UM JESUS DE GOA DIFERENTE E PRÓXIMO DE NÓS


Conversámos com um Jesus que "apimenta" Lisboa, uma Maria que é de Belém e quer ser "de todos nós", uma São José que é também Maria, uma Belchior e até uma Natal. É um "presépio" vivo e com histórias. 


Por Tiago Palma

Um Jesus que cozinha, é de Goa e fã de Bruce Lee e um(a) Belchior que não traz ouro mas cantigas aos meninos


24 Dezembro 2015 

O menino Jesus (pelo menos este, Jesuslee) não nasceu em Belém, mas em Goa. Em 1979. E, ao contrário de Jesus de Nazaré, não choramingou pela primeira vez numa manjedoura, nas palhinhas deitado, mas às mãos de um médico, numa maternidade indiana. Não se sabe se é ou não milagreiro e, quanto a curar, só cura a fome a quem é apreciador de comida boa e bem (e acentue-se o “bem”) condimentada.
Sentam-se todos dias “apóstolos” às dezenas na sua mesa, não para a última ceia, mas para comer e bebericar o que serve. E serve comida goesa, apimentadíssima e não aconselhada (ele diz que sim, que se aconselha, mas não se fie neste “Messias” dos tachos) a paladares mais sensíveis.
Tem um nome que são dois este Jesus: Jesuslee. E a culpa é do pai – não, não foi S. José que lhe deu o nome. Ele recorda: “A minha mãe é católica. O meu pai também é, mas a minha mãe é muito, muito católica. E queria que eu me chamasse Jesus. Mas o meu pai era fã do Bruce Lee e queria que eu me chamasse Lee. O problema é que na Índia é proibido por lei saber o sexo do bebé até que nasça. Então eles, para além de Jesuslee, tinham uma alternativa para o caso de eu nascer rapariga: Marylee. Nasci rapaz, fiquei Jesuslee [di-lo com sotaque inglês] e não falhei o dia 25 por muito. Nasci um dia antes do Dia de Reis, a 5 de janeiro.”

Este Jesus também é de cear. E conta-nos como é a ceia em Goa: picante, pois claro

A mãe, católica, escolheu o primeiro nome. O pai, fã de Bruce Lee, o segundo. Depois foi só uni-los (Créditos: Michael M. Matias/Observador)
Contada que está a história do nome, voltamos a ela daqui a nada. Siga-se a paparoca. A conversa com Jesus fez-se à mesa do restaurante que abriu na Rua de S. José, paralela à Avenida da Liberdade, em Lisboa. Está cá há três anos, sempre com casa cheia, seja almoço ou jantar. Todos os dias. É ele que cozinha e nenhum dos ajudantes se pode sequer chegar aos tachos ou deitar a mão aos temperos. Chamou ao restaurante “Jesus é Goês”. “Um dia saiu num jornal um artigo sobre mim. Ainda não estava aqui, mas na Mouraria. E dizia lá: ‘O melhor chefe goês de Lisboa chama-se Jesus’. Se eu quisesse lembrar-me de um nome melhor, não conseguia. E ficou ‘Jesus é Goês’. O engraçado é que nós estamos aqui ao lado da Igreja de S. José, que é do ‘meu pai’ [risos], e como eu, quando abri, só tinha na vitrina ‘Jesus é Goês’ e não que era um restaurante, o padre veio cá ter comigo e perguntou-se se isto era um culto ou uma seita.”
Jesus encheu-nos a mesa de pratos natalícios das tradições de Goa. O que mais se come é o sarapatel. “Eu sirvo o sarapatel no restaurante com ovo escalfado por cima, que era como o meu avô fazia – e sempre se fez em minha casa. É um prato de origem portuguesa e que foi levado para Goa por portugueses. Em Portugal, como na Índia, a matança do porco é um dia de festa. Comer o porco é sinal de fartura. E o sarapatel é cozinhado com as miudezas do porco. Mas também leva especiarias, fica três semanas a apurar no frigorífico, e é muito, muito picante. Mas também comemos javali em minha casa, por exemplo, porque o meu avô e bisavô eram caçadores.”
Dá-se um gole prolongado na cerveja – “Água? Isto não se pode comer com água!…” –, e mesmo com os lábios a arder e a testa a suar em bica, avança-se para o prato seguinte, que é a sobremesa. Em Goa, à mesa de Natal, há sempre bebinca. “Também é um prato de origem portuguesa. Diz-se que foi uma freira portuguesa, uma tal de Bebiana, que levou para lá um doce conventual com ovos e açúcar caramelizado. Nós, como está bom de ver, acrescentámos-lhe as especiarias, noz-moscada e canela, e o leite de coco. É uma sobremesa que vai ao forno por camadas. São 11 camadas e cada uma demora uma hora a cozinhar. Está 11 horas no forno. Mas é bom, muito bom”, lembra, entre garfadas.
"Eu quis ser padre. Um padre Jesus? Não lembra nem ao diabo. E o meu avô disse-me: 'O meu neto, o meu primeiro neto homem, padre? Nem pensar. Tens que dar continuação à família.' E eu pensei cá para mim: 'Ai não querem que eu seja padre? Logo eu, que me chamo Jesus? Então vou ser o demónio daqui em diante!"

