O PERISPÍRITO E SUA FISIOLOGIA

O Perispírito e sua Fisiologia


Antes das obras de André Luiz, Emmanuel, dos numerosos jovens no além, em consonância com os textos da codificação de Kardec, os espíritas e os estudiosos dos fenômenos mediúnicos, espirituais e psíquicos tinham uma ideia muito vaga sobre o pretenso corpo espiritual que os espíritos de todas as condições hierárquicas possuíam.
Do que é feito o perispírito?
Quais suas características básicas?
Ele é material? Se a resposta for “SIM”, como são seus órgãos e como modificações em sua estrutura afetariam o corpo físico?
Ele pode ser perdido? Se sim, em que condições?
Essas são apenas algumas das muitas questões que André Luiz abordou. Para uma discussão mais pormenorizada desse assunto, recomendamos a leitura dos livros “Vida além da Vida” (volumes I e II, lançados no formato e-book pela Digital Books) e o livro “Perispírito e Corpos Espirituais. O que são e como interagem com o mundo físico”, de autoria de Joseph Gleber e em fase final de editoração pela Digital Books Editora.
Para esclarecer e demarcar limites em nossa discussão, consideramos que o perispírito, como o nome sugere, é o revestimento que confere ao espírito imaterial a capacidade de atuar nos planos astrais, além de representar uma interface entre o espírito e o corpo físico, para os encarnados.
Como coloca Emmanuel, no livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier (Editora da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 12ª edição, 2007):
“O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o moldefundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, éaparelhagem  de  matéria  rarefeita,  alterando-se,  de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
 Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhantevestidura  se  caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.”
Algumas linhas abaixo, Emmanuel deixa clara a natureza material do espírito:
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina”, o que não muda o fato de que o mesmo é bastante maleável ao ambiente e, principalmente, condições mentais e espirituais das pessoas, apresentando, como apresentado em “Nosso Lar”, “em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo” (“Nosso Lar”, página 34)
Todas essas palavras de Emmanuel estão de acordo com as citações de André Luiz sobre o assunto, deixando claro que o perispírito é constituído, essencialmente, de matéria uma vez que sofre o efeito da gravidade do plano que lhe é próprio, além de ser mais ou menos denso em função da elevação espiritual de cada um. Por mais que os pensamentos comandem a fisiologia do corpo perispiritual, não podemos esquecer que os órgãos perispirituais possuem metabolismo que se manifesta em todos os lugares, fazendo com que o irmão desencarnado sinta frio, calor, fome e sede, ou o crescimento dos pelos e cabelos, além das necessidades “fisiológicas” básicas, como podemos nos deparar nas citações abaixo, extraídas de “Nosso Lar”:
“Para quem apelar? Torturava-me a fome, a sede me escaldava. Comezinhos fenômenos da experiência material patenteavam-se-me aos olhos. Crescera-me a barba, a roupa começava a romper-se com os esforços da resistência, na região desconhecida…”
Ou logo a seguir, ainda no capítulo 2:
Persistiam as necessidades fisiológicas, sem modificação. Castigava-me a fome todas as fibras e, nada obstante, o abatimento progressivo não me fazia cair definitivamente em absoluta exaustão. De quando em quando, deparavam-se-me verduras que me pareciam agrestes, em torno de humildes filetes d’água a que me atirava sequioso. Devorava as folhas desconhecidas, colava os lábios à nascente turva, enquanto mo permitiam as forças irresistíveis, a impelirem-me para frente.”
Meus amigos, será que poderíamos ser mais claros e explícitos do que nosso querido autor, no texto acima?
Creio que não. André Luiz se superou.
Contudo, precisamos encarar um aspecto que o cinema não explorou: a morte separa duas etapas da nossa existência e se temos um metabolismo aqui, teremos outro do outro lado da vida.
Mas o que é metabolismo? É o conjunto de reações químicas que mantêm a vida. Ele é conjunto de reações químicas que nos auxiliam na luta contra a desorganização de nossas células, contra a entropia do sistema. Do outro lado da vida, o corpo perispiritual também apresenta algumas peculiaridades fisiológicas, como veremos a seguir.
O corpo perispiritual também é constituído de células, que se adaptam e moldam o corpo físico, de forma que é o efeito das nossas existências pregressas sobre as células do perispírito que determinarão o corpo físico que irá abrigar o ser em futura reencarnação. Em hipótese alguma desconhecemos o papel dos genes na determinação do corpo do reencarnante, mas apenas gostaríamos de lembrar que a genética do indivíduo é selecionada pela espiritualidade da mesma forma que uma pessoa escolhe uma vestimenta para determinado evento social ou profissional. Em função das aptidões do irmão reencarnante e da genética disponível, os gametas são selecionados e a fecundação ocorre, fugindo totalmente do acaso, da sorte ou azar. Tudo é aprendizado.
A estrutura do perispírito é perecível, principalmente em função de sua natureza material e sua interdependência com as condições dos outros corpos espirituais, em particular os corpos mentais, superior e inferior, capaz de ditar modificações severas na estrutura perispirítica. Além desse aspecto, o corpo perispiritual pode ser danificado a partir de artefatos bélicos astrais, como mencionado em “Libertação” (página 65), onde falanges das trevas têm armas para lutar e ferir.
A respeito da fragilidade do corpo espiritual, em “Libertação”, o instrutor Gúbio declara:
“– Sabes, assim, que o vaso perispirítico é também transformável e perecível, embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.”
“– Sim… – acrescentei (André Luiz), reticencioso, em minha sede de saber.
“– “Viste companheiros – prosseguiu o orientador –, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza por enquanto não nos é dado sondar, e observaste irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradorasdos elementos perispiríticos para renascerem na carne terrestre. Os primeiros são servidores enobrecidos e gloriosos, no dever bem cumprido, enquanto que os segundos são colegas nossos, que já merecem a reencarnação trabalhada por valores intercessores, mas, tanto quanto ocorre aos companheiros respeitáveis desses dois tipos, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual.
O fragmento acima deixa claro que o perispírito pode ser perdido pela ascensão evolutiva e veremos, posteriormente, na análise do mesmo livro, que o ódio e a mente enclausurada na vingança também podem induzir a perda do vaso perispirítico por um processo de ovoidização. A formação de ovoides foi motivo de profundas discussões com os principais expoentes do Espiritismo brasileiro nas décadas que se seguiram a esse texto e muitos ainda relutam em aceitar sua existência, mesmo com centenas de descrições que estão disponíveis na literatura. Alguns dizem que essas descrições são viciadas pela influência que a obra de André Luiz exerce sobre os novos médiuns, mas se esquecem que a lógica evidencia que o processo é natural e aquele que busca a morte, na impossibilidade de obtê-la, acaba criando profundos efeitos no seu corpo perispiritual. Viver é condição que necessita de harmonia e na ausência dessa, o corpo físico e os corpos espirituais padecem.
Além disso, o texto evidencia claramente que o que sobra do perispírito após o processo de restringimento ou encolhimento para o reencarne é semelhante ao que sobra do corpo físico humano no desencarne, uma estrutura inerte. Vejam a simetria, para adentrarmos o mundo espiritual com mais liberdade, deixamos aqui o corpo físico inerte e desnecessário: é a morte; para retornarmos ao mundo físico, grande parte daquilo que chamamos de corpo espiritual sofre profundas alterações em sua estrutura e o que sobra está “morto” em termo práticos. Similaridades que podem ser muito uteis no aprendizado.
A condição vibratória do corpo perispiritual depende da condição moral do espírito, mas podemos verificar que, após a conscientização da condição de “desencarnado”, as percepções se dilatam substancialmente. Esse fenômeno é natural, como relatado em “Nosso Lar”, mas pode ser induzido por intervenções no corpo espiritual, como descrito em belos detalhes em “Os Mensageiros”, junto ao Gabinete de Auxílio Magnético às Percepções.
Esses sentidos profundamente dilatados após a morte física, como mencionado acima, permitem, dentre outras coisas, a transmissão rudimentar do pensamento entre pessoas afins, como explicado por Aniceto em “Os Mensageiros” (página 219):
“— Aquele é o nosso irmão Fábio Aleto, que vai dar a interpretação espiritual do texto lido. Os que estiverem nas mesmas condições dele, poderão ouvir-lhe os pensamentos; mas, os que estiverem em zona mental inferior, receberão os valores interpretativos, como acontece entre os encarnados, isto é, teremos a luz espiritual do verbo de Fábio na tradução do verbo materializado de Isabel.
Nosso mentor não poderia ser mais explícito. Em poucas palavras fornecera-me a súmula da extensa lição.”
Fenômeno semelhante é observado nas comunicações mediúnicas, onde o estabelecimento de uma sintonia fina entre o espírito e o médium é uma condição bastante imprescindível ao processo e todos os cuidados seguidos objetivam exatamente minimizar os fatores ambientais interferentes no processo.
A expansão dos sentidos espirituais após a morte, da mesma forma que as capacidades cognitivas do irmão, é diretamente ligada à evolução espiritual do mesmo e do tempo em que ele se encontra no período de intermissão (entre as reencarnações) ou erraticidade, como nos mostra a superior capacidade sensorial de mentores de André Luiz, evidenciada em numerosas passagens de sua obra, como na página 306 de “Os Mensageiros”.
