Os Estados Alterados de Consciência (EAC) são estados de consciência que diferem significativamente dos estados de consciência normal (vigília). Não é, porém, o estado do cérebro em si que constitui um EAC.
O entendimento desse estado pode ser melhor definido pela presença de duas características subjetivas importantes: a sensação psicológica de deslocamento do ego ao centro de percepção da pessoa e uma sensação que este ego é identificado com o próprio corpo da pessoa.
Os estados de consciência onde a pessoa perde a sensação de identidade com o seu próprio corpo ou com as percepções de si mesma podem, definitivamente, ser chamados de EAC.
Esses estados podem ser atingidos espontaneamente, estimulados por coisas como traumas, perturbação do sono, privação ou sobrecarga sensorial, desequilíbrio neuroquímico ou febre. Podem também ser induzidos por comportamento social, como dança ou canto frenético, como também pela ingestão de drogas psicotrópicas.
Os Estados Alterados de Consciência (EAC), originalmente conhecidos como estado de consciência cósmica ou Samadhi – estado de profunda concentração – são práticas benéficas para o controle da mente e do corpo.
Estes estados não envolvem apenas o transe, e sim a capacidade de viajar na realidade incomum por meio da mente.
O alcance individual dos EAC podem se dar através de diversas técnicas e filosofias, as quais compreendem em um momento final o bem-estar e a paz interior.
As experiências visionárias de êxtase, a hipnose, os estados xamânicos, o uso de ervas sagradas, as danças, os rituais, os exercícios de meditação, os vários tipos de yoga, os diversos tipos de oração, o jejum de purificação e elevação espiritual, os ritos de passagem, o transe mediúnico, são exemplos de experiências onde se mergulha profundamente na estrutura e nos mecanismos da consciência para compreender seu funcionamento.
Atualmente a ciência, mais especificamente a Neurociência tem tido muitos avanços ao explicar como nosso cérebro funciona – desde os insights artíticos e criativos, passando pelos transes em rituais xamanísticos induzidos por alucinógenos naturais, pela alta sugestionabilidade de determinadas pessoas e sua capacidade de se deixarem hipnotizar, ou até mesmo pela catarse espiritual que acontece em centenas de pessoas num culto religioso evangélico.
Os estados alterados da consciência não são novidade. Situações comuns como a sonolência que precede o sono, os sonhos, a semiconsciência anterior ao ato de acordar, são classificados nesta categoria.
Estados em que os sentimentos, as percepções e os pensamentos são radicalmente diferentes dos da nossa consciência normal de vigília são chamados estados alterados. Esses estados alterados de consciência (EAC) levam alguns indivíduos a enxergar o mundo como um universo múltiplo, e o ego humano como um viajante num ovo cósmico.
Desde tempos remotos o homem conheceu e empregou meios diversos para produzir essas alterações, baseando-se em que sua consciência normal de vigília seria apenas um tipo especial de consciência.
Em toda a volta, divididas pelas separações mais tênues, estariam formas em potencial de consciência inteiramente diferentes.
Os primitivos na Europa, no Oriente e na América pré-colombiana utilizavam a raiz da mandrágora, o meimendro, a beladona e muitos outros alcalóides para alterar as idéias e percepções. Cogumelos, ervas, chás, cantos, danças, jejuns, exposição ao sol, meditação, orações intensas, drogas e álcool – todos estes recursos eram usados pelas culturas passadas, e presentes, para criar estados alterados da consciência.
Qual é, porém, o significado destes estados? Qual é a relação deles com a consciência de vigília? São simplesmente fenômenos alucinatórios ou possuem uma realidade misteriosa própria?
A dependência ocidental às explicações materialistas e “científicas” do universo reforçou a crença num mundo exterior real e único.
Para a maioria das pessoas, o mundo dos objetos sensíveis, das inter-relações práticas, dos lugares e das coisas, é o mundo da realidade definitiva. Outros estados da consciência, bem como seus universos correspondentes, são, por conseguinte, menos reais, ou irreais.
Entretanto, as interpretações da física teórica, a mecânica quântica, o desenvolvimento da percepção e as pesquisas psíquicas sugerem haver uma espécie diferente de “realidade” além da que aceitamos normalmente.
