Havaí. O paraíso do arco-íris.
Por Alline Oliveira
Não é à toa que o símbolo do estado americano do Havaí é um arco-íris. Em qualquer hora do dia nas ilhas deste arquipélago está sempre chovendo e fazendo sol ao mesmo tempo, formando-se arco-íris incríveis de tamanhos e intensidade variados. Basta abrir sua janela.
Visitar o Havaí é muito diferente de morar lá. Eu vivi as duas coisas.
Anos atrás, passei sete dias de dezembro em Kaua’i, a grande ilha mais ao norte do arquipélago. Confesso que tive uma primeira impressão diferente do que eu esperava de um paraíso tropical, pois achei tudo muito frio e chuvoso, demais para o meu gosto. Kauai é conhecida como a “ilha jardim”, repleta de florestas, campos agrícolas e fazendas hortigranjeiras. Mas apesar de nesta ilha você ter que ficar usando aquele negócio que eu odeio, que se chama casaco, nada disso significa que eu não tenha adorado o passeio. Sete dias de pernas para o ar, curtindo férias num resort, muito pouco importa o lugar em que você está.
Em Kauai curti trilhas e praias bacanas, cachoeiras e riachos lindíssimos e um passeio pelo imperdível Waimea Canyon, um deslumbrante buraco na montanha formado pelas erosões do rio de mesmo nome…
Curti muito também um passeio de barco até a famosa Na Pali Coast para ver baleias e golfinhos ao vivo além do impressionante visual de suas encostas. O barco oferece café da manhã e almoço, regado a frutas e Mai Tai, o drink mais famoso do Havaí.
Os resorts sempre oferecem o famoso Luau, uma mistura de shows de dança e comidas típicas havaianas, principalmente com muita hula e pirotecnia.
O Kālua (foto abaixo) é o ritual de cozimento de um porco havaiano assado lentamente na brasa, em um forno de baixo da terra, coberto de areia e pedras vulcânicas, temperado com ervas e sal e enrolado na folha de poi (inhame). A carne do porco fica tão macia, que derrete quando a gente põe na boca.
Outras comidas típicas havaianas são os Pupus (aperitivos) e o Poke (foto abaixo), uma espécie de sashimi (peixe ou frutos do mar crus) porém extremamente bem temperados. Uma delícia!
E também tem a característica das flores e das aves. A pluméria branca, como exemplo mais significativo, está em toda a parte e floresce simplesmente o ano todo sem dar nenhuma estação de descanso para os nossos olhos, que gostam de apreciar tanta pureza.
Kaua’i , assim como todo o Hawai’i, é Estados Unidos. Isto significa que tudo estará sempre muito limpo, organizado, bem conservado e a tecnologia será sempre de ponta. Mas por outro lado, a animação será comedida, a proximidade entre as pessoas será limitada e as emoções serão secundárias. Como brasileira, eu sinto nos Estados Unidos muita falta de férias com música alta, abraço apertado, comida com sabor e de rebolar até o chão. Mas aí logo penso na corrupção, na violência, no abandono social, nos nossos baixíssimos índices de educação, e a minha balança comparativa volta a se equiparar. No fundo o que eu queria mesmo era o melhor dos dois mundos.
Antes de ir para o Havaí, infelizmente é importante decidir previamente em que ilha ou ilhas você vai querer ficar, porque por incrível que pareça não existe um transporte simples e prático entre as ilhas e elas praticamente não se comunicam. Tudo por lá tem que ser de avião e não é tão barato assim ficar pra lá e pra cá.
Em outubro de 2013 fui contratada para um trabalho na ilha de Maui. Resolvi experimentar uma mudança para lá pois me pareceu uma vivência completamente nova e um desafio no mínimo enriquecedor.
Surpreendi-me muito com a diferença entre as ilhas. Maui é levemente mais urbanizada, também repleta de resorts de luxo, e com o clima bem mais quentinho que Kauai. A temperatura do mar de Maui é simplesmente perfeita. Tipo piscina aquecida gigante envolta em uma constante brisa refrescante. Uma delícia! E quando chove, até a chuva é quentinha.
Um das características mais bonitas deste lugar é o seu grande e estreito vale, separador de duas imensas montanhas, afunilado pelo mar e que deu origem ao nome da ilha.
No Havaí tem-se sempre todos os tipos de clima dentro de uma ilha só. O clima tropical chuvoso no lado leste, o clima desértico seco no lado oeste e também o clima gelado e montanhoso nos vulcões. Variações para todos os gostos.
E mar para todas as pessoas. Praias radicais para surfistas, com ondas de mais de 2 metros de altura (foto abaixo da praia de Ho’okipa, no lado leste de Maui) e praias calmíssimas para banhistas, completamente sem ondas, perfeitas para snorkel e remo, como caiaque, stand-up paddle, canoa havaiana, etc (segunda foto abaixo em South Kihei, lado oeste de Maui, com vista para a ilha de Kaho’Olawe ao fundo).
Por serem de origem vulcânica, as montanhas são visual constante nesse arquipélago, assim como o mar. O Haleakalā (“morada do sol”) entrou em erupção sete vezes nos últimos mil anos e encontra-se adormecido no momento. Mas tanto eu quanto todos os outros moradores da ilha parecemos não querer pensar muito no assunto…
Os campos de lava da região de Wailea são bastante impressionantes. Um gigantesco mar preto, todo feito de pedras furadas e irregulares, ainda não endurecidas pelo tempo.
Um passeio imperdível em Maui é subir a imensa montanha para ver o Haleakalá lá de cima, bem depois que passam suas nuvens. São 3 mil metros de altitude (10 mil pés), e o parque nacional oferece uma linda e excelente estrada de carro que vai até o seu topo, começando na cidade bucólica de Kula, subindo tranquilamente por dezenas de curvas acentuadas que oferecem vistas arrebatadoras para todo o vale estreitado da ilha, depois atravessando de forma surpreendente por dentro das nuvens e por fim alcançando-se sua imensa cratera lá em cima.
Sugiro informar-se sobre os efeitos colaterais das grandes altitudes, como tonteira e dor de cabeça, antes de aventurar-se pelas trilhas do vulcão.
Snorkel, trilhas e cachoeiras são o que mais tem em todo o estado do Havaí. A ilhota de Molokini, formada pela cratera submersa de um vulcão, é o point mais característico para snorkel em Maui. Não faltam barcos oferecendo tours para lá. Curte aí:
Cachoeiras em Maui também tem aos montes. A estrada de Hana que o diga. Apesar de muito distante do centro urbano (mais de duas horas de carro), para quem gosta de muito sossego e muita natureza, esta cidadezinha é uma linda pedida. É ao lado de Hana que fica a enorme cachoeira de Waimoku, também localizada no parque nacional do Halaekalá, e que apesar de extremamente longe, vale a pena a visita, principalmente pela incrível floresta de bambu que fica em sua trilha.