Jesuslee Fernandes

Com o estômago refastelado e as bochechas a fervilhar do picante, voltamos ao nome de Jesus. Ou Jesuslee. “Eu vivi em Goa até aos 14 anos. E claro que, com um nome assim, os miúdos gozavam comigo na escola. Perguntavam se eu queria ser o Homem Santo ou o homem do Jeet Kune Do, o Bruce Lee. E a verdade é que eu até quis ser o primeiro; quis ser padre.” Padre? “É. Ninguém acredita. Em Goa, eu morava na casa ao lado da igreja. E era um dos acólitos que ajudava o padre na missa. Um dia houve um retiro, fomos uma dúzia de rapazes para lá e três de nós gostámos tanto daquilo que voltámos com a ideia de sermos padres. Eu era um dos rapazes. Toda a gente gozou comigo: eu chamava-me Jesus e queria ser padre. Não lembra nem ao diabo.”
Só não o foi porque o avô não deixou. “Na altura, se eu quisesse seguir para o Seminário, tinha que ter a autorização do meu avô. Ainda me lembro do que ele me respondeu: ‘O meu neto, o meu primeiro neto homem, padre? Nem pensar. Tens que dar continuação à família.’ E eu pensei cá para mim: ‘Ai não querem que eu seja padre? Logo eu, que me chamo Jesus? Então vou ser o demónio daqui para a frente!’”
Todos os anos Jesus tenta ir passar o Natal a Goa com a mãe. Ou, pelo menos, ano sim, ano não. “A tradição católica em Goa é diferente da de cá. Ou melhor, é como a de cá, mas a das aldeias e não a de Lisboa. Lá não se trocam presentes na noite de Natal. Vai-se à Missa do Galo, volta-se para cear e dançar.” Numa das vezes em que ficou por Lisboa, sozinho, Jesus também foi dançar. “Estava tão aborrecido que acabei a noite nos copos. Fui para o Kremlin na noite de Natal, que era a única discoteca aberta a 25. E diverti-me à grande.”
Este Natal, e pela primeira vez, vai abrir as portas do “Jesus é Goês” na consoada “Os meus clientes é que me pediram. Estão fartos da comida de Natal, enfartados com tantos doces e querem comer algo diferente. E não há nada que me dê mais prazer, não há melhor presente, do que ver as pessoas felizes, no Natal e o ano inteiro, com aquilo que cozinho para elas.”

