AMIT GOSWAMI - UNINDO CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE



AMIT GOSWAMI - UNINDO CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE



Referência mundial em estudos que buscam conciliar ciência e espiritualidade, Amit Goswami é físico nuclear,  Ph.D em física quântica pela Universidade de Calcutá, Índia, conferencista , pesquisador e professor emérito do departamento de Física da Universidade de Oregon, EUA. Leciona regularmente no Ernest Holmes Institute e na Philosophical Research University, em Los Angeles. Também é membro do Instituto de Ciências Noéticas (IONS).


Amit nasceu em 4 de novembro de 1936 na India, filho de um guru hinduísta. Goswami doutorou-se pela Universidade de Calcutá em 1964, mudando-se em seguida para os Estados Unidos. Foi pesquisador e professor titular de física teórica da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, por 32 anos a partir de 1968.

Enfrentou problemas no ambiente acadêmico e no âmbito particular. Como resultado, entrou em profunda crise. Sua batalha íntima o levou a somar forças entre a espiritualidade e a ciência.

Após um período de crise na carreira, mudou seu foco de pesquisa para cosmologia quântica e aplicações da física quântica ao problema da relação mente-corpo. Publicou o polêmico best-seller A Física da Alma.

Tem buscado - por meios acadêmicos - traçar uma ponte entre a ciência (mais especificamente a física quântica) e a espiritualidade.  

Alia em seu trabalho o conhecimento de tradições espiritualistas com exploração científica, buscando unificar espiritualidade e física quântica. Participou do filme chamado Quem somos nós? (What The Bleep Do We Know? em inglês), que se tornou sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, sendo também muito difundido em DVD no Brasil.

Já foi rotulado de místico, pela comunidade científica, e acabou acalmando os críticos através de várias publicações técnicas a respeito de suas idéias. No seu livro "O Universo Autoconsciente", ele procura demonstrar que o Universo é matematicamente inconsistente sem a existência de um conjunto superior - no caso, Deus. E diz que, se esses estudos se desenvolverem, logo no início do terceiro milênio Deus será objeto de ciência, e não mais de religião.


Amit optou pelo caminho do meio, tendo como grande aliado a mecânica/física quântica – com todos os elementos complementares como o movimento descontínuo e a não-localidade quântica (ou em outras palavras o “céu”, o domínio transcendente da matéria, fora do espaço-tempo, que gera eventos que podem ser localizados: a Sincronicidade).

O Universo Autoconsciente – Como a consciência cria o mundo material  de Amit Goswami  desconstrói a convicção de que a matéria é o elemento formador da criação. Em vez disso, Amit afirma que o verdadeiro fundamento do que conhecemos vem da consciência, transcendental, fora do espaço-tempo, não local e onipresente e que o mundo físico está submetido a ela. O realismo materialista não é parâmetro para o que é real, mas sim a consciência. Goswami escolhe como escola preferida o Idealismo Monista, que ao invés de postular que tudo (inclusive a consciência) é constituído de matéria, mostra que a matéria nasce da consciência e que é manipulada por ela. Esta filosofia afirma que a realidade da matéria é secundária à da consciência. Os físicos explicam fenômenos, mas a consciência não é um fenômeno. Goswami diz que tudo é fenômeno da consciência.



Autor de inúmeros artigos científicos publicados em revistas de medicina, economia e psicologia, escreveu também vários livros que estabelecem a relação entre física quântica e espiritualidade, dentre as quais se destacam o best-seller A Física da Alma, Criatividade Quântica e o revolucionário e seminal O Universo Autoconsciente, dentre outros.

É autor de outros livros traduzidos para o português como A Janela Visionária, O Médico Quântico,  e Evolução Criativa das Espécies.


Foi materialista dos 14 aos 45 anos de idade, mas a impossibilidade de conciliar o problema da consciência com o fato de que tudo (inclusive a consciência, na concepção da ciência materialista) provém do colapso da onda de possibilidades o levou à meditação e à busca da conciliação da ciência com a noção oriental de consciência.

Partindo de princípios da física quântica como o movimento descontínuo, a não-localidade e a causalidade descendente (a necessidade do observador para o colapso da onda de possibilidade em realidade), Goswami amplia teoricamente essa visão e a aplica a vários domínios da realidade.

Assim, esboça uma proposta de estudo da evolução das espécies em saltos, baseando-se nas lacunas dos achados fósseis entre as espécies conhecidas. A explicação para essas lacunas estaria na necessidade de que se acumulassem mutações em quantidade e qualidade suficientes para que uma nova espécie possível colapsasse a partir das possibilidades internas acumuladas.





No estudo da mente, afirma a impossibilidade da consciência como epifenômeno da matéria, porque neste caso ela não poderia ser causativa. A consciência a que se refere Goswami não é, claramente, a individual, que ele considera na linha da tradição filosófica hindu como uma ilusão criada pela história pessoal. A consciência, como a mente, são um todo - por este motivo é que existe apenas uma razão, uma matemática.
Amit diz que CONSCIÊNCIA (“ver sem a consciência de ver”, ou seja, captar ondas fora do espectro da percepção) é diferente de PERCEPÇÃO (a consciência de ver). Os objetos materiais (uma bola) e os objetos mentais (como pensar em uma bola) são os dois, objetos na consciência, um não existe sem o outro. O fato é esse: o universo só existe se percebido. Quantas vezes você só foi perceber a existência de algum objeto depois de ser chamado a atenção? Isso quer dizer que vemos o que existe porque a nossa visão faz o objeto existir. 