Um excelente passeio de final de tarde é ir recarregar as energias no ‘Īao Valley, dando uma volta pelos seus jardins e se surpreendendo com as fantásticas montanhas ao seu redor.
Como se já não bastasse, o canto noroeste da ilha nos reserva mais várias incontáveis surpresas. Lahaina é um dos lugares que eu mais gosto em Maui. Uma vila cultural chique, cheia de galerias de arte e restaurantes gourmet, que me lembra muito a minha querida Saint-Tropez (nas devidas proporções, é claro). Foto abaixo do fícus gigante da praça central de Lahaina, onde são realizadas as feirinhas de artesanato local.
E a ilha de Lana’i vista por um fim de tarde em Lahaina. Lana’i também significa “varanda” na língua havaiana.
Recomendo muito fazer a trilha de Kapalua, pois além de ser toda pavimentada com índice de dificuldade zero, de ser um santuário de pássaros e um lugar onde as baleias costumam se divertir bastante, é na Kapalua Trail que você vai poder admirar de perto um belíssimo mar em fúria e se enaltecer com seus múltiplos formatos.
E por último, ainda a noroeste, Olivine Pools é simplesmente um dos lugares mais incríveis que eu já fui na vida. Prepare sua máscara de snorkel para nadar com milhares de lindos peixinhos coloridos dentro de buracos enormes de água transparente em uma rocha lá dentro do mar. O mar lançando altíssimos jatos de espuma contrasta radicalmente com a calma e a beleza das águas paradas das piscinas de Olivine. Ambos convivendo lado a lado em uma impressionante batalha de sensações, como se um estivesse querendo abocanhar o outro. Você vai sentir paz e medo ao mesmo tempo, calma e agonia, paixão e terror. Um lugar único.
Então é isso, no geral Maui é um paraíso calmo, interiorano, perfeito para o descanso. Seus latifúndios de cana e suas tendas de fruta se misturam com seus bairros urbanos e suas highways com muita naturalidade. Para conseguir morar nessa ilha tem que estar com espírito bem desacelerado e ter uma leve tendência ao isolamento. Eu sabia que não encarnaria esse perfil por muito tempo.
Ao final, aproveitei tudo muito profundamente. Não tem como não se surpreender com as maravilhas de Maui: (Humpback Whales de Maui)
Quando foi possível, me mudei então para a ilha principal do Havaí, O’ahu, onde fica a capital Honolulu. Essa sim é bem cidade grande, lotada de gente e de arranha-céus. É onde tudo acontece; todos os eventos, todos os agitos (e QUE agitos!).
Já de cima do avião você pode identificar com clareza o famoso Diamond Head, um dos importantes marcos turísticos de Honolulu. Recomendo muito fazer a trilha que passa dentro de sua cratera, a vista da cidade lá de cima é imperdível!
Sua praia urbana mais famosa, Waikīkī, é um grande shopping center ao ar livre, infestada de lojas de ponta, barzinhos animados e grandes resorts de luxo, tudo de frente para um maravilhoso mar azul turquesa, de água morna, calma e transparente. Os asiáticos adoram, só dá eles ali! Recomendo um Pau Hana (Happy Hour em havaiano) no animadíssimo sand bar Duke’s que fica na beira da praia.
Uma atração americana típica para turistas que eu adorei fazer em Waikiki foi descer com o submarino Atlantis até um sítio de embarcações naufragadas, preparadas justamente para aqueles mais aventureiros. Achei o máximo essa expedição subaquática em pleno mar aberto.
Além do Diamond Head, um outro ponto de fácil acesso que dá para apreciar a vista de toda a cidade e um lindo por do sol é o Ualaka’a Overlook, no caminho para a trilha de Tantalus.
Também de facílimo acesso e bem perto do centro urbano fica a tradicional Manoa Falls, lindíssima e enorme. A mata de sua trilha é de uma exuberância tão grande que nos estarrece. Nos remete fortemente há um passado primitivo distante, fazendo imaginar que nós mesmos poderiamos ter sido alguém que viveu ali, como nativos numa simbiose plena. Apreciar aquela floresta imperial definitivamente nos confirma que é a natureza o nosso habitat mais natural.
Importante ressaltar que o museu mais típico do Havaí é o de Pearl Harbor que destaca o ataque Japonês à base militar americana no Havaí em 1941, desencadeando a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
São vários os pontos indicados para snorkel nas ilhas do Havaí, mas um em particular que vale muito a pena é a Hanauma Bay, que fica em uma lindíssima reserva ambiental ao sul de Oahu. Além de ser maravilhosa e muito bem estruturada para turistas, tem uma quantidade ABSURDA de peixes de todos os tipos, tamanhos, belezas e cores. Lugar recomendadíssimo. Incrível!
Foto abaixo da China Walls, logo ao lado de Hanauma Bay.
Em minha opinião, O’ahu é a ilha mais bonita do Havaí. Pegar um carro e percorrer sua costa leste é passeio imperdível. O visual é inacreditável! Não deixe de dar uma volta pela freeway H3, para ver a baía de Kanehoe de cima de um viaduto espetacular que sai de dentro de uma mata lindíssima, fechada entre duas montanhas enormes.
No caminho aproveite para pegar um atalho pela espetacular Pali Road e dar uma paradinha no Pali Lookout. Foi ali que o maior dos reis havaianos, o Kamehameha I, venceu a grande batalha de unificação de todas as ilhas.
Foto abaixo de Kanehoe tirada do alto da escadaria de Haiku, também conhecida por “Stairway to Heaven”, que infelizmente não se encontra mais aberta ao turismo.
Mas para quem gosta de escadarias, não se preocupe porque existem outras em Oahu também muito boas, como a da cratera do Koko Head. Visual arrebatador, porém, de nível de dificuldade altíssimo, com mais de 1100 degraus acentuadíssimos. É uma trilha de matar, mas dá para fazer. Eu sobrevivi.
Ou uma outra trilha um pouco mais leve que eu recomendo é a do farol de Makapu’u. Imperdível a decida até as tide pools que ficam no caminho. O mar ali no verão fica ainda mais selvagem do que o das Olivine pools de Maui!
E ainda ao lado leste de Oahu, encontram-se Kailua e a sua nobre vizinha Lanikai, que você também não pode perder. Considerada uma das praias mais bonitas do Havaí e também do mundo, é de uma beleza singular. Meu lugar preferido em Oahu, eu assino embaixo com certeza!
