AS MULHERES FARAÓS NO ANTIGO EGITO

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A MULHER NO ANTIGO EGITO


A mulher egípcia num contexto geral, costumes, vestimentas e casamento, a mulher na sociedade em todos os contextos inclusive sua participação na religião, os direitos das mulheres e a vida de três grandes rainhas Hatshepsut, Cleópatra e Nefertiti.
RESUMO
O objetivo desse trabalho é falar um pouco da mulher no Antigo Egito, tanto na sociedade, quanto na política, assim como seus direitos e deveres. Temos como finalidade mostrar que a sociedade egípcia, para as mulheres no mundo antigo não está tão distante assim da sociedade atual.
Palavras-chave: Mulher; Direitos; Egito Antigo.
1 INTRODUÇÃO
No antigo Egito a mulher cuidava de todos ao seu redor, isso incluía filhos, marido e servos. Seu dever era gerar, cuidar e curar. Citaremos mais adiante duas importantes mulheres egípcias que se destacaram na medicina, com muita luta e dedicação. As mulheres eram bem tratadas no Egito, podiam ter propriedade e receber renumeração, elas tinham direitos, e poderiam ir ao tribunais reclamarem caso se sentissem lesadas. Quando casadas continuavam a dispor de seus bens, assumiam o papel do marido quando esse se ausentava, algumas mulheres chegaram até o posto de Faraó, onde até então era somente titulo de um homem.
Essa condição da mulher egípcia, só foi alcançada novamente nos dias atuais, com muita luta e conquistas. A mulher na Antiguidade não tinha direito de responder por si próprias, muito menos de ter direito a terras ou renumeração. Há sem duvidas salvos casos de mulheres que chegaram a ser rainhas na Idade Média, mas não eram reconhecidas pela Igreja. Já no Egito a mulher era reverenciada e tinha um papel fundamental nos cultos religiosos. Então vamos estudar um pouco sobre essa fascinante parte da história.
A finalidade desse artigo é mostrar que as conquistas realizadas pelas mulheres na idade contemporânea, já haviam sido conquistadas à muitos anos atrás pelas mulher egípcias. Essa pesquisa é de grande relevância para que possamos entender que desde a antiguidade as mulheres, já buscavam, igualar-se aos homens, tendo assim os mesmo direitos, até poder tornar-se Faraó.
Começaremos esse artigo falando sobre a mulher egípcia num contexto geral, costumes, vestimentas e casamento. Logo após abordaremos a mulher na sociedade em todos os contextos inclusive sua participação na religião. Então falaremos dos direitos das mulheres, você irá notar que é muito semelhante, se não praticamente os mesmos direitos alcançados pelos mulheres nos dias de hoje. Encerraremos nosso artigo discutindo sobre a vida de  três grandes rainhas Hatshepsut, Cleópatra, Nefertiti.
2 A MULHER EGÍPCIA
Falar sobre história das mulheres egípcias não é uma tarefa fácil, pois encontramos uma grande dificuldade com relação às fontes. Essa dificuldade está relacionada ao fato de que as fontes eram produzidas, em grande maioria, pelos homens e quando vamos analisá-las, precisamos filtrar o silêncio que está por trás de cada palavra e em que contexto se escreveu, pintou, ou produziu essas fontes, sejam elas iconográficas (imagens), escritas ou arqueológicas (vasos, estelas, entre outros objetos).
O casamento no antigo Egito era considerado como um evento muito importante para as mulheres. As garotas egípcias costumavam casar-se na faixa dos 12 anos, enquanto os garotos tinham entre 15 e 19. Elas podiam também divorciar-se, caso sofressem maus-tratos, onde recorriam aos seus familiares para pedir ajuda, na intervenção do casamento. O divórcio era algo simples e que não necessitava de muito tempo para obter-se, dentre os principais motivos de divórcios estavam os maus-tratos, o adultério e a infertilidade.
O mais surpreendente é que temos poucas informações tanto sobre as cerimônias de casamento quanto sobre os processos judiciais de divórcio. Ainda assim, o status legal de um casal que vivia junto era diferente do de um casado. Existe até o testemunho de um homem, que foi acusado de ter  tido relações sexuais com uma mulher que vivia com outro homem, mas que não era casada com ele, e parece que isso não era considerado crime. Apesar dessas instituições relativamente livres, o adultério de uma mulher  representava, pelo menos em teoria, um grave crime. (BAINES; MALIK, 2008, p. 205)
As mulheres camponesas vestiam-se com uma longa túnica, enquanto as mulheres da nobreza usavam vestidos bordados com contas. Nas cerimônias, tanto os homens como as mulheres usavam pesadas perucas. Além do mais, independentemente de idade ou sexo, os egípcios adoravam usar imensas joias entre elas tiaras, brincos, colares, anéis, braceletes e pulseiras. Podendo ser de ouro, prata, pedras semipreciosas, contas de vidro, conchas ou pequenas pedras polidas de cores bonitas Além das joias, a maquiagem ocupava uma parte considerável do tempo dos egípcios, tanto para as mulheres quanto para os homens, os cosméticos, os ornatos para a cabeça e os adereços tinham papel marcante na aparência da mulher egípcia.
