MARGARET MEE : A DAMA DAS FLORES DO AMAZONAS-BRASIL


CENTENÁRIO


Margaret Mee: a dama das flores


A delicada pintora de orquídeas, Margaret Mee, retratou a flora usando técnicas científicas em um contexto artístico. Ela - que completaria, agora, 100 anos de vida - nasceu e morreu na Inglaterra, mas a paixão pela floresta definiu seu último desejo: suas cinzas foram jogadas no Rio Negro


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Dante Grecco - Revista National Geographic – 09/2009

O que levou uma inglesinha de pouco mais de 1,60 metro a deixar o conforto de sua residência em uma encosta de Mata Atlântica no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, para viver semanas em barcos e cabanas nas margens de igarapés na Amazônia? Muita obstinação e coragem, atributos que definem parte da personalidade de Margaret Mee (1909-1988). 

Soma-se a eles um incrível talento com tintas e pincéis e chega-se à beleza e ao encanto na pintura da página oposta. Ao aliar em seus traços ciência e arte, Margaret tornou-se uma das maiores ilustradoras botânicas do século 20. Em 15 viagens à Amazônia, produziu cerca de 450 pinturas da flora tropical, como orquídeas, bromélias e helicônias, entre outras plantas. Parte desse material pode ser visto no novo livro Flores da Floresta Amazônica, que inclui ainda trechos de seus diários. 

Margaret nasceu em 1909 em Chesham, no condado de Buckingham, na Inglaterra. Quando jovem, frequentou as principais escolas de artes de sua terra natal. Em 1952, com seu segundo marido, o artista gráfico Greville Mee, veio a São Paulo visitar sua irmã. Acabaram ficando no país e, em 1956, Margaret embarcou rumo ao rio Gurupi, em sua primeira expedição amazônica. 

Um trecho de seu diário revela a admiração com que observava a natureza. "Entramos na floresta sozinhas, seduzidas por um campo de plantas maravilhosas: pontas brilhantes e vermelhas de Heliconia glauca [...] e a bela orquídea Gongora maculata, com sua longa inflorescência e seu poderoso perfume aromático, equivalente a centenas de lírios." 

"Margaret sempre buscava modelos que fossem espécimes botânicos representativos ou espécies raras", revela Malena Barretto, coordenadora do curso de ilustração da Escola Nacional de Botânica Tropical do Rio de Janeiro, que conviveu com a artista por dez anos. "Sua arte, além de encantar pela harmonia de formas e cores, também trouxe significativo avanço à ciência." 

Apaixonada pela floresta, em maio de 1988, aos 79 anos, Margaret retornou ao rio Negro. Seu objetivo era pintar a flor-do-luar, espécie de cacto que só floresce à noite e é endêmica na região do arquipélago das Anavilhanas. Depois de horas navegando entre arbustos espinhentos e ásperos em uma canoa, quase ao fim do dia ela atingiu o remoto local onde a flor a esperava - e ilustrou as primeiras imagens dela no hábitat. "Margaret era uma ecologista quando esse termo ainda nem existia e defender a natureza não estava na moda", conta Gilberto Castro, velho amigo e proprietário do barco usado em algumas de suas incursões pela Amazônia. 

Margaret Mee morreu em 1988, em um acidente de carro em Leicestershire, na Inglaterra. Um ano depois, seu marido foi ao Amazonas cumprir o último desejo da esposa: lançar suas cinzas sobre as águas escuras do rio Negro
Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/
ambiente/dama-flores-502111.shtml