A Bell que não traz ouro ao Menino, mas conta histórias (como o avô Belchior) a cantar

O apelido Belchior herdou-o do avô. Como atriz era "a" Sampaio. Na música optou por "Bell" (Créditos: Michael M. Matias/Observador)
Almoço despachado, deixámos Jesus a descansar nas palhinhas do seu restaurante goês, que à noite há mais bocas sedentas de serem apimentas. Avançamos para um Rei Mago. À falta de um Gaspar e outro Baltazar, ficou o Belchior não faltou à conversa. Ou melhor, “a” Belchior. Não trouxe consigo ouro, que os dias são de crise, mas trouxe as cantigas. Uma cantiga, aliás: “Thinking About You“. É o primeiro single de Maria Belchior Sampaio.
Mas chamemos-lhes só Bell. “É curioso que eu produzi o meu disco em 2014 e fi-lo por altura do Natal. Como é que escolhemos o nome? Eu chamo-me Maria Sampaio, mas os meus produtores, que são norte-americanos, diziam-me que Maria era demasiado hispânico e que Sampaio não era um nome que ficasse no ouvido. Então, eu disse-lhes que também era Belchior, por parte da minha mãe. ‘Belchior?’ Ficou Bell. Que em inglês significa sino, o que também é profundamente natalício. Está tudo interligado. E também há a questão do nascimento. O Natal é a época do nascimento de Jesus e eu, com este primeiro disco, também me sinto a renascer.”
Bell não nos é propriamente um rosto estranho. Nem voz. Conhecemo-la como atriz. Participou em novelas, fez teatro musical, do “Rent” ao “Fame”, mas a música sempre foi algo que nunca explorou a solo. Então, porquê agora? A história é longa e começou na Academia de Música de Santa Cecília. Bell estudou lá do 5.º ao 12.º ano. “Eu comecei a cantar, a estudar música, e só depois, na ida para a faculdade, é que comecei a estudar teatro e a representar. Mas em Santa Cecília o Natal sempre foi algo muito, muito presente. Eu fazia parte do coro. E nós atuávamos todos os anos, ora na Gulbenkian, ora na Aula Magna. Mas aquele concerto de que eu gostava mais era o de Natal, na Igreja da Graça. Ensaiávamos três meses para aquele dia. E ensaiávamos no ginásio. Mas é curioso que, no coro, eu sempre quis ser solista. Mas só aos 30 anos é que me decidi, agora ou nunca, a gravar o meu primeiro disco.”
"A história do nome Belchior? O meu avô contava-nos que teria sido um soldado francês a deixar uma alenquerense de esperanças. Ou que foi trazido por uma cigana colombiana, que também viveu há muitos séculos em Alenquer. Não sei. Mas sei que herdei dele isto de contar histórias."

Maria Belchior "Bell" Sampaio

Voltemos ao nome: Belchior. Um nome que carrega histórias, mas também uma ligação às artes. “Belchior era o meu avô. Eu conheci-o mal. Ele morreu quando eu tinha seis anos. É que eu já vim fora de horas. A minha mãe teve-me quando tinha 43 anos. E andou grávida de mim quando a minha irmã e a minha cunhada andaram, com pouquíssimos meses de diferença. Portanto, eu sou tia de putos que são quase da minha idade. E o Natal em minha casa é sempre casa cheia. Irmãos, somos quatro. Sobrinhos, tenho 12 ou 13 — são tantos que até lhes perdi a conta. Éramos umas 40 pessoas todos os anos na casa dos meus pais. E muitas delas, sobretudo os meus sobrinhos, também cantam. E bem. E a minha mãe é poetisa. Eu acho que ela sempre quis ser atriz como eu. Ou cantar. Mas ela cresceu nas décadas de 1940 e 50, a família era muito conservadora, e ela acabou por encorajar-me a seguir a via das artes. E também a assinar como Belchior. Maria Belchior.”
Maria nunca o fez. Pelo menos profissionalmente. “A minha mãe sempre quis, mas quando eu comecei a representar, e mesmo na escola, toda a gente me chamava Sampaio, ‘a’ Sampaio, e foi ficando. Mas ela quase que fazia uma birrinha, porque o meu avô só teve duas filhas mulheres e o nome tende a perder-se geração após geração. Ficou contentíssima quando soube que eu ia assinar como ‘Bell’ no disco.”
A família materna de Maria é de Alenquer. É de lá que vem o seu Belchior. “O meu avô era um contador de histórias do caraças. Os meus irmãos, como são mais velhos do que eu, são quarentões e cinquentões, e a minha mãe é que o recorda assim. Ele tinha muito orgulho no apelido dele. Aliás, fazia finca-pé em que só o tratassem por Belchior. Ele era agricultor, tinha a quinta dele mas era um homem muito literato e viajado. E dizia-lhes, aos netos e filhos, que o nome Belchior, de Alenquer, tinha duas histórias por detrás. Uma remonta às invasões francesas. Terá sido um soldado francês a deixar lá uma alenquerense de esperanças. A outra, contava o meu avô Belchior, tem origem numa cigana colombiana, que também viveu há muitos séculos em Alenquer. Não sei se é verdade ou não. Mas sei que tanto a minha mãe, que escreve poesia, como eu, que escrevo as minhas canções, temos muito dele nisto de contar histórias.”