Na mesma linha de pensamento, o livre-arbítrio é uma farsa porque as nossas escolhas “livres” são pré-determinadas pelo ego. Ser livre é poder dizer não a respostas condicionadas. O que fazemos é dirigir a força da criatividade para a identidade do self, fortalecendo-o. Jung diz que o self é a origem da vida psíquica, o centro da personalidade; outras vezes refere-se a sua realização como o objetivo. O conceito de pecado gera o nosso “inferno” porque alimentamos e materializamos o self e tudo isso baseado em crenças partidárias, em limitações cartesianas. 

As nossas crenças não nasceram conosco, foram assimiladas e absorvidas: tudo pode ser recompreendido, alterado, simplesmente ao não nos apegarmos a elas.


Atualmente dedica-se a ministrar palestras por todo o mundo. Esteve no Brasil em 2007, 2008 e 2010 a convite da Editora Aleph para realização de workshops sobre diversos temas.

Foi palestrante convidado da Conferência Internacional Ethos, e também ministrou palestras em grandes empresas como Natura e Banco Real.

Goswami acaba de lançar no Brasil seu premiado documentário O Ativista Quântico, além do seu mais recente livro de mesmo nome.



As Evidências Científicas da Espiritualidade - por Amit Goswami (extraído do livro O Ativista Quântico)

"A ciência descobriu a espiritualidade. Hoje, há uma teoria científica logicamente consistente sobre Deus e a espiritualidade com base na física quântica e no primado da consciência. E temos dados experimentais replicados apoiando essa teoria. Noutras palavras, embora a mídia ainda não alardeie isso, há agora uma ciência viável da espiritualidade prenunciando uma mudança de paradigma, a superação da atual visão de mundo que estimula exclusivamente a materialidade.

Você pode chamar a nova ciência de ciência de Deus, mas não precisa fazê-lo. Na nova ciência, não existe Deus como um imperador todo poderoso, fazendo julgamentos a torto e a direito; existe uma inteligência pervasiva que também é o agente criativo da consciência, e que você pode chamar de Deus, se quiser. Mas esse Deus é objetivo, é científico.

E o que devemos fazer a respeito disso? O que podemos fazer para devolver Deus – na verdade, nossa própria fonte superior de causação – e a espiritualidade a nossas vidas e à sociedade? A resposta que apresento é o ativismo quântico, um movimento renovador com tríplice propósito.

Primeiro, recorremos ao ativismo a fim de chamar a atenção da mídia para o pensamento quântico e o primado da consciência; isso vai gerar apoio a novas pesquisas e conferir peso e reconhecimento ao novo paradigma em  detrimento da ciência mecanicista tradicional.
Segundo, usamos o poder transformador da física quântica para nos transformar individualmente e nos tornar exemplos e arautos da mudança social.

Terceiro, reconhecemos que a atual estrutura social, dominada pelo materialismo, não favorece a iniciativa das pessoas comuns que desejam ter uma vida significativa, criativa e transformadora. Assim, defendemos o ativismo como instrumento de mudança de nossas instituições sociais, de maneira a permitir que todos possam realizar seu potencial humano e alcançar a felicidade, o que só é possível por meio de metas criativas e espirituais. 
Há alguns anos, estava realizando uma palestra no Brasil sobre o recém-surgido paradigma da ciência baseado na física quântica. Um participante me desafiou:
– Já ouvi falar muito sobre novas interpretações que integram ciência e espiritualidade. Mas isso não é só teoria? Quando é que vocês vão nos apresentar comprovações ou dados?

Por um instante, fiquei abalado, mas depois respondi:
– Na verdade, fizemos nosso trabalho. As evidências científicas da espiritualidade, incluindo dados experimentais, estão aqui. Mas eu pergunto: o que estamos fazendo com elas?
A pergunta deu margem a muitos questionamentos, alguns dos quais descrevo a seguir.

• Se a espiritualidade foi restabelecida pela ciência em nossa vida, então devemos observá-la. Minha formação religiosa diz que devemos ser virtuosos. Eu gostaria de me tornar um ser humano mais amoroso, sincero, justo e solidário. A nova ciência pode me ajudar?

• Quando penso na espiritualidade, penso em Deus, e tenho dúvidas sobre Ele. Essas dúvidas fizeram com que eu me voltasse para objetivos materiais, que não me deixaram mais feliz. Eu gostaria de resgatar a espiritualidade em minha vida. O que tem a dizer a nova ciência?

• Se a espiritualidade é real, isso significa ter de abdicar de metas materiais em seu benefício? E se eu quiser explorar meu potencial criativo?

• Desisti de Deus, pois não entendo como um Deus bom permite que aconteçam tantas coisas ruins. Não consigo aceitar a divisão entre bem e mal do cristianismo popular. A nova ciência pode me ajudar nessa questão?

• Gostaria de trabalhar em