Agora, para aqueles que são fissurados por surfe, vamos falar de North Shore. É no lado norte da ilha que se encontra Pipeline, a onda mais famosa do mundo, point top do circuito mundial, e sua também famosa vizinha, a Sunset Beach. Quem é surfista sabe que cada onda tem seu nome, sua peculiaridade, um desafio em especial e uma importância única. Pipeline é tida como simplesmente a mais perfeita de todas essas combinaçoes.
North Shore é uma região mantida como rural, nativa, no estilo hippie, lotaaaada de brasileiros. Suas ondas no inverno (período da alta estação de novembro a março) são simplesmente gigantes! Média de mais de 10 pés de altura, que alucinam os surfistas e arrepiam qualquer banhista.
Em North Shore eu recomendo visitar a Waimea Bay, e fazer uma hike no parque Waimea Valley, assim como uma parada para snorkel na Shark’s Cove.
Para comer recomendo o food truck dos brasileiros em Pipeline, que vende pastel e coxinha da hora e tem o melhor açaí do Hawaii; e se precisar de hospedagem para a família, recomendo a tranquilidade da Turtle Bay.
Para finalizar, exponho aqui a maior de todas as mais de cem ilhas e ilhotas desse arquipélago da região norte da Polinésia, que pertence ao continente asiático, conquistado pelos ingleses no século 18 e anexado pelos norte-americanos em 1959, e que se chama também Hawai’i, mas é mais conhecida como Big Island.
Na Big Island encontram-se as cidades de Kona a oeste, Hilo a leste, e o dormente vulcãoMauna Kea, com os seus mais de 4 mil metros de altitude acima do nível do mar (mais de 13 mil pés), adicionados aos seus quase 6 mil metros sob a água, num total de mais de 33 mil pés.
Porém, as principais atrações da Big Island são mesmo os seus vulcões ativos, o Mauna Loa e o Kilauea, que podem ser visitados com segurança pelos turistas e suas lavas podem ser vistas ao vivo. Super intrigante, não?!?
Ufa! O Havaí que eu conheço até então é basicamente isso. Lugar maravilhoso tanto para visitar quanto para morar. O colorido das flores, a mata verde, o mar turquesa, o clima tropical ameno durante o ano inteiro,… Não é à toa que os americanos são completamente fascinados por este lugar.
E komo mai (“Sejam bem vindos”) e um Mele Kalikimaka bem grande para todos vocês! (“Feliz Natal” em havaiano, a segunda língua oficial do Havaí).
E também Mahalo Nui pela leitura! (“Muito Obrigada”)
ALOHA e até a próxima!
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O Havaí (português brasileiro) (em inglês: Hawaii; em havaiano: Hawai'i) é um dos 50 estados dos Estados Unidos. O Havaí localiza-se em um arquipélago no meio do Oceano Pacífico, podendo ser considerado o estado norte-americano mais isolado em relação ao resto do país. Sua capital e maior cidade, Honolulu, localiza-se a mais de 3100 km de qualquer outro Estado norte-americano. O Havaí é o Estado mais meridional de todo o país, sendo considerado parte dos Estados do Pacífico. Sua economia está baseada primariamente no turismo. Barack Obama é o único presidente dos Estados Unidos nascido no estado do Havaí.
O arquipélago que forma o Havaí é conhecido historicamente pelo nome de 'Ilhas Sanduíche' ("Sandwich Islands"). O arquipélago havaiano era povoado por polinésios, sendo que a região era governada por vários chefes polinésios locais, até 1810, quando Kamehameha I centralizou o governo do arquipélago, e instituiu uma monarquia. O Havaí é o único Estado dos Estados Unidos cujos nativos utilizaram-se da monarquia como forma de governo. Em 1894, o arquipélago tornou-se uma república, e quatro anos depois, em 1898, foi invadido militarmente e anexado pelos Estados Unidos, tornando-se um território estadunidense em 1900. Desde então, grande número de pessoas com ascendentes europeus, vindos de outras partes do país, bem como imigrantes asiáticos, instalaram-se no Havaí, dando à população local um aspecto altamente multicultural.
A base naval norte-americana de Pearl Harbor foi atacada por aeronaves da Marinha Imperial Japonesa, em 7 de dezembro de 1941. O ataque fez com que os Estados Unidos entrassem oficialmente na Segunda Guerra Mundial. Mais de 2400 pessoas morreram no ataque. Em 21 de agosto de 1959, o Havaí tornou-se o 50.º e último Estado a entrar à União.
História do Havai
Primeiros habitantes
Nativos polinésios viviam no arquipélago havaiano muito tempo antes da chegada dos primeiros europeus. Os atuais nativos havaianos são descendentes de polinésios que chegaram à região há alguns milhares de anos, vindos de outros arquipélagos do sul. Segundo registros, tais arquipélagos eram chamados de Hiva.
Um outro grupo polinésio, vindo do Taiti, desembarcou no arquipélago havaiano cerca 700 d.C. Este grupo trouxe uma cultura diferente, tambores, plantas, uma outra religião e outros chefes.
Antes da chegada dos primeiros europeus, em 1778, os nativos do Havai viviam numa sociedade altamente organizada e autossuficiente, baseada no arrendamento de terras comunais, possuindo um sofisticado idioma, cultura e religião.
Descoberta europeia
Um dos primeiros exploradores europeus a desembarcar em terras havaianas foi o explorador britânico James Cook, em 18 de janeiro de 1778. De acordo com a página do Governo Regional dos Açores, já no século XVI as ilhas do Havaí foram avistadas por um navegador português ao serviço de Castela.[carece de fontes]
Está documentada uma viagem no Pacífico por Juan Gaetan em 1542, que baptizou as Ilhas de Mesa, tendo La Pérouse identificado essas ilhas ao Havai.[6] O descobrimento por Juan Gaetan também foi reconhecido pelo geógrafo português J. Casado Giraldes em 1825:
- «SANDWICH - (ilhas e arquipélago de), compõem-se de 11 ilhas[7] no oceano Pacífico, que foram descobertas em 1542, por Gaetan, espanhol, e terão 40 000 almas. O clima é assaz temperado, o terreno é fértil e fazem algum comércio.»[8]
e antes disso, a viagem de Juan Gaetan (e Bernard della Torre) é descrita num capítulo do volume 16 da grande compilação de Pieter de Hondt "História Geral das Viagens", publicado em 1758, vinte anos antes da viagem de Cook.[9]
Até 1900
Não obstante, Cook é que é creditado com a descoberta do arquipélago por ter sido o primeiro a registrar oficialmente a descoberta, bem como o primeiro a fornecer as suas coordenadas geográficas. Cook nomeou o arquipélago de Ilhas Sanduíche, em homenagem ao Duque de Sandwich, um lorde britânico, nome este que é ainda utilizado em alguns atlas.