3 A MULHER E A SOCIEDADE
Na sociedade egípcia as mulheres tinham a função de gerar, cuidar e curar, podendo ter posse de terras e possuir bens próprios. No antigo Egito a esposa era quem cuidava de todos ao seu redor, incluindo filhos e servos. Segundo documentos da III e V Dinastia, as mulheres podiam administrar a herança dos filhos caso fossem menores, sendo que em alguns documentos são mostrados que tanto os filhos, quanto às filhas, recebia de forma igual à divisão da herança. Há vários registros de mulheres fazendo serviços domésticos, como a tecelagem e a preparação de cerveja e pães para a distribuição em todo o Estado. Na ausência dos maridos elas tomavam conta das tarefas deles Durante o Reino Médio, as mulheres podiam atuar na justiça como testemunhas e defensoras e em pé de igualdade no trabalho de corveia (Sistema de trabalho compulsório no Egito Antigo).
As mulheres também tinham praticamente os mesmos direitos dos homens, o que não ocorria em outras civilizações da mesma época. Chegando a postos que só foram alcançados por mulheres somente na sociedade atual. Havia muitos postos de trabalho e de destaque para as mulheres egípcias. Segundo MORLEY, SALARIYA (1999, p. 34):
As mulheres eram bem tratadas no Antigo Egito. Elas podiam receber uma remuneração e ter propriedades. A lei egípcia reconhecia seus direitos e elas podiam ir aos tribunais reclamá-los, se sentissem que estavam sendo tratadas de forma injusta. Era esperado que os maridos permitissem as suas esposas irem aonde quisessem e fazer o que desejassem. As mulheres nas famílias mais pobres tinham de trabalhar em casa, nos campos, ou ajudando no ofício de seus maridos. A função de uma sacerdotisa era considerada uma honra e não um trabalho. Uma mulher poderia se tornar faraó mais isso era extremamente raro. 
Há relatos de duas médicas que ficaram conhecidas no Antigo Egito, a  primeira médica citada nos textos é NEFERICA-RÁ ou NEFER-KA-RÁ, médica-obstetra que atuou na corte do Faraó Saurá na V Dinastia (2494-2345 a.C.),  a outra médica, mais citada nos textos, foi PESESHET que atuou durante o reinado do Faraó Amenhotep III na XVIII Dinastia do Novo Império (1552-1305 a.C.).
Peseshet exerceu suas funções como “diretora da equipe de médicos” e, nas representações, era sempre citada como “aquela que decide”, confirmando sua posição como uma autoridade conceituada no âmbito da Medicina. Foi homenageada por seu filho, o Sacerdote Akhet-Hetep, que lhe dedicou uma Estela comemorativa em Gizé, na qual estão claramente gravados o nome e os títulos honoríficos de sua mãe.
3.1 A MULHER E A RELIGIÃO
Devemos ressaltar que a posição sociocultural e profissional alcançada pela mulher não se restringia apenas àquelas pertencentes à nobreza. Mas também mulheres do povo desfrutavam de dignidade e de respeito na sociedade faraônica. Entretanto auge do prestígio da mulher no Antigo Egito pode ser facilmente avaliado pelas importantes realizações no âmbito religioso e na realeza. As princesas e as esposas dos faraós exerciam atividades de grande relevo nas práticas religiosas. Eram as “Divinas Adoradoras de Amon”, ou “Divinas Esposas Reais”, ou “Mães do Faraó-Deus”, ou ainda “Cantoras de Amon”. Participavam ativamente dos rituais, tinham instrução e desempenhavam o papel importante no culto religiosa de vários Deuses egípcios, além das oferendas às divindades, cerimônias de consagração e de jubileus, orações e procissões de barcas sagradas.
 Em toda essa representatividade a mulher, como sacerdotisa da divindade (de ISIS, de HATHOR, de SEKHEMET) tinha um papel preponderante, nos rituais em que se celebrava o nascimento do “Filho Divino”, do Faraó-Deus, representados profusamente nos santuários dos “MAMISIS”, em vários templos.
Em um dos mitos da criação mais conhecidos, vemos que das águas caóticas, antes da intervenção do Deus criador, já existiam quatro casais que influenciavam o movimento e a transformação. Mediante a ação do Deus criador surgiu o primeiro casal divino, Shu (ar) e Tefnut (umidade do ar), que por sua vez deu origem a outro casal, Geb (Terra) e Nut (Céu), que originaram os deuses Isís, Osíris, Néftis e Seth. Aqui percebemos que houve uma interação de pares femininos e masculinos para formação do universo. Através de fontes arqueológicas sabemos que no mundo divino, o pensamento religioso era habitado por inúmeras divindades femininas, a quem eram prestados cultos e oferendas. Podemos citar a deusa Ísis, que é associada como uma boa mãe e esposa, entre outras representações que a mesma possui. Assim, percebemos o papel divino da mulher como parte importante na criação do universo e como deusa que protege e salva.
4 OS DIREITOS DA MULHER