Alguns autores espíritas, como Djalma Argollo, em seu instigante “Possibilidades Evolutivas” (Editora Mnêmio Túlio, São Paulo, SP, 1994), sugerem que essas capacidades dilatadas de percepção (ver, escutar, emitir e captar os pensamentos, sentir e compreender), que tanto caracteriza o espírito livre do corpo físico, mesmo que apenas momentaneamente, como no caso de desdobramentos perispirituais, pode refletir a possibilidade do mundo espiritual ter dimensões espaciais adicionais, que nos são vedadas na matéria densa da qual somos constituídos. Assim, da mesma forma que um peixe pouco vê fora da água, nós pouco entendemos o universo em que estamos inseridos durante o período de permanência no corpo físico. Libertos, nossa consciência se dilata e passa a contemplar o cosmo de forma mais completa.
No início do processo evolutivo, o perispírito não consegue ter um domínio pleno dessas percepções e os rudimentos da telepatia apenas completam a linguagem articulada, estabelecendo-se, inicialmente, entre espíritos afins, geralmente membros das mesmas famílias espirituais, mas essa capacidade vai se dilatando a ponto de substituir a língua falada. O pensamento puro e límpido é capaz de saltar a distâncias incomensuráveis e, quanto mais elevado o intelecto do seu emissor e mais sublime o seu conteúdo, maior a distância percorrida. Aliás, falar em transmissão do pensamento é um erro, posto que ele não viaja simplesmente, mas salta em direção ao seu receptor.
Essas percepções também são muito sujeitas à categoria evolutiva do companheiro desencarnado, que somente pode ver, sentir e compreender aqueles espíritos que possuem o seu grau evolutivo ou inferiores, como toda a obra de André Luiz demonstra de forma cabal, principalmente quando coloca que “É muito provável estejamos sendo vistos e ouvidos, sem que tenhamos, até agora, despertado a faculdade precisa de escutar e enxergar neste plano…
A existência de um metabolismo semelhante ao nosso, no períspirito dos irmãos situados próximo à crosta, é realçada pela necessidade de alimentos, líquidos, lazer, repouso, bem como a descrição de lágrimas, suor, necessidades fisiológicas outras (seria uma alusão a fezes e urina? Muitos companheiros de lides espíritas ficariam loucos com essa insinuação, mas é o que tudo indica, sendo que em “Libertação”, pela ausência de um trabalho de limpeza coerente, a presença de depósitos de detritos torna a vida em uma cidade das sombras bastante penosa), que brotam do corpo espiritual de André Luiz, em numerosos momentos de suas descrições sobre a vida espiritual, isso sem falar da respiração e batimentos cardíacos e outras menções a órgãos no perispírito. Percebe-se, entretanto, que os espíritos que se encontram mais libertos do mundo material não possuem essas necessidades em grau tão elevado.
Uma vez que a morfologia dos órgãos físicos apresenta grande dependência da estrutura perispiritual, de forma que alguns espíritas denominam o perispírito de “molde” do corpo físico, como o eminente Hernani Guimarães Andrade, que o denominava de modelo organizador biológico, é possível, se não provável, que o perispírito também determine a função dos diferentes órgãos do corpo físico. Para tanto, cada órgão perispiritual teria de apresentar alguma semelhança funcional com o corpo físico, como de fato ocorre.
Em mensagem psicografada em dezembro de 2011, Ishmael, um amigo espiritual bem próximo, relata que a redução do sistema digestório e a transferência para os pulmões de parte da capacidade de absorver nutrientes é uma condição que se exacerba nos planos superiores, onde a atmosfera fornece praticamente tudo que o perispírito necessita em seu metabolismo. Essa transformação é gradativa e se assemelha, ou melhor, dirige, o próprio processo evolutivo que a humanidade vem apresentando desde que os grandes primatas surgiram, há alguns milhões de anos. Nas esferas plenas e felizes, o corpo perispiritual perde completamente sua materialidade, como tudo que o envolve, mas o processo até lá é muito demorado e exige tempo e profunda dedicação, embora cada sociedade no universo possa trilhar caminhos diferentes, mas com resultados que se assemelham ou completam, algo que os biólogos chamam de convergência evolutiva ou adaptativa.
Dentre os exemplos citados acima, não podemos esquecer de que os pulmões, mesmo no nosso plano, podem absorver elementos indispensáveis à saúde física e essa possibilidade é a base dos procedimentos de inalação de medicamentos. Lá, como cá, as realidades se assemelham, embora a intensidade dos fenômenos seja diferente e somente agora estamos despertando para isso. Outras propriedades do corpo espiritual não encontram par no corpo físico, como a capacidade de luzir, como descrito em “Os Mensageiros”, ou de atravessar a matéria ordinária, o que somente seria possível se o corpo espiritual representasse uma projeção de nossa individualidade (o espírito) em um universo com outras dimensões espaciais que não nos é permitido, ainda, conhecer, ou se a matéria que o constitui apresentasse uma natureza diferente da nossa, como será discutido no capítulo sobre a vida nas colônias espirituais, a seguir.
Acredito em uma associação dessas hipóteses, sendo que apenas 4% da matéria e energia do cosmo são formados pelos mesmos átomos que constituem o nosso corpo físico, o resto é a chamada energia escura, que dilata os limites do universo, e a matéria escura, que mantém a estrutura das galáxias, mas não interage com a luz e com a matéria ordinária que constitui o nosso universo visível.
Essa matéria escura, que não interage com a matéria ordinária, com exceção do fato de que ela sofre os efeitos da gravidade, mostrando que seus constituintes têm massa, apresenta algumas das principais características que Emmanuel e André Luiz atribuem aos elementos que constituem o perispírito: têm massa, sofrem efeito da força da gravidade e não fazem parte dos elementos conhecidos da tabela periódica. Acreditar que a matéria astral, que constitui o períspirito de todos nós, encarnados e desencarnados, pode ser relacionada à matéria escura é bastante atraente, posto que ela representa aproximadamente 25% de tudo que existe no universo, 6 vezes mais do que a matéria convencional.
É possível que a natureza da matéria astral somente seja desvendada em um universo com outras dimensões, como a teoria das supercordas vem sugerindo, mas esse é um problema que escapa à nossa capacidade de argumentação, no momento. Tudo é questão de tempo e para aqueles que dizem que somos parasitas do meio científico, gostaria de perguntar sobre quais das bases da Doutrina Espírita foi derrubada pela ciência oficial? E olhem que os medianeiros que foram utilizados no processo de transmissão dessas informações eram pessoas simples e, na maioria dos casos, pouco letradas. Será que alguém imaginaria que nosso querido Chico teria condições de escrever “Evolução em Dois Mundos” sem o auxílio de André Luiz, uma vez que o próprio espírito teve importante colaboração dos técnicos espirituais?
A condição vibratória do ambiente também afetas as funções dos órgãos do corpo espiritual, conforme a descrição a seguir, onde André Luiz, entre outros, se dirige para a crosta em companhia do instrutor espiritual, Aniceto (“Os Mensageiros”, página 206):
A paisagem tornou-se, então, muito fria e diferente. Não estávamos em caminho trevoso, mas muito escuro e nevoento. Tomara-se densa a atmosfera,  alterando-nos a respiração.” Da mesma forma, no Posto de Socorro de Campo de Paz, sob efeito de orações divinizantes, o perispírito de amigos com alguma evolução passa a adquirir capacidade luminescente, o mesmo ocorrendo sob ação da vontade durante a jornada para as regiões pericrostais do Umbral. Ao elevar o pensamento, alteramos a fisiologia do corpo perispiritual, produzindo eflúvios energéticos e luz não visível aos nossos olhos de encarnados. Aliás, não é isso que muitas vezes os clarividentes observam na fluidoterapia e no passe?
Nos ambientes menos densos, o corpo espiritual, refletindo as influências mentais daquele que o enverga, acaba se moldando às condições ambientes, onde alguns remoçam e outros envelhecem, como fruto da ação contínua da mente sobre as estruturas que compõem o perispírito, como descrito em “E a Vida Continua”, onde dois espíritos desencarnados após períodos diferentes de permanência na crosta, com o convívio, passam a aparentar uma diferença de idade menor: o que desencarnara mais jovem adquiriu uma aparência menos jovem e o que adentrara o mundo maior com mais idade remoçara significativamente. Obviamente, essas modificações de morfologia perispiritual demoram muito tempo para serem implementadas pelo controle mental do espírito, como descrito em “E a Vida Continua”. Isso se deve ao fato de que a atividade da mente é muito mais intensa sobre a matéria mental que envolve todas as dimensões do universo e só lentamente, dependendo do poder mental envolvido, é que o processo começa a imprimir alterações na fisiologia e morfologia do perispírito.
Por outro lado, nos ambientes de trevas profundas…
O perispírito de todos os que aí se enclausuravam, pacientes e expectadores, mostrava a mesma opacidade do corpo físico. Os estigmas da velhice, da moléstia e do desencanto, que perseguem a experiência humana, ali triunfavam, perfeitos..” (“Libertação”, página 80).
Outras características ímpares do perispírito, em comparação ao corpo físico, é sua capacidade volitante e a possibilidade de se orientar através de campos eletromagnéticos, como os pássaros migratórios o fazem. No parágrafo a seguir, vê-se exatamente uma demonstração dessas habilidades:
“— Antes de tudo — respondeu o instrutor (Aniceto) — é preciso não esquecer que nossas colônias estão situadas no campo magnético da América do Sul. Qualquer bússola seria sensível, de agora em diante, mas, em nosso caso, é indispensável educar o pensamento e orientar-nos dentro da energia que lhe é peculiar.
