declinava por problemas financeiros. Foi convidado a assumir a presidência FEB, cuja conseqüência foi a vinculação da Federação ao Grupo Ismael e a Assistência aos Necessitados. Nesta ocasião foi redator-chefe do Reformador. Defendeu o direitos e a liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal. Presidiu outras instituições espíritas e terminou esta existência no dia 11 de abril de 1900, recebendo na primeira página de "O Paiz" um longo necrológico, chamando-lhe de "eminente brasileiro", e honras da Câmara Municipal da Corte pela conduta e pelos serviços dignos.
Fonte:http://reminiscenciasvidaspassadas.blogspot.com.br/2012/09/bezerra-de-menezes-biografia.html
RITUAL DA ÁGUA DE BEZERRA DE MENEZES
Se você está doente ou tem algum amigo ou parente nesta situação, peça auxílio ao Dr. Bezerra de Menezes e sua equipe médica. Escreva os problemas de saúde que estão tirando seu sossego e faça uma Oração a ele com muita fé pedindo a cura.
Assim que fizer seu pedido ao Dr. Bezerra de Menezes, pegue uma garrafinha de água de 500 ml e faça o ritual da água energizada dele da seguinte maneira:
Todas as segundas, quartas e sextas-feiras, coloque esta garrafinha com água sobre a cabeceira da cama ou lugar próximo. Antes de dormir, faça o seguinte pedido, com muita fé:
“Que a corrente médica do Dr. Bezerra de Menezes coloque nessa água o remédio necessário para o equilíbrio do meu corpo e da minha alma”.
Na manhã seguinte, tome três goles dessa água antes de colocar os pés no chão. O restante, passe no local onde você estiver com problema (perna, braço, cabeça).
Fonte:http://www.marciafernandes.com.br/site/sos-24-horas/dr-bezerra-de-menezes/
Na cidade de Manaus, no estado do Amazonas, encontra-se localizado na Rua Amâncio de Miranda, bairro Educandos, o Centro Espírita que também leva o seu nome, reconhecido pela FEA(Federação Espírita Amazonense), surgiu na decáda de 50, fundado por um casal, que após sua morte, deixou o legado nas mãos de suas filhas, cujas até os dias atuais, cuidam e zelam daquela humilde casa que abriga a todos que a procuram com imenso carinho.
Bezerra de Menezes,Síntese Biográfica
Dados pessoais:
Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.
Nascimento: 29 de agosto de 1831.
Homem: filósofo, político, médico, cientista e espírita.
Desencarne: 11 de abril de 1900 (69 anos).
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Com 20 anos de idade, muda-se para o Rio de Janeiro, onde, às duras penas, forma-se em medicina. Cognominado o "médico dos pobres", Bezerra de Menezes tem uma biografia exemplar de renúncia para com o dever cumprido, custe ele o que custar. Antes de se tornar espírita,a sua conduta era a de um cristão. Nesse sentido, tão logo toma conhecimento de "O Livro dos Espíritos" não lhe fica difícil exclamar que era um "espírita de nascença", ou um "espírita inconsciente", pois tudo o que ali estava relatado lhe parecia familiar.
2. EXEMPLOS DE VIDA
1) quando convocado à política, renúncia ao soldo militar;
2) quando estudante, em dificuldade para pagar o aluguel de seu quarto, prepara aula de matemática (matéria que detestava) para aluno, que lhe pagou antecipado e nunca mais apareceu;
3) como médico, atende a qualquer hora, institui a leitura do Evangelho e renuncia à medicina ortodoxa para aceitar, a convite dos Espíritos, a homeopatia;
3. AGLUTINADOR DO MOVIMENTO ESPÍRITA
Naquela época havia muitas divergências com relação ao termo Espiritismo. Denominava-se Doutrina Espírita apenas o que constava de "O Livro dos Espíritos"; os estudiosos dos demais livros de Kardec, se chamavam kardecistas. Chegou-se a criar um Espiritismo Puro, equidistante de "científicos" e "místicos". Além destes existia ainda um grupo que se dedicava com afinco ao estudo das obras de J. B. Roustaing.
Esse quadro perdurou até a chegada de Bezerra de Menezes, espírito moderado e pacificador que, assumindo a presidência da FEB, conseguiu diminuir os elementos dispersivos.
4. OBRAS
Antes de se tornar espírita:
"A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação";
"Breves considerações sobre as secas do Norte";
Depois da conversão:
"A Casa Assombrada";
"A Loucura sob Novo Prisma";
"A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica";
"Casamento e Mortalha";
"Pérola Negra";
"Lázaro -- o Leproso";
"História de um Sonho";
"Evangelho do Futuro".
Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade".
ABREU, C. Bezerra de Menezes - Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil, até o ano de 1895. 76.
GAMA, R. lindos Casos de Bezerra de Menezes. São Paulo, Lake.
Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.
Nascimento: 29 de agosto de 1831.
Homem: filósofo, político, médico, cientista e espírita.
Desencarne: 11 de abril de 1900 (69 anos).
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Com 20 anos de idade, muda-se para o Rio de Janeiro, onde, às duras penas, forma-se em medicina. Cognominado o "médico dos pobres", Bezerra de Menezes tem uma biografia exemplar de renúncia para com o dever cumprido, custe ele o que custar. Antes de se tornar espírita,a sua conduta era a de um cristão. Nesse sentido, tão logo toma conhecimento de "O Livro dos Espíritos" não lhe fica difícil exclamar que era um "espírita de nascença", ou um "espírita inconsciente", pois tudo o que ali estava relatado lhe parecia familiar.
2. EXEMPLOS DE VIDA
1) quando convocado à política, renúncia ao soldo militar;
2) quando estudante, em dificuldade para pagar o aluguel de seu quarto, prepara aula de matemática (matéria que detestava) para aluno, que lhe pagou antecipado e nunca mais apareceu;
3) como médico, atende a qualquer hora, institui a leitura do Evangelho e renuncia à medicina ortodoxa para aceitar, a convite dos Espíritos, a homeopatia;
3. AGLUTINADOR DO MOVIMENTO ESPÍRITA
Naquela época havia muitas divergências com relação ao termo Espiritismo. Denominava-se Doutrina Espírita apenas o que constava de "O Livro dos Espíritos"; os estudiosos dos demais livros de Kardec, se chamavam kardecistas. Chegou-se a criar um Espiritismo Puro, equidistante de "científicos" e "místicos". Além destes existia ainda um grupo que se dedicava com afinco ao estudo das obras de J. B. Roustaing.
Esse quadro perdurou até a chegada de Bezerra de Menezes, espírito moderado e pacificador que, assumindo a presidência da FEB, conseguiu diminuir os elementos dispersivos.
4. OBRAS
Antes de se tornar espírita:
"A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação";
"Breves considerações sobre as secas do Norte";
Depois da conversão:
"A Casa Assombrada";
"A Loucura sob Novo Prisma";
"A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica";
"Casamento e Mortalha";
"Pérola Negra";
"Lázaro -- o Leproso";
"História de um Sonho";
"Evangelho do Futuro".
Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade".
ABREU, C. Bezerra de Menezes - Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil, até o ano de 1895. 76.
GAMA, R. lindos Casos de Bezerra de Menezes. São Paulo, Lake.
Fonte:https://www.ceismael.com.br/bio/biografia-bezerra-de-menezes.htm
BEZERRA DE MENEZES - O "KARDEK BRASILEIRO"
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (Riacho do Sangue, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900), mais conhecido apenas como Bezerra de Menezes, foi um médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita. Conhecido também como O Médico dos Pobres.
Bezerra de Menezes | |
---|---|
Detalhe de um retrato pintado a óleo de Bezerra de Menezes, por Augusto Rodrigues Duarte, ofertado como homenagem dos súditos portugueses residentes na Corte. | |
Vereador do Rio de Janeiro | |
Período | 1º mandato: de 1861 a 1864 2º mandato: de 1864 a 1868 |
Presidente da Federação Espírita Brasileira | |
Período | 1º mandato: de 1889 a 1891 2º mandato: de 1895 a 1900 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 29 de agosto de 1831 Riacho do Sangue, CE |
Morte | 11 de abril de 1900 (68 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Fabiana de Jesus Maria Bezerra Pai: Antônio Bezerra de Menezes |
Alma mater | Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro |
Esposa | Maria Cândida de Lacerda (1858-1863); Cândida Augusta (1865-1900) |
Partido | Partido Liberal |
Religião | Espiritismo |
Profissão | Médico, militar, escritor, jornalista, político |
Assinatura | |
Serviço militar | |
Serviço/ramo | Exército |
Anos de serviço | 1856-1861 |
Graduação | Cirurgião-Tenente |
Unidade | Corpo de Saúde |
Biografia
Descendente de antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.[1]
Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública da Vila do Frade (adjacente ao Riacho do Sangue, atual Jaguaretama) onde, em dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.[2]
Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (Serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Após dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedimentos.[2]
Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.