Graças à descoberta e à posição geográfica do arquipélago do Havaí, este tornou-se um ponto de escala frequente de navios europeus fazendo longas viagens transpacíficas. Doenças contagiosas, causadas por micróbios transportados pelos marinheiros europeus e com as quais os nativos locais nunca tinham tido contato, mataram dezenas de milhares de nativos polinésios na região ao longo do século XIX.
Antes da chegada dos europeus o arquipélago havaiano estava fragmentado em uma série de tribos governadas por um chefe indígena. Algumas ilhas eram governadas por uma única tribo, enquanto que outras eram ocupadas por tribos diferentes. Tais tribos polinésias batalhavam entre si normalmente depois da morte de um chefe. Em 1782, um líder indígena, Kamehameha, iniciou uma longa guerra, que duraria 13 anos, contra outras chefes da região e outras ilhas. Auxiliado por armas modernas, comercializadas com os navegadores e comerciantes europeus e americanos que utilizavam ilha como escala em suas viagens, Kamehameha uniu todo o arquipélago, com exceção das ilhas de Kaua‘i e de Ni‘ihau, em 1795. Kamehameha comandou duas invasões contra estas ilhas, em 1796 e em 1803, que fracassaram devido a uma rebelião e a uma epidemia, respectivamente. Enquanto isto, Kamehameha instituiu um sistema de administração política baseada em padrões de governo do Ocidente. Kamehameha instituiu uma monarquia no Havaí, e apropriou-se de todas as terras do arquipélago, cedendo lotes de terra para famílias rurais.
Cerca de quinze anos depois, em 1810, Kaua‘i e Ni‘ihau concordaram em unir-se pacificamente ao Reino de Kamehameha. A dinastia Kamehameha governaria o arquipélago até 1872. Ao longo do século XIX, a economia do Havaí prosperaria, com a venda de madeira de alta qualidade para a China até a década de 1830, com a venda de água potável e suprimentos para navios fazendo viagens no Oceano Pacífico desde a década de 1820, com a venda de cana de açúcar desde 1830, e de abacaxis da década de 1880 em diante.
O filho de Kamehameha, Kamehameha II, tornou-se o monarca do arquipélago havaiano em 1819, após a morte de seu pai. Kamehameha II aboliu a prática da religião havaiana em lugares públicos, embora permitisse esta prática em lugares privados. Em 1820, o governo americano enviou um grupo de missionários e professores brancos protestantes, que eventualmente converteriam a maior parte da população do Havaí para o protestantismo. Criaram também uma forma escrita para o idioma havaiano e fundaram as primeiras escolas no Havaí.
Missionários católicos romanos espanhóis e franceses desembarcariam pela primeira vez em 1827. Porém, os católicos não foram inicialmente bem-recebidos pelos nativos havaianos, que então já eram em sua maioria protestantes. Em 1831, os havaianos forçaram a pequena população católica de descendência europeia a sair do arquipélago, enquanto que católicos de origem havaiana foram em sua maioria presos. Cinco anos depois, em 1836, uma fragata francesabloqueou o porto de Honolulu, e obrigou Kamehameha II a liberar os católicos aprisionados e a permitir a liberdade de expressão religiosa. Um outro filho de Kamehameha, o Rei Kamehameha (Kauikeaouli) III criou a primeira constituiçãodo Havaí em 1839, e um sólido governo central composto pelos poderes executivo, legislativo e judiciário. O governo americano reconheceu o Havaí como um país independente.
Desde a década de 1850 em diante, o Havaí começou a receber centenas de imigrantes asiáticos por ano. Inicialmente, os chineses foram os principais imigrantes. A imigração chinesa ao arquipélago data de 1789, embora esta imigração tenha sido mais forte de 1850 até o início do século XX. Posteriormente, na década de 1860, grandes números de polinésios instalaram-se no Havaí. Em meados da década de 1880 até a década de 1930, grandes números de japonesesinstalaram-se no Havaí.
A imigração de origem portuguesa, mais concretamente dos Açores e da Madeira, também se fez sentir com muita força. Esta comunidade dedicou-se ao cultivo de cana-de-açúcar, misturando vasto património cultural com os costumes do povo do Havaí. Apesar de já não se falar português no Havaí, muito da culinária das ilhas tem traços portugueses. A existência de diversos nomes de família atesta a origem de muitos emigrantes oriundos de todo o Portugal (e em particular das ilhas). Boa prova disso reside na existência do ukelele, descendente directo do cavaquinho.[carece de fontes]
Em 1874, Kalākaua tornou-se rei do Havaí. Ele promoveu os costumes e a cultura havaiana entre a população nativa. Porém, a população do Havaí, especialmente agricultores, não gostavam dos laços políticos e econômicos que Kalākaua tinha com o governo e comerciantes americanos. Entre outros atos, Kalākaua permitiu que os americanos construíssem uma base naval em Pearl Harbor. Kalākaua foi obrigado a criar uma nova constituição em 1887, que limitava seus poderes. Quando Kalākaua morreu, sua irmã, Liliuokalani, tornou-se rainha do Havaí. Lili‘uokalani apoiava a população havaiana em seu descontentamento contra a população de novos estrangeiros ou de descendência europeia. Porém, à época, comerciantes e agricultores americanos já controlavam muito da economia do Havaí. Em 1893, em uma invasão, tropas americanas e grupos militantes liderados por norte-americanos, alemães e britânicos, tomaram o Havaí e depuseram Liliuokalani.
A invasão norte-americana causou grande descontentamento entre a população do Havaí, o que fez com que o próprio presidente americano à época, Grover Cleveland, aconselhasse que a rainha tivesse seu trono de volta. Tanto Lili‘uokalani (que recusou perdão publicamente aos líderes desta invasão) quanto os principais líderes desta invasão recusaram. Lili‘uokalani foi a última monarca do arquipélago. Ainda em 1894, uma república foi instituída, com um americano, Sanford Dole sendo presidente. A república foi abolida em 1898, quando uma parte do Congresso dos EUA criou uma resolução conjunta, que é usada especificamente internamente como um meio para adquirir o Reino do Havaí como seu novo território em agosto de 1898. Em 14 de junho de 1900, o Havaí tornou-se um território dos Estados Unidos.
1900 - presente
A localização estratégica do Havaí, no meio do Oceano Pacífico, fez com que o governo norte-americano iniciasse a construção de uma base naval primária no Havaí, através de uma grande expansão das instalações portuárias de Pearl Harbor, durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1927, dois tenentes americanos realizaram o primeiro voo entre os Estados Unidos contíguos e o Havaí.