As mulheres podiam dispor de bens próprios e também de ser proprietárias de terras por elas mesmas administradas, participavam de transações comerciais, assim como também herdavam bens e faziam testamentos. Quando se casavam, continuavam a dispor de seus bens e, em caso de separação do cônjuge, teriam seus direitos garantidos perante aos códigos de leis, podiam apresentar-se diante dos tribunais como acusadoras, defensoras ou testemunhas. Eram responsáveis pelos seus atos e, igualmente, estavam sujeitas às mesmas penalidades ou castigos com a mesma severidade que as atribuídas aos homens.
Geralmente a condição normal da mulher era a de casada, constituindo parte de uma família monogâmica, do núcleo da sociedade egípcia na época faraônica. As representações de casais e seus filhos nos mostram a importância da estrutura familiar e o papel fundamental representado pela mulher, no antigo Egito.
Esse prestígio de que a mulher egípcia gozava se fazia sentir, não só no setor político e religioso, mas ainda na esfera social e nas diversas profissões de nível superior.
Entretanto, é necessário tomarmos certo cuidado, pois existem documentos, como os ensinamentos de Ptah-Hotep - um conjunto de máximas do século XVIII A.C., dos quais instruem os maridos a manterem as suas esposas afastadas de funções próximas ao poder: “Reprima-a, pois seu olho é um vento de tempestade quando ela encara”. É possível analisar que mesmo existindo um reconhecimento das funções das mulheres, elas não tinham total autonomia sobre si. Contudo, não podemos esquecer que existiram mulheres que agiram de maneira diferente, e conseguiram se destacar e até obter cargo de poder no governo do Egito.
Nos túmulos mais antigos as mulheres estão ausentes dos trabalhos de maior destaque e das diversões mais agradáveis. Geralmente elas eram representadas como tocadoras de instrumentos e dançarinas acrobáticas, o papel das mulheres neste período parece ter sido muito restrito.
A cor amarelada da pele das mulheres indica, entre outras coisas, uma menor exposição ao sol do que a dos homens, representados com aparência mais avermelhada. Isso sugere uma reclusão maior da mulher.  É possível que não fosse seguro para elas se aventurarem pelos espaços externos. Um texto de Ramsés III afirma: "Tornei possível à mulher egípcia seguir seu caminho, podendo as suas viagens prolongar-se até onde ela quiser, sem que qualquer outra pessoa a assalte na estrada", o que implica não ter sido sempre este o caso. As mulheres não tinham quaisquer títulos importantes e, à exceção de alguns membros da família real e das rainhas, dispunham de pouco poder político.
O trono no antigo Egito era por direito do filho mais velho. Houve em alguns momentos da história egípcia em que a rainha, com a morte do Faraó, precisou governar até que o filho mais velho pudesse assumir o cargo de Faraó. O casamento geralmente era feito entre irmãos, para manter o sangue real da família. Quando o Faraó se casava com alguma mulher que não pertencia à família real, esta se tornava uma esposa secundária.
As mulheres não possuíram nenhum título importante, sem contar alguns relacionados ao sacerdócio, e, fora alguns membros da família real e as soberanas reinantes, tiveram pouco poder político. Seu título mais comum era, “senhora da casa”, é um título de respeito que significa apenas algo mais que “Senhora.” (BAINES; MALIK, 2008, p. 205)
4.1 AS RAINHAS DO EGITO
No contexto real, no Egito Antigo, podemos destacar Hatshepsut, considerada a mais poderosa rainha, que governou o Egito Antigo no século XV a.C. com toda força política e carisma, ela usava a dupla coroa do faraó, indicando sua soberania sobre as duas terras, ou seja, o Alto e o Baixo Egito. Até aquele momento nenhuma mulher havia se tornado faraó, sendo no máximo esposas dos reis ou regentes de seus filhos. Filha de Tutmés I, casou-se aos dezessete anos com seu meio-irmão Tutmés II, com a morte de seu marido Hatshepsut assumiu o poder, pois o filho de Tutmés II, com uma concubina ainda era muito pequeno. Governou o Egito sozinha por 22 anos, na época o Egito era um dos mais ricos. Para permanecer no poder fez o uso de sua descendência de Tutmés I, a princípio não enfrentou objeções, já que Tutmés III, era muito jovem e não podia reinar.
No inicio do seu reinado Hatshepsut não exigiu as regalias reservadas aos faraós, que eram governantes e sacerdotes da religião local (considerados seres divinos).  Com o passar do tempo seu poder foi aumentando, até se mostrar como faraó, fazendo até o uso de barba postiça e calças. O uso de barba falsa era um costume exclusivo dos faraós, a barba para eles tinha o mesmo significado da coroa para os reis. Hatshepsut promoveu a inovação administrativa e a expansão comercial. Enviou várias expedições para a costa africana, no Mar Vermelho, em busca de ouro, marfim, pele de animais, entre outros. (PERCÍLIA, Eliene).
Com a prosperidade de seu governo, Hatshepsut começou a fazer várias obras de embelezamento arquitetônico no Egito. Erguendo diversas edificações em homenagem ao deus Amon-Rá, na região de Beni Hasan ela construiu um novo templo feito de pedras, denominado Speos Artemidos pelos gregos.
