ABUSO AFETIVO.QUANDO O AMOR SE TRANSFORMA EM DOMINAÇÃO E VIOLÊNCIA.CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DO AGRESSOR
Abuso afetivo. Quando o amor se transforma em dominação e violência
Quase invisível, de forma imperceptível, o abuso afetivo se configura no momento em que o excesso de amor se transforma em dominação e violência.
Por: Pascale Senk – Le Figaro Santé
Fonte: Saúde 247
Trata-se de um pequeno “excesso” de quase nada. A chantagem de um amigo a outro – “Se você não for ao bar conosco, nós não iremos”- ou o humor fora de lugar de uma avó a suas netas – “Se vocês quiserem uma parte da herança que vou deixar, comecem por me dizer bom dia!”- À cada vez, sob o disfarce de uma banal reflexão, o que se exprime nessas frases é na verdade uma mensagem cheia de coisas não-ditas que, durante muito tempo, ficaram reprimidas.
As festas familiares, aniversários, casamentos, Natal, são geralmente ocasiões ideias para esses lançamentos de farpas e de cobranças muitas vezes disfarçadas de gentilezas e agrados.
O psiquiatra francês Christophe André estuda essas maneiras bem humanas de “se morder psicologicamente”, comparando-as ao comportamento de alguns gatos que, quando são acariciados de modo demasiado insistente, se voltam súbita e brutalmente para arranhar a mão que os acaricia… Quando as relações afetivas de uma pessoa em relação a outra tornam-se excessivas, quando vão além da conta, existe sempre o risco de vê-las se transformar em grosserias abusivas, e até mesmo em lamentáveis estratégias de manipulação e dominação.
Maus tratos sutis
A psicoterapeuta francesa Aliette de Panafieu se especializou há anos nessa questão das violências psicológicas “comuns”. Ela dirige reuniões e work-shops nos quais cada um dos participantes aprende a identificá-las e sobretudo a compartilhar a experiência, sem ser julgado nem contestado.
Trabalhando na questão, Panafieu afinou sua percepção desses desconfortos quase invisíveis: “Apesar dela ser sutil ou negada pela nossa cultura, existe violência em algumas situações banais e familiares”. Aliette de Panafieu faz um inventário dos abusos mais frequentes dessa natureza: “Falar de alguém na terceira pessoa como se ele não estivesse presente, como se ele apenas fizesse parte da decoração do lugar”; “fazer uma piada, passar um trote, por um apelido jocoso ou sarcástico em alguém, ou criar uma brincadeira de gosto duvidoso cujo sentido escapa à pessoa concernente”; “os jantares onde os cônjuges acertam as contas”; etc. Tanto nas famílias quanto nos ambientes de trabalho e outros, é comum que uma grosseria sutil e mal educada se instale de modo insidioso.
No entanto, proclamar regras comportamentais não é, segundo Panafieu, a solução, pois ninguém saberia julgar e avaliar o real grau de sofrimento de uma outra pessoa. Nessa matéria, é a emoção – não importa se somos a vítima ou uma simples testemunha – que nos permite identificar se um abuso afetivo está se manifestando. “A primeira etapa de todo um trabalho destinado a tornar consciente tais processos e aprender a controla-los, é treinar a si mesmo para prestar atenção e reconhecer quando a irrupção de algum comportamento abusivo está acontecendo”, explica a psicoterapeuta. “É o momento no qual a ‘bolha’, o tempo-espaço físico, emocional ou psíquico de uma pessoa não está mais sendo respeitado”.
O indicador é, em primeiro lugar, a emoção que aflora. Assim, em face daquela colega, por exemplo, que lhe diz sem pestanejar: “Então você vai começar um curso intensivo de ioga? Vou me inscrever junto com você, nas mesmas datas!”, sem sequer perguntar a sua opinião a respeito, um sentimento de tristeza e de impotência lhe invade. Ou em face daquele pai que “cutuca” e provoca sem parar a sua filha adolescente, Panafieu observa que no rosto da garota se instala uma expressão sombria.
Identificar a emoção que se instala
Como reagir a essas pequenas punhaladas que surgem no dia-a-dia da relação afetiva? “Encontrando a energia para sair do triângulo vítima-carrasco-salvador”, explica Panafieu. Críticas, discussões, reações à queima-roupa, bem como os julgamentos, não servem para nada. O agressor geralmente age por impulso e não tem consciência clara de como está se comportando. Em revanche, manifestar de modo simples e claro ao agressor o que você está sentindo, ou testemunhando, com frequência permite o restauro da relação. O importante é não introjetar o sentimento de desconforto, e sim manifestá-lo claramente, de modo firme porém tranquilo, tanto para si mesmo quanto para o agressor. Não introjetar o sentimento.
