FAMÍLIA - UMA VISÃO ESPIRITUALISTA



Família - uma visão espiritualista

Muitos já se perguntaram porque justamente determinada pessoa faz parte de sua família: pai, mãe, irmão, tio... Por que justamente aquela pessoa e não outra? Ou "por que nasci nesta família"? Karma, reencarnação, destino? Dentre as várias possíveis respostas e especulações, as filosofias espiritualistas atribuem razões que tentam explicar o porquê das pessoas se encontrarem em convívio dentro de um determinado núcleo familiar e de relacionamentos. Vamos conferir de perto essas questões:



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Uma família seria um agrupamento de espíritos ligados entre si por laços espirituais, que podem ter sido gerados de quatro formas possíveis:

1 - Laços cármicos de afinidade

Seriam espíritos que se atraem pelo sentimento de amor que nutrem uns pelos outros, ou espíritos simpáticos, atraídos pela semelhança de inclinações e interesses que cultivaram ao longo de sua existência, e que se reúnem na mesma família para ajudarem uns aos outros em suas jornadas evolutivas e para progredirem juntos. Os espíritos que se aproximaram por laços de afinidades são aqueles familiares que se relacionam bem entre si.

2 - Laços cármicos de divergência

Seriam desafetos que se ligaram por sentimentos de ódio ou conflitos que ainda não conseguiram resolver, e que reencarnam na mesma família justamente para resolver suas pendências, fazer as pazes, perdoar e buscar a reconciliação e harmonização entre si. Os espíritos reunidos por laços de divergências são aqueles que têm antipatia gratuita ou até mesmo aversão um pelo outro.

3 - Programação dos benfeitores

Os espíritos também podem ser reunidos na mesma família por uma programação reencarnatória feita por benfeitores espirituais, em função das necessidades evolutivas dos reencarnantes, com a finalidade de resgatarem suas faltas, servirem de provações e auxiliarem uns aos outros em seus processos de aprendizagem evolutiva.

4 - Ato de bondade de espíritos mais evoluídos

Seriam os casos de espíritos mais evoluídos que, por um ato de bondade, se propõem a ajudar espíritos menos evoluídos, e então reencarnam na mesma família.



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A constituição da família, portanto, não seria uma simples obra do acaso, mas sim a consequência de ligações construídas por nós mesmos em vidas passadas e no mundo espiritual nos períodos entre uma reencarnação e outra, ou o resultado de planejamentos de espíritos benfeitores em função das nossas necessidades evolutivas, ou escolhas de espíritos mais evoluídos que resolveram nos ajudar.

Consequentemente, nas famílias onde todos os membros são espíritos mais evoluídos, onde todos se dão bem e se respeitam, praticamente não há conflitos. No lado oposto, também há famílias onde todos os membros são de um nível evolutivo menor, onde ninguém se dá bem com ninguém e os desentendimentos são constantes. E entre esses dois extremos há inúmeras combinações possíveis quanto aos graus evolutivos dos pais, filhos e irmãos, definidos pelos diversos níveis de saber e de ignorância, de bondade e de maldade, que cada um carrega.


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Considerando-se que todos somos espíritos que já existíamos antes desta vida, que já vivemos em outros corpos, masculinos e femininos, em outros países - e talvez até mesmo em outros planetas - então, na maioria dos casos já conhecemos, de outras existências materiais, nossos pais, filhos, irmãos e amigos. E a morte não seria, em absoluto, um ponto final na nossa vida e nem nos laços espirituais de afinidades ou divergências, seria apenas o término desta passagem pelo mundo material. Assim, os laços espirituais continuariam no mundo espiritual e, no futuro, em novas reencarnações: atraímos e somos atraídos por pessoas com quem criamos laços energéticos, sejam eles de amor ou ódio, de afinidades ou de divergências.

Por isso, a família seria um cenário para muitos reencontros: amigos, inimigos, amores sinceros, amores mal resolvidos, adversários, companheiros de trabalho, e de vários outros relacionamentos, que conservam-se, muitas vezes, por séculos ou milênios. Frequentemente nosso filho já foi nosso pai, nossa mãe já foi nosso filho, a filha já foi chefe do pai, o pai já foi escravo do filho, os irmãos já foram inimigos ou parceiros de aventuras, etc. E estas relações vão mudando, encarnação após encarnação, em função das nossas obras e das nossas necessidades evolutivas.

Ao mesmo tempo, nem sempre acontecerão reencontros. Muitas vezes amigos ou amores podem reencarnar em outras famílias, outros países e outros ambientes, para vivenciar, junto de outras pessoas, o que precisam para sua evolução. Uma justificativa seria de que, se as encarnações fossem sempre junto com as mesmas pessoas, as opções de aprendizado ficariam extremamente limitadas, porque só seria possível aprender o que aquelas pessoas podem ensinar. Além disso, aprenderíamos a amar somente algumas pessoas, prejudicando o objetivo de um dia amarmos toda a humanidade.