Empregamos, de novo, a capacidade volitante e, dentro em pouco, as matas de Petrópolis estavam a vista. Mais alguns minutos e perlustrávamos as grandes artérias cariocas. Por sugestão do instrutor, abeiramo-nos do mar, em exercício respiratório de maior expressão.”
A volitação é uma aquisição pessoal e não um atributo plenamente desenvolvido do perispírito, sendo que os instrutores desencarnados possuem a capacidade de exercê-la em quase todos os ambientes, enquanto André Luiz apresenta uma capacidade bastante limitada e muitos não são capazes de volitar em Nosso Lar. A literatura espírita mostra que a volitação evidencia o domínio, ou melhor, a interferência da mente sobre a estrutura do espaço-tempo, não sendo resultado da natureza da matéria astral que constitui o perispírito. Caso fosse uma propriedade da matéria, todos a teriam de forma plena, não apenas como algo embrionário a ser desenvolvido. Pode-se dizer que líderes das trevas também possuem o poder mental capaz de permitir a volitação. Vejam a seguir (“No Mundo Maior”):
Os grupos de infortunados agiam, ali, desconhecendo os padecimentos uns dos outros. Certos grupos volitavam a pequena altura, como bandos de corvosnegrejantes, mais escuros que a própria sombra a envolver-nos, ao passo que vastos cardumes de desventurados jaziam chumbados ao solo, quais aves desditosas, de asas partidas… Como explicar tudo isso?”.
Logo depois dessas palavras, o instrutor Calderaro, declarou (“No Mundo Maior”):
 “– Não te surpreendas. A volitação depende, fundamentalmente, da força mental armazenada pela inteligência; importa, contudo, considerar que os vôos altíssimos da alma só se fazem possíveis quando à intelectualidade elevada se alia o amor sublime. Há Espíritos perversos com vigorosacapacidade volitiva, apesar de circunscritos a baixas incursões. São donos de imenso poder de raciocínio e manejam certas forças da Natureza, mas sem característicos de sublimação no sentimento, o que lhes impede grandes ascensões. No que se refere, entretanto, às entidades admitidas à nossa colônia espiritual, ainda  em grande número incapacitadas de usar tal vantagem, o fenômeno é natural. É mais fácil recolher criaturas de maiores cabedais de amor com reduzida inteligência, e convivermos com elas, no processo evolucionário comum, do que abrigarmos pessoas sumamente intelectuais sem amor aos semelhantes; com estas últimas, a vida em comum, no sentido construtivo, é quase impraticável. Neste capítulo da volitação, portanto, impende observar os ascendentes  naturais, levando em conta, com a própria Natureza, que os corvos voam baixo, procurando detritos, enquanto as andorinhas se libram alto, buscando a primavera.
Embora existam diferenças gritantes nas condições vibratórias de nossos irmãos desencarnados, sendo que alguns volitam com extrema facilidade e muitos se arrastam pelo solo, com dificuldade de caminhar, é uma característica geral o fato de quase todos os desencarnados com alguma evolução se sentem leves em seus novos corpos perispirituais, que é mais fruto da condição da matéria astral e da condição evolutiva individual. Obviamente que aqueles que não se sentem dignos sequer de caminhar ou se arrastar se convertem em seres sem o períspirito plenamente estruturado, os ovoides, descritos por André Luiz em “Libertação”, que criaria o primeiro exemplo de obsessão complexa descrito na literatura espírita, nesse caso, com a adição de parasita fluídico natural, capaz de atuar em sintonia com uma mente hipnotizadora e potente, situada em planos bastante diversos daquele em que a sua vítima encarnada ou desencarnada se encontra.
A existência de feridas na organização perispiritual de tantos irmãos que recebem socorro espiritual nas casas espíritas de outras agremiações religiosas abre um campo para estudarmos as consequências da perda da homeostasia do corpo espiritual. Homeostase é o conjunto de mecanismos responsável pela manutenção do equilíbrio fisiológico, sem ela, o corpo descamba para desenvolvimento de enfermidades de todos os tipos. Em outros livros psicografados por Chico Xavier, com destaque para “Jovens no Além”, “Somos Seis”, “Assuntos da Vida e da Morte” e muitos outros, mostram que essas enfermidades são reais, da mesma forma que os tratamentos médicos que são oferecidos, como o descrito a seguir, em um jovem cujo corpo físico pereceu em função da leucemia. Após o desencarne ele ainda se encontra doente e necessita concluir o tratamento. Leiam.
“Voltava a nossa casa, e por fim, reclamei em petitório firme a presença de meu avô, e resolvi seguir com ele para um instituto de tratamento, nos arredores da cidade.
A enfermagem funcionou com precisão. Voltaram às agulhadas e as aplicações de sondas para observação.
A leucemia continua abalada e fazendo planos de me deixar, no entanto, persistia. Entreguei-me a um tratamento com o qual não contava.
Durante quatro meses passei por diálises bissemanais que me acabrunhavam. Meu sangue era retirado para ser retemperado em recipiente próprio e depois voltava ao meu sistema vascular, com uma dor para a qual era inútil que eu solicitasse sedativos.
Devia readaptar-me à minha própria natureza, diziam os mentores médicos mais experientes. Nada que me proporcionasse alívio imaginário, porque as células de meu novo corpo não retomariam a normalidade precisa.” (“Assuntos da Vida e da Morte”, Editora GEEM),
Nada mais claro e límpido sobre o assunto “tratamento médico” e enfermidades da alma. A defesa de uma fisiologia perispiritual também pode ser inferida pela citação do uso de medicamentos como analgésicos e sedativos, bem como drogas para apagar certas memórias mostra que a fármacos sobre o perispírito, que compõem diversas passagens da obra de André Luiz, principalmente em “Sexo e Destino” e “E a Vida Continua”. Nesses textos ainda são mencionadas diversas terapias para os convalescentes, como a hidroterapia, com o objetivo de prover o mais rápido restabelecimento para o irmão que reencontra a morada maior.
Muitos se perguntam se não existiria um certo exagero nas descrições sobre doenças atingindo o perispírito, mas pela própria descrição do papel do corpo espiritual contida no Livro dos Espíritos, de Kardec, fica claro que o perispírito, ao reter todos os fatos bons e não tão bons praticados pelo indivíduo em sua vida terrena e no período de intermissão ou erraticidade, acaba por desenvolver desarmonias mais ou menos pronunciadas que podem vir a se converter em moléstias físicas no retorno ao corpo físico mais denso e com a morte necessitam de tratamento especializado. De uma forma geral, as doenças do corpo espiritual refletem as influências dos corpos espirituais superiores, em particular os corpos mentais, sobre a estrutura mais plástica do psicossoma. Dessa forma, tratando a mente conseguimos equilibrar o soma.
No livro “Vida Além da Vida” (autoria de Joseph Gleber e Ishmael benGurion, e-book editado pela Digital Books Editora), questionamos o espírito Ishmael, professor de uma renomada escola de medicina europeia e que encontrou a “morte” nas mãos dos nazistas, sobre as doenças do espírito. A resposta é esclarecedora.
Pergunta: Há poucos momentos vocês falaram que trabalham com a saúde do perispírito. O espírito pode adoecer também? Existe necessidade de tratar doenças após a morte?
Ishmael. Vocês conhecem alguém que “morreu” sadio?
Para aqueles que morrem sem preparo para a morte física, o corpo perispiritual traz uma extensa gama de enfermidades, que são objeto do nosso trabalho reparador. Para aqueles que sofrem acidentes ou morrem de forma brusca, apenas os irmãos mais libertos do mundo terreno podem se recuperar sem muito auxílio externo.
Também atendemos aqueles que, em suas enfermidades psíquicas, criaram condições para a perpetuação do câncer e outras doenças após a morte. Apenas com o tratamento prolongado, muita oração e acompanhamento, eles podem recuperar o equilíbrio mínimo sobre suas faculdades e acabam por retornar ao mundo físico. Sem acompanhamento especializado, eles poderiam passar séculos para sanear as doenças que deveriam ter sido deixadas no corpo físico. Esse aspecto tem relação íntima com o “aprender e crescer com o sofrimento”.
Gostaria de alertar para a prática da eutanásia. Os pacientes cujo ciclo de vida carnal é interrompido pelos familiares acabam desenvolvendo problemas ainda piores após o desencarne, uma vez que o processo de desenvolvimento da enfermidade física é parte da expiação de débitos do companheiro ou é capítulo do livro da vida daquele irmão, constituindo lição que o indivíduo deveria passar. Para aquele que prefere a morte ao sofrimento dos últimos dias e, quase sempre, solicita passar.
Quando interrompemos a vida, eliminamos os breves momentos em que o moribundo teria, com todo o auxílio espiritual, de refazer antigas ideias que precisavam de nova abordagem. Momentos para perdoar e pedir perdão por exemplo.
Se o próprio paciente solicita a eutanásia, o que ocorre na maioria dos casos, suas condições tornam-se ainda piores após o desencarne, posto que, na condição de suicida, não mais dispõe do corpo físico para separá-lo de seus obsessores e tampouco terá tempo para se recuperar da morte. Aquele que sofre com resignação seus estertores, acaba se preparando melhor para o desencarne e sua recuperação é significativamente mais rápida após a morte física. Todo aquele que aprende com o sofrimento, tem auxílio na eliminação dos vínculos que mantinham o seu perispírito ligado ao corpo moribundo ou já destituído de vitalidade, o que impede a ação de espíritos trevosos e obsessores no processo.