A nova explicação da mecânica quântica, baseada na obra de Heisenberg e Schrödinger, afirma que a realidade, nosso universo, é composta de uma multidão de “mundos mutuamente inobserváveis, mas igualmente reais”. Isto contraria a experiência normal de nossa consciência em estado de vigília, mas coincide com algumas conclusões derivadas das pesquisas dos estados alterados da consciência.
Indivíduos que experimentam algum tipo de estado alterado de consciência têm a sensação de sair do corpo, penetrar em dimensões diferentes, viajar pelo espaço. Poderes psíquicos são igualmente experimentados. Essas pessoas vêem figuras de Mestres e Santos, imagens coloridas e paisagens surrealistas. Outros avistam uma imensidão de galáxias panorâmicas, relatam experiências “sagradas” e coisas assim.
Alguns chamam estas experiências de “realidades subjetivas”. Entretanto, num universo em que mundos igualmente reais podem coexistir, a distinção entre real e irreal, objetivo e subjetivo, não é facilmente traçada.
Capacidades de percepção grandemente ampliadas, como muitos outros poderes psíquicos, parecem fazer parte da psique humana. Só que essas faculdades, na sua maioria, estão adormecidas pelo transe cultural.
A afirmação de que somos socialmente hipnotizados, fixados numa espécie de transe cultural, e orientados por tipos aprendidos de comportamento, ocorre nas obras de muitos pesquisadores.
Assim, nossas experiências e educação cultural limitam e deformam nossa visão particular do mundo. O despertar normal da consciência pura é, então, limitado por uma percepção particular da realidade; a consciência comum é limitada às categorias e aos preconceitos aprendidos.
A conclusão lógica é que a consciência pura é uma maneira mais verdadeira de se enxergar a realidade.
Praticamente todas as pessoas vêem um mundo de objetos comuns – mesas, prédios, árvores -, mundo que é familiar e reconhecível à maioria. Agimos e nos comunicamos razoavelmente bem neste mundo de consenso público.
O que parece ocorrer, no entanto, é que a consciência age como um filtro. Ela seleciona apenas alguns fatos da imensa variedade existente.
O ego consciente, portanto, só recebe uma parte da verdade. Ele é uma espécie de ilusionista psíquico que procura preservar-se a si mesmo às custas da alienação.
Os estados alterados da consciência lhe apresentam um mundo estranho, talvez um mundo de caos, como nos sonhos.
Não é preferível que esse ego limite sua percepção ao mundo em que pode atuar com facilidade e economia? Ao mundo em que se sinta seguro? Afinal, o mundo aceito por todos é aquele que oferece a maior segurança.
Mas não deveria ser assim, pois a existência dos estados alterados da consciência e as afirmações da física quântica indicam que há mais coisas na “realidade” do que percebemos atualmente.
Os físicos e os místicos analisam os fenômenos e chegam a conclusões bastante próximas: o mundo observável é diferente daquele que o intelecto interpreta através dos sentidos.
Os físicos nos dizem que os objetos são realmente energia que assumiu uma certa forma; que aquilo que conhecemos como matéria é na realidade uma construção mental.
Também neste caso isto pode ser um exemplo da mente que enxerga as coisas de uma certa forma devido ao transe cultural.
Na atualidade somos induzidos a nos relacionarmos dentro do estado comum de consciência, que seria o estado ‘normal’. Os avanços da ciência mostram que o nosso cérebro produz suas próprias substâncias, veículos para alterar a mente. Isso é o que nos prova a existência de outros estados da mente, os quais fogem do que vemos comumente.
Nas descrições místicas da união, há muitas narrativas do corpo que se transforma em energia e em luz. Talvez aqueles que dizem avistar a aura humana sejam capazes de ver a matéria e a energia simultaneamente, um mundo de energia justaposto ao mundo da matéria.
O que parece acontecer durante esses EACs é a suspensão temporária da capacidade de interpretar, de associar e de julgar em termos dos padrões normais da vigília. Significa experimentar o mundo diretamente, apreender sua essência sem interpretá-la primeiro.
É uma consciência isenta de envolvimento do ego. O mundo se transforma então num fluxo indiferenciado de consciência, ou em outra dimensão que não sabíamos existir.