Margaret Mee, a ilustradora que revelou segredos das flores da Amazônia

  • 15 de abril de 2016


Margaret Meecopyright imagemTONI MORRISON

Margaret Mee tinha 78 anos quando ele embarcou em uma expedição na Amazônia brasileira para cumprir um dos seus grandes sonhos.
Durante décadas, o ilustrador botânico tinha tentado para capturar a flor da lua misteriosa,Selenicereus wittii, um cacto que floresce apenas para um algumas horas durante a noite.
Apesar de sua aparência frágil, Mee foi uma mulher com uma determinação de aço. Várias vezes ele tentou para pintar a flor, mas tinha encontrado a planta após a floração ou antes de flor deslumbrante surgiu com sua fragrância formidável.
Ele tentou 15 vezes ao longo de três décadas, o primeiro quando tinha 47 anos de idade.Finalmente, em maio de 1988, ele expressou em seu caderno a curta vida da flor. Ele foi a primeira pessoa que conseguiu a pintar em seu ambiente natural.

copyright imagemTONY MORRISON

Agora flor ilustração lua é uma das obras em exibição em uma exposição no Kew Gardens, o Jardim Botânico de Londres, chamados de "Brasil, uma fonte inesgotável de plantas. Margaret Mee, um artista pioneiro e seu legado."
Apenas seis meses depois, Mee morreu em um acidente de carro na Inglaterra.

Viajar para o Brasil

Margaret Mee nasceu em 1909 em Chesham, uma cidade perto de Londres.
Ele estudou arte na institutos de Saint Martin de e Camberwell e chegou ao Brasil em 1951 com seu marido, Greville.

Imagem de direitos autoraisKEW COLLECTION

A irmã de Margaret viveu em São Paulo, onde seu marido havia obtido um emprego como engenheiro.
"Margaret Greville e decidiu para começar uma nova vida no Brasil", Tony disse à BBC Morrison, British escritor e documentarista, que conheceu o artista.

Imagem de direitos autoraisKEW COLLECTION

"Naquela época, Reino Unido era muito diferente do de hoje, em termos de oportunidades de emprego. Em 1951, a Europa ainda estava emergindo da Segunda Guerra Mundial e tudo o necessário para ser reconstruído."

"Em uma mochila"

"Margaret começou a sua vida no Brasil ensinando em uma escola em São Paulo. Nos fins de semana ela e realizada Greville caminhadas pela Serra do Mar", disse Morrison.
O artista caiu no amor com a flora do Brasil e começou a ilustrar plantas. Sua primeira aparição na Amazônia foi em 1956.

copyright imagemTONI MORRISO

Voltando à flor da lua, Morrison recorda que "é polinizada por uma traça ea aliança tem evoluído ao longo de milhares de anos."
"É uma parceria frágil e eu acho que o mundo tem a sorte de que Margaret tinha a energia ea capacidade para capturar pelo menos parte dessa história."




A artista botânica britânica , Margaret Mee (1909-1988), viveu no Brasil e durante trinta anos devotou a vida a viajar acima do rio Amazonas e dos seus vários tributários, realizando expedições onde colectou e pintou várias plantas da Amazónia, nomeadamente orquídeas, bromélias e outras espécies da flora tropical.
Para além da Amazónia, explorou ainda muitos lugares da Europa e da América da Norte. 
Apesar de não ser uma botânica profissional, tinha um vasto conhecimento de plantas, combinando a expressão artística com a natureza e a ciência. 
A sensibilidade artística, aliada ao rigor técnico dos desenhos e à sua personalidade alertaram o mundo para o perigo de extinção de centenas de espécies, ameaçadas pela devastação das florestas do Brasil.