Os familiares deveriam tornar os últimos momentos do portador de enfermidade grave mais proveitosos para ele mesmo, sem dor e envolto em amor familiar. Evitar as crises emotivas, geralmente associadas a sentimentos de culpa pela família. Eu sei o quanto isso pode ser difícil para a família, mas não raro o paciente passa a acusar seus entes queridos de assassinato após a prática da eutanásia.
Participamos da recomposição do corpo espiritual de irmãos que o perderam, convertendo-se em ovoides e realizamos muitas cirurgias espirituais para a remoção de aparelhos parasitas, como vocês os chamam, e demais estruturas, como os próprios ovóides, implantados junto ao perispírito de encarnados e desencarnados por forças que resistem aoprogresso. Companheiros meus também trabalham em centros de auxílio à reencarnação, desenvolvendo moldes para estruturação de novos corpos físicos, para atender às necessidades da genética e do psicossoma do reencarnante.
Não raro, vemos irmãos que ainda manifestam uma extensa gama de doenças físicas que são reflexos de reencarnações há muito esquecidas, mas cujas personalidades desarmônicas, que se revoltam contra o passado do próprio indivíduo ou mesmo contra a nova maneira de agir do desencarnado. Como essas personalidades e sua maneira de agir ficam confinadas em arquivos mentais nos corpos espirituais superiores e mantém sua integridade, a desarmonia pode se manifestar novamente em uma futura reencarnação, gerando diversos problemas afetivos, emocionais e mesmo físicos. Elas seriam fruto de conflitos entre as personalidade individuais que compõem o indivíduo. Até nessa linha trabalhamos em associações com profissionais das mais diversas áreas.”
Logo a seguir, o amigo espiritual foi questionado sobre a natureza das doenças que atingem o perispírito e a transcrevemos aqui a resposta.
Pergunta: Esses casos de doenças de cunho mental, de natureza infecciosa, neoplásica, de desenvolvimento, entre outras, podem produzir a morte do corpo “perispiritual”? O que seria essa morte?
Ishmael. Claro que podem levar à “morte” do corpo perispiritual, mas não da forma como vocês encaram a morte do corpo físico. O espírito não está, em suas potencialidades, contido dentro de um corpo de matéria. Ele é livre e se apresenta no que chamamos de corpos superiores, como o corpo mental.
O que determina a propagação e danos ao perispírito é a mente que o controla, o corpo mental. O perispírito poderia sofrer profundas lesões e se recompor caso o corpo mental saudável venha a determinar esse destino. Nos irmãos que adentram a vida espiritual através da morte do corpo físico doente e ainda mantém essa condição, a força motriz da doença reside na mente do doente. Nas doenças infecciosas como mencionadas acima, o espírito se fragiliza a tal ponto, em função de suas desarmonias, que os agentes infecciosos se disseminam na estrutura delicada, mas resistente do perispírito. Quanto mais sutilizado, mais resistente se torna o invólucro espiritual.
Com a disseminação dessas doenças infecciosas, por exemplo, o corpo perispiritual vai obedecendo os desejos não declarados do próprio espírito, podendo conduzir ao processo de ovoidização ou perda da estrutura perispiritual. Nesses casos, o corpo mental terá de ser utilizado para a reconstituição do corpo perispiritual do irmão atingido pela doença. Obviamente, esses casos são muito raros nos planos espirituais, mesmo nos umbrais e zonas subcrostais, onde o desejo de viver é uma força importante que mantém a estrutura do perispírito a despeito dos efeitos do ambiente.
Não podemos nos esquecer que o corpo perispiritual é constituído de matéria vibrando em frequência diferente da matéria ordinária que compõe o corpo físico. Assim, ele também sofre os efeitos de todos os fatores que, mais cedo ou mais tarde, acabam atingindo o corpo denso, como o envelhecimento e doenças de todas as naturezas. O pensamento elevado e o amor ao próximo são os principais antídotos para esse estado de coisas. Quem ama tem vida em abundância,bela consideração evangélica.
Para as entidades que vivem em planos mais densos, esse processo é tremendamente acelerado, de forma que, na ausência de reencarnações, o espírito passa a sofrer deformações cada vez mais pronunciadas, até que sua aparência vem a perder totalmente a relação com a que outrora envergara no mundo físico, podendo ser conduzido à perda de forma e função do perispírito, no processo de ovoidização citado acima. Para as entidades que permanecem por milênios em ambientes umbralinos, a transformação gradual gera imagens tenebrosas que povoaram as mentes de muitos povos durante os tempos antigos e na idade das trevas. Os dragões têm conseguido reduzir essas transformações físicas através da manutenção de vontade férrea de sobreviver e manter seu domínio sobre os espíritos e legiões que se mantém distantes do amor divino.
Para os demais, quanto mais livre for o espírito, menos matéria no seu corpo espiritual e menor serão os efeitos da densidade da vida no planeta sobre ele. O corpo mental é plenamente capaz de retardar indefinidamente esse processo degenerativo e manter a estrutura perispiritual por milênios ou mais. Contudo, isso não se compara à eternidade que se coloca diante de um companheiro desencarnado e a reencarnação se torna um imperativo, até para os espíritos bons, mas que não se livraram de seu carma pessoal. Apenas com a condição de angelitude é que o espírito deixa de possuir um corpo mais ou menos material e se torna totalmente imune às influências deletérias do ambiente externo.
Nas esferas felizes, essas transformações não ocorrem porque seus moradores transcendem o fenômeno narrado e estão na condição de irmãos mais velhos que velam pela criação celestial em tempo integral. A simples presença de um desses espíritos em uma comunidade é capaz de mudar a carga energética do lugar, permitindo que muitos males da alma sejam instantaneamente sanados se o espírito doente estiver receptivo e merecedor dessas influências benditas.”
Creio que essa mensagem mostra o quão seriamente deve ser encarada a vida e a morte, bem como as implicações que o viver na Terra podem ter sobre os irmãos que regressam à pátria espiritual. A seriedade com que devemos encarar esses desafios e problemas ficam patentes nas palavras do amigo Ishmael, no mesmo texto acima mencionado, mas falando agora sobre tratamento desobsessivo. Reparem no tom sério e lúcido do irmão, que pede a nossa atenção a essas realidades que nos envolvem.
“Atendimento espiritual não é sessão de demonstração de conhecimento doutrinário, mas sim de educação, carinho e disciplina. Não podemos deixar que o médium sofra desnecessariamente os efeitos das vibrações das entidades comunicantes, mas o “dialogador” deverá mostrar, dentro do razoável e da disponibilidade de tempo, as origens do problema e suas consequências e isso será complementado pela equipe espiritual. Tanto quanto entre vocês, aqui a maior causa de enfermidades do espírito é a falta de noção sobre a vida após a morte. Nunca nos preocupamos com isso na juventude e em grande parte da nossa existência terrena e carregamos para o outro lado todo tipo de ideia viciada sobre o que encontraremos e sobre o que é certo ou errado.”
Autores: Elerson Gaetti e Joseph Gleber
Email: gaettijardim@gmail.com
Fonte:https://espiritismoeconhecimento.wordpress.com/2012/12/04/o-perispirito-e-sua-fisiologia/

Perispírito

Aluney Elferr Albuquerque Silva

Por ter sido o termo criado pelo Espiritismo, ninguém melhor que Kardec para o definir; perispírito (...) É o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. É por seu intermédio que o espírito encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria tangível e que, por essa razão, parecem sobrenaturais para alguns.
O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.
Vejamos algumas perguntas contidas em O Livro dos Espíritos:
93 - O Espírito propriamente dito tem alguma cobertura ou está, como pretendem alguns, envolvido numa substância qualquer?
- O Espírito está revestido de uma substância vaporosa para os teus olhos, mas ainda bem grosseira para nós; muito vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e se transportar para onde queira.
Assim como o germe de um fruto é envolvido pelo perisperma, da mesma forma o Espírito propriamente dito está revestido de um envoltório que, por comparação, pode-se chamar de perispírito.
94 - De onde o Espírito toma o seu invólucro semi-material ?
- Do fluido universal de cada globo. Por isso, ele não é o mesmo em todos os mundos. Passando de um mundo para outro, o Espírito troca seu envoltório, como mudais de roupa.
- Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm entre nós, tomam um perispírito mais grosseiro?
- Já o dissemos: é preciso que eles se revistam da vossa matéria.
Do meio onde se encontra é que o espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes do globo onde vai habitar.
A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do espírito. Os espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, a vontade, de um mundo para o outro. Os espíritos que vão habitar um orbe, tiram daquele meio seus perispíritos; porém, conforme mais ou menos depurado o espírito for, o perispírito também se formará das partes mais puras encontradas no orbe, como também se for deveras inferior formar-se-á das partes mais inferiores do orbe onde habitará. O espírito produz, aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso um fato de muita importância: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal.
Verificamos também que o progresso perispirítico de um espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada uma de suas reencarnações, embora ele encarne no mesmo meio.
95 - O envoltório semi-material do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
- Sim; tem uma forma que o Espírito deseja, e é assim que ele se vos apresenta algumas vezes, seja em sonho, seja em estado de vigília, podendo tomar forma visível e mesmo palpável.