No entanto, vários céticos afirmam que não há nenhuma prova de que os EACs possam transportar alguém para um plano transcendente de consciência ou verdade mais elevadas, embora esse mito tenha recebido ampla credibilidade graças a parapsicólogos como Charles Tart.
Há uma grande variedade de sentimentos associados aos EACs, alguns dos quais bastante agradáveis, embora ilusórios e auto-enganosos. As experiências místicas, por exemplo, podem ser pouco mais que um estado cerebral.
Michael Persinger foi capaz de duplicar a sensação de presença, a sensação de abandonar o corpo e outros sentimentos associados com o misticismo através da estimulação elétrica do cérebro. Muitas pessoas têm duplicado experiências religiosas usando drogas como o LSD e a mescalina.
A maioria das religiões identifica o estado ideal como um EAC: abandonar o corpo e o Eu e unir-se ao Divino. Neste sentido, procurar por um EAC é procurar matar seu próprio senso de Eu.
Entretanto não se podem descartar as ocorrências fora dessas condições. Porém, é provável que os mecanismos que ativam estes sentimentos são completamente naturais, podendo até ser um efeito colateral agradável de alguma adaptação evolutiva, embora ainda não saibamos por que são ativados tais estados no cérebro.
E enquanto prevalece no campo científico essas descobertas, extremamente interessante, de que as experiências religiosas podem ser induzidas através da doença, dos elétrodos e por drogas, parece apenas uma condição constrangedora acreditar em Deus.
Os estudo dos EACs possibilitam transformar o inconsciente intangível em experiências reais mensuráveis.
Portanto, o domínio do sonho, das alucinações, os estados meditativos, os relatos pessoais de pessoas de diversos níveis de saúde mental, os esquizofrênicos, os que sofrem de mal de Parkinson, enfim, todas as situações que nos revelam aspectos do inconsciente, do subconsciente e de uma consciência que transcende o próprio pensamento e a percepção, são fenômenos de riqueza incomensuráveis para o conhecimento do pensamento humano.
Conhecer o inconsciente é tocar fisicamente o pensamento consciente, pois suas coexistências e dependências são a evidência maior que de fato ambos fazem parte do mesmo fenômeno.
Sabemos contudo, que a promessa verdadeira dos estados alterados da consciência não fala em poderes sobre-humanos, mas sim na possibilidade de ampliação da consciência, na capacidade de abordar os fatos externos e internos em termos de igualdade, na ruptura das antigas categorias e na fusão do ego e do não-ego, do self e do mundo.
Fonte:http://muitoalem2013.blogspot.com.br/2015/10/eac-estados-alterados-de-consciencia.html
O entendimento desse estado pode ser melhor definido pela presença de duas características subjetivas importantes: a sensação psicológica de deslocamento do ego ao centro de percepção da pessoa e uma sensação que este ego é identificado com o próprio corpo da pessoa.
Os estados de consciência onde a pessoa perde a sensação de identidade com o seu próprio corpo ou com as percepções de si mesma podem, definitivamente, ser chamados de EAC.
Esses estados podem ser atingidos espontaneamente, estimulados por coisas como traumas, perturbação do sono, privação ou sobrecarga sensorial, desequilíbrio neuroquímico ou febre. Podem também ser induzidos por comportamento social, como dança ou canto frenético, como também pela ingestão de drogas psicotrópicas.
Estados em que os sentimentos, as percepções e os pensamentos são radicalmente diferentes dos da nossa consciência normal de vigília são chamados estados alterados. Esses estados alterados de consciência (EAC) levam alguns indivíduos a enxergar o mundo como um universo múltiplo, e o ego humano como um viajante num ovo cósmico.
Desde tempos remotos o homem conheceu e empregou meios diversos para produzir essas alterações, baseando-se em que sua consciência normal de vigília seria apenas um tipo especial de consciência.
Em toda a volta, divididas pelas separações mais tênues, estariam formas em potencial de consciência inteiramente diferentes.
Para a maioria das pessoas, o mundo dos objetos sensíveis, das inter-relações práticas, dos lugares e das coisas, é o mundo da realidade definitiva. Outros estados da consciência, bem como seus universos correspondentes, são, por conseguinte, menos reais, ou irreais.