A carreira na Medicina
Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em Novembro do ano seguinte, ingressou como residente no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.[2] Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de filosofia e matemática.
Graduou-se em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do Cancro".[1][2][3] Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, seu antigo professor, que o convidou para trabalhar como seu assistente.[4]
A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento".[4] O académico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.[2]
Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.[2] Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente[2] e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.
No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.[4]
Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.
Por sua postura de médico caridoso, atendendo pessoas que necessitavam mas não podiam pagar, ficou conhecido como "O Médico dos Pobres".[5]É relatado em suas biografias o episódio que Bezerra doou o seu anel de grau em medicina a uma mãe para que comprasse os remédios de que seu filho precisava.[6]
“ | O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto... O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro - esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. | ” |
Trajetória política
No final dos anos 1850, a Câmara Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo, do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.
Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito. Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de Vereador. Desse modo, para apoiar o Partido, que necessitava dele para obter a maioria na Câmara, decidiu requerer exoneração do Corpo de Saúde (26 de março de 1861). Desfeito o impedimento, foi empossado no mesmo ano.[2][8]
Foi reeleito vereador da Câmara Municipal do Município Neutro para o período de 1864 a 1868.
Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais - senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa. Empossado em 1867, a Câmara dos Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido Conservador.
Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de Prefeito.
Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política. Neste período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la.[9] Foi membro, a partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.
Vida empresarial
Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870).[2][8] Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar (c. 1872).[2] Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel.[2] Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca.[2]
Atividade Intelectual
Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação" (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação. Nesta obra, Bezerra se auto-intitula um liberal, e propõe que se imitasse os ingleses, que na época já haviam abolido a escravidão de seus domínios.[3]
Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877). Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redator d'A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redator do jornal Sentinela da Liberdade.[2] Escreveu também outras obras, como "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro, o Leproso", "Os Carneiros de Panúrgio", "História de um Sonho" e "Evangelho do Futuro".[3][10]
Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos três línguas além do português: latim, espanhol e francês.[3]
Espiritismo e Federação Espírita Brasileira
Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos.[11] Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:
- "Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."[12]
Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento (1844-1916),[13] em 1882.
Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.
Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo.[10][14][15] O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".
No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz,[2] periódico de maior circulação da época.[nb 1] Na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".[nb 2][14]
Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam.[nb 3] Já havia também uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.[14]
Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados.[nb 4] Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.[nb 5]
De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893.[2] Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.
Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, vindo ele a falecer na manhã de 11 de abril de 1900.[10] , depois de meses acamado. Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O Paiz", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro".[16] Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.
Legado
Bezerra de Menezes deu o nome a uma das embarcações a vapor da Estrada de Ferro Macaé e Campos que, fretado à Companhia Terrestre e Marítima do Rio de Janeiro, naufragou em Angra dos Reis a 29 de Janeiro de 1891.[17] Não houve vítimas fatais.
Com relação ao aspecto missionário da vida de Bezerra de Menezes, a obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Chico Xavier, atribuído ao espírito de Humberto de Campos, afirma:
- "Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração."[18]
Bezerra foi também homenageado em Anápolis, Goiás, em 1982, com o nome de uma escola de ensino fundamental - Escola de 1º Grau Bezerra de Menezes -, que atende a 200 alunos conveniados com a rede estadual de Goiás.[19] Em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua terra natal, há uma avenida com o seu nome, situada no então distrito que levava o nome de seu pai, Antônio Bezerra, atualmente desmembrado em vários bairros, sendo a mencionada avenida situada entre os bairros Parquelândia, São Gerardo e Otávio Bonfim. No estado do RJ temos Rua Bezerra de Menezes na cidade do RJ e na cidade de Paracambi, bem como há Rua Bezerra de Menezes em Rio Verde - Goiás, Guarulhos e Santo André - SP, Belo Horizonte - MG e Porto Alegre - RS.
Em São José do Rio Preto, SP, o maior Hospital Psiquiátrico, que atende a toda a região, também leva o nome de Bezerra de Menezes.
Em Porto Velho, Rondônia, existe o Centro Espírita Bezerra de Menezes, localizado na rua Gonçalves Dias, no centro da cidade.