Em 7 de dezembro de 1941, a base naval americana de Pearl Harbor foi atacada por aviões da força aérea japonesa, pois estes já sabiam da intenção dos ianques de entrar na Guerra, para proteger os investimentos na Europa. Este ataque, que destruiu vários navios, aviões e instalações militares, bem como a morte de mais de 2,4 mil pessoas militares, fez com que os Estados Unidos oficialmente entrassem na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Lei marcial foi declarada no Havaí. O estado de lei marcial foi revogado somente em 1944. A grande população japonesa do Havaí fez com que muitos cidadãos americanos de origem europeia temessem sabotagem ou espionagem por parte dos americanos de descendência japonesa vivendo no oeste americano, inclusive no Havaí. Porém, ao contrário do que aconteceu no continente (especialmente na Califórnia), americanos de ascendência japonesa não foram obrigados a mudarem-se para campos de concentração.
Desde 1919, a população do Havaí exigiu a elevação do território para a categoria de Estado integrante dos EUA. Várias emendas foram introduzidas no Congresso dos EUA, pedindo pela elevação de estatuto do Havaí à categoria de Estado. Estas emendas foram rejeitadas inicialmente pelo Congresso por causa da grande população de origem asiática do Havaí. Então, os asiáticos eram vistos pelos norte-americanos como "inferiores". A Segunda Guerra Mundial aumentou o medo de muitos americanos de que asiáticos não seriam leais aos Estados Unidos caso este entrasse em guerra - em grande parte, por causa da grande população de ascendência japonesa do Havaí. Porém, muitos dos asiáticos do Havaí (inclusive japoneses) participaram ativamente dos esforços de guerra, e ainda mais ativamente durante a Guerra da Coreia.
Foi somente em 1957 que o Congresso americano aprovou a emenda que autorizava a elevação do Havaí à categoria de Estado.[4] Em 21 de agosto de 1959, o então presidente americano, Dwight D. Eisenhower, assinou a emenda que elevava o Havaí à categoria de Estado.[4] O Havaí tornou-se o 50º e último Estado americano a entrar à União.[4] A população do Havaí cresceria bastante durante as próximas décadas, e o Estado prosperou economicamente. O Havaí tornou-se um grande polo militar e turístico. Atualmente, milhões de turistas, a maioria, de outros estados americanos, visitam o Estado. Vários hotéis e estâncias turísticas foram construídos no Havaí ao longo das últimas décadas.
Desde a década de 1970, parte da população havaiana começou a apoiar um movimento que pede maior autonomia do Havaí em relação aos resto dos Estados Unidos. Este movimento pede por auto-soberania, sem remoção dos laços políticos e econômicos existentes com os Estados Unidos. Em 1993, o então presidente americano, Bill Clinton, aprovou uma resolução, onde o governo americano oficialmente desculpava-se do papel que tiveram durante a revolução de 1893.
Geografia
O Havaí localiza-se em um arquipélago localizado no Oceano Pacífico. Com um pouco mais de 28 mil quilômetros quadrados[2], é o oitavo menor estado americano em área do país. O arquipélago possui 132 ilhas que se estendem por 2 450 km. Porém, a maior parte do Estado concentra-se no sudeste do arquipélago, onde estão as oito maiores ilhas do Havaí. Estas são as únicas ilhas habitadas do Estado. O meio da cadeia do Havaí é constituída por ilhas muito pequenas e rochedos, e o extremo noroeste é formado por recifes e cadeias de areia. A cadeia formada pelas oito grandes ilhas possui 1 200 km de comprimento. A altitude média do Havaí é de 925 m, e o ponto mais elevado do Havaí possui 4 206 m de altitude no vulcão Mauna Kea, na Ilha do Havai (a maior delas), que se ergue do fundo do oceano, juntamente com seu vizinho conjunto Mauna Loa (4 169 m), a 5 998 metros de profundidade, considerando-se eles no conjunto, a maior montanha do mundo (da base no fundo do oceano ao cume) com 10 203 metros no total.
Todas as ilhas do Havaí foram formadas por vulcões, que lentamente emergiram do leito do mar, através do que a geologia chama de ponto quente (hot spot). A teoria mantém que à medida que a placa tectônica do fundo do Oceano Pacífico move-se em direção ao noroeste, o ponto quente mantém sua posição (ou seja, não se move juntamente com a placa tectônica), e vai lentamente criando novos vulcões. Isto explica o fato de que são apenas os vulcões do sudeste do Havaí que continuam ativos. O mais recente vulcão em formação é Lō‘ihi. A cadeia de rochedos e recifes ao centro e ao noroeste da cadeia já foram vulcões ativos, bem como as ilhas que possuíam tamanho comparável às oito grandes de tempos atuais, mas ventos, ondas e correntes do mar lentamente erodiram estas ilhas, fazendo-as diminuir de superfície. O Havaí abriga o Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, um Patrimônio Mundial.
Clima
O Havaí possui um clima tropical, sendo quente o ano inteiro. A temperatura média varia muito pouco de região a região. Regiões ao nível do mar possuem temperaturas médias levemente mais elevadas do que regiões em altas altitudes. Em todo o Estado, as temperaturas médias no verão são de 25°C, e de 22 °C no inverno. A média das máximas é de 27 °C no verão e de 25 °C no inverno, e a média das mínimas é de 21 °C no verão e de 18 °C no inverno. A temperatura mais alta já registrada no Havaí foi de 38 °C, registrada em Pahala, em 27 de abril de 1931. A temperatura mais baixa já registrada no Estado foi de -11 °C, no monte Mauna Kea, em 17 de maio de 1979. Muito raramente, porém, as temperaturas caem abaixo de 0 °C no estado. A taxa de precipitação média anual varia entre mais de 10 m em certas áreas regiões montanhosas do Estado, a apenas 25 cm no litoral.
Demografia
Crescimento populacional | |||
---|---|---|---|
Censo | Pop. | %± | |
1900 | 154 001 | ||
1910 | 191 874 | 24,6% | |
1920 | 255 881 | 33,4% | |
1930 | 368 300 | 43,9% | |
1940 | 422 770 | 14,8% | |
1950 | 499 794 | 18,2% | |
1960 | 632 772 | 26,6% | |
1970 | 769 913 | 21,7% | |
1980 | 964 691 | 25,3% | |
1990 | 1 108 229 | 14,9% | |
2000 | 1 211 537 | 9,3% | |
2010 | 1 360 301 | 12,3% | |
Fonte: US Census[2][10][11] |
O censo americano de 2000 estimou a população do Havaí em 1 211 537 habitantes, um crescimento de 9% sobre a população do Estado em 1990, de 1 108 229 habitantes. Uma estimativa realizada em 2005 estima a população do Estado em 1 275 194 habitantes, um crescimento de 15% em relação à população do Estado em 1990, de 5,3%, em relação à população do Estado em 2000, e de 1% em relação à população estimada em 2004.