Já Cleópatra VII fugiu totalmente à regra dos padrões estabelecidos da Grécia clássica helênica de submissão, onde na política o destaque era somente masculino, conseguindo, segundo os documentos, com muita iniciativa e poder de decisão, chocar os homens e mulheres da época. Muitos homens tentaram deturpar a imagem de Cléopatra, colocando-a como muito bela e sedutora para desqualificar suas funções intelectuais. No período, uma mulher não podia ter tamanha capacidade de poder e artimanhas, por isso, segundo os padrões da sociedade em que a mesma viveu, só se conseguiria todo esse poder através da sedução (SANTIAGO, Ana Clésia). Não podemos deixar de resaltar que Cleópatra foi a ultima governante do Egito Antigo, antes da sua incorporação como província do Império Romano.
Devemos lembrar que essas mulheres da nobreza tiveram chegado ao poder sem o apoio masculino, caso contrário elas não conseguiriam manter seus tronos por tanto tempo. No caso das duas rainhas, elas eram filhas de faraós já falecidos, o que facilitou a situação delas no campo de privilégios.
Outra rainha de nome conhecido é a Nefertiti, cujo nome significa “a mais bela chegou”, foi uma importante rainha egípcia da XVIII dinastia. Foi esposa do faraó Akhenaton, responsável por substituir o culto politeísta pelo monoteísta no antigo Egito. Alguns egiptólogos defendem a hipótese de que a Rainha governou o Egito durante dois anos, logo após a morte de seu marido.
A rainha teve suma importância na proliferação do culto monoteísta junto com Akhenaton, pois ela era uma das únicas que podia reverenciar e interceder diretamente com o rei-sol Athon. No reinado de Akhenaton, o faraó e a rainha eram responsáveis pela realização dos cultos e eram figuras representativas dessa divindade, fortalecendo os laços com a população (SILVA, Tiago Ferreira).
Sendo que a morte dela também é misteriosa, alguns historiadores defendem a hipótese de que ela possa ter sido assassinada por sacerdotes, que era defensores do politeísmo e, queriam desestabilizar o faraó, assim sendo, assassinaram a esposa que era o braço direito de Akhenaton. Outros acreditam ainda, que ela tenha se tornado co-regente de seu marido, acumulando assim mais poder. Esta última tese é levantada graças a uma imagem em bloco de pedra onde a rainha aparece golpeando um inimigo com uma maçã.
8 CONCLUSÃO
Conforme vimos nesse artigo, os direitos da mulher no Egito Antigo em muito se é parecido com os direitos da mulher na sociedade atual. Séculos separam essas sociedades, mesmo assim essa história chega a ser fascinante. As mulheres egípcias usufruíram de um poder, prestigio e direitos, que nenhuma outra civilização da época possuía, onde a mulher somente iria usufruir novamente na sociedade moderna.
No Egito Antigo a família era muito valorizada, não há quase registros de casais sem filhos. Sendo que uma das principais funções da mulher seria, gerar, curar e proteger sua família. Havia certos princípios morais em que as mulheres deveriam seguir, sendo as deusas modelos de inspirações para elas. A deusa Ísis, por exemplo, era o protótipo de esposa, boa mãe e modelo de fidelidade e solicitude. A deusa Háthor, deusa do amor, era considerada a deusa que protegia as mulheres da esterilidade e lhe daria muitos filhos. Os ensinamentos de Maat eram sempre lembrados como um equilíbrio necessário para se encontrar as respostas para todo que tipo de problemas, tornando então a mulher uma mãe de múltiplas responsabilidades e com base de um lar feliz e próspero. A postura da mulher no antigo Egito se dá na maioria das vezes pela própria religião.
REFERÊNCIAS
BAINES, John; MALIK, Jaromir. Cultural Atlas of Ancient Egypt. London: Andromeda Oxford Limited, 2008
HART, George. The British Museum Pocket Dictionary of Ancient Egyptian GODS and Goddesses. British MUSEUM Press, 2001.
LOPES, Dr. Geraldo Rosa. A mulher no Antigo Egito. Disponivel em http://olhodehorus-egito.com.br/egito.htm. Acessado em 05/11/2014 às 20hs: 32mim.
SANTIAGO, Ana Clesia.  Destaque Cultural - Mulheres egípcias: religião, sociedade e nobreza. Disponível em http://www.amorc.org.br/espaco-de-arte-francis-bacon-1.html. Acessado em 01/11/2014 às 15hs: 15min.
SHAW, Ian. The Oxford Illustrated History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000
SILVA, Tiago Ferreira. Nefertite. Disponivel em http://www.infoescola.com/civilizacao-egipcia/nefertiti/. Acessado em 15/11/2014 às 18hs: 56min.
SOUZA, Aline Fernandes. O papel das mulheres na sociedade faraônica: a igualdade em discussão. Disponivel em http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST70/Aline_Fernandes_de_Sousa_70.pdf. Acessado em 01/11/2014 as 16hs:25min.
PERCÍLIA, Eliene. Hatshepsut. Disponivel em http://www.brasilescola.com/historia/hatshepsut.htm. Acessado em 15/11/2014 às 17hs: 33min.