Na cidade de Manaus, no estado do Amazonas, encontra-se localizado na Rua Amâncio de Miranda, bairro Educandos, o Centro Espírita que também leva o seu nome, reconhecido pela FEA(Federação Espírita Amazonense), surgiu na decáda de 50, fundado por um casal, que após sua morte, deixou o legado nas mãos de suas filhas, cujas até os dias atuais, cuidam e zelam daquela humilde casa que abriga a todos que a procuram com imenso carinho.
O "Kardec Brasileiro"
Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro",[20] numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo.[21]
Filme
A vida de Bezerra de Menezes foi transposta para o cinema, na película Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito, com direção de Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel. O elenco é integrado por Carlos Vereza no papel título, Caio Blat e Paulo Goulart Filho, Ana Rosa, Nanda Costa com a participação especial de Lúcio Mauro. A produção foi orçada em aproximadamente R$ 2,7 milhões, a cargo da Trio Filmes e Estação da Luz, com locações no Ceará, Pernambuco, Distrito Federal e Rio de Janeiro, tendo envolvido a mão-de-obra de uma equipe de cento e cinquenta pessoas. O lançamento do filme deu-se em 29 de agosto de 2008.[22]
Instituições de que foi membro
- Academia Nacional de Medicina (Honorário na Secção Cirúrgica)
- Instituto Farmacêutico
- Sociedade de Geografia de Lisboa
- Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional
- Sociedade Físico-Química
- Sociedade Propagadora das Belas Artes
- Sociedade Beneficência Cearense (Presidente)
- Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (Conselheiro)
- Federação Espírita Brasileira (Presidente)
- Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão (Presidente)
- Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (Fundador)
- Companhia Arquitetônica de Vila Isabel (Director)
Artigos e obras publicadas
- 1856 - "Diagnóstico do Cancro"
- 1857 - "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento"
- 1859 - "Curare"
- 1869 - "A Escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação"
- 1877 - "Breves considerações sobre as secas do Norte"
- "Das operações reclamadas pelo estreitamento da uretra"
- Biografia de Manuel Alves Branco, visconde de Caravelas
- Biografia de Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai
- 1892 - Publicação da sua tradução de Obras Póstumas, de Allan Kardec
- 1902 - "A Casa Assombrada" (Romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEB)
- 1907 - "Espiritismo (Estudos Filosóficos)" (coletânea dos artigos publicados em O Paiz no período de 1877 a 1894, publicada pela FEB em três volumes)
- 1983 - "Os Carneiros de Panúrgio" (Romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEESP)
- 1946 - "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica" (Réplica a seu irmão que lhe exprobrava a conversão ao Espiritismo, publicada postumamente, em livro, pela FEB)
- 1920 - "A Loucura sob Novo Prisma" (Estudo etiológico sobre as perturbações mentais, publicado pela FEB
- "Casamento e Mortalha"
- "Evangelho do Futuro"
- "História de um Sonho"
- "Lázaro, o Leproso"
- "O Bandido"
- "Os Mortos que Vivem"
- "Pérola Negra"
- "Segredos da Natura"
- "Viagem através dos Séculos"
Principais obras e mensagens mediúnicas atribuídas a Bezerra de Menezes
- Através de Divaldo Pereira Franco, comunicações nas seguintes obras
- 1991 – "Compromissos Iluminativos" (coletânea de mensagens, ed. LEAL)
- Através de Francisco Cândido Xavier, comunicações nas seguintes obras
- 1973 - "Bezerra, Chico e Você" (coletânea de mensagens, ed. GEEM)
- 1986 - "Apelos Cristãos" (coletânea de mensagens, ed. UEM)
- "Nosso Livro"
- "Cartas do Coração"
- "Instruções Psicofônicas"
- "O Espírito da Verdade"
- "Relicário de Luz"
- "Dicionário d'Alma"
- "Antologia Mediúnica do Natal"
- "Caminho Espírita"
- "Luz no Lar"
- Através de Francisco de Assis Periotto, comunicações nas seguintes obras
- 2001 - "Fluidos de Luz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)
- 2002 - "Fluidos de Paz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)
- 2006 - "Conversando com seu Anjo da Guarda - ensinamentos de Bezerra de Menezes sobre a Agenda Espiritual " (Ed. Elevação)
- 2018 - “Páginas de Esperança - ensinamentos de Bezerra de Menezes sobre Espiritualidade, Família e Evangelho-Apocalipse de JESUS” (Ed.Elevação)
- Através de Maria Cecília Paiva, comunicações nas seguintes obras
- "Garimpos do Além" (coletânea de mensagens, ed. Instituto Maria).