Se você for o terceiro elemento, a testemunha, o melhor que tem a fazer é estar presente na situação e ser capaz de perguntar à vítima “O que você está sentindo?”. Mas quando você for a própria vítima, é bom identificar a emoção que está aflorando e vê-la como um alerta benfazejo, pois permite uma mudança essencial de paradigma. Para Aliette de Panafieu, trata-se de uma nova ecologia relacional que é possível de ser criada. “Durante muito tempo não víamos os males causados pelo açúcar, ela explica a título de exemplo. No contexto das relações humanas, acontece a mesma coisa”.
Fonte:http://www.luispellegrini.com.br/abuso-afetivo-quando-o-amor-se-transforma-em-dominacao-e-violencia/
Características psicológicas do agressor
Os psicólogos ou psiquiatras expõem que os maus-tratos são consequência de uma doença, mas se inclinam por uma explicação que tem a ver com um sistema desigual.Isto é, um abuso de poder ou de dominação que afeta a sociedade.
Um agressor geralmente começa assediando a vítima, reduzindo sua liberdade, isolando-a de seu entorno (família, amigos, etc.), minando a sua autoestima, bloqueando-a e minando seu senso de segurança, transformando-a gradualmente em dependente.
“Ele se aborrece quando saio com minhas amigas”, “Me diz para não me maquiar muito“, “Não gosta que eu use uma saia muito curta“, “Não quer que eu fale com meus colegas detrabalho“ são as frases mais comuns de mulheres que sofrem de abuso psicológico porparte de seus parceiros.
Repreender, tratar como uma criança, considerá-la inútil ou idiota, fazendo com que mude sua forma de ser ou de se vestir, também são formas de maltratar.
O agressor muitas vezes também abusa do seu poder, seja econômica ou físico efaz com que a mulher se sinta culpada por sua maneira de falar, de pensar, de agir, etc.O problema da culpa é muito comum e também pode resultar no que se conhece como “Síndrome de Estocolmo“, em que se evitam situações que podem gerar conflitos ouconfronto para não brigar ou até se separar.
O ciclo de maus-tratos costuma, em muitos casos, começar na infância do próprio agressor ou em algum tipo de trauma que aconteceu com ele durante seus primeiros anos de vida (até a adolescência). O agressor pode ter vivido em um ambiente de muita violência física ou verbal e ter sofrido medo, abandono, represália, controle excessivo, agressões físicas, etc.
As características do agressor
Estas são as principais características de uma pessoa com claro perfil de abusador ou agressor:
– Possessivo, dominante e exigente: uma das primeiras ações que toma é querer afastar seu parceiro de familiares e amigos. Como? Falando mal deles, incomodando-os em público, querendo semear a discórdia em alguma discussão ou problema, etc. Isso transforma a personalidade da vítima, priva-a de apoio externo e a torna dependente.Com o uso da violência, ele exerce poder absoluto sobre ao que você faz, sente e pensa, mesmo no mais íntimo de seu ser.
– Egocêntrico: o mundo sempre tem que girar em torno dele. Faz o que ele gosta em todos os momentos (o filme, o restaurante, o lugar de férias, as saídas) e caso contrário, se irrita. A mulher é um simples “satélite” que tem que girar ao seu redor, dependendo do que ele quer dela em cada situação. Tudo deve estar sob o seu controle e, se ela quiser desfrutar um pouco de sua independência, ele mostrará seus traços mais violentos.
– Temperamento difícil: birras como as crianças, acessos de raiva, ameaças, cara feia, brigas, etc. Tudo é sempre justificado pela culpa do outro, não por razões internas. Ele vai dizer que tal atitude o deixa de mau humor, que tal resposta é a causa de sua raiva e uma longa lista de desculpas.
– Ridicularizar ou humilhar publicamente: estando em uma reunião de família ou em um jantar com amigos, ele não terá nenhum problema em “mostrar” para os outros os defeitos de seu parceiro. “Vocês não acham que ela está um pouco acima do peso?“, “Sempre erra“, “Não sabe fazer a carne como eu gosto”, “É uma bagunceira“, etc.
Faz isso para manter a mulher sob controle, insultando, denegrindo, ferindo. Como consequência, a confiança vai sendo destruída e só se pensará nos erros. Nunca ficará alegre com os progressos ou êxitos e minimizará qualquer realização. Os fracassos pessoais virão à tona antes das virtudes, para que tenha a sensação de que você está sempre fazendo tudo errado.
– Controlador-paranóico: pensa que os outros querem se aproveitar dele, de seu dinheiro, de seu poder, de seus contatos, de sua sabedoria, de sua experiência, etc. Tem uma necessidade obsessiva de controlar o seu parceiro todos os dias, com perguntas destinadas a encontrar contradições.
O agressor monitora constantemente os movimentos de sua vítima, querendo saber onde sua namorada ou esposa está, com quem está, a que horas volta, o que faz e o que não faz, com quem fala, porque está atrasada alguns minutos, etc. Considera a outra pessoa sua posse, seu objeto, não uma pessoa com vida própria.
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Violento e agressivo: começa lentamente quebrando, pratos, móveis ou vidros, batendo nas paredes, jogando coisas no chão ou contra a pessoa, etc. Se chega a este ponto, é preciso fazer a denúncia e fugir imediatamente dele, não dar oportunidades.
