POPULAÇÃO DE ELEFANTES NA ÁFRICA CAIU 30% EM SETE ANOS,DIZ CENSO

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População de elefantes na África caiu 30% em sete anos, diz Censo

Caça ilegal para alimentar mercado internacional de marfim é o principal motivo


JOANESBURGO, África do Sul - A população de elefantes na savana africana está em acentuado declínio, principalmente devido à caça ilegal motivada pelo mercado internacional e doméstico de marfim.

De acordo com o Censo do Grande Elefante, financiado pelo empresário Paul Allen, co-fundador da Microsoft, a população da espécie na África sofreu uma assustadora queda de 30% em apenas sete anos, de 2007 a 2014, e continua caindo a uma taxa de 8% ao ano.
A pesquisa áerea cobriu 18 países do continente usando dúzias de aeronaves. A distância percorrida durante o trabalho foi equivalente a uma viagem de ida à Lua e parte do retorno. Noventa cientistas participaram do estudo, que concluiu que a África tem, hoje, 352.271 elefantes em suas áreas de savana
Ao longo do censo, os persquisadores localizaram cerca de 12 carcaças para cada elefante vivo, indicando que a caça ilegal está num nível alto o suficiente para causar o declínio da população. Mas eles observaram que a relação entre carcaças e animais vivos é muito mais do que essa em alguns países.
Ainda de acordo com a pesquisa, que está gerando repercussão internacional, os raros elefantes-da-floresta africanos, essenciais na restauração das florestas tropicais da África Central, precisarão de quase um século para se recuperar dos massacres de caçadores.



O trabalho da Wildlife Conservation Society é o primeiro a analisar a demografia de um animal esquivo (apesar do seu tamanho e de viver em grandes manadas) que habita matas remotas e fechadas. Mas a área tropical de mata fechada onde vivem não está imune a caçadores, que reduziram sua população em incríveis 65% entre 2002 e 2013 para atender o comércio de marfim na China e outros países asiáticos"Desde 2013 diminuiu ainda mais dos 100 mil elefantes, podemos ter caído para 70 mil. Para voltar a população que tinham antes de 2002, com sua taxa de natalidade natural, demorariam quase um século", disse à agência de notícias Reuters Peter Wrege, da Universidade de Cornell, nos EUA, um dos autores do estudo.
Muito mais está em jogo do que "apenas" a sobrevivência da espécie (se é que podemos dizer, mesmo com aspas, apenas a sobrevivência de uma espécie): os elefantes-da-floresta são considerados pelos biólogos como uma espécie essencial na preservação dos ecossistemas florestais da África Central, diz o estudo, publicado no "Journal of Applied Ecology".

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Muitas espécies de plantas dependem dos elefantes para terem suas sementes espalhadas: os animais as comem, andam muito, comem mais e produzem vastas quantidades de esterco, onde as sementes saem e florescem, gerando novas árvores. Suas viagens pela floresta (e sua alimentação no caminho) também criam trilhas para espécies menores. "A estrutura das matas mudaria sem eles fazem essa dispersão das plantas, abrindo caminhos", diz o pesquisador.
A saúde das florestas tropicais da África Central tem consequências globais, já que são a segunda maior área de retenção de carbono no mundo: elas retém o carbono produzido pelo homem, diminuindo o impacto das mudanças climáticas.
"Os elefantes-da-floresta estão passando pelos maiores níveis de caça na África, com entre 10 e 18% de sua população morta por ano", diz o estudo.
Uma das duas espécies de elefantes da África - a outra é a maior e mais numerosa elefante-da-savana - os elefantes-da-floresta não podem aguentar essa pressão letal. Poucos outros mamíferos se reproduzem tão lentamente.
Segundo o estudo, as fêmeas começam a ter filhotes aos 23 anos, cerca de uma década depois de suas primas da savana. E as fêmeas da floresta só tem um bebê a cada 5 ou 6 anos, comparado ao intervalo de 3 a 4 anos da savana.

Alguns dos piores massacres de caça do mundo estão ocorrendo nos habitats dos elefantes na República Central Africana e na República Democrática do Congo, países pobres que sofrem com governos corruptos e conflitos.
O estudo foi divulgado um mês antes de uma reunião das Nações Unidas em Joanesburgo no fim de setembro, na qual o Zimbábue e a Namíbia pressionarão por permissão para vender estoques de marfim apreendido de contrabandistas.
Segundo ambos os governos, a venda dos estoques financiaria a proteção dos animais. Já a sua destruição faria o preço do marfim subir, o que tornaria a caça ainda mais atraente para os criminosos. A enorme maioria dos países africanos é contra a venda, dizendo que irá ajudar os caçadores e tornar a venda socialmente aceitável.


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