Publicado por: Fernanda Vach Michel


O papel da mulher no Antigo Egito




Dr. Geraldo Rosa Lopes *
Mesmo desde a época pré-dinástica e, sobretudo no período dinástico, a mulher egípcia já desfrutava de uma invejável posição sócio-política-cultural, chegando, em certos períodos, a equiparar-se ao homem. Seu prestígio era bem mais acentuado que o de suas contemporâneas de sociedades vizinhas. Historiadores gregos, como Heródoto, Plutarco, Diodoro e Hécate de Mileto, ficaram surpresos diante da hierarquia que a mulher egípcia ocupava na comunidade. Juridicamente, possuía os mesmos direitos, prerrogativas e as mesmas responsabilidades.


Podiam dispor de bens próprios e ser proprietárias de terras por elas mesmas administradas; participavam de transações comerciais; também herdavam bens e faziam testamentos. Quando se casavam, continuavam a dispor de seus bens e, em caso de separação do cônjuge, tinham seus direitos garantidos. Iguais perante aos códigos de leis, podiam apresentar-se diante dos tribunais como acusadoras, defensoras ou testemunhas. Eram responsáveis pelos seus atos e, igualmente, estavam sujeitas às mesmas penalidades ou castigadas com a mesma severidade que as dispensadas aos homens.


