ENSINAMENTOS DE Sri SATHYA SAI BABA




ENSINAMENTOS DE Sri SATHYA SAI BABA


Semeie no campo de seu coração as sementes dos bons pensamentos, carregados com humildade e regados com as águas do amor; proteja a colheita com um remédio chamado coragem; nutra a plantação com o fertilizante da concentração mental; assim, então, as plantas da devoção (bhakti) propiciarão a ceifa da sabedoria que consiste em se dar conta de que você é Ele. Quando este des-velar acontecer, você se tornará Ele; aliás, você é sempre Ele, não obstante não o saiba.

- Grandes poemas versam sobre a eterna sede do homem por Deus; são ricos da ambrosia que mitiga tal sede. Satisfazem e suscitam forças para sorrir às tribulações da vida. Sem o sadhana (disciplina) espiritual, sem a expansão da consciência, sem a ampliação da simpatia, sem o aguçar da visão, sem o aprofundamento dos contatos com a Fonte da Sabedoria, que está dentro de nós e dentro dos outros, a poesia não é mais que passatempo pálido e sem propósito.

- Quando você entra numa loja e escolhe uma fazenda para uma calça ou camisa, prefere uma escura. A razão da preferência pela cor preta e não clara, pelos tons de branco, é porque a cor escura não mostra o sujo. Geralmente o desejo não é o de remover a sujeira, mas o de ocultá-la. Isso tem se tornado uma fraqueza universal. As pessoas envergonham-se da impureza no coração, mas não tentam limpá-lo. Tal limpeza, a do coração, só se consegue através do Amor (prema) e da Verdade (sathya), através da repetição do mantra dado pelo Guru e pelo sadhana (disciplina espiritual) quando regular e firmemente praticado com fé.

- Os olhos devem ser treinados para descobrir as pegadas de Deus. Neste processo, a mente tem de ser controlada. Ela é o pivô dos pensamentos e sentimentos. A mente é o aspecto pensante da Consciência Absoluta, isto é, Brahman. O Ser Absoluto, manifestando-se na atividade imaginativa, é a mente. Ela, em vez de voltar-se para o Absoluto, volta-se para fora, e começa a utilizar os sentidos como instrumentos seus, esquecendo sua fonte - o Absoluto. Como e por que tal acontece é inexplicável. Sabemos que é isso o que acontece, mas também sabemos que pode ser evitado. O intelecto não pode apreender o segredo, que a ilusão (maya) é, porque ele também é limitado por ela. Isso é um fato, e, com fato, deve ser encarado. A mente é um pano de fundo do mundo. Se seus pensamentos e atividades são válidos, sadios, isentos de violência, plenos de amor, e moralmente harmoniosos, a Paz está à mão, e Brahman pode ser alcançado. Eis porque a disciplina tem de ser rigorosamente seguida, visando a conduzir a mente para o interior, para Deus, para Sua fonte.

- Quando o ímã não consegue atrair a agulha, a falha está na poeira que cobre a agulha. Quando o Senhor não está próximo do devoto, a falha está no coração deste que não se acha suficientemente puro.

- Cresçam dia-a-dia, não só fisicamente, mas também na vida espiritual. Há quanto tempo estão retidos na escola primária, a aprender as letras do alfabeto? Ergam-se. Requeiram um exame. Sejam aprovados. Vão em frente, para as classes mais adiantadas.

- Cada sentido é uma porta de saída parra a energia do homem, numa direção que o prende ao mundo objetivo. Os sentidos são pela mente induzidos a se externarem, vinculando-se aos objetos. Ao homem convém submeter sua mente a viveka, ou seja, à inteligência que discerne, e, assim, a mente em vez de o lesar, o ajudará.