EM BUSCA DAS FLORES DA AMAZÓNIA
Sempre teve orgulho das origens, filha de George John Henderson Brown e Elizabeth Isabella Churman, tinha três irmãos, John , Isabel e Cath Brown. Margaret Ursula Brown, nasceu a 22 de Maio de 1909, em Cresham. 
Desde muito cedo, demonstrou um grande talento para o desenho, tendo a sua tia Elllen, uma artista ilustradora de livros infantis, sido uma forte influência.
Em 1915, quando a Europa estava em plena I Guerra Mundial, o pai foi para a guerra como voluntário, o que a levou a ir viver para Hove com a mãe e seus irmãos. 
Margaret, ou Peggy, como a família a chamava, viveu em Hove até 1922, tendo regressado nesse mesmo ano a Creshman com a família. 
De 1922 a 1925, frequentou a Liceu de Dr. Challoner, saindo em 1925 aos 16 anos com o certificado de educação geral, que lhe permitia progredir na carreia académica. 
Desde muito cedo, mostrou ser uma pessoa com espirito rebelde, pouco ligada às velhas convenções. Assim, nos finais dos anos 20, saiu da cidade natal e foi viver para Londres .
Apesar de ter talento evidente, colocou de lado a faceta artística e ligou-se à vida política. A primeira influência política foi a de Reg Bartlett, que era um famoso membro de uniões sindicais e comunista, vindo a ser o seu primeiro marido. Assim, tal como o marido, Margaret juntou-se ao partido comunista britânico. Foi um membro muito activo na política, uma vez que era boa oradora e mostrava uma grande paixão pelos ideais. 
O seu comportamento, numa sociedade onde as mulheres deveriam permanecer em silêncio sobre estes assuntos, mostrava bem irreverência.
Os anos 30 revelaram ser uma época de inúmeras causas sociais e políticas, as quais fizeram com que ela se envolvesse mais profundamente na política e nos conflitos sociais. Desse modo, dedicou-se a causas como a luta contra a pobreza, a Guerra Civil espanhola e o movimento fascista em Inglaterra. 
Durante a II Guerra Mundial, Margaret Mee alterou-lhe as convicções. Com a ajuda de inúmeros amigos, Margaret acabou por entrar em 1947 para a Escola de Arte de St Martin, em Londres. Foi nessa escola que conheceu Greville Mee, que veio a ser o seu segundo marido. Com o trabalho desenvolvido nessa escola, foi admitida na Escola de Arte de Camberwell (Londres), onde mais tarde se tornou professora. Durante a permanência nessa instituição, Margaret conheceu Victor Pasmore, um dos melhores pintores britânicos, e que teve uma grande influência sobre ela.
Em 1952, Margaret com o intuito de cuidar de uma irmã doente partiu com o marido para a cidade de São Paulo no Brasil. 
O casal ficou tão entusiasmado com a cidade que decidiram lá viver. Nos primeiros tempo, Margaret começou a dar aulas na escola de arte de São Paulo, enquanto o seu marido se ocupava como comerciante de arte.
Entre 1952 e 1956, Margaret Mee, devido à doença da irmã, permaneceu em São Paulo. Durante esse período, o fascínio pela exuberância da mata Atlântica (que na época cobria grande parte do estado, incluindo áreas que hoje fazem parte dos subúrbios urbanos) levou-a a pintar plantas e flores que encontrava em passeios locais. 
Não tardou a sentir-se atraída pelo extraordinário e vasto desafio que representava a Amazónia, mudando-se para Belém do Pará. Nessa altura, começou a interessar-se pelas florestas tropicais, inspirando-se nas pesquisas de um famoso expedicionário Richard Spruce, cujos itinerários serviram de exemplo para as suas próprias expedições. 
Em 1956, fez a primeira viagem à floresta amazónica, algo que lhe marcaria a vida. Foi o despertar de uma paixão que a levaria a realizar quinze expedições à área, entre 1956 e 1988. 
Muitas das viagens foram feitas num pequeno barco, acompanhada apenas por guias da região, ocasionalmente por um ou dois amigos.

Algumas das regiões visitadas foram o rio Negro, rio Vaupés e rio Amazonas. Durante essas viagens, desenhou, pintou e colectou muitas espécies de plantas tal como existem no seu habitat natural. No decorrer dessas viagens, descobriu novas espécies, tendo sido atribuído o seu nome a algumas delas como homenagem.
Mee ainda fez registos de algumas espécies que a comunidade científica pensava extintas, uma vez que não eram vistas há décadas.
Na última expedição, em Maio de 1988, Mee realizou o sonho que tinha desde 1965, e que por muitas vezes tinha tentado concretizar: capturar em papel um evento que poucas pessoas tinham presenciado, o desabrochar da flor da lua, uma espécie rara de cactos, Selenicereus witti (Cactaceae), cujas flores brancas abrem unicamente numa noite de lua cheia no ano. 
Uma declaração de Mee na altura foi “ Enquanto me posicionava ali, com a orla escura da floresta ao meu redor, sentia-me enfeitiçada. Então a primeira pétala começou a mexer-se, depois outra e mais outra e a flor explodiu para a vida”.
(Tribuna do norte –online http://www.tribunadonorte.com.br/)