O crescimento populacional natural do Havaí entre 2000 e 2005 foi de 48 111 habitantes - 96 028 nascimentos menos 47 917 óbitos - o crescimento populacional causado pela imigração foi de 75 991 habitantes, enquanto que a migração interestadual resultou na perda de 13 112 habitantes. Entre 2000 e 2005, a população do Havaí cresceu em 63 657 habitantes, e entre 2004 e 2005, em 13 070 habitantes.
De facto, o Havaí possui mais de 1,35 milhão de habitantes, por causa da massiva presença de militares (1.3% da população do Havaí) e muitos moradores não permanentes do Estado, e, portanto, são oficialmente habitantes de outros Estados americanos, segundo o censo americano e turistas.
Cerca de 91% da população do Havaí vive em áreas urbanas, e apenas 9%, em comunidades rurais. Mais de 72% da população do Estado em Honolulu, capital e maior cidade do Estado. A cidade (e condado) de Honolulu tem cerca de 877 mil habitantes, cerca de 23% da população do Estado. O que é conhecido como a cidade de Honolulu (de fato, um distrito de recenseamento, sem qualquer poder político-administrativo) possui cerca de 370 mil habitantes.
Etnias
- 38.6% Asiáticos
- 14.6% Filipinos
- 13.6% Nipo-americanos
- 4.0% Chineses
- 1.8% Coreanos
- 4.6% Outros asiáticos
- 24.2% Brancos
- 8.2% Nativos
- 6.6% Nativos havaianos
- 1.3% Nativos de outras ilhas da Polinésia
- 0.3% Nativos americanos
- 8.8% Hispânicos
- 1.6% Afro-americanos
- 1.2% Outras etnias
- 23.6% Duas ou mais etnias
O Havaí possui a maior percentagem de asiáticos (38.6%) e a maior população multirracial (23.6%) dos Estados Unidos, bem como a menor porcentagem de brancos (24.2%) do país. Povos nativos formam 8.2% da população do Havaí. Cerca de 23% da população são de raça mista e 4.9% são mestiços euro-asiáticos. Aproximadamente 82% dos residentes do Havaí nasceram nos Estados Unidos e cerca de 75% dos residentes estrangeiros são oriundos das Filipinas e Japão.[12][13]
Os maiores grupos étnicos do Havaí são: filipinos (14,6%), Nipo-americanos (13,6%), Hispânicos (8.8%), Nativos (8.2%), Alemães (7.4%) e Luso-americanos (4.3%).[12][13]
O segundo grupo de estrangeiros a desembarcar no litoral do Havaí, após os europeus, foram os chineses. Trabalhadores de origem chinesa, trabalhando em navios comerciais ocidentais, instalaram-se no arquipélago havaiano. Os primeiros chineses instalaram-se no Havaí por volta de 1789. Os primeiros japoneses instalaram-se no Havaí em 9 de fevereiro de 1885. Atualmente, o Havaí possui a maior percentagem de asiáticos do país, em relação à população total do Estado. O Havaí, tal como o Novo México, é um dos dois estados norte-americanos que não possui população caucasiana maioritária.
Religião
- Cristianismo: 351,000 (28.9%)
- Budismo: 110,000 (9%)
- Judaísmo: 10,000 (0.8%)
- Outros: 100,000 (10%)
- Não-afiliados: 650,000 (51.1%)
- Protestantes e outros cristãos – 37.8%
- Igreja Católica Romana – 22.8%
- Mórmon – 3.3%
- Budistas – 9%
- Judaísmo – 0.7%
- Não-religiosos, agnósticos e ateus – 21%
Política
A atual Constituição do Havaí foi adotada em 1959. Emendas à Constituição estadual podem ser propostas pelo Poder Legislativo, e para serem aprovadas precisam de ao menos 67% dos votos de ambas as câmaras do Legislativo, quando a votação é realizada em uma sessão parlamentar, ou, quando é realizada em duas sessões parlamentares, de ao menos 51% dos votos em cada votação. Então, a emenda a ser aprovada precisa ser aprovada em um referendo pela população eleitoral do estado.
O principal oficial do poder executivo no Havaí é o governador. Este é eleito pelos eleitores do Estado para mandatos de até quatro anos de duração, e pode ser reeleita quantas vezes quiser. O tenente-governador também é eleito pela população, para mandados de até quatro anos de duração. O governador é encarregado de escolher outros oficiais, como juízes, o Secretário de Estado e o tesoureiro, mas as pessoas escolhidas precisam ser aprovadas pelo Poder Legislativo do Havaí.
O Poder Legislativo do Havaí é constituído pelo Senado e pela Câmara dos Representantes. O Senado possui um total de 25 membros, enquanto que a Câmara dos Representantes possui um total de 51 membros. O Havaí está dividido em 25 distritos senatoriais e em 51 distritos representativos. Os eleitores de cada distrito elegem um senador/representante, que irão representar tal distrito no Senado/Câmara dos Representantes. Os terno de ofício dos senadores é de quatro anos, o dos representantes, de dois anos, podendo serem reeleitos quantas vezes quiserem.
A corte mais alta do Poder Judiciário do Havaí é a Suprema Corte do Havaí, seguida por outras sete cortes de menor porte, de caráter regional. Todos os juízes são escolhidos pelo governador, e sujeitos à aprovação do Senado e pela Câmara dos Representantes, para mandatos de até dez anos de duração.
O Havaí está dividido em quatro diferentes condados. Oficialmente, o Estado possui apenas uma cidade primária (city), Honolulu, que também é ao mesmo tempo um dos quatro condados do Havaí. O Estado possui algumas cidades secundárias (towns). Porém, todas as áreas urbanas do Estado são administradas diretamente pelos condados. Todos os serviços governamentais que em outras cidades dos Estados Unidos seriam de responsabilidade da cidade em si são fornecidas pelos condados. Apenas Honolulu possui uma prefeitura, bem como é a única área urbana governada por um prefeito e um conselho municipal. Outros condados do Havaí são Havaí, Kalawao, Kauai e Maui.
Cerca de 55% da receita do orçamento do governo do Havaí é gerada por impostos estaduais. O resto vem de verbas recebidas do governo federal e de empréstimos. Em 2002, o governo do Estado gastou 7.446 milhões de dólares, tendo gerado 5.869 milhões de dólares. A dívida governamental do Havaí é de 5.656 milhões de dólares. A dívida per capita é de 4 558 dólares, o valor dos impostos estaduais per capita é de 2 756 dólares, e o valor dos gastos governamentais per capita é de seis mil dólares.