- Passo a passo, tem-se de praticar o desapego, sem o que a ambição e a miséria dominarão a natureza mais sutil do ser humano. Esta natureza é divina, pois que sua verdadeira Substância é Deus, e desta Substância o homem não é mais que um nome e uma forma. Para que se alcance tão preciosa constatação, indispensável é desenvolver o sadhana, que consta dos seguintes componentes:
1. Nithyanithya viveka (discriminação entre o imutável e o mutável, entre o perene e o temporário), que consiste em dar-se conta de que o universo (jagat) está sempre sujeito a transformações e mudanças, mas Brahman (Deus) não muda;
2. Thamurthra-phala-bhoga-viraaga, que implica o desapego aos prazeres, mesmo aos do próprio Céu, depois de alcançada a convicção de que estes também são evanescentes e seguidos pela aflição;
3. Samadamaadi-shatka-sampaththi, que é constituído pelas virtudes desejáveis, isto é, o controle dos sentidos externos e internos e das sugestões sensoriais, a fortaleza dentro da angústia e da dor, da alegria e da vitória; a supressão de todas as atividades de conseqüências escravizantes; fé inabalável no Mestre e nos textos que ele expõe; e a imperturbável contemplação sobre o básico Brahman, sem se deixar perturbar por outras ondas de pensamento.

- O corpo é o veículo de que você dispõe para atingir o Estado de Bem-aventurança, e, assim, deve ser protegido e conservado forte para tão alto propósito. É um instrumento para o sadhana, que, por méritos obtidos em nascimentos prévios, você conquistou. Cada momento ele está seguindo para sua própria dissolução, e assim, o tempo não pode ser desperdiçado em buscas vãs. Melhor mesmo é considerar o corpo como um meio ou instrumento grosseiro do que o elevar ao nível de ser tudo na vida e finalidade da vida mesma. Trate-o como uma ferida que deve ser coberta por uma bandagem (as roupas), cuidada com medicamentos (os alimentos) e lavada (com água). Você pode livrar-se deste desordenado apego mediante este método - só este método.

- Renuncie à idéia de ser separado. Em todos os seres veja você mesmo, e sinta todos os seres em você. Esta é a mais alta renúncia do sentido do ego, o ego que o faz se apegar a esta sua temporária habitação, a este saco de ossos e carne, a esta casa que usa um nome e uma forma. De duas coisas consiste o exercício espiritual: a contemplação de Deus; e a descoberta da nossa natureza inata, ou seja, da Realidade.

- Da mesma forma como você atende às necessidades do corpo, nutrindo-o três vezes ao dia, a fim de o conservar em bom funcionamento, assim, também, empregue algum tempo regularmente, em cada dia, visando a conservar sua consciência interna também em boas condições. Dedique uma hora pela manhã e outra à noite, e uma terceira nos primeiros momentos da alvorada para a prática de japam (repetição do mantra) e dhyana (meditação) sobre o Senhor. Descobrirá grande paz descendo sobre você e dentro de você; sentirá o crescimento de grandes fontes de força, à medida que progrida neste sadhana (disciplina). Depois de algum tempo, a mente se fixará sobre o Nome (de Deus), onde quer que você esteja e no que quer que você esteja engajado, e, então, a Paz e a Alegria lhe serão inseparáveis companheiros.

- Durma dentro do mosquiteiro, e os insetos não o incomodarão. Assim, também, não deixe que os insetos de kama (luxúria), krodha (ira, ódio), lobha (avareza, ambição), moha (apego), mada (arrogância) e matsarya (inveja ou ciúme) o ameacem. Guarde-se dentro da cortina do sadhana (disciplina) enquanto permanecer neste mundo. Esteja dentro do mundo, mas não permita que o mundo esteja dentro de você. Este é um sinal de discernimento (viveka).

- Quando você joga sementes na superfície do solo elas não germinam. Terá de as manter dentro dele. Igualmente, o ensinamento, se ficar na superfície, não germinará, não se desenvolverá, criando a árvore do conhecimento, e assim, não produzirá o fruto da sabedoria. Plante o ensinamento no coração; regue-o com prema (Amor), adube-o com fé e coragem; defenda-o contra as pragas com o defensivo sathsanga (companhia de pessoas santas, puras e sábias) e bhajana (cânticos devocionais), tanto que, no fim, possa beneficiar-se. Você nem começou o sadhana (disciplina espiritual), e ainda assim, deseja shanti (Paz), e espera a Graça. Como é possível? Comece. Depois todas as coisas lhe serão acrescentadas.