Nada podia impossibilitar Margaret de registar o que observava. As pinturas eram sempre feitas no campo, em contacto directo com a natureza.
A artista apresentava uma grande irreverência em relação ao papel de mulher, pois fazia viagens à Amazónia sozinha e vivia com os índios na floresta durante essas estadias. Aí enfrentou inúmeras dificuldades, tais como o cansaço, surtos de malária e hepatite, cheias e outros acidentes. Essas dificuldades, e tantas outras como enxames de insectos, contacto com anacondas gigantes e ataques nocturnos de morcegos, são outros exemplos das dificuldades que ultrapassou.
O seu trabalho desde muito cedo começou a atrair atenções e, em 1960 foi convidada pelo Dr. Lyman Smith, um especialista em bromélias, para participar no projecto “Flora Brasílica”. Foi convidada com o intuito de fazer ilustrações na secção de bromélias. Durante os cinco anos do projecto, viajou por todo o país e depressa se tornou numa perita em plantas da família das Bromeliaceae. Veio mais tarde a descobrir novas espécies, três das quais receberam o seu nome. Anteriormente, mais precisamente entre 1952 e 1956, já Mee tinha aperfeiçoado o desenho de bromélias, tornando-se num dos seus temas preferidos ao longo da vida. 
As imagens seguintes, são algumas das pinturas de bromélias feitas por Margaret Mee.
Ligada a este projecto, foi publicado um livro em 1969, escrito por Lyman B. Smith e com pinturas de Mee, intitulado The Bromeliads. Em 1968, foi morar para um subúrbio do Rio de Janeiro, seguindo a sugestão do paisagista e botânico Roberto Burle Marx, responsável por inúmeros jardins e parques públicos do Rio de Janeiro, nos quais utilizou plantas tropicais nativas. Burle Marx foi um dos amigos que a acompanhou nas expedições. Normalmente, além da observação da natureza, tinham o objectivo de colectar espécies de plantas tropicais para os seus jardins. Dessa maneira, Margaret contribuiu muito para o enriquecimento dos Jardins do Rio de Janeiro, doando espécies de plantas recolhidas nessas viagens.
No Rio de Janeiro, Margaret Mee trabalhou ainda com Guido Pabst, que era um perito em orquídeas, e contribuiu para a ilustração do seu livro sobre orquídeas brasileiras Orquídeas Brasileiras, publicado em 1975. Publicou ainda mais dois livros internacionais com as suas pinturas, Flores da Amazónia em 1980 e Em busca de flores na floresta amazónica, editado por Tony Morrison e publicado em 1988. Este último livro, possuía as suas aquarelas, parte do seu diário e dos seus cadernos.
No período de trinta anos em que esteve na Amazónia fez a observação do crescimento rápido da actividade humana, que causava a alteração dos ecossistemas. Estes acontecimentos provocaram-lhe uma grande tristeza e foi-se apercebendo da importância do seu trabalho, pois algumas espécies que tinham sido pintadas anteriormente por ela poderiam já estar extintas. 
A artista apercebeu-se que para além de retractar as plantas lutava pela sua preservação. 
Entre os anos 60 e 70, o Brasil estava sob governo militar, não havendo liberdade para defender a sua causa em público, no entanto esta fazia-o em privado. Assim, quando passou a existir liberdade de expressão, foi uma das primeiras pessoas a falar na devastação da floresta Amazónica. Nos últimos anos dedicou-se à preservação da Amazónia, e levava a mensagem até onde pudesse. Em 1988 viajou até à Inglaterra e aos Estados Unidos para chamar a atenção sobre a devastação crescente e sem sentido das florestas tropicais. Sobreviveu a todos os perigos da selva e acabou por morrer num acidente de carro em Novembro desse mesmo ano.
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DESTINO DO LEGADO DE MARGARET MEE
No inicio dos anos 80, Margaret Mee começou a estar convencida que com a destruição de vários ecossistemas na Amazónia, existiria a hipótese de alguns dos seus desenhos virem a representar plantas extintas. Esse facto fê-la pensar no modo de preservar o seu trabalho. Mesmo assim, viu-se obrigada a vender algumas das pinturas a preços muito inferiores ao valor real. 