A condição normal da mulher era a de casada, constituindo parte de uma família monogâmica, núcleo da sociedade egípcia na época faraônica. As representações de casais e seus filhos mostram a importância da estrutura familiar e o papel fundamental representado pela mulher. Esse prestígio de que a mulher egípcia gozava se fazia sentir, não só no setor político e religioso, mas ainda na esfera social e nas diversas profissões de nível superior. Há relatos de duas médicas que ficaram conhecidas no Antigo Egito, inclusive exercendo cargos de chefia e outros de trabalho de grande responsabilidade.
A primeira médica citada nos textos é NEFERICA-RÁ ou NEFER-KA-RÁ, médica-obstetra que atuou na corte do Faraó SAHURÁ – 5ª. Dinastia (2494-2345 a.C.). Outra médica, mais citada nos textos, foi PESESHETque atuou durante o reinado do Faraó Amenhotep III – 18ª. Dinastia – Novo Império (1552-1305 a.C.). Exerceu suas funções como “diretora de equipe de médicos” e, nas representações, era sempre citada como “aquela que arbitra” ou “aquela que decide”, confirmando sua posição como uma autoridade conceituada no âmbito da Medicina. PESESHET foi homenageada por seu filho, o Sacerdote Akhet-Hetep, que lhe dedicou uma Estela comemorativa em Gizé, na qual estão claramente gravados o nome e os títulos honoríficos de sua mãe.


Devemos ressaltar que a posição sócio-cultural e profissional alcançada pela mulher não se restringia apenas àquelas pertencentes à nobreza. Também as mulheres do povo desfrutavam de dignidade e de respeito na sociedade faraônica.Mas, o auge do prestígio da mulher no Antigo Egito pode ser facilmente avaliado pelas importantes realizações no âmbito religioso e na realeza. Princesas e as esposas dos faraós exerciam atividades de grande relevo nas práticas religiosas. Eram as “Divinas Adoradoras de Amon” – “Divinas Esposas Reais” – “Mães do Faraó-Deus” – “Cantoras de Amon”. Participavam ativamente dos rituais de oferendas às divindades, cerimônias de consagração e de jubileus, orações e procissões de barcas sagradas.


Em toda essa representatividade a mulher, como sacerdotisa da divindade (de ISIS, de HATHOR, de SEKHEMET) tinha um papel preponderante, mòrmente naqueles rituais em que se celebrava o nascimento do “Filho Divino”, do Faraó-Deus, representados profusamente nos santuários dos “mamisis”, em vários templos. E, como corolário desse prestígio, não podemos deixar de citar as famosas “rainhas-Faraós”, cujos nomes a história tem conservado tão zelosamente e que exerceram suas funções como soberanas incontestes, dedicando suas vidas aos ideais de bem governar o Egito, a grande potência da Antiguidade.

Eis-nos, então, diante de uma plêiade de rainhas autênticas e consagradas: – Nitócris – Hatchepsut – Nefertiti – Tausert – Cleópatra – nomes que os séculos têm repetido e relembrado como mulheres que gravaram em suas vidas os marcos da glória e do poder.
* Profº, doutor, amigo e membro do ex-Centro de Egiptologia e atual GEAF (Grupo de estudos avançados).
Fonte:http://www.olhodehorus-egito.com.br/egito.htm#mulher


Lista de 9 mulheres Faraós do Antigo Egito


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9-Nitócris foi, segundo Heródoto, a única mulher a reinar no Egito.
Heródoto, em suas investigações  no Antigo Egito, recebeu dos sacerdotes uma lista de 330 faraós, dos quais dezoito eram etíopes, e apenas uma era mulher, uma egípcia nativa. Esta rainha tinha o mesmo nome da rainha da Babilônia,que fez grandes obras na Babilônia, e foi mãe do seu último rei.
Nitócris tornou-se rainha após o assassinato, pelos egípcios, do faraó, seu irmão.Ela se vingou dos assassinos, construindo uma câmara subterrânea, chamando-os para um banquete, e fazendo-os morrerem afogados, por uma entrada de água. Para escapar punição, ela se suicidou jogando-se no fogo.
Segundo Manetão, citado por Eusébio de Cesareia, ela foi da VI dinastia egípcia, era a mais nobre e bela mulher de sua época, e construiu a terceira pirâmide. Sua dinastia, da qual apenas ela é mencionada, reinou por duzentos e três anos