Parece muito simples de conseguir, mas não é, pois o agressor mantém a vítima“amarrada” de diferentes maneiras, com uma grande carga psicológica. No entanto, sevários desses pontos lhe soam familiares, você está com um problema que deve resolverantes que seja tarde demais.
Três tipos de homem que você jamais deveria ter como companheiro
Nenhum homem é perfeito, assim como nenhuma mulher é perfeita. Estamos longe disso. Todos somos cheios de defeitos e passamos por momentos nos quais realmente somos difíceis de suportar até para as pessoas que mais gostam de nós. Contudo, existem traços de personalidade que podem ser muito negativos para os relacionamentos amorosos, que vão muito além de uma série de momentos pontuais.
O problema surge por dois motivos: nunca acabamos de conhecer plenamente uma pessoa, e as pessoas mudam. Um homem pode parecer absolutamente encantador no começo, mas talvez logo você tenha que se perguntar para onde foi aquele príncipe encantado. Ou ao contrário: alguém pode parecer ser totalmente entediante e, com o passar do tempo, você descobre nele um encanto escondido.
“Você está apaixonado quando percebe que a outra pessoa é única.”-Jorge Luis Borges-
O que é fato é que algumas pessoas têm um jeito inadequado de se relacionar com a sua afetividade e com o resto. Talvez não consigam amar, ou não aceitem ser amados, ou estão presos dentro do seu próprio inferno de culpa, ressentimento ou temor. Nesses casos, exceto se você conseguir um milagre, o relacionamento acabará em fracasso. Portanto, a seguir apresentamos três tipos de homem dos quais é melhor se manter afastada.
O homem que vai de um extremo ao outro
Um tipo de homem que passa da maior ternura à máxima agressividade, em muitas ocasiões sem que existam fatos que justifiquem tal mudança. Nunca explica realmente o que aconteceu. Simplesmente, um dia morre de amores por você e enche você de presentes e carícias, mas no dia seguinte a rejeita de um jeito ácido e, às vezes, cruel.
Costumam ser impulsivos. Sem entender de que jeito, você começa a vivenciar uma profunda ambiguidade deles. Você se derrete quando estão na sua faceta amorosa. Não consegue imaginar um homem mais afetuoso e dedicado do que ele. Você sente que o adora e que é o grande amor com o qual sonhou. Depois, quando desperta esse tipo de monstro que ele leva dentro de si, você experimenta justamente o contrário: rejeição e até ódio pela sua instabilidade ou medo, porque ele se torna imprevisível.
Esse tipo de homem é emocionalmente desgastante. Possuem um profundo conflito consigo mesmos, que não superaram. São muito egocêntricos e por isso não consideram os efeitos que causam em você. O fato é que não estão prontos para ter um relacionamento amoroso com você, nem com ninguém.
O homem que tem o hábito de mentir
Existem muitos jeitos de mentir. O mais óbvio é falar sobre fatos ou situações que nunca aconteceram. Mas viver em função de aparências, prometer e não cumprir, se acomodar com circunstâncias com as quais a gente não concorda, também são formas de cair em falsidade.
O mentiroso geralmente se entrega, não por causa do jeito que mente para você, mas por causa do jeito que o faz com os outros. Se o faz com outros, por que não o faria com você também? Muitas vezes essas mentiras não são fáceis de detectar, porque existem homens que são verdadeiros profissionais da simulação. Por isso é tão importante prestar atenção em como ele age com os outros.
Alguém que mente constantemente tornará impossível que a confiança cresça no relacionamento. Logo você se verá fazendo pesquisas exaustivas para pegá-lo. Ou fuçando suas coisas para ver se a engana. Com os homens compulsivamente mentirosos é impossível construir um relacionamento que valha a pena.
O homem que faz você se sentir inibida
São esse tipo de homem com os quais você sente que está pisando em ovos o tempo todo. Costumam ser muito críticos em relação ao que você faz ou diz, e inclusive com o jeito que você se veste. Esse traço é próprio de quem tem muito sucesso ou dinheiro e procura simplesmente uma companhia que se comporte do jeito que eles querem.
O fato é que você sempre se sente avaliada e, geralmente, desclassificada. Você pensa cada coisa vinte vezes antes de pronunciá-la. Você mede muito bem o jeito que se comporta quando ele está com você e permanece nessa atitude tensa, que não a deixa ser espontânea. De repente, você se torna uma pessoa muito silenciosa quando está na sua presença; ou fala, mas sempre está atenta à expressão que ele tiver diante das suas palavras.
Em casos mais extremos, estes homens controladores e narcisistas também acabam sendo violentos. Acreditam que o mundo e todas as pessoas, especialmente seu companheiro, precisam se comportar como ele imagina que devem fazê-lo. O seu lance é a intimidação, seja com jogos psicológicos sutis ou com coação física direta. Como esse tipo de homem você nunca será feliz.
Fonte:https://amenteemaravilhosa.com.br/
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