O Partido Republicano era o partido político dominante em eleições realizadas no então Território do Havaí até a década de 1950. Quando o Havaí se tornou um Estado, tanto o cargo do primeiro governador, William F. Quinncomo o controle de ambas as câmaras legislativas foram obtidos pelos republicanos. Porém, desde a segunda eleição estadual realizada no Havaí, e até 2002, o Partido Democrata passou a dominar completamente a política do Estado, sendo que durante este período ambas as câmaras legislativas foram controladas pelos democratas, e todos os governadores eleitos durante este período foram candidatos democratas. O mesmo acontece a nível nacional, onde os representantes do Havaí no Congresso americano e os votos do colégio eleitoral do Estado tendem a favorecer democratas. Em 2002, a republicana Linda Lingle tornou-se a primeira mulher a governar o Estado.
Economia
Em 2003, o produto interno bruto do Havaí foi de 41 bilhões de dólares. A renda per capita do Estado, por sua vez, foi de 29 164 dólares, o vigésimo nono maior do país. O Havaí possui a menor taxa de desemprego dos Estados Unidos, de apenas 3,3%.
O setor primário responde por 1% do PIB do Havaí. A indústria agropecuária responde por 0,8% do PIB do Estado, e emprega aproximadamente 21 mil pessoas. Abacaxis e cana de açúcar são os principais produtos produzidos pela agricultura do Havaí. O Estado possui 5,5 mil fazendas. A pesca e a silvicultura respondem juntas por 0,2% do PIB do Estado, e empregam aproximadamente 2 mil pessoas. O valor anual da pesca coletada no Estado é de cerca de 52 milhões de dólares.
O setor secundário responde por 7% do PIB do Havaí. A indústria de construção responde por 4% do PIB do Estado e emprega aproximadamente 32 mil pessoas. A indústria de manufatura e a mineração respondem juntas por 3% do PIB do Estado, empregando aproximadamente 22 mil pessoas. O valor total dos produtos fabricados no Estado é de 1,5 bilhão de dólares. Os principais produtos industrializados fabricados no Estado são alimentos industrialmente processados, material impresso e roupas.
O setor terciário é responsável pela maior parte do PIB do Havaí - 92% do total. Serviços comunitários e pessoais respondem por aproximadamente 23% do PIB do Estado, empregando mais de 249 mil pessoas. Serviços financeiros e imobiliários respondem por cerca de 23% do PIB do Estado, empregando aproximadamente 63 mil pessoas. Serviços governamentais respondem por 21% do PIB do Havaí, empregando aproximadamente 168 mil pessoas. O comércio por atacado e varejo responde por 15% do PIB do Estado, e emprega aproximadamente 170 mil pessoas. As vendas do comércio em geral são auxiliadas pelo turismo. O turismo é a principal fonte de renda do Havaí. Todo ano, milhões de turistas visitam o Estado, atraídos pelas suas praias, a cultura da população local, seu clima ameno e outros fatores. A maioria dos turistas são americanos, porém, uma quantidade expressiva de turistas estrangeiros visita o Estado, especialmente japoneses. No verão, milhares de pessoas instalam-se por alguns meses no Havaí, atraídos pelo seu clima ameno e pelas suas belezas naturais. Transportes, telecomunicaçõese utilidades públicas empregam 48 mil pessoas, e respondem por 10% do PIB do Havaí. A maior parte da eletricidade gerada e consumida no Estado é produzida em usinas termelétricas a petróleo. Uma pequena percentagem é gerada em usinas hidrelétricas e em usinas termelétricas a etanol.
Infraestrutura
Educação
As primeiras escolas do Havaí foram fundadas por missionários ao longo da década de 1820. O Rei Kamehameha III implementou um sistema de escolas públicas para os habitantes do Havaí durante a década de 1840.
Atualmente, regras e padrões são ditados pelo Conselho de Educação do Havaí. Este conselho é formado por 14 membros, 13 deles eleitos pela população para mandatos de quatro anos de duração, bem como um estudante do sistema escolar público. Modificações e novas regras podem ser criadas por todos os membros, porém, precisam ser aprovadas por ao menos dez membros. O estudante não possui o direito de voto.
Todas as escolas do Estado são diretamente administradas pelo Conselho de Educação do Havaí, e não existem distritos escolares, fazendo do Havaí um dos poucos Estados onde todas as escolas são administradas pelo órgão máximo de educação do Estado, e o único que cujo sistema escolar não está dividido em distritos escolares administrados por municípios ou condados. O Havaí permite a operação de escolas charter - escolas públicas independentes, que não são administradas por distritos escolares, mas que dependem de verbas públicas para operarem. Atendimento escolar é compulsório para todas as crianças e adolescentes com mais de seis anos de idade, até a conclusão do segundo grau ou até os dezessete anos de idade.
Em 1999, as escolas públicas do Estado atenderam cerca de 185,9 mil estudantes, empregando aproximadamente 10,9 mil professores. Escolas privadas atenderam cerca de 33,2 mil estudantes, empregando aproximadamente 2,5 mil professores. O sistema de escolas públicas do Estado consumiu cerca de 1,144 bilhões de dólares, e o gasto das escolas públicas por estudante foi de aproximadamente 6,6 mil dólares. Cerca de 88,5% dos habitantes do Estado com mais de 25 anos de idade possuem um diploma de segundo grau.
Cerca de 18% dos estudantes do Havaí estudam em escolas privadas; algumas destas instituições de educação são controladas por organização sem fins lucrativos, e privilegiam alunos descendentes de nativos polinésios. A maior escola privada dos Estados Unidos, a Escola Kamehameha, causou grande escândalo em tempos recentes. Apenas dois não-polinésios foram aceitos nesta instituição privada nos últimos 40 anos. A primeira biblioteca pública do estado foi fundada em 1913. O Havaí também é o único a controlar diretamente todas as bibliotecas públicas localizadas no Estado.
A primeira instituição de educação superior do Havaí foi a Universidade do Havaí, fundada em 1907, em Honolulu. Atualmente, o Estado possui 20 instituições de educação superior, dos quais dez são públicas e dez são privadas. O Sistema de Universidades do Havaí, que administra um total de dez universidades diferentes, entre elas, a Universidade do Havaí, a maior instituição de educação superior do Estado. O Havaí possui um único sistema de bibliotecas públicas, que atendem todo o Estado, e movimentam anualmente uma média de 5,6 livros por habitante.
Transportes e telecomunicações
O Havaí é o único Estado americano totalmente isolado do resto dos Estados Unidos (o Alasca está conectado com os 48 estados americanos contíguos através de rodovias que cruzam território canadense). Além disso, a população do Estado vive em oito ilhas do arquipélago. Nenhuma destas ilhas está conectada com outras ilhas locais através de pontes ou túneis. Cada uma destas oito grandes ilhas possui seu próprio sistema rodoviário (administrado pelo Estado), mas pessoas querendo locomover-se em direção a outras regiões do estado precisam fazer uso de balsas ou de aviões.