- Esta proximidade (à Bem-aventurança) é ganha pelo bhaktha (devoto), o qual não pode estar firme, exceto após a anulação do “eu” e do “meu”. Quando um preso é conduzido de um lugar a outro, é escoltado por dois policiais. Não é? Quando o homem que é prisioneiro nesta cadeia (a cadeia de nascimentos e mortes, isto é, sansara) se move de um lugar a outro, é também acompanhado por ahamkara (egoísmo) e mamakara (possessividade). Quando ele se movimenta sem estes dois, esteja certo, ele é um homem livre, libertado da prisão.

- Se você tem de puxar potência da casa de força para sua residência, a fim de a iluminar, terá de fixar postes a intervalos regulares e ligar os fios. Assim também, se quiser a Graça de Deus, pratique sadhana (práticas disciplinares) em períodos regulares, e se ligue a Deus pelo fio de smarana (a lembrança contínua, a insistência n´Ele).

- Saiba que o Atma (o Ser divino em nós, a Centelha divina) é sua Realidade e também que Ele é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre é a Força Interna deste Universo. Que sua inteligência penetre tal Verdade. Analise-se e descubra os diversos níveis da Consciência: o físico; o sensório; o nervoso; o mental; o intelectual, e assim, alcance até mesmo o âmago do último nível - o da alegria. Os panchakosas (os cinco envoltórios escondendo o Atma) têm de ser transcendidos, tanto que você possa alcançar sua Verdade, a de que você é Atma. O Atma pode ser apreendido somente por um acurado intelecto e uma mente pura. Como purificar a mente? Por mantê-la em jejum dos maus “alimentos” atrás dos quais ela corre, isto é, os prazeres mundanos. Além do mais, é preciso nutri-la com “alimentos” bons, principalmente o pensar em Deus. O intelecto se tornará acurado se devotar à discriminação entre o efêmero e o eterno. Que seus pensamentos estejam concentrados em Deus, em Seu Nome e em Sua Forma. Você sentirá então que está sempre com o que é puro e duradouro; gozará de pura e prolongada alegria. Eis por que dou tanta importância a namasmarana (repetição do Nome de Deus como disciplina espiritual).

 



- Muitos de nós estamos inclinados a acreditar em Deus se nossos desejos são atendidos, e nos negamos a acreditar quando o curso da vida flui contrariamente ao que pretendemos. Tais considerações, em qualquer caso, nada têm a ver com a verdade sobre Deus. As más propensões tendem a se transformar em hábitos consolidados. A doença de tais hábitos não pode ser curada por um sadhana (prática disciplinar) mecânico. Sobre isso, há uma pequena história. Um indivíduo sofria de indigestão. Porque a doença se fizera crônica, e ele tomara diversos medicamentos. Entretanto, para sua felicidade, apareceu um santo e sugeriu-lhe a cura. Disse-lhe para mascar e chupar pedras de sal durante o dia inteiro. Fazendo assim, tempos depois lhe veio um grande alívio. Essa pessoa costumava distribuir doces às crianças em dias de festival. Num dia de dipavali visitou várias lojas e em todas achou que os laddus (um tipo de doce) eram amargos. O dono de uma das lojas, que conhecia seu hábito de chupar sal, sugeriu-lhe que lavasse a boca antes de provar um laddu. Concordando, o homem constatou que o laddu era doce. Da mesma forma, enquanto sucumbindo a seus maus hábitos, você não alcançará a fragrância doce e santificante da sagrada companhia das divinas personalidades, que venha a encontrar. Somente depois de limpar a mente, você se beneficiará das boas companhias. Depois, pode vir a gozar a Bem-aventurança de Atma.


Ensinamentos extraído do livro “Sadhana - O Caminho Interior” – editora Nova Era


Fonte:http://fronteiras8.rssing.com/chan-6371549/all_p4.html

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