A nova explicação da mecânica quântica, baseada na obra de Heisenberg e Schrödinger, afirma que a realidade, nosso universo, é composta de uma multidão de “mundos mutuamente inobserváveis, mas igualmente reais”. Isto contraria a experiência normal de nossa consciência em estado de vigília, mas coincide com algumas conclusões derivadas das pesquisas dos estados alterados da consciência.
Capacidades de percepção grandemente ampliadas, como muitos outros poderes psíquicos, parecem fazer parte da psique humana. Só que essas faculdades, na sua maioria, estão adormecidas pelo transe cultural.
A afirmação de que somos socialmente hipnotizados, fixados numa espécie de transe cultural, e orientados por tipos aprendidos de comportamento, ocorre nas obras de muitos pesquisadores.
Assim, nossas experiências e educação cultural limitam e deformam nossa visão particular do mundo. O despertar normal da consciência pura é, então, limitado por uma percepção particular da realidade; a consciência comum é limitada às categorias e aos preconceitos aprendidos.
Praticamente todas as pessoas vêem um mundo de objetos comuns – mesas, prédios, árvores -, mundo que é familiar e reconhecível à maioria. Agimos e nos comunicamos razoavelmente bem neste mundo de consenso público.
O que parece ocorrer, no entanto, é que a consciência age como um filtro. Ela seleciona apenas alguns fatos da imensa variedade existente.
O ego consciente, portanto, só recebe uma parte da verdade. Ele é uma espécie de ilusionista psíquico que procura preservar-se a si mesmo às custas da alienação.
Os estados alterados da consciência lhe apresentam um mundo estranho, talvez um mundo de caos, como nos sonhos.
Não é preferível que esse ego limite sua percepção ao mundo em que pode atuar com facilidade e economia? Ao mundo em que se sinta seguro? Afinal, o mundo aceito por todos é aquele que oferece a maior segurança.
Mas não deveria ser assim, pois a existência dos estados alterados da consciência e as afirmações da física quântica indicam que há mais coisas na “realidade” do que percebemos atualmente.
Também neste caso isto pode ser um exemplo da mente que enxerga as coisas de uma certa forma devido ao transe cultural.
Na atualidade somos induzidos a nos relacionarmos dentro do estado comum de consciência, que seria o estado ‘normal’. Os avanços da ciência mostram que o nosso cérebro produz suas próprias substâncias, veículos para alterar a mente. Isso é o que nos prova a existência de outros estados da mente, os quais fogem do que vemos comumente.
Nas descrições místicas da união, há muitas narrativas do corpo que se transforma em energia e em luz. Talvez aqueles que dizem avistar a aura humana sejam capazes de ver a matéria e a energia simultaneamente, um mundo de energia justaposto ao mundo da matéria.
É uma consciência isenta de envolvimento do ego. O mundo se transforma então num fluxo indiferenciado de consciência, ou em outra dimensão que não sabíamos existir.
Há uma grande variedade de sentimentos associados aos EACs, alguns dos quais bastante agradáveis, embora ilusórios e auto-enganosos. As experiências místicas, por exemplo, podem ser pouco mais que um estado cerebral.
Michael Persinger foi capaz de duplicar a sensação de presença, a sensação de abandonar o corpo e outros sentimentos associados com o misticismo através da estimulação elétrica do cérebro. Muitas pessoas têm duplicado experiências religiosas usando drogas como o LSD e a mescalina.
A maioria das religiões identifica o estado ideal como um EAC: abandonar o corpo e o Eu e unir-se ao Divino. Neste sentido, procurar por um EAC é procurar matar seu próprio senso de Eu.
Portanto, o domínio do sonho, das alucinações, os estados meditativos, os relatos pessoais de pessoas de diversos níveis de saúde mental, os esquizofrênicos, os que sofrem de mal de Parkinson, enfim, todas as situações que nos revelam aspectos do inconsciente, do subconsciente e de uma consciência que transcende o próprio pensamento e a percepção, são fenômenos de riqueza incomensuráveis para o conhecimento do pensamento humano.
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