IRÃ "JOGA XADREZ" COM OS EUA, ABANDONANDO O DÓLAR



Funcionário do setor petrolífero iraniano vai de bicicleta 
perto da refinaria petrolífera no sul de Teerã, Irã

Irã 'joga xadrez' com EUA, abandonando o dólar


"O Irã decidiu realizar o seu comércio de petróleo em euros, ao invés de dólares norte-americanos, de acordo com a informação não confirmada. O analista econômico Shabbir Razvi disse à "Sputnik" que Teerã está aparentemente jogando um jogo "delicado" de xadrez com Washington.

"O Irã está tentando fazer com que as suas relações com os EUA e o mundo sejam melhores do que eram no passado recente. No entanto, ao mesmo tempo, o Irã não quer que os EUA se tornem mais fortes. Isto é realmente um jogo de xadrez que os iranianos estão jogando com os EUA", observou o diretor da "Fundação Internacional de Diálogo", sediada em Londres.

Os acordos de petróleo do Irã em euros já foram concluídos com a Total francesa, a Lukoil da Rússia e a Cepsa espanhola, disse à [agência norte-ameticana de notícias] Reuters uma fonte não identificada na Companhia Nacional de Petróleo iraniana na sexta-feira (5).

A lógica por trás da decisão do Irã é simples: se Teerã se afastar do petrodólar, os EUA terão menos controle do mercado do petróleo.No momento, o dólar é a moeda de todas as operações de commodities em nível mundial, especialmente no comércio de petróleo.

"Esta é literalmente a única razão de o dólar e a economia dos EUA estarem estáveis", destaca o analista.

Razvi também apontou que as elites financeiras ocidentais "necessitam do sistema do petrodólar" e que elas estão dispostas a utilizar quaisquer medidas, até campanhas militares [como já fizeram com o Iraque e a Líbia pela mesma razão de ameaça de abandono do petrodólar], para proteger o status quo. Teerã está bem consciente das implicações da sua decisão, por isso realiza um " delicado jogo de xadrez " com os EUA.

"Saddam Hussein começou a vender petróleo em euros e nós sabemos o que aconteceu com o Iraque depois de 2001", frisou o analista.

Um destino semelhante aguardou a Líbia, cujo líder, Muamar Kadafi, foi morto depois de uma intervenção liderada pela OTAN. Kadafi era um firme defensor da introdução de uma nova moeda, o dinar de ouro, para rivalizar com o dólar e o euro.

No entanto, Razvi enfatizou que as chances de os EUA lançarem um ataque contra o Irã são escassas.

Segundo as previsões, a implementação do acordo iraniano, firmado em 14 de julho de 2015, virá adicionar pelo menos 500 mil barris por dia ao mercado de petróleo. Para Teerã, aumentar a produção desse combustível é uma forma de compensar as perdas financeiras que o país sofreu quando estava sob as sanções, levantadas em 16 de Janeiro passado por parte tanto dos EUA como da União Europeia."

FONTE:
 da agência "Sputnik". Publicado no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/276021-9). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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