8-Tausert ou Twosret foi uma rainha egípcia da XIX dinastia que à semelhança de Hatchepsut governou o Antigo Egipto sozinha. O seu nome significa "A Poderosa".
As informações disponíveis sobre Tausert são escassas. Pensa-se que fosse uma princesa descendente da família de Ramsés II, que como se sabe teve inúmeros filhos das suas esposas e concubinas (supostamente mais de 150). Tausert foi casada com o faraó Seti II, filho de Merneptá. O reinado de Seti II durou seis anos, sugerindo alguns autores que o rei foi perturbado por um usurpador, Amenmosé, descendente de Ramsés II.
Seti II teve três esposas. Com a sua primeira esposa, Takhat II, o rei não teve filhos; com Tausert teve um filho que possivelmente morreu ao nascimento, o príncipe Seti-Merneptá. Com uma mulher síria, Sutailja, Seti II teve Siptah, que apenas governou durante seis anos. As análises à múmia de Siptah revelam que este rei teve uma fraca saúde, possuindo uma perna atrofiada em resultado de poliomielite, sendo provável que o seu reinado tenha sido mais teórico do que efectivo.
Assim sendo, Tausert enquanto "Grande Esposa Real" de Seti II foi regente face à menoridade e fraca saúde de Siptah. Tausert foi auxiliada na sua acção governativa pelo Chanceller Bay, um escriba de Seti II de ascendência síria. Quando Siptah faleceu, Tausert governou ainda durante mais dois anos.
O nome da rainha encontra-se inscrito em monumentos da região do Delta do Nilo, no deserto do Sinai e na Núbia. A sul do Ramesseum, Tausert ordenou a construção de um templo funerário, que foi descoberto por William Petrie.
Pensa-se que Tausert foi inicialmente sepultada no Vale dos Reis, no túmulo número 14 (KV14), um das maiores destanecrópole com 110 metros de comprimento. Este túmulo seria mais tarde apropriado por Setnakht, primeiro faraó da XX dinastia. Dele apenas se preservam uma pequena parte dos tesouros. A múmia da rainha não foi ainda identificada, tendo sido sugerido que os restos de uma mulher encontrados no túmulo número 35 do Vale dos Reis possam ser de Tausert.



7-Merineit, Merneit,  ("Amada de Neit" ) foi possivelmente esposa do faraó Dyet e mãe de Den. É por alguns considerada como a primeira rainha dirigente do Antigo Egito, durante a minoridade de seu filho Den.
Encontrou-se uma rastro com seu nome num túmulo em Umm el Qaab em Abidos. Seu nome também se encontrou num selo no túmulo T de Umm el Qaab, com as dos monarcas da Dinastia I.
É possível que tenha sido ali sepultada, ainda que se acharam restos de sua mastaba em Saqqara.


6-Ah-hotep I foi uma rainha do Antigo Egipto que viveu na época final da XVII dinastia e começo da XVIII, entre cerca de 1570 e 1540 a.C.. O seu nome significa "a Lua está satisfeita".
Trata-se de uma das figuras femininas mais importantes para os soberanos do Império Novo que a olharão como nobre antepassada, à semelhança do que acontecerá com a sua filha, Amósis-Nefertari. Oriunda de Tebas, era filha de Taá I e da rainha Teticheri.
Foi casada com o seu irmão, Taá II, soberano que faleceu nas batalhas que visavam expulsar os Hicsos do território egípcio, como atestam os ferimentos presentes na sua múmia.
Quando o seu marido faleceu Kamés tornou-se o novo rei. Não se sabe se Kamés era filho de Taá II e de Ah-hotep ou se era irmão de Taá II, posição defendida pelo egiptólogo Claude Vandersleyen. Após a morte de Kamés, o filho de Ah-hotep com Taá, Amósis, foi proclamado o novo rei. Dada a sua menoridade (teria cinco ou dez anos) a rainha exerceu funções de regente.
O seu filho Amósis levantou uma estela em sua memória em Karnak, na qual a apresenta como responsável pela pacificação do Alto Egipto e pela submissão dos rebeldes. É provável que a rainha tenha submetido elementos rebeldes que tentariam tomar o poder em Tebas enquanto o seu filho lutava no norte para expulsar os Hicsos.
Ah-hotep foi inumada num túmulo nas colinas de Dra Abu el-Naga, sector ocidental da necrópole de Tebas. A sua múmia foi ali descoberta em 1859 num poço com mais de cinco metros de profundidade por trabalhadores do Serviço de Antiguidades. Os restos da rainha foram perdidos devido ao facto do governador de Qena ter ordenado abrir o sarcófago onde se encontrava a múmia e dela ter retirado as jóias, literalmente reduzindo a múmia a pó.