A Maria de Belém que não é a do presépio mas quer ser a do Palácio

Maria de Belém herdou o nome próprio, não de uma tia, mas de uma aluna que era querida a essa tia (Créditos: Leonel de Castro/Global Imagens)
Desde há uns meses que Maria calcorreia o país na estrada, de norte a sul, não em aparições, mas aparecendo, sim, só que em pré-campanha eleitoral. Esta Maria é de Belém e quer chegar ao palácio da Presidência em janeiro – que também é de Belém, mas em Lisboa, ali a dois passos dos pastéis, e não na Terra Santa.
O Natal de Maria de Belém sempre se fez no Porto. “Era um Natal diferente do que é hoje. Hoje, as famílias estão mais distantes, mesmo geograficamente, e utilizam o Natal como um pretexto, um bom pretexto para se reunirem. Naquela altura não. Eu recordo-me, na minha infância, de ter a casa cheia o ano inteiro. A família vivia toda próxima e o ‘Natal’ era o ano todo. Mas claro que no dia 25 de dezembro a ementa era outra, havia o presépio, que era uma coisa que eu adorava fazer, e divertia-me muito.”
"Nunca tinha conhecido nenhuma Maria de Belém. Na faculdade conheci uma. Felizmente, foi só no primeiro ano de faculdade e nunca mais soube dela. Quase que sentia que era um roubo de identidade."

Maria de Belém Roseira

Assina Maria de Belém Roseira. Mas, na política, como na infância e até nos tempos de estudante universitária, sempre foi tratada por Maria de Belém. A história do nome não é natalícia e menos ainda tem uma razão católica de ser. “Eu tinha uma tia, de quem os meus pais gostavam muito, que morreu cedo. Mesmo antes de eu nascer. E essa minha tia, que era uma mulher estupenda e até sobredotada, era professora. E como professora que era, tinha uma aluna preferida. Chamava-se Maria de Belém. Quando eu nasci, os meus pais resolveram homenageá-la e deram-me o nome dessa aluna que lhe era muito querida.”
Maria de Belém sempre conviveu bem com o nome. Até porque não havia quem tivesse nome igual e isso fazia-a sentir-se “singular”. Ninguém, ou quase ninguém. “Não, o meu nome nunca gerou brincadeiras de criança. Até podia, mas não. E eu gostava do nome. Mas é curioso que, nunca tendo conhecido nenhuma Maria de Belém, mal chego à faculdade e dou logo de caras com uma e na minha turma. Felizmente, foi só no primeiro ano de faculdade e nunca mais soube dessa Maria de Belém. Quase que sentia que era um roubo de identidade”, graceja Maria de Belém Roseira, apressada pela agenda de pré-campanha Presidencial que a levou até Braga na tarde em que conversou com o Observador. Não para levar o Menino a ver ao Bom Jesus, mas para tentar levar a candidatura a bom porto — e entenda-se por “porto” o Palácio de Belém.