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Nossos pais seriam espíritos que, quase sempre, já conviveram conosco em outras encarnações. Se as ligações que tivemos em vidas passadas com nossos pais foram boas, nosso relacionamento com eles é bom, e estaríamos juntos agora para continuar a jornada evolutiva. Mas se estas ligações foram de conflitos, é quase certo que agora também teremos conflitos, e são justamente estes conflitos que seriam necessários resolver, nesta vida ou ainda em vidas futuras.

Da mesma forma, o espírito que reencarna como filho ou filha não seria um desconhecido dos pais. Ao contrário, seria alguém já conhecido, e quase sempre de longa data. E a relação entre pais e filhos nem sempre foi e nem sempre será de “pais e filhos”. As pessoas estão pais e filhos desta vez, porque seria a situação mais adequada nesta encarnação, mas esta relação pode ter sido outra em existências passadas e também poderá ser outra em existências futuras. Os pais de hoje podem ter sido filhos no passado ou poderão ser filhos no futuro, e vice-versa. Também podem ter sido ou poderão ser marido e esposa, avô e neto, tio e sobrinho, irmãos, primos, amigos, inimigos ou até mesmo desconhecidos, dependendo das necessidades evolutivas de cada um.

A responsabilidade dos pais em receber àquele filho ou filha já teria se iniciado muito antes do nascimento ou da fecundação. Na grande maioria dos casos, esta responsabilidade teria se iniciado quando essas vidas se cruzaram em encarnações passadas, gerando ligações espirituais, de afinidades ou conflitos. Sua responsabilidade também pode ter iniciado por ocasião do planejamento reencarnatório, quando receberam a missão de serem pais de determinados filhos. Em todos os casos, a responsabilidade dos pais é grande porque têm influência direta em sua própria evolução espiritual e na de seus filhos.

A responsabilidade dos pais seria educar os filhos com amor, prudência e equilíbrio, sem demasiada severidade e sem demasiada benevolência - ou seja, com equilíbrio. E os exemplos de conduta são fundamentais para essa educação. O compromisso com os espíritos que estão como filhos começou antes da sua concepção - começou lá no mundo espiritual - e o amor dedicado a eles lá no plano espiritual e aqui - durante a gestação, infância, juventude, vida de adulto e velhice - é a mais significativa contribuição que pode ser dada para a sua evolução. Ser pai ou mãe seria, então, uma grande oportunidade de exercitar a capacidade de amar de forma incondicional, principalmente quando os filhos apresentam defeitos físicos, morais ou intelectuais.

Deve-se levar em consideração que os pais são espíritos ainda imperfeitos, em busca da sua evolução espiritual assim como os filhos, e podem, portanto, também precisar de muita ajuda -lembrando que nossos pais nem sempre foram e nem sempre serão nossos pais, mas estão como nossos pais nesta encarnação. E, da mesma forma, nossos irmãos e irmãs, seriam espíritos que vieram a este mundo em busca de resgates, reajustes, reconciliações e evolução espiritual.



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Costuma-se dizer que os filhos “puxam” esta ou aquela qualidade moral ou intelectual do pai, da mãe, do avô ou da avó, etc. Mas não seria bem assim: a realidade é que, nos casos em que os filhos se ligam aos pais por afinidades, uma ou outra qualidade é naturalmente semelhante entre eles, não porque eles a “puxaram” de nós, mas porque eles já a tinham como resultado dos seus esforços evolutivos.

As únicas coisas que nossos filhos “puxam” dos pais seriam as características físicas, em função da genética. As qualidades morais e intelectuais podem ser semelhantes, porque os espíritos semelhantes se atraem, mas isto não é regra. Pais inteligentes podem ter filhos medíocres e pais medíocres podem ter filhos inteligentes. Pais dóceis podem ter filhos agressivos e pais rudes podem ter filhos amáveis, e assim por diante.

Os espíritos de mesmas tendências, que têm os mesmos hábitos, os mesmos vícios ou as mesmas virtudes, se atraem porque vibram na mesma frequência. Esta é a lei da sintonia, ou lei de atração. Os agressivos atraem os agressivos, os pacientes atraem os pacientes, os depressivos atraem os depressivos, os autoritários atraem os autoritários, os disciplinados atraem os disciplinados. Assim, pela lei de atração, um pai agressivo pode ter um filho agressivo, e então se diz que o filho “puxou” o pai. Uma mãe depressiva pode ter um filho depressivo, e então, se diz que o filho “puxou” a mãe. Mas, na realidade, estes filhos não “puxaram” o pai ou a mãe, eles puxaram a si mesmos, puxaram o que já eram antes da concepção.

Se nosso avô renascer como nosso filho, é provável que veremos no filho as mesmas características de personalidade do avô, a menos que ele tenha mudado neste período entre aquela encarnação e esta. Mas este filho não “puxou” o temperamento do avô, ele seria o próprio avô.



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O companheiro ou companheira seria um espírito que faz parte da nossa caminhada evolutiva e passou a assumir, junto conosco, o compromisso de construir uma jornada em comum. A união de dois espíritos pode ocorrer por vários motivos:

1 - União por interesses terrenos

Seria a união de dois espíritos que não têm ligações espirituais, mas se unem por interesses materiais como dinheiro, posição social ou apenas por atração sexual. Essas uniões não foram planejadas no mundo espiritual, mas podem até dar certo. Porém, o mais comum é que se tornem ligações que determinam futuros reencontros, seja porque acabam gerando uma certa afinidade entre os dois espíritos, seja porque geram a necessidade de reajustes e reconciliações.