Deste modo, nos últimos anos, começou a guardar as melhores aquarelas de cada espécie numa colecção privada a que denominou “Colecção da Amazónia”.
A intenção era vender a colecção a uma instituição americana ou inglesa, onde os seus registos da flora amazónica pudessem ser bem guardados. Tomou essa atitude porque tinha intenções de que a sua colecção fosse mantida fora do Brasil, pois tinha tido experiências desagradáveis com o Instituto Botânico de São Paulo, e ainda por razões pessoais.
Assim em 1984/85 surgiu uma Instituição Americana interessada, no entanto as negociações terminaram no ano de 1986, devido à falta de acordo no preço. Após esta primeira tentativa falhada, continuou com a intenção de vender a sua colecção. Nesse momento, tinha a esperança que o Jardim Botânico Real, em Kew, Inglaterra, lhe comprasse a colecção. Essa vontade era motivada pelo conhecimento que tinha da instituição, adquirido através dos contactos que fez ao longo dos anos com botânicos dessa instituição. Por intermédio de amigos, conseguiu que chegasse ao conhecimento do director da Instituição a sua intenção de vender a colecção, esse, desde logo se mostrou interessado, uma vez que tinha conhecimento do valor cientifico da obra. Em Janeiro de 1988, começaram as negociações para a venda da obra. Nessa mesma altura, estava a trabalhar com Tony Morrison para a compilação do livro Em Busca das Flores da Amazónia. No entanto, as negociações chegaram a um impasse, porque apesar do afecto que tinha pela instituição, Achava que o preço oferecido era inferior ao pretendido. As negociações continuaram, tendo chegado finalmente a um acordo a 28 de Novembro. Ficou acordado o preço da venda, e as aquarelas ficaram à tutela da companhia Trust, que respeitaria determinadas condições, tais como o público tinha acesso fácil à colecção e a vontade de que as pinturas nunca tornariam ao Brasil. Ficou também acordado a criação de bolsas de estudo para novos artistas e biólogos para poderem continuar a estudar a Amazónia.
Fatidicamente, Margaret Mee morreu dois dias depois sem nunca chegar a ver os frutos finais do seu trabalho: tanto o livro Em Busca das Flores da Floresta Amazónia como uma exposição.
Em 1989 foi criada a Fundação Botânica Margaret Mee, com o objectivo de apoiar a novos artistas e biólogos. 
Poucas mulheres conseguiram desenvolver o duplo papel de artista e de activista em prol da natureza. No trabalho, tinha a preocupação académica e cientifica, no entanto, a faceta artística esteve sempre presente, talvez por isso, seja classificada entre os ilustradores científicos mais prestigiados que percorreram o Brasil desde o secúlo XVII.
Através das suas pinturas, deu-nos acesso a um guia vasto e completo de espécies raras, muitas actualmente extintas. Retratava a natureza como um todo e não como espécies individuais, dando a percepção de uma paixão pela Amazónia e a sua preocupação pelo seu futuro.
Margaret Mee era uma das poucas pessoas que, apesar da sua avançada idade ainda tinha muitos sonhos por realizar.
“Sei que a minha morte não significará o fim do meu trabalho. Onde quer que esteja, tentarei influenciar aqueles que estão a destruir o planeta para que dêem à natureza uma hipótese de sobreviver”
Margaret Mee, no Brasil, 1988
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BIBLIOGRAFIA
- Biblioteca Chico Mendes; http://www.chicomendes.br.hpg.ig.com.br/
- Glavão D. ; Moda Brasil ;
http://www.uol.com.br/modabrasil/rio_link/marg_mee
- Hunt Institute for Botanical Documentation, A research Division of Carnigie Mellon University,Pittsburgh, Pennsylvania;
http://www.huntbot.andrew.cmu.edu/HIBD/Departments/DepartmentsS.html
- Museu Nacional de História Natural, Instituição Smithsonian; Plant Press;
http://nmnhwww.si.edu/botany/plantpress
- Nonessuch.info.info; http://www.nonesuchinfo.info/index.htm
- South American Pictures; http://www.south-american-pic.com/feat2/mee.htm
- Tribuna do norte –online; http://www.tribunadonorte.com.br/
- Visual Trip to Barsil; http://www.vivabrasil.com
- Weekly Wires; http://www.weeklywire.com