Duas jornalistas. Uma São José que não pôde ser Maria e uma Natal que não quis sê-lo

Lá diz o ditado: Há mais Marias na Terra. Mas duas com nomes da natividade, não. Mais a mais, duas jornalistas com muitos anos de ofício. Maria de São José Almeida e Maria Natal Vaz. Uma e outra, profissionalmente, deixaram cair o nome próprio Maria e assinam apenas São José Almeida e Natal Vaz.
À São José, não se lhe chame só São, porque não é Conceição. E faz disto ponto prévio na conversa – qualquer conversa, aliás. “Quando cheguei ao jornalismo, eu queria assinar como Maria de São José Almeida. O problema é que o nome era demasiado extenso para caber na coluna do Público. E também já existia uma Maria de São José na altura na TSF. Então fiquei São José Almeida.”
"Nas visitas de Estado ao estrangeiro pensam que 'São' é 'Senhor'. Não raras vezes tenho um lugar marcado como 'Sir José Almeida' à mesa."
São José Almeida
O nome de São José já deu azo (e continua a dar) a muitos enganos. “Confundiam-me com um homem. Confundiam-me e confundem. Essa é a primeira confusão. Mas há outra: quando vou em visitas de Estado ao estrangeiro pensam que ‘São’ é ‘Senhor’ e não raras vezes tenho um lugar marcado como ‘Sir José Almeida’.”
A origem do nome está ligada à natividade. Ou é ‘evocativo’, como São José Almeida conta. E não é a única entre irmãos a ter um nome católico. “Os meus pais são católicos. Eu diria mesmo que profundamente católicos e com uma vivência religiosa forte. A minha irmã chama-se Maria de São Luís e os meus irmãos são José Maria e Luís de Santa Maria.”
Natal Vaz deixou a agitação das redações, particularmente da redação da Agência Lusa, há um par de anos. E o nome continua, mesmo hoje, e tantos anos depois, a aguçar a curiosidade alheia. “Nunca pensei que, com esta idade, e tenho 65 anos, ainda me perguntassem pelo meu nome. Eu cheguei a ir, há muitos anos, a um programa do Carlos Pinto Coelho só para falar disto.” A história é simples: “Eu nasci às 11 da manhã do dia 25 de dezembro. E o meu pai quis chamar-me Natal. Maria Natal. O que não foi fácil na época. Mas o empenho dele foi tanto que conseguiu contornar a burocracia do Registo Civil – diziam-lhe que Natal era um nome masculino e que tinha de escolher outro — e batizou-me mesmo como Natal.”
"Nasci no dia de Natal. É por isso que me chamo Natal. E não é nada simpático fazer anos no dia de Natal. Não podia convidar os meus amiguinhos para uma festa. Como é que resolvi isto? O meu irmão fazia anos em maio e 'obriguei' os meus pais a oferecerem-me presentes quando ofereciam ao meu irmão."

Natal Vaz

Tal como São José, Natal sempre foi tida no jornalismo como sendo um homem. “Eu tenho 40 anos disto. 40 anos. E até ao fim ligavam para mim, até institucionalmente, dos governos e tudo o mais, a pedir para falar com o senhor Natal. Ou, então, chamavam-me Natália. Até na escola, em miúda, achavam que era Natália e não Natal. Quando lhes dizia que não, que era mesmo Natal, riam-se como se tivessem descoberto a pólvora. Eu sempre gostei do meu nome e nunca pensei sequer em mudá-lo. E nem fazia questão de me chamar Maria Vaz, mas Natal Vaz.”
Nascer no dia de Natal, quando se é criança, é um berbicacho. Para o aniversariante e para os pais. “Não é nada simpático fazer anos no dia de Natal. Não podia convidar os meus amiguinhos para uma festa, porque era dia de se estar em família. E isso aborrecia-me. Como é que resolvi isto? O meu irmão fazia anos em maio e ‘obriguei’ os meus pais a oferecerem-me presentes quando ofereciam ao meu irmão pelos anos. Mas há outra história curiosa com o nome. Esse meu irmão, nem de propósito, como em pequenino não sabia dizer Natal, chamava-me Tai. Tai para aqui, Tai para ali, o nome pegou e hoje toda a gente me chama Tai e não Natal.”

Fonte:http://observador.pt/especiais/um-jesus-cozinha-goa-fa-bruce-lee-belchior-nao-traz-ouro-cantigas-aos-meninos/

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