- Através de Gilberto Pontes de Andrade, duas comunicações na seguinte obra
- "Luz em Gotas" (coletânea de mensagens, ed. AMCGuedes).
- Através de Waldo Vieira, comunicações nas seguintes obras
- "Entre Irmãos de Outras Terras"
- "Seareiros de Volta"
- Através de Yvonne do Amaral Pereira, comunicações nas seguintes obras
- 1955 – "Nas Telas do Infinito" (1ª. Parte, romance, ed. FEB)
- 1957 – "A Tragédia de Santa Maria" (romance, ed. FEB)
- 1964 – "Dramas da Obsessão" (romance, ed. FEB)
- 1968 – "Recordações da Mediunidade" (relatos e orientações, ed. FEB)
Através de Marcelo Passos, médium de Belo Horizonte/MG, livro:
- 2015 - Encontre-se(mensagens Editora Solon de Lagoa Santa/MG)
Notas
- ↑ Conforme o historiador espírita Silvino Canuto de Abreu. O cabeçalho do periódico, dirigido por Quintino Bocaiuva, afirmava textualmente: "O PAIZ é a folha de maior tiragem e de maior circulação na América do Sul".
- ↑ A série foi interrompida no Natal de 1893, ano de profunda convulsão na então Capital, devido à Revolta da Armada, momento em que foram encerradas todas as sociedades, espíritas ou não. De acordo com Canuto de Abreu, o conjunto desses artigos constitui-se no maior repertório da doutrina de Allan Kardec em língua portuguesa. A série não se iniciou com o material de Bezerra de Menezes, mas com dois artigos assinados por "Sedório", na Secção Livre do periódico: "A Doutrina Espírita", na edição de 9 de outubro e "Os Fatos Espiríticos", a de 16 de outubro. Em 1889 foi editada pelo Centro da União Espírita do Brasil uma série com 69 artigos publicados em "O Paiz". Posteriormente, a FEB publicou uma série com 316 artigos, de 1887 até 1893, em livro (três volumes), sob o título "Espiritismo: estudos philosophicos", publicados na cidade do Porto, em Portugal, em 1907. Mais recentemente, o jornalista e político espírita José de Freitas Nobre reuniu os artigos de Bezerra de Menezes na grande imprensa, publicando-os pela EDICEL em três volumes, de 1977 a 1985, com o título de "Estudos Filosóficos".
- ↑ Entre eles, destacavam-se na Corte, à época, a Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (antiga Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade), o Grupo Espírita Fraternidade e o Centro da União Espírita do Brasil, além da própria Federação Espírita Brasileira.
- ↑ Embora com participação relativamente reduzida, o encontro teve o mérito de reconhecer o sistema federativo, por preservar a autonomia das instituições que o integram, como o mais adequado à estruturação do movimento espírita no país.
- ↑ O Código Penal de 1890 foi promulgado pelo Decreto nº 22.213, de 14 de dezembro do mesmo ano, mas só entrou em vigor seis meses após a sua publicação. Os seus artigos nºs. 157 e 158 proibiam expressamente "praticar o Espiritismo" e "inculcar curas de moléstias curáveis ou incuráveis", o que afetava diretamente as atividades das sociedades espíritas, cuja prática de receituário mediúnico homeopático era muito difundida à época.
Referências
- ↑ ab BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento (1883). Diccionario Bibliographico Brazileiro. 1. Rio de Janeiro: Typographia Nacional. pp. 8–9
- ↑ ab c d e f g h i j k l m n o GODOY, 1990.
- ↑ ab c d e Cury, Aziz (2008). Legado de Bezerra de Menezes. São Paulo: Elevação. ISBN 978-85-7513-091-9.
- ↑ ab c «Adolfo Bezerra de Menezes (biografia)». Consultado em 28 de março de 2010
- ↑ Célia da Graça Arribas. Afinal, espiritismo é religião? A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira, p. 135. Universidade de São Paulo, 2008.
- ↑ Abib, Dorothy J. (2011). "Nas biografias destes personagens, encontra-se um Bezerra de Menezes que dá o seu anel de grau de médico a uma mãe para que compre os remédios de que seu filho precisava, porque ele não tinha, no bolso, nenhum dinheiro.". «Spiritist Culture in Brasil» (PDF). IBICT. Brazilian Cultural Studies. 2 (2): p.118
- ↑ Do livro Lindos Casos de Bezerra de Menezes, de Ramiro Gama
- ↑ ab «Vereadores Históricos - Bezerra de Menezes». Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Consultado em 4 de março de 2010
- ↑ Ver: Bezerra de Menezes. Col. Perfis Parlamentares, n° 83. Brasília: Câmara dos Deputados. 1986.