Trabalho realizado no âmbito da disciplina de História das Ciências, Licenciatura em Bioquímica, Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2002-2003.

Fonte:http://amazonia.no.sapo.pt/MargaretMee.html


Documentário sobre Margaret Mee explora vida e obra da ilustradora botânica apaixonada pela flora amazônica.
Não é nenhuma novidade que a Amazônia atrai hordas de pesquisadores e turistas, todos ávidos por estar frente a frente com tamanha exuberância e variedade rara de ser encontrada em outro canto do globo. Mais difícil ainda é voltar da Floresta Amazônica sem estar completamente apaixonado por suas belezas naturais.
A inglesa Margaret Mee foi uma apaixonada que resolveu fincar raízes no Brasil para ficar mais próxima de seu amor. A ilustradora de traços delicados revelou a beleza da flora amazônica, retratada ao longo das 15 expedições feitas à floresta. Em 1988, comemorou seus 79 anos à beira do Rio Negro, ocasião em que conseguiu retratar a sua tão procurada Flor da Lua (Strophocactus Wittii, também chamada de Selenicereus Witti), um cacto que vive e floresce em apenas uma noite.
Sua extensa obra e sua busca pela flor inspiraram o documentário “Margaret Mee e a Flor da Lua”, com direção de Malu de Martino e narração de Patrícia Pillar. O filme nos apresenta a pioneira e visionária ilustradora botânica, uma das mais importantes artistas do século XX.
Baseado em seus diários e nos depoimentos de pesquisadores e estudiosos, o longa-metragem mostra a paixão de Margaret pela natureza exuberante da Floresta Amazônica e como sua arte alertou o mundo para a necessidade da preservação do meio ambiente, em uma época em que ainda não se falava muito sobre o assunto.
Entre os anos de 1956 e 1988, Margaret Mee reproduziu com precisão as espécies encontradas e estudadas, usando lápis e aquarela sobre papel. Sua obsessão era descobrir, registrar minuciosamente as flores de proporções e originalidade inéditas, em cores vivas e intensas.
A ilustradora começou a pintar plantas que encontrava em suas caminhadas por São Paulo, inaugurando um estilo original que se consagraria com o tempo, com referência ao mesmo tempo científica e sensível, hoje de reconhecido valor no mercado de artes mundial.
A inglesa desembarcou no Brasil em 1952 e nem após sua morte, 36 anos depois, ela deixou nossas terras; suas cinzas foram jogadas na floresta perto da casa em que viveu em Manaus e se eternizou como a Dama das Flores.
O documentário “Margaret Mee e a flor da lua” já está disponível em DVD nas lojas especializadas.
O documentário
Fonte:http://revistaestilobb.com.br/a-dama-das-flores/

Margaret Mee, la ilustradora que reveló secretos de las flores de la Amazonia

  • 15 abril 2016

Margaret MeeImage copyright TONY MORRISON
Image caption Margaret Mee realizó su primera expedición en la Amazonia a los 47 años.

