A COMUNIDADE HIPPIE QUE SE REÚNE PARA CELEBRAR O AMOR EM FLORESTAS REMOTAS PELO MUNDO




Colorado, EUA, 1972. A participação norte-americana na Guerra do Vietnã se aproximava do fim, Haight-Ashbury, o bairro de San Francisco que foi símbolo do movimento hippie nos anos 60 já não era tão icônico, e a violência no Festival de Altamont, o “Woodstock do Oeste”, mudara os rumos da contracultura.
Da reorganização de quem buscava uma sociedade totalmente diferente da que havia surgiu o Rainbow Gathering, algo como “Reunião do Arco-Íris”. Tratava-se originalmente de enormes encontros em florestas nacionais dos Estados Unidos, em que milhares de pessoas passavam de alguns dias a até um mês (um ciclo lunar) em meio às florestas para se conectar à natureza.
Somos a maior não-organização de não-membros do mundo”, dizem alguns participantes, se referindo ao fato de que não há lideranças dentro do que chamam de Family of the Rainbow (“Família do Arco-Íris”). O objetivo é manter viva a ideologia de uma vida compartilhada e próxima à terra.
A iniciativa se espalhou pelo mundo, com reuniões inspiradas na tradição que começou no Colorado em 72. Não há muitas informações sobre os eventos na internet, já que, de maneira geral, os participantes preferem que a divulgação seja feita de maneira orgânica, para não atrair pessoas desconectadas do objetivo dos encontros.
Mesmo assim, é possível encontrar referências como o site Somewhere Under the Rainbow ou um calendário de Rainbow Gatherings na Europa. A descentralização do movimento causa problemas com as autoridades, que buscam normatizar as reuniões, e também pode ser o motivo de problemas de segurança recentes, como casos de violência nos arredores das florestas em Utah em 2014.
As próprias autoridades consideram que os atos são causados por minorias que não estão perfeitamente alinhadas aos ideias da Family of the Rainbow. Álcool e drogas químicas não são incentivados, mas o uso de maconha e ayahuasca, especialmente se ligado a rituais, faz parte da cultura dos encontros.
Há grupos indígenas dos Estados Unidos que acusam os participantes de apropriação cultural e desrespeito à história ancestral das florestas, além de desrespeito a leis que foram criadas no século XIX para preservar o território dos nativos.
Há poucos registros fotográficos dos Rainbow Gatherings, pois os participantes de maneira geral preferem deixar os encontros mais reservados. Mas o fotógrafo Denis Vejas pôde captar belíssimas imagens em uma reunião nos Estados Unidos – são elas que ilustram nossa matéria. No Brasil, a Revista Trip produziu uma ótima reportagem sobre um encontro do Arco-Íris em 2012, mas as ilustrações fotográficas foram limitadas.
Todas as fotos © Denis Vejas

Fonte:http://www.hypeness.com.br/2017/07/a-comunidade-hippie-que-se-reune-para-celebrar-o-amor-em-florestas-remotas-pelo-mundo/?

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