5-Khentkaus I também conhecido como Khentkawes, era uma rainha do Egito Antigo durante a 4ª dinastia. Ela se acreditava ser a filha do faraó Miquerinos. Também foi descoberto que ela era a esposa de Shepseskaf e mãe de Userkaf. 



4-Sobekneferu, muitas vezes referida como "Neferusobek", que significa "a beleza de Sobek", foi uma faraó egípcia da décima segunda dinastia. Ela governou o Egito por quase 4 anos entre 1806 e 1802 aC. Ela era a filha do faraó Amenemhat III.


3-Hatchepsut ou Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e faraó do Antigo Egito. Viveu no começo do século XV a.C, pertencendo à XVIII Dinastia do Império Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.


2-Nefertiti (c. 1380 - 1345 a.C.) foi uma rainha da XVIII dinastia do Antigo Egito, esposa principal do faraó Amenófis IV, mais conhecido como Aquenáton.

Raízes familiares

As origens familiares de Nefertiti são pouco claras. O seu nome significa "a mais Bela chegou", o que levou muitos investigadores a considerarem que Nefertiti teria uma origem estrangeira, tendo sido identificada por alguns autores como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni (império que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia), filha do rei Tushratta. Sabe-se que durante o reinado de Amenófis III chegaram ao Egito cerca de trezentas mulheres de Mitanni para integrar o harém do rei, num gesto de amizade daquele império para com o Egito; Nefertiti pode ter sido uma dessas mulheres, que adotou um nome egípcio e os costumes do país.
Contudo, nos últimos tempos tem vingado a hipótese de Nefertiti ser egípcia, filha de Ay, alto funcionário egípcio responsável pelo corpo de carros de guerra que chegaria a ser faraó após a morte de Tutancâmon. Aye era irmão da rainha Tié, esposa principal do rei Amenófis III, o pai de Aquenáton; esta hipótese faria do marido de Nefertiti o seu primo. Sabe-se que a família de Aye era oriunda de Akhmin e que este tinha tido uma esposa que faleceu (provavelmente a mãe de Nefertiti durante o parto), tendo casado com a dama Tié.
De igual forma o nome Nefertiti, embora não fosse comum no Egito, tinha um alusão teológica relacionada com a deusa Hathor, sendo aplicado à esposa real durante a celebração da festa Sed do rei (uma festa celebrada quando este completava trinta anos de reinado).



1-Cleópatra Thea Filopator (em grego, Κλεοπάτρα Φιλοπάτωρ – Cleopátra Philopátor; Alexandria, 69 a.C. — 12 de agosto de 30 a.C.) foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista daquele país pelo rei Alexandre III da Macedônia. Era filha dePtolomeu Auletes. O nome "Cleópatra" significa "glória do pai", "Thea" significa "deusa" e "Filopator" "amada por seu pai".
A numeração das rainhas do Egito varia conforme o historiador. Por exemplo, E. R. Bevan a numera como Cleópatra VI.
Cleópatra originalmente governou conjuntamente com seu pai Ptolemeu Auletes, e mais tarde com seus irmãos Ptolomeu XIII e XIV, com quem se casou como por costume egípcio, mas, no final, ela tornou-se a única governante. Como faraó, ela consumou uma ligação com Júlio César, que solidificou sua pegada no trono. Mais tarde, ela elevou seu filho com César,Cesário, para co-regente em nome.
Cleópatra foi uma grande negociante, estrategista militar, falava seis idiomas e conhecia filosofia, literatura e arte gregas.

Fonte:
https://didinooz.blogspot.com/2015/07/lista-de-9-mulheres-faraos-do-antigo.html





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