Margaret Mee tenía 78 años cuando se embarcó en una expedición en la Amazonia brasileña para cumplir uno de sus grandes sueños.
Durante décadas, la ilustradora botánica había intentado captar a la misteriosa flor de la luna, Selenicereus wittii, un cactus que sólo florece apenas por unas horas durante una noche.
A pesar de su aspecto frágil, Mee era un mujer con una determinación de hierro. Varias veces había intentado pintar la flor, pero había encontrado la planta después de florecida o antes de que emergiera la imponente flor con su formidable fragancia.
Lo intentó hasta en 15 ocasiones a lo largo de tres décadas, la primera cuando tenía 47 años. Finalmente, en mayo de 1988, plasmó en su cuaderno de bocetos la corta vida de la flor. Fue la primera persona que logró pintarla en su medio natural.

Image copyright Tony Morrison
Image caption Cuando tenía 78 años y después de intentarlo durante décadas, la ilustradora botánica cumplió su sueño de dibujar en su medio natural a la misteriosa flor de la luna, que sólo florece una noche.
Ahora la ilustración de la flor de la luna es una de las obras exhibidas en una muestra en Kew Gardens, el jardín botánico de Londres, llamada "Brasil, una fuente inagotable de plantas. Margaret Mee, artista pionera y su legado".
Apenas seis meses después, Mee falleció en un accidente automovilístico en Inglaterra.

Viaje a Brasil

Margaret Mee nació en 1909 en Chesham, una ciudad cercana a Londres.
Estudió arte en los institutos Saint Martin's y Camberwell y llegó a Brasil en 1951 junto a su esposo Greville.

Orquídea Cattleya violaceaImage copyright KEW COLLECTION
Image caption Orquídea Cattleya violacea. Mee captó la flor en su contexto, resaltando la riqueza del entorno profundamente interconectado.
La hermana de Margaret vivía en Sao Paulo, donde su esposo había obtenido un trabajo como ingeniero.
"Margaret y Greville decidieron iniciar una nueva vida en Brasil", según relató a BBC Mundo Tony Morrison, escritor y documentalista británico que conoció a la artista.

Mítica flor de la lunaImage copyright KEW COLLECTION
Image caption Una de las pinturas de la mítica flor de la luna realizadas por Margaret Mee a los 78 años.
"En aquella época, Reino Unido era un lugar muy diferente al actual, en términos de oportunidades laborales. En 1951 Europa estaba emergiendo todavía de la Segunda Guerra Mundial y todo requería ser reconstruido".

"En una mochila"

"Margaret inició su vida en Brasil enseñando en un colegio en Sao Paulo. Los fines de semana ella y Greville realizaban caminatas por la Serra do Mar", relató Morrison.
La artista se enamoró de la flora de Brasil y comenzó a ilustrar plantas. Su primera excursión en la Amazonia fue en 1956.

Image copyright TONY MORRISON
Image caption Mee realizó su primera expedición en 1956. "Empacó su material para pintar en una mochila y lo protegió envolviéndolo en algunas ropas. También llevaba un revólver", relató el documentalista Tony Morrison.
"Empacó su material para pintar en una mochila y lo protegió envolviéndolo en algunas ropas. También llevaba un revólver", dijo Morrison.
La artista viajaba a menudo en canoa, simplemente con un guía, y pasaba varios días viviendo con comunidades indígenas, mostrando un interés respetuoso en aprender sobre plantas de los habitantes locales.
"Margaret estaba fascinada con la belleza de las flores de la Amazonia, pero también necesitaba dinero para vivir. Así que comenzó a realizar ilustraciones para el Instituto de Botánica de Sao Paulo", señaló Morrison.