Esse laço a que os espíritos se reportam é o perispírito. Ele, também chamado por Kardec de corpo fluídico dos Espíritos , é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. E continua: "já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível.
54. "Numerosas observações de fatos irrecusáveis, dos quais falaremos mais tarde, conduziram a esta conseqüência de que há no homem três coisas: 1ª alma ou Espírito, princípio inteligente em que reside o senso moral; 2ª o corpo, envoltório grosseiro, material, do qual está temporariamente revestido para o cumprimento de certos objetivos providenciais; 3ª o perispírito, envoltório fluídico, semi-material, servindo de laço entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro, daquele que a alma abandona; o outro se separa e segue a alma que se encontra, dessa maneira, sempre como um envoltório; este último, se bem que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível para nós em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora, até o presente, não pudéssemos apanhá-la e submetê-la à análise.
Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, pois, durante a vida corporal; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, aquele pelo qual o Espírito transmite sua vontade ao exterior e age sobre os órgãos. Para nos servir de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, enfim, esse agente misterioso, inacessível, designado sob o nome de fluido nervoso, que desempenha um grande papel na economia e do qual não de dá bastante conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos. A Medicina, não considerando senão o elemento material ponderável, se priva, na apreciação dos fatos, de uma causa incessante, de ação. Mas não é aqui o lugar de examinar essa questão; faremos somente notar que o conhecimento do perispírito é a chave de uma multidão de problemas até agora inexplicados". (O Livro dos Médiuns)

Aura Humana

Somos conforme já sabemos de natureza eletromagnética, e por isso possuímos um campo magnético próprio, poderíamos até em formas didáticas, considerar como se fosse uma lâmpada acesa, com um campo luminoso formado pelos fótons irradiados ao seu redor.
Este campo, conforme dissemos, que se assemelha a uma lâmpada acesa, contém, realmente, a irradiação luminosa de nossa individualidade espiritual, de nosso próprio espírito, a refletir as irradiações de nosso corpo físico, de nosso perispírito e de nosso corpo mental, de nossa identidade eterna, formando assim, este conjunto que chamamos de AURA. Em síntese, são emanações de nossas células orgânicas e de nosso perispírito em uma simbiose comandada por nossa onda mental. Se localizarmos em rápidas palavras o envolvimento do perispírito sob o corpo somático poderemos de uma forma mais profunda analisar estes detalhes:
Corpo ("Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, constituindo-se tecidos de forças" André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, p´g. 129)
Duplo etérico (“O perispírito ao se colar às organizações somáticas, faz às expensas de zona energética bem definida, chamada o Duplo – Etérico, cujas efusões, de mistura com aquelas da organização física, determinam um halo energético em volta do corpo; halo este , de configuração ovóide em seu todo, variável de indivíduo a indivíduo, não só com suas expansões, mas também de múltipla coloração”- Jorge Andréa Psicologia Espírita Vol II - parte do perispírito mais grosseira e próxima do corpo). Reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de energias gastas ou perdidas. Com a desencarnação, essa estrutura se desintegra com a própria organização física, perdendo, pois, o perispírito, em grande parte essa túnica de vitalidade, essencial para o equilíbrio Espírito-corpo.
O Duplo etérico forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência própria como o perispírito, desintegrando-se com a morte física como dissemos acima. É considerado o cerne da eletricidade biológica humana, por ter função de absorver energias vitais do ambiente distribuindo-as eqüitativamente, envolvendo órgãos e sistemas em eflúvios próprios, permitindo, inclusive, o diagnóstico precoce de males que futuramente venham a acometer o indivíduo. Nos suicidas, o duplo ainda pleno de energias vitais, permanece ligado ao perispírito e ao cadáver fazendo com que o Espírito sinta uma espécie de repercussão daquilo que está a ocorrer na matéria, ou seja, a decomposição provocada pelos vermos na terra. Tudo indica, a propósito, que a carga de energia vital contida no duplo condiciona, basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano. Entende-se então, que os medianeiros curadores, em geral, e os aptos à produção de fenômenos ectoplásmicos particularmente ostensivos, já trazem, em seu duplo etérico, reserva maior de energia vital.
Compreendemos, também, como uma vida na carne pode, eventualmente, ser prolongada, como nos mostram inúmeros relatos, bem conhecidos, aliás, dos espíritas brasileiros. Em caso de prolongamento da vida física, por razões evidentemente especiais, avaliadas pelos Espíritos Superiores, surge o revigoramento fisiológico, graças a uma suplementação de recursos no duplo etérico da pessoa contemplada com tal benefício. Existe uma relação muito estreita do duplo etérico e o corpo físico, uma deficiência energética de um, repercute no outro com nítida queda de vitalidade.
O fenômeno da insensibilização poderá ser lembrado aqui, pois, a insensibilidade resultaria de um bloqueio induzido fisicamente, parcial ou não, localizado ou não, na passagem da energia do duplo etérico para o corpo, com a possibilidade inclusive, de um afrouxamento dos próprios liames perispirituais, que, no caso de anestesia geral, poderia ate’favorecer o seu desprendimento.
Nos caso de materialização completa, um outro efeito se verifica nessa circunstância quando por qualquer agressão ao corpo materializado repercute imediatamente no corpo denso do médium doador de recursos ectoplásmicos, através do duplo, chegando a produzir ferimentos no corpo do medianeiro. Pois o fluxo do ectoplasma, do duplo etérico do médium doador ao psicossoma do Espírito em materialização, revestindo-o e possibilitando-lhe expressão física. Efeitos esses lembram os fenômenos de estigmatização, em que o duplo etérico do médium é influenciado por tais ações mentais que a fisiologia se altera, tecidos podem se romper, feridas aparecer e o sangue fluir (dermografia), para passado o momento de influenciação, restabelecer-se o estado de normalidade.
Basicamente todos os fenômenos de efeitos físicos, definidos e muitos bem definidos no compêndio kardeciano, por dependerem basicamente do ectoplasma, guardam relação com o duplo etérico.
No desdobramento, visando a uma diminuição na sua densidade com conseqüente aumento da velocidade e na mobilidade, o perispírito devolve ao físico, largas cotas de energia com as quais se encontra impregnado quando justaposto a este, tal qual um balão, que para alçar maior altitude desvencilha-se do lastro que o torna lento.
Nos desdobramento em que se faz acompanhar do duplo etérico, ou eflúvios vitais, o perispírito não consegue um afastamento maior da organização terrestre, pois essa energia adensa um pouco mais o perispírito.
Perispírito ( Também com suas moléculas, condensador de emissões do espírito para com o corpo, funcionando como uma esponja e verdadeiro intermediário para com o corpo e o espírito de natureza eletromagnética). Elaborado desde milhões de anos, nos laboratórios da natureza, o perispírito herdou o automatismo permanente que o mantém atuante, transmitindo ao Espírito as impressões dos sentidos e comunicando ao corpo as vontades deste. Graças a este automatismo perispiritual, o homem não precisa programar-se ou pensar para respirar, dormir, promover os efeitos digestivos, excretar, fazer circular o sangue e os hormônios e um sem número de funções que lhe passam desapercebidas.
O corpo físico obedece ao automatismo perispirítico até mesmo quando o perispírito se afasta. Aquele, formado célula a célula em invasão perispiritual, entranha-se neste, unindo-se molécula a molécula, resultando de tal intimidade completo intercambio, adaptação e aprendizagem perfeita, tal como se o físico recebesse como herança perispirítica os automatismos que lhe são peculiares.
Por isso, nos desdobramentos, onde o complexo Espírito-perispírito se afasta do corpo ficando a ele ligado por um laço fluídico, suas funções permanecem, sem prejuízo da economia celular. O mesmo ocorre no coma, onde às vezes, por milhares de dias, Espírito e perispírito podem estar distantes, mas não desligados completamente com o físico animado à espera da volta de ambos.
Afirmamos ainda, que neste corpo se encontra a gênese patológica das mais variadas enfermidades, que são drenadas para o físico, graças ao favorecimento de uma sintonia com os microorganismos patogênicos, gerada por seu adensamento.
Alimentado pelo fluido vital o corpo permanece com suas funções celulares, mesmo com a saída do Espírito, qual motor que fica ligado sem o operador estar presente, embebecido pelo duplo etérico, que contem, ou melhor é formado por eflúvios vitais na compensação e manutenção do organismo físico.
Todos os corpos da natureza, irradiam de si mesmos uma energia, pois todos são em essência energia. Todavia o ser humano encarnado, por possuir inteligência livre apresenta uma radiação mais variável possível e com uma complexidade enorme. Semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo.
Conforme Delanne em A Evolução Anímica, nos diz: " Nos primórdios da vida, o fluido perispiritual está misturado aos fluidos mais grosseiros do mundo imponderável. Podemos compará-lo a uma vapor fuliginoso a empanar as radiações da alma."
A nossa aura, quando equilibrada, saudável, brilhante, se constitui num escudo que poderá nos defender das irradiações inferiores, como, por exemplo, pensamentos de inveja, ciúme, vingança, ódio, etc. que estão contidos no espaço que nos circunda, em forma de ondas mentais, já projetadas pelas irradiações de outros, prontas a alimentarem poderosamente o nosso campo energético, se sintonizarmos com elas.
É ainda André Luiz que nos diz, em Seu Livro Evolução em Dois Mundos, pág 129 - " A aura é, portanto a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.
Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais".
Esclarece ainda, no mesmo livro - " É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico".