2 - União por expiação

Seria a união resultante da lei de causa e efeito, para resgate das faltas cometidas em vidas passadas, onde os dois espíritos vão vivenciar as consequências dessas faltas. As faltas geralmente foram cometidas entre os próprios espíritos em relacionamentos passados, conjugais ou não, que agora se unem para buscar o reajuste e a harmonização. Mas as faltas também podem ter sido cometidas com outras pessoas, e o espírito vai experimentar as consequências das próprias obras para aprender a reeducar seus valores.

3 - União por provação

Seria a união de dois espíritos para testar sua capacidade de convivência e virtudes como paciência, tolerância, gentileza, compreensão, perdão, etc. Estas uniões são planejadas no mundo espiritual pelos benfeitores espirituais, frequentemente com a participação do casal, para fortalecer seu progresso espiritual.

4 - União por afinidade

Seria a união de espíritos pelo sentimento de amor, ou de espíritos simpáticos, com as mesmas inclinações e interesses, que buscam o convívio em comum, seja para se ajudarem e evoluírem juntos, seja para ajudarem na evolução dos filhos. Outras vezes, seriam espíritos missionários que se unem pelo casamento para trabalharem juntos em benefício de uma comunidade ou da humanidade em geral.

5 - União por ato de bondade

Seria o casamento onde um espírito mais evoluído, por um ato de bondade, se propõe a ajudar outro espírito menos evoluído através da união conjugal. São aqueles casais onde podemos perceber a nítida diferença evolutiva entre as partes.



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Costuma-se dizer que existem, por definição, dois tipos de família: a material e a espiritual. A família material é estabelecida pelo casamento, pela união e pelos laços de sangue. A família espiritual é estabelecida por laços de afinidades espirituais. A verdadeira família seria a espiritual. A família terrena pode até coincidir com a espiritual, mas isso não seria uma regra.

Os espíritos vivem no mundo espiritual, em grupos ou famílias, unidos por simpatia e semelhanças de inclinações e interesses. Algumas vezes reencarnam na mesma família terrena para progredirem juntos. Outras vezes reencarnam em famílias diferentes ou em locais diferentes ou em épocas diferentes, se separando temporariamente, mas quando retornam ao plano espiritual se procuram e voltam a conviver juntos.

Algumas uniões na Terra não continuam no mundo espiritual. Às vezes nossos familiares pertencem à nossa família espiritual, e então nos damos muito bem e evoluímos juntos. Mas nem sempre é assim. Há aqueles familiares que estão na mesma família terrena apenas para reajustes recíprocos ou para servirem de provação um ao outro, mas depois que morrem e voltam ao mundo espiritual, vão para lugares diferentes, de acordo com seus níveis vibratórios e interesses. Mas os verdadeiros laços de afeto sobrevivem e permanecem após a morte do corpo físico. Eles unem os espíritos antes, durante e depois da encarnação. Mas os laços criados apenas pelas ilusões terrenas acabam com a morte, porque na morte acabam os motivos que criaram estes laços.

As pessoas que pertencem à mesma família espiritual, por terem os mesmos valores e as mesmas inclinações e interesses, sentem-se felizes na companhia umas das outras, independente de pertencerem ou não à mesma família terrena. É por isso que dois amigos, nascidos de pais diferentes, podem ser verdadeiros irmãos em espírito, ao passo que dois irmãos de sangue podem se rejeitar. O conceito de irmandade é bem mais amplo do que os justificariam os laços de sangue.





Fonte: Encontrando e Vivenciando o Sentido da Vida, José Dutra, Dionisi





Ouça "Pai e Mãe", de Gilberto Gil, na voz de Ney Matogrosso. Sobre esta canção, Gil comenta: "Composta no dia em que eu completei 33 anos, 26 de junho de 1975. Uma música de confissão de afeto profundo pelos pais, colocando todos os homens queridos como sendo um prolongamento do pai e todas as mulheres amadas como um prolongamento da mãe. Meus pais moravam em Vitória da Conquista na época e festejaram muito a canção."




PAI E MÃE

(Gilberto Gil)



Eu passei muito tempo

Aprendendo a beijar

Outros homens

Como beijo o meu pai

Eu passei muito tempo

Pra saber que a mulher

Que eu amei

Que amo

Que amarei

Será sempre a mulher

Como é minha mãe



Como é, minha mãe?

Como vão seus temores?

Meu pai, como vai?

Diga a ele que não

Se aborreça comigo

Quando me vir beijar

Outro homem qualquer

Diga a ele que eu

Quando beijo um amigo

Estou certo de ser

Alguém como ele é

Alguém com sua força

Pra me proteger

Alguém com seu carinho

Pra me confortar

Alguém com olhos

E coração bem abertos

Pra me compreender

Fonte:https://www.comprazen.com.br/blog/1/262/familia-uma-visao-espiritualista-karma-reencarnacao-amor-evolucao-nosso-blog

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