
Qual a origem da fortuna de Donald Trump?
O empresário americano Donald Trump, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, gosta de falar sobre dinheiro.
A simpatizantes, ele costuma vangloriar-se do tamanho de seu patrimônio e de sua habilidade para fechar negócios.O empresário estima sua fortuna em cerca de US$ 10 bilhões (R$ 34,7 bilhões), mas a cifra é questionável.
Segundo a revista americana Forbes, o patrimônio de Trump gira em torno de US$ 4,5 bilhões. Já a consultoria Wealth-X avalia a fortuna do empresário em US$ 4,4 bilhões. A agência de informações financeiras Bloomberg, por sua vez, estima a riqueza dele em US$ 2,9 bilhões.
Mas Trump diz ter "muito mais".
Legado do pai

Do pai, Trump herdou também o estilo de negociação.
Fred Trump fez fortuna no ramo da construção civil, erguendo prédios nos bairros do Brooklyn e do Queens, em Nova York.
Ele era conhecido pela boa qualidade de seus edifícios, muitos dos quais ainda estão de pé, e também por sua austeridade.
Não raro, Fred costumava terminar as obras por um valor abaixo ao do orçamento financiado pelo governo. Sendo assim, embolsava a diferença, prática que, apesar de legal, acabou levando-o a prestar depoimento a um comitê do Congresso americano.
"Fred Trump sempre buscava vantagens fiscais inexploradas", disse Gwenda Blair, autora do livro The Trumps, uma biografia da família do empresário.

Gwenda diz, no entanto, que a mudança de estratégia coube a Fred, não a Donald.
"Donald Trump enriqueceu com o dinheiro do pai. Ele precisa de seu pai como seu fiador e contou com as amizades dele na política e no setor bancário", diz a autora.
O primeiro grande projeto de Trump foi o Hotel Commodore. Ele se associou com o grupo hoteleiro Hyatt para comprá-lo em 1976 por um preço não revelado, rebatizando-o de Grand Hyatt.
Naquela época, Nova York não era considerada um destino do turismo de luxo. O investimento foi de grande risco para o jovem empresário.
Usando sua capacidade de negociação, Trump persuadiu a administração da cidade a conceder ao hotel uma redução de impostos por 40 anos, gerando uma economia de US$ 160 milhões. Em 1996, ele vendeu sua metade do hotel Hyatt por US$ 142 milhões.
Trump continuaria a investir no desenvolvimento e na construção de grandes edifícios em Nova York, incluindo a compra do Hotel Plaza e da antiga sede do Banco de Manhattan.
A joia da coroa da empresa é o Trump Tower, um edifício de 58 apartamentos na Quinta Avenida, o templo do comércio de luxo da cidade, concluído em 1983.
O prédio ainda é a sede das Organizações Trump. O empresário e sua família vivem nos andares superiores do edifício.
Donald Trump emergiu como magnata do ramo imobiliário, mas a maior parte de sua herança vem do valor de sua marca, que começou a ser construída na década de 80.
A partir daí, começou a licenciar seu nome para outras empresas, ganhando fama mundial. As empresas, por sua vez, pagam royalties pelo uso da marca ao empresário.
Mas foi com a publicação do livro A arte da negociação que Trump foi alçado ao estrelato.
O empresário solidificou sua reputação como negociador sem papas na língua durante sua carreira de dez anos como apresentador do programa de TV O Aprendiz.
A rispidez com que criticava e demitia os participantes do programa lhe franqueou uma legião de admiradores.
Postura empresarial

"Vou até o inferno para pagar o menos possível", disse ele.
Seu estilo polêmico lhe rendeu vários processos na Justiça, muitos deles de cunho trabalhista.
Mas Trump também deu início a batalhas legais.
Dono do concurso Miss EUA, ele processou uma ex-participante que criticou a competição.
Também levou o Deutsche Bank à Justiça depois que o banco se recusou a lhe dar uma extensão do empréstimo para um projeto de construção em Chicago.
Apesar do perfil incendiário, Trump é elogiado por seu tino para os negócios.
O investidor americano Carl Icahn descreve o empresário como "um cara com uma mente muito aberta."
"Ele tem um ego forte, acredita em si mesmo e está disposto a ouvir", diz.
Império no exterior

Chamou os chineses de trapaceiros, mas convenceu investidores do gigante asiático a financiar alguns de seus projetos imobiliários.
Ele diz que ama a Escócia, onde sua mãe nasceu e onde mantém vários campos de golfe, mas criticou o governo escocês por permitir a construção de um parque eólico no entorno da área, em Aberdeenshire.
Já o Trump Ocean Resort Baja Mexico foi forçado a chegar a um acordo com investidores que gastaram milhões de dólares para comprar condomínios ou apartamentos que nunca foram construídos.
Quando a polêmica em torno do fracassado complexo cresceu, Trump disse à Justiça que sua imagem foi usada indevidamente e que ele não era responsável pela construção.
O empresário também tem sido criticado por permitir que a marca de roupa que leva seu nome importe produtos do México, enquanto critica outras empresas que importam produtos para os EUA.
Fonte:http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/04/160415_fortuna_trump_lgb

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