Poderemos verificar acima que, refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente refortificando um ditado - a raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram, ou seja, esta mesma raiva ficará impregnada em nós transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório.
É um campo resultante de emanações de natureza eletromagnética, a envolver todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete, não só sua realidade evolutiva, seu padrão psíquico, como sua situação emocional e o estado físico, espelha, pois, o ser integral: alma-perispírito- duplo etérico- corpo e no desencarnado: Espírito – perispírito.
A nossa desarmonia íntima provoca uma alteração sensível na aura, no ponto correspondente à situação do órgão ou região desarmonizada. Assim é que a aura poderá apresentar pontos frágeis e doentes que, com intervenção magnética poderão ser corrigidos. É também por essas descontinuidades de nossa aura desarmonizada que espíritos malfazejos podem alcançar o nosso perispírito e provocar, desarmonia que, como vimos vai gerar perturbações e esta a doença (vide figura).

Funções do Perispírito

Bem como já sabemos, é uma expressão criada por Allan Kardec para designar o envoltório fluídico semimaterial do espírito, definido inicialmente de maneira muito simples como laço fluídico mas que, na verdade, exerce papéis de fundamentais importâncias na estrutura orgânica e no intercâmbio com as forças invisíveis.
André Luiz, em seu Livro intitulado Evolução em dois Mundos, nos apresenta importantes informações acerca das funções do perispírito, iniciando por dizer que este "não é um reflexo do corpo físico, porque em realidade, o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, e o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação. Do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnética.
Claro está portanto, que ele é santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida de recursos dinâmicos, extremamente poroso e plástica.
Allan Kardec em A Gênese Cap. XI, nos assevera que; "Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Tomado ainda, as palavras de André Luiz, tiradas do livro supracitado, "o corpo espiritual preside no campo físico a todas as atividades nervosas, resultantes da entrosagem de sinergias funcionais diversas pois, do enunciando por Kardec, o espírito administra a formação do perispírito, apropriando-o às suas novas necessidades", entre as quais podemos inserir: de arquivos das memórias biológicas; de modelador da organização fisiobiológica; de forma reflexa dos arquivos pretéritos.
Notemos ainda a expressão espírito propriamente dito. No comum das vezes, consideramos espírito e perispírito como um todo.
Neste breve estudo do perispírito, é bom também não confundirmos o mesmo com o fluido vital, embora resultem um e outro de transformações do Plasma ou Fluido Cósmico Universal, substrato material ou substância matriz, em sua forma mais primitiva. O fluido vital, de que se pode estar mais ou menos saturado, mais ou menos carente, absorvível e transferível de um indivíduo ao outro, responsável pela vitalidade dos órgãos, não é propriamente um elemento constitutivo do ser, mas o fruto do próprio dinamismo orgânico, que por sua vez alimenta. Diríamos então, e isto é elementar, todavia é sempre muito válido relembrar, que o homem é um grande composto formado de
corpo (animado pelo princípio vital)
alma (espírito no estado de encarnado)
perispírito (agente de intermediação).
Diante das variadas informações contidas nas Obras Básicas codificadas por Kardec, a respeito da mediunidade, não se pode entender a fenomenologia mediúnica sem a presença do perispírito. Ele representará sempre o campo por onde o fenômeno se instala e onde as diversas operações se realizam.
Deste modo, o trabalho mediúnico, com todas as suas diversidades, estará na dependência da interferência do perispírito; este sempre atrelado ao terreno físico, no caso dos encarnados, às expensas da região energética do duplo-etérico. Nesta acoplagem três regiões estarão envolvidas: Perispírito, Duplo-etérico, e corpo físico, conforme acima dissemos.
A maior ou menor sensibilidade mediúnica, seguramente estaria na dependência do modo pelo qual o perispírito acopla-se na zona física. Quanto mais atado à matéria menor será a sensibilidade mediúnica. No desacoplamento do perispírito em relação ao corpo, o campo perceptivo se alarga e o médium participará de percepções que transcendem os conhecidos cinco sentidos. O perispírito, quando atrelado ao corpo somático, é como se sofresse uma espécie de absorção, abafamento do campo energético, limitado, como nos diz Jorge Andréa (Psicologia Espírita Vol. II), a sua influência à zona consciente, e os fluidos densificados da matéria física.
Quando os campos energéticos do perispírito e, naturalmente, boa parte do duplo-etérico se desentrelam do corpo material, diante de certas condições de específica sensibilidade, ainda mais com maior ou menor facilidade, permitem o desenvolvimento das conhecidas projeções espirituais, perfeitamente enquadradas nos processos de mediunidade. Diante disso, as energias espirituais do homem projetam-se procurando seus afins e que, pelos exercícios repetitivos, vão se tornando cada vez mais freqüentes, a ponto também de serem transferidos para o estado de vigília.
Plasmamos seguramente em nosso próprio ser, representado pela agregação de perispírito/Duplo-etérico/Corpo físico (Aura), o que realmente somos e com quem poderemos sintonizar, tanto emitindo, como também recebendo energias do mesmo padrão vibratório, ou seja, afins. Nesta simbiose, natural das coisas vamos começando a entender e avaliando os passes magnéticos, as simpatias e as antipatias inexplicáveis doações outras, de uma fonte para a outra, ligadas a imensos fatores, mais especificamente o objeto de nosso estudo que é o passe, quando o paciente recebe na posição de verdadeiro receptivo as vibrações positivas do passista harmonizado, incentivando assim, o restabelecimento do mesmo.
Todavia, a melhora deste reflexo que somos todos nós de nós mesmos, deverá ser paulatinamente mudado, melhorando os comportamentos e pensamentos, daí ser imprescindível a busca da moralização do ser.
Ao dizermos que o perispírito tem natureza fluídica, etérea, poderemos neste particular especificar melhor: mais ou menos etérea, na conformidade desses mundos habitados e na dependência, em cada um deles, da depuração maior ou menor dos respectivos espíritos ou das inteligências a que servem de base espiritual.
E ele próprio se densifica na medida em que se relaciona mais estreitamente com a constituição fisiológica, orgânica, neuronial.
De uma forma bastante simplória, diríamos: o espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa, sobressaindo, claramente neste particular a característica de intermediário conhecida por todos nós.
“O espírito é o ser inteligente e sensível, então é o perispírito que transmite as sensações do corpo ao espírito e deste as respostas à organização somática, valendo-se é bem verdade, do riquíssimo sistema de transmissões de estrutura neuronial, o nosso sistema nervoso”. (Alberto de Souza Rocha – Além da Matéria Densa).
O desconhecimento do perispírito ou a não aceitação de sua existência dificulta ao homem conceber, imaginar o espírito, senão como algo abstrato, impreciso (“imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato”- questão 82 de “O Livro dos Espíritos”).
A idéia do homem trino é muito antiga. A religião judaica e com ela outras tantas consideravam no homem corpo, alma e espírito, que os judeus chamavam respectivamente neshamah, nefesh e huach.
O próprio Kardec, antes de conceituar alma, para efeito de suas considerações, mencionou esses diferentes conceitos da palavra.
Kardec afirma em O Livro dos Médiuns, 2º parte, Cap. I – 58 – “A natureza íntima do Espírito propriamente dito, ou seja, do ser pensante, é para nós inteiramente desconhecida” e continua “Ele se nos revela pelos seus atos e esses atos só podem tocar os nosso sentidos por um intermediário material”.
Em qualquer de seus graus o Espírito está sempre revestido de um invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida em que ele se purifica e se eleva na hierarquia” (O Livro dos Médiuns, 2º parte, Cap. I – 55)
Estudos desenvolvidos por autores tanto de nosso plano material e do plano espiritual, já com bastante propriedade e nitidez, idetificam certas propriedades e qualidades do perispírito, podendo ser assim catalogadas: plasticidade, densidade, ponderabilidade,luminosidade, penetrabilidade, visibilidade, tangibilidade, sensibilidade global, sensibilidade magnética, expansibilidade, biocorpereidade, unicidade, perenidade, mutabilidade, capacidade refletora, odor, temperatura.
Assinalaremos abaixo um pequeno resuma de cada uma delas para poder assim compreender melhor as capacidades de nossas próprias potencialidades, todavia estudo mais profundo poderá ser encontrado em outras belíssimas obras e em outra que também colocaremos a disposição dentro em breve.
Plasticidade – O perispírito sendo o espelho da alma e eterno extensão da mente, molda-se de acordo com seu comando plastizante, pois como já dissemos é formado também por fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também não são totalmente materiais. De fato o corpo espiritual mostra um extremo poder plástico, como assinala EMMANUEL, adaptando-se automaticamente às ordens mentais que brotam continuadamente da alma. Forma essa que assume, pode, às vezes, e em certos limites, dizer muito a capacidade do próprio ser em intelectualidade, com o desenvolvimento da vontade, com o treino mental próprio, enfim, independentemente do aperfeiçoamento moral. O crescimento intelectual da criatura, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências de mentes perversas. Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com espetaculares recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem para causar suas influencias malévolas.
Tal fato, também poderá explicar o rejuvenescimento que experimentam os Espíritos desencanados, conscientes de seu estado. Mesmo tendo desencarnado com idade física avançada, sentindo-se mais jovens, apresentam-se com tal, totalmente livre dos condicionamentos humanos do corpo físico, o espírito humano não sofre o envelhecimento corporal, assim como não morre. Quando se manifestam envelhecidos, o fazem artificialmente por poder mental, para a comprovação de sua identidade terrena, quando ainda estava encarnado.