Já o modo mais usado de transporte de passageiros entre o Havaí e o resto do país é através de aviões. A Hawaiian Airlines é a maior linha aérea da região, e o Aeroporto Internacional de Honolulu é o principal centro aeroportuário do Estado. Já carga é movimentada primariamente através de navios. O Porto de Honolulu é o principal do estado. O Havaí não possui nenhuma ferrovia movimentada. Atualmente, apenas uma ferrovia está em operação no Havaí, uma ferrovia de cunho turístico, na ilha de Maui, a Lahaina-Kaanapali and Pacific Railroad. Em 2003, o Estado possuía 6 935 quilômetros de vias públicas, dos quais 89 quilômetros eram rodovias interestaduais, considerados parte do sistema federal rodoviário dos Estados Unidos.
O primeiro jornal do Havaí, o Sandwich Island Gazette and Journal of Commerce, foi publicado pela primeira vez em Honolulu, em 1836. Atualmente, são publicados no Havaí cerca de 25 jornais. Deles, seis são diários. Alguns dos jornais de circulação semanal são publicados em havaiano, japonês, chinês ou em coreano. A primeira estação de rádio do Havaí foi inaugurado em 1922, e a primeira estação de televisão, em 1952. O Havaí atualmente possui cerca de 50 estações de rádio e dez estações de televisão.
Cultura
Símbolos do estado
- Árvore: Aleurites moluccana
- Cognomes:
- Aloha State
- Pineapple State (não oficial)
- Rainbow State (não oficial)
- Flor: Hibiscus havaiano
- Lema: Ua Mau ke Ea o ka ‘Āina i ka Pono (do havaiano A vida na terra é perpetuada através da justiça)
- Mamífero: Baleia jubarte
- Música: Hawai‘i pono‘i
- Pássaro: Branta sandvicensis
- Peixe: Rhinecanthus rectangulus
- Pedra preciosa: Coral
A dança Havaiana
A dança mais tradicional do Havaí é a Hula, um dos aspectos culturais mais conhecidos no mundo. Hoje em dia, existem duas diferentes formas de se dançar a Hula: A Hula Kahiko, dançada de maneira tradicional, utilizando-se os trajes típicos e acompanhada pelo canto e por instrumentos tradicionais da cultura Havaiana e os trajes típicos[17], como a pa'u, saia utilizada por homens e mulheres e leis, um adorno de cabeça e pescoço feito a base de flores e ervas. A Hula A'uana, é uma versão mais moderna da dança e normalmente é acompanhada por música de violão e ukelê e os dançarinos utilizam roupas feitas de saias de ráfia e tops de coco ou mesmo simples saias e blusas. A Hula é considerada uma dança sagrada e cada movimento tem um significado que reflete a cultura daquele povo. [18]
Notas
- ↑ A forma convencionalmente usada em português europeu é Havai, contudo, em Topónimos e Gentílicos o professor e linguista Ivo Xavier Fernandes preconiza a forma Hauaí.[5]
Referências
- ↑ Correia, Paulo (Direção-Geral da Tradução – Comissão Europeia) (Verão de 2015). «Os estados dos Estados Unidos da América» (PDF). «a folha» – Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (n.º 48). ISSN 1830-7809. Consultado em 24 de setembro de 2015
- ↑ ab c d «GCT-PH1 - Population, Housing Units, Area, and Density: 2010 - State -- County / County Equivalent» (em inglês). United States Census Bureau. Consultado em 13 de setembro de 2011
- ↑ US Government Revenue
- ↑ ab c d «Introduction to Hawaii». Net State (em inglês). 10 de dezembro de 2008. Consultado em 31 de dezembro de 2008
- ↑ Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda.
- ↑ Oskar Spate, "The Spanish Lake" (1979). Páginas 108-109 (edição de 2004): «On the maps of today the Hawaiian Islands lie so blatantly between the east and west-bound tracks of the Galleons, that it seems almost mandatory that some stray must have found them. The inference was first drawn by La Pérouse, who deduced from Spanish charts that islands named "La Mesa", "Los Majos", and "La Disgraciada", in the right latitude but too much far to the east were in fact the Hawaiian group, La Mesa ("the Table") in particular being the main island with the great table-massif of Mauna Loa; the error in longitude was put down to Spanish failure to allow for currents. On one such chart is a note saying that Juan Gaetan, who was with Villalobos in 1542, discovered the group, and named it Islas de Mesa, in 1555; unluckily this chart also gives Cook's name, the Sandwich Islands.»
- ↑ O arquipélago do Havai tem 8 ilhas.
- ↑ Joaquim Casado Giraldes, Tratado completo de cosmographia e geographia (Volume 1), 1825 (p. 26)
- ↑ Histoire Generale des Voyages: ou nouvelle collection de toutes les relations de voyages par mer et par terre, qui ont été publiées jusqu'à présent dans les différentes langues de toutes les nations connues contenant ce qu'il y a de plus remarquable (edição francesa). Peter de Hondt (Haia) 1747-1768. Volume 16 (1753).
- ↑ «GCT-PH1-R - Population, Housing Units, Area, and Density (geographies ranked by total population): 2000 - Geography: State -- County - State -- County / County Equivalent» (em inglês). United States Census Bureau. Consultado em 15 de agosto de 2011
- ↑ «Censo histórico do Havaí (1900 a 1990)» (em inglês). United States Census Bureau. Consultado em 18 de junho de 2010
- ↑ ab c «Profile of General Population and Housing Characteristics: 2010 Demographic Profile Data». US Census Bureau. Consultado em 22 de maio de 2012
- ↑ ab c «Hawaii - Race and Hispanic Origin: 1900 to 1990». U.S. Census Bureau
- ↑ «State of Hawaii Data Book 2000, Section 1 Population, Table 1.47». Hawaii.gov. Consultado em 5 de novembro de 2011
- ↑ «Survey shows partial picture». The Honolulu Advertiser. 21 de setembro de 2002. Consultado em 5 de novembro de 2011
- ↑ «Religious Identity: States Differ Widely». Gallup.com. Consultado em 5 de novembro de 2011
- ↑ «Traje típico Havai». Consultado em 30 de setembro de 2017
- ↑ «Dança Havaiana Hula». Consultado em 30 de setembro de 2017
Ligações externas
- United States Census Bureau (em inglês)
- Sítio web oficial do Havaí (em inglês)
- United States Department of Education (em inglês)
- United States Department of Commerce (em inglês)
- National Oceanic and Atmospheric Administration (em inglês)
- Barnes, Phil (1999). A Concise History of the Hawaiian Islands. [S.l.]: Petroglyph Press. ISBN 0-912180-56-0
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