Gustavia pulchraImage copyright KEW COLLECTION
Image caption Gustavia Pulchra. A diferencia de otros artistas que prefieren cortar una planta para realizar su trabajo en la comodidad de un estudio, Mee siempre insistía en captar las flores, al menos en bocetos iniciales, en su medio natural
Esos trabajos permitieron un contacto con el jardín botánico de Londres, Kew Gardens, y la difusión de sus obras a nivel internacional.
Mee produjo 40 libros de bocetos, 15 diarios de viaje y extraordinariamente bellas ilustraciones de cientos de orquídeas, bromelias y otras plantas de Brasil.
A diferencia de otros artistas que prefieren cortar una planta para realizar su trabajo en la comodidad de un estudio, Mee siempre insistía en captar las flores, al menos en bocetos iniciales, en su medio natural.

La flor de la noche

Tony Morrison se encontraba en Brasil realizando documentales para la BBC cuando conoció a Mee.

Bocetos para la ilustración de la nocheImage copyright KEW COLLECTION
Image caption Bocetos para la ilustración de la flor de la noche. Mee pintó la flor en su última expedición. Pocos meses después falleció en un accidente automovilístico en Inglaterra.
"Me di cuenta que su ambición de pintar al cactus que florece en una noche y la vida tan corta de esta planta eran una historia maravillosa".
Morrison relató a BBC Mundo aquella extraordinaria noche: "Es casi imposible describir la intensidad de las emociones de todo nuestro equipo".
"Gilberto Castro levantó a Margaret para que pudiera sentarse en el techo de su pequeña canoa. Sue Loram, una de las primera compañeras de viaje de Margaret, sostuvo las luces, Brian Sewell filmaba y Sally Westminster, una de sus grandes admiradoras, estaba allí para ayudar en lo que fuera necesario", cuenta Morrison.

Margaret MeeImage copyright TONY MORRISON
Image caption La artista pintando en el Río Negro en 1988. Mee produjo 40 libros de bocetos, 15 diarios de viaje y extraordinariamente bellas ilustraciones de cientos de orquídeas, bromelias y otras plantas de Brasil.
"Yo sostenía el micrófono y urgía a todos a que se mantuvieran callados. Y Margaret siguió dibujando durante toda la noche. Algo increíble ya que tenía casi 79 años. Al amanecer sabíamos que la pintura era una realidad".

"Energía y habilidad"

Las obras de Margaret Mee son un llamado a conservar un mundo frágil y amenazado.

Margaret Mee y su esposo GrevilleImage copyright TONY MORRISON
Image caption Margaret Mee y su esposo Greville en su hogar en Santa Teresa, en Río de Janeiro.
"Muchas áreas de la Amazonia, no sólo en Brasil, se han abierto a la agricultura. Pensemos por ejemplo en Sinop, en Mato Grosso, apenas había algunas chozas cuando Margaret estuvo allí en 1964. Hoy hay una ciudad con más de 100.000 habitantes", dijo Morrison.

Neoregelia margaretaeImage copyright KEW COLLECTION
Image caption Neoregelia margaretae. La exhibición en Kew Gardens, el jardín botánico de Londres, también incluye trabajos de ilustradores botánicos brasileños como Patricia Villela y Álvaro Nunes.
Para Shirley Sherwood, curadora de la muestra en Kew y de cuya colección personal provienen varias de las obras exhibidas, "los viajes de Margaret y su apasionada defensa del medio ambiente han inspirado a muchos otros a pintar directamente en el medio natural".
"La muestra de Kew enfatiza su legado viviente", señala Sherwood.
El legado de Mee sigue vivo no sólo en sus obras. La fundación que lleva su nombre otorga becas a jóvenes artistas de Brasil para que viajen a Londres a estudiar ilustración botánica en Kew Gardens.

Margaret Mee en 1964 con integrantes de la tribu Waika/YanomaniImage copyright OTIS IMBODEN
Image caption Margaret Mee en 1964 con integrantes de la tribu Waika/Yanomani. La artista pasaba días conviviendo con las comunidades locales.
Volviendo a la flor de la luna, Morrison recuerda que "es polinizada por una polilla y esa alianza ha evolucionado a lo largo de miles de años".
"Es una asociación frágil y pienso que el mundo es afortunado de que Margaret tuvo la energía y la habilidad para captar al menos parte de esa historia."


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