Contudo, tal possibilidade de alterar a indumentária perispiritual é limitada ao padrão evolutivo, intrínseco a cada alma. A depender em profundidade de sua, poderíamos dizer, “organização interna”, emocional. Pois, muitas vezes o espírito mergulha em tão severo desequilíbrio afetivo que, imerso em um monoideísmo avassalador, chega a entrar em processo de retração das tessituras perispirituais, comprometendo assim, dolorosamente suas funções e potencialidades. Poderíamos aqui falar dos casos de zoantropia (capacidade ideoplástica em feições animalescas que o perispírito se reveste, devido às condições mentais dos Espíritos envolvidos em tal processo, passando por enormes transformações morfológicas do veículo perispiritual, porquanto, os órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de funções benéficas, assemelham-se a ovóides. É essa propriedade do perispírito que explica diversas manifestações que ocorrem tanto na dimensão espiritual, como física, dentre os quais, adaptação perispiritual, comumente utilizada pelos Espíritos Superiores, os quais, alteram a forma de sus corpos espirituais, reduzindo a própria luminosidade e assumindo aspectos que possam com as regiões e as almas que merecem seus serviços socorristas, moldando dessa forma, suas condições vibracionais. O contrário ocorre com aqueles Espíritos que envolvidos com o mal são socorridos e necessitam de uma modificação ou minorização de suas dificuldades para serem melhor atendidos, nesse caso, sendo o Espírito ainda incapaz de modificar seu tônus vibratório, Mentes Superiores, ostentam um alto poder, que possibilitam maiores operações de adaptação plástica.
Já nos processos reencarnatórios, o perispírito em um processo de modelagem, molda a organização física, informam os Mestres Espirituais, que aproximando o momento da reencarnação, o Espírito reencarnante, comumente, entra em gradativo processo de redução psicossômica, o qual acontece simultaneamente com a diminuição da consciência de si, então, até nos processos acima citados o perispírito demonstra seu poder de plasticidade.
Densidade – Como dissemos no início, o perispírito é formado também por fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também não são totalmente materiais. E não deixando de ser matéria, ainda que quintessenciado, e como tal apresenta em si uma densidade, que se relaciona com o grau de evolução da alma.
A variedade de densidade do perispírito varia também de indivíduo para indivíduo, em Espíritos Moralmente adiantados, é mais sutil e se aproxima da dos Espíritos Elevados; nos espíritos inferiores, ao contrário, aproxima-se da matéria e é o que faz os Espíritos inferiores de baixa condição conservam por muito tempo as ilusões da vida terrestre. A densidade psicossômica varia, de acordo com a evolução do Espírito, ditando, então, seu peso e, também, sua luminosidade, pois quanto menor a densidade do perispírito, menor seu peso e maior a luminosidade.
Ponderabilidade – Sob os aspectos físicos a matéria sutil, o corpo espiritual, em si, não apresentaria um peso possível de ser detectado por meio de qualquer instrumentação até agora conhecida.
Não obstante, na dimensão espiritual, cada organização perispirítica tem seu peso específico, que varia de acordo com sua densidade, ditada, sobretudo, como visto, pelo estado de moralidade do Espírito. Nossa posição determina o peso específico do nosso envoltório espiritual e, conseqüentemente, o habitat que lhe compete. Significa que, embora possa parecer fisicamente imponderável – porque não é matéria densa -, não deixa de apresentar certo peso, variável em cada região ou esfera, visto que, de qualquer forma, sendo matéria, ainda que tênue, submete-se aos princípios gravitacionais imperantes no meio em que se situa e do qual se nutre.
Luminosidade - Como muitas outras características assim como a luminosidade, também desponta como característica particular de cada Espírito e seus condicionamentos morais evolutivos. A intensidade da Luz está na razão da pureza do Espírito: as menores imperfeições morais atenuam e enfraquecem a condição de luminosidade do Espírito. Sabemos que quando o Espírito mais evolui, mais etérea e pura transforma-se naturalmente sua condição vibracional energética, e sabendo que energia em diversos níveis vibracionais ou velocidade de movimento, produzem luminosidade a depender da freqüência em que se encontram operando, quando mais evoluído a entidade maior freqüência vibracional e por conseguinte maior luminosidade e tanto menos evoluído a criatura, menor freqüência vibracional e luminosidade.
A luz irradiada por um Espírito será, tanto mais viva, quanto maior o seu adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, é o seu próprio farol luminescente, verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os Espíritos que não a produzem em grande capacidade acham-se na obscuridade.
Note-se que a luz espiritual nada tem com a luz conhecida em Física – radiação eletromagnética, pois, luz emitida por fontes como lâmpada fluorescente ou de mercúrio, por exemplo, chega a parecer, diante de uma presença espiritual superior, mera claridade emitida por uma vela.
Penetrabilidade – Volvendo nossa atenções a natureza etérea do perispírito que permite ao Espírito, caso presente as necessárias condições mentais, atravessar qualquer barreira física, pois matéria alguma lhe opões obstáculo, ele atravessa todos, assim como a luz atravessa os corpos transparentes. Todavia, verifiquemos que existem Espíritos que não conseguem atravessar alguns obstáculos, pelo simples motivo de não saberem que podem fazê-lo. A ignorância ou até mesmo a incerteza diminuem suas aptidões e potenciais, e, conseqüentemente seu poder de ação nas mais diversas áreas. “Todos os corpos são porosos; não se tocando, suas moléculas podem dar passagem a um corpo estranho. Os acadêmicos de Florença tinham demonstrado este ponto, fazendo violenta pressão sobre a água encerrada em uma esfera de ouro; ao fim de pouco tempo via-se o líquido transudar por pequenas gotas, na superfície da esfera. Verificamos, por esses diferentes exemplos, qual a matéria pode atravessar a matéria. É preciso empregar a pressão ou calor para dilatar as substâncias que se quer fazer atravessar outras. Isso é possível e necessário, porque as moléculas do corpo que atravessa, não adquirindo o grau suficiente de dilatação, ficam encerradas uma contras as outras. Mas, se pusermos um estado da matéria em que as moléculas sejam muito menos aproximadas e eminentemente tênues, poderá ela atravessar toas as substâncias, sem necessidade de manipulação. É o que acontece com o perispírito que, formado de moléculas menos condensadas que a matéria que conhecemos, não pode ser detido por nenhum Obstáculo”. (Gabriel DELANNE)
Compreensível, assim, a inexistência de barreiras físicas para o espírito fato que, como visto, poderia ser explicado pelo princípio da porosidade, observável em toda estrutura material, embora, nos dias atuais, também possa ser entendido pelo princípio da incompatibilidade de freqüências, segundo o qual, por exemplo, um raio luminoso azul e outro amarelo, ainda que se incidirem, simultaneamente, sobre uma superfície branca, façam com que esta se torne verde -, se se cruzarem, interpenetrando-se, não mostrarão qualquer alteração, permanecendo, cada qual em sua freqüência e com sua coloração.
Assim como um raio laser odontológico, sendo direcionado num nervo, atuará de forma indolor, porque este vibrará em freqüência diferente da do laser, assim, o perispírito, vibrando em certa freqüência, não se afetando pelos obstáculos materiais, de natureza mais densa e, conseqüentemente, de vibração diferente, porque de freqüência menor. Outro tema parece crescer em complexidade, que quando se cogita a passagem do Espírito através do corpo de um encarnado e seu perispírito, conforme já se vê na literatura Espírita. Nessa linha, por extensão de raciocínio, pode-se admitir que, quando encarnado, o espírito se acopla ao corpo somático adquirindo sua gama de freqüência, o que explicaria o fato de o espírito desencarnado atravessar o encarnado sem incompatibilidades de interpenetração, que ocorreria se ambos estivessem volitando no mesmo domínio. Vejamos que ainda aqui, há diferenças de freqüências vibracionais.
Visibilidade - Aos olhos físicos o perispírito é totalmente invisível, todavia não o é para os Espíritos, nos casos dos menos evoluídos só percebem os seus pares, captando-lhes o aspecto geral. Já os Espíritos Superiores, podem perscrutar a intimidade perispiritual de desencarnados de menor grau de elevação, bem como a dos encarnados, observando-lhes as desarmonias e as necessidades. Mostram-no bem, por exemplo, os trabalhos de esclarecimento espiritual, em que os Espíritos Superiores responsáveis revelam, por meio dos dialogadores encarnados, a realidade do sofredor conduzindo ao entendimento, auscultado seu perispírito,e, também, as sessões de cura, em que os médicos espirituais detectam os sinais patológicos presentes no psicossoma do enfermo. Finalmente, quanto à possibilidade de alguns médiuns videntes verem o perispírito, muito raro são os que, em verdade, possuem as necessárias condições para distingui-lo, ainda, que eventualmente, entre as projeções que formam a aura.
Tangibilidade – Sendo o perispírito também matéria, poderá com o devido apoio ectoplásmico, tornar-se materialmente tangível, no todo ou em parte. Sendo também esse fenômeno, chama do de teleplastia, onde o perispírito do desencarnado ou até mesmo do encarnado, envolve-se por assim dizer com as condições energéticas do ambiente e de algum médium capaz de emprestar recursos energéticos através do duplo etérico, fomentando matéria necessária para revestir o perispírito na energia necessária para o aparecimento.