- ↑ ab c «Bezerra de Menezes (2)». Enciclopédia Nordeste. Consultado em 19 de abril de 2010
- ↑ «Bezerra de Menezes». Portal do Espírito. Consultado em 4 de março de 2010
- ↑ Segundo entrevista realizada em 1892 pela Federação Espírita Brasileira e publicada no periódico O Reformador. Disponível em: «Bezerra de Menezes é entrevistado». Correio Fraterno. Consultado em 28 de março de 2010
- ↑ GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.
- ↑ ab c Santos, Dalmo Duque dos (2007). Nova História do Espiritismo. Dos precursores de Allan Kardec a Chico Xavier 1ª ed. Rio de Janeiro: Corifeu. 402 páginas. ISBN 978-85-99287-70-5.
- ↑ GODOY (1990) refere duas mil.
- ↑ «O Rio de Janeiro através dos jornais - Bezerra de Menezes». UOL. Consultado em 4 de março de 2010
- ↑ «Naufrágio Bezerra de Menezes». Portal Naufrágios do Brasil. Consultado em 25 de maio de 2008
- ↑ (op. cit., p. 179)
- ↑ «ESCOLA DE 1 GRAU BEZERRA DE MENEZES»
- ↑ Célia da Graça Arribas. Afinal, espiritismo é religião? A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira, p. 104. Universidade de São Paulo, 2008.
- ↑ «Bezerra de Menezes - O Kardec Brasileiro». Portal do Espírito. Consultado em 4 de março de 2010
- ↑ Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito (2008) (em inglês) no Internet Movie Database
Bibliografia
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- ACQUARONE, Francisco. Bezerra de Menezes: o médico dos pobres (3a. ed.). São Paulo: Editora Aliança, 1979. 152p. ISBN 85-7008-001-8
- ARRIBAS, Célia da Graça. Afinal, espiritismo é religião? A doutrina espírita na formação da diversidade religiosa brasileira. Universidade de São Paulo, 2008.
- CURY, Aziz. Legado de Bezerra de Menezes São Paulo: Elevação, 2008. ISBN 978-85-7513-091-9
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- GODOY, Paulo Alves; LUCENA, Antônio. Personagens do Espiritismo (2ª ed.). São Paulo: Edições FEESP, 1990.
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- MARTINS, Jorge Damas. O 13º apóstolo, as reencarnações de Bezerra de Menezes. Niterói (RJ): Lachâtre, 2004. ISBN 9788563964069
- MENEZES, Bezerra de. Uma carta de Bezerra de Menezes (4a. ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1984. 100p.
- MENEZES, Bezerra de. A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico (2a. ed.). São Paulo: FEESP, 1982. 166p.
- MENEZES, Adolfo Bezerra de. Os carneiros de Panúrgio: romance filosófico-político (4a. ed.). São Paulo: FEESP, 1988. 188p.
- NUÑEZ, Sandra. A Pátria dos Curadoresː Uma História da Medicina e da Cura Espiritual no Brasil. São Pauloː Pensamento, 2013. 216p.
- SANTOS, Dalmo Duque dos. Nova História do Espiritismo. Rio de Janeiro: Corifeu, 2007. ISBN 978-85-99287-70-5
- SANTOS, Prezalindo Levy. Pantheon Fluminense, Esboços Biográficos. Rio de Janeiro: 1880.
- SOARES, Sylvio Brito. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. Rio de Janeiro: FEB, 1963. 152p. il.
- SOUSA, Juvanir Borges de (coord.). Bezerra de Menezes, Ontem e Hoje. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2000. 236p. ISBN 85-7328-226-6
- STUDART, Guilherme (barão). Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense. Fortaleza: 1910.
- VELHO SOBRINHO, J. F.. Dicionário Bio-Bibliográfico Brasileiro (v. II). Rio de Janeiro: 1940. p. 335-336.
- WANTUIL, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil. Rio de Janeiro: FEB, 1990.
- XAVIER, Francisco Cândido. Bezerra, Chico e Você (4a. ed.). São Bernardo do Campo (SP): Grupo Espírita Emmanuel, 1976. 140p. il.
Ligações externas
- IBSEN, Stig Roland. Dr. Bezerra de Menezes: síntese biográfica . Consultado em 25 de Maio de 2008.
Fonte: Wikipédia
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