“Sob a influência de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas as propriedades de mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser apalpadas, oferecem a resistência de uma corpo sólido, agarram os circunstantes e, de súbito, se dissipam, quais sombras.” (Allan Kardec em o Livro dos Médiuns, cap I, II Parte, n. 57)
Sensibilidade Global – Quando encarnado o Espírito registra impressões exteriores por meio de vias especializadas identificadas no corpo somático e que compõem os órgãos dos sentidos, sem o corpo físico, sua capacidade de perceber amplia-se extraordinariamente, pois livre das peias somáticas, a percepção do meio que o envolve já não depende dos canais nervosos materiais, acontecendo como um registro global do perispírito, ou seja, uma percepção, que o Espírito realiza com todo o seu ser. Assim, vê, ouve, sente, enfim, com o corpo espiritual inteiro, uma vez em que as sedes dos sentidos não se encontram numa localização específica e limitada, que se observa no estado de encarnação, os sentidos e capacidades ampliam-se.
Neste capítulo, ganham destaques os fenômenos chamados por nós de – transposição de sentidos - , que mostram a possibilidade de algumas pessoas mais sensíveis, perceberem os estímulos por vias físicas totalmente impróprias para isso, explicando, assim, que a sensibilidade global do perispírito pode exteriorizar-se mesmo estando o Espírito encarnado, ainda que em casos excepcionais.
Sensibilidade Magnética – Sendo o perispírito um campo de força que é, a sustentar uma estrutura semimaterial, apresenta-se impressionável pela ação magnética, pois sendo ele mesmo uma criação vibratória do Espírito. Sabemos que somos criados pela mesma matéria, no seu sentido original e, essa matéria que em diferentes estados dá origem a tudo, é energia pura, e sendo o perispírito também oriundo dessa matéria que é o Fluido Cósmico Universal ( FCU ), torna-se o Espírito suscetível às influências da energia ambiental que o envolve (psicosfera) e é essa propriedade que lhe permite absorver, assimilar e, também transmitir a energia espiritual que capta ou recebe. A exemplo disso, temos o precioso processo do passe: o Espírito, acumulando energias e estimulando a sensibilidade do médium, conjuga suas forças com a deste, psíquicas e vitais, para a transmissão dos recursos de cura.
Expansibilidade – Já nos diz Kardec em O Livro do Espíritos na questão 400 – que o “Espírito aspira incessantemente a libertação.”
O perispírito pode, entretanto, conforme suas condições, expandir-se, aumentando, inclusive, o campo de percepção sensorial. É a expansibilidade do perispírito que faculta, a processo de emancipação da alma. Expandindo-se, o perispírito pode chegar a um estado inicial de desprendimento, em que a percepção se torna acentuadamente mais aguda, podendo, a partir daí, se for o caso, evoluir para o desdobramento, a envolver, uma outra propriedade do perispírito, que é a biocorporeidade.
A expansibilidade perispirítica, aliás, está na base dos principais processos mediúnico; haja vista, por exemplo, que ‘a exteriorização do psicossoma que permite ao vidente a captação da realidade espiritual e que, também, graças a essa propriedade, é que se torna possível o contato perispírito a perispírito, que marca o fenômeno chamado de incorporação, seja psicofonia ou psicografia.
Biocorporeidade – Termos este criado pelo grande codificador Kardec, relacionando-o ao fenômeno de desdobramento, embora, de certa forma, expressão mais adiantada da expansibilidade, define-se, particularmente, como notável faculdade do perispírito, que possibilita, em condições especiais, o seu desdobramento, poderíamos dizer com muita cautela “fazer-se em dois”, no mesmo lugar ou em lugares diferentes. Processo que ainda chegaremos a descobrir com mais claridade, mas graças a essa propriedade, o perispírito pode apresentar-se biocorpóreo, ou seja, com um corpo, de igual ao físico da atualidade, fluídico, com maior ou menor densidade, mas suscetível de ser visto e, até tocado, como sói acontecer em muitos casos.
Fenômeno absolutamente natural, nos dizeres de Kardec: “tal fenômeno, como todos os outros, se compreende na ordem dos fenômenos naturais, pois que decorre das propriedades do perispírito e de uma lei natural.”( Obras Póstumas, pp. 56 e 57).
Unicidade – A estrutura perispirítica, como reflexo da alma que é, não é igual a outros perispíritos, como a rigor não existem almas idênticas.
Obviamente, no decorrer do processo evolutivo diminuem as diferenças e cresce a harmonização entre as almas, sem que entretanto a individualidade, deixe de ser preservada.
“A idéia do grande todo não implica, necessariamente, a fusão dos seres em um só. Um soldado que volta ao seu regimento, entra em um todo coletivo, mas não deixa, por isso, de conservar sua individualidade. O mesmo se dá com as almas que entram no mundo dos espíritos, que para elas é, igualmente um todo coletivo: o todo universal.” (Kardec, Allan. Iniciação Espírita. 13 Ed., Sobradinho, DF: Edicel, 1995, p 213. Trad. Caibar Schutel)
Nessa direção, registrado esta em O Livro dos Espíritos nas questões 149 a 152, mostrando que a alma sempre conserva sua individualidade, a refletir em seu perispírito.
Mutabilidade – O perispírito, no decorrer do processo evolutivo, se não é suscetível de modificar-se no que se refere à sua substância, o é com relação à sua estrutura íntima e forma. Sabemos que, por meio da ação plastizante, pode o Espírito mudar, por exemplo, seu aspecto, porém, tal fenômeno envolve, apenas, modificação transitória e superficial, sustentada transitoriamente pela mente.
Desde as formas dos seres antigos, até o homem e o anjo, uma longa escala é percorrida. E quanto mais progride a alma, através das sucessivas transformações, mais apurado vai se tornando seu veículo espiritual e, conseqüentemente, mais delicada a sua forma.
Poder-se-ia assentar que o desenvolvimento do perispírito, através dos milênios incontáveis, passa, como formação rudimentar, pelo estágio vegetal, viaja pelo reino animal, como uma proto-estrutura psicossômica, chegando, então, à dimensão hominal como veículo elaborado, sensível e complexo, a refletir as próprias condições da alma que surge vitoriosa, tocada pelo Pensamento Divino.
O tempo, pois, constrói, com a evolução da alma, neste e em outros mundos, a própria eterização do perispírito. O item 186 de O Livro dos Espíritos, nos esclarece a respeito da condição do perispírito mais aperfeiçoado que chega a confundir-se com a própria alma, como segue:
“Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, sé tenha por envoltório o perispírito?”.
- “Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”
Capacidade Refletora – O corpo espiritual, extensão da alma que é, reflete contínua e instantaneamente os estados mentais.
O perispírito, é suscetível de refletir, a glória ou viciação da mente. Por isso, a atividade mental nos marca o perispírito, identificando nossa real posição evolutiva.
Todo pensamento encontra imediata ressonância na delicada tessitura perispiritual, produzindo dois tipos de efeitos: 1) gera na aura a sua imagem, conhecida hoje, como forma-pensamento – variável, de acordo com a carga emocional, inclusive sob o aspecto cromático, como demonstram técnicas e testemunhos incontestáveis e, também, na 2) dimensão física, influindo na fisiologia dos centros vitais, repercute nos sistemas nervoso, endócrino, sangüíneo, e demais vias de sustentação do edifício celular, marcando-lhe o desempenho regular ou não, na economia vital.
Odor – O perispírito, a refletir-se na aura, caracteriza-se, também por odor particular, facilmente perceptível pelos Espíritos.
Contém a literatura mediúnica, com particularidade , as obras de ANDRÉ LUIZ, descrição de regiões infestadas de miasmas pestilentos, a exalarem odores tão fétidos que se tornam quase insuportáveis para os Espíritos mais sensíveis. Tais odores brotariam da podridão fluídica características desses ambientes e, ao que se sabe, dos próprios perispíritos de seus habitantes. Todas as criaturas vivem cercadas pelo seu próprio halo vital das energias que lhes vibram no íntimo do ser e esse halo é constituído por partículas de força a se irradiarem por todos os lados e direções de si para o ambiente, impressionando-nos o olfato, de modo agradável ou desagradável, segundo a natureza do indivíduo que as irradia, cada criatura se caracteriza pela vibração, exalação que lhe é peculiar, aqui e em todos os mundos.
Alguns trabalhos, no campo do labor mediúnico e da fluidoterapia, que, no decorrer médiuns chegam a captar odores, agradáveis ou não, indicativos, inclusive, da evolução dos Espíritos presentes. Odores esses que não se confundem com aqueles oriundos da manipulação ectoplásmica e que chegam a impressionar uma assistência por inteiro, característica essa que nós mesmos já experimentamos na presença de Dr. Bezerra de Menezes, em momentos de suas comunicações.
Temperatura – Como, no desenvolvimento da atividade mediúnica, certos médiuns registram, por exemplo, uma espécie de gélido torpor, com a avizinhação de alguma alma sofredora, ou, ao contrário, uma cálida sensação de bem-estar, quando da aproximação de um Espírito superior, é lícito cogitar-se da possibilidade de que o Espírito também mostre através de seu perispírito uma espécie de temperatura própria, relacionada, naturalmente, com o grau de evolução do Espírito.

Trata-se com certeza de tema que nos trará num futuro breve maiores detalhes a respeito das mais variadas funções do perispírito.

Fonte:http://www.espirito.org.br/portal/artigos/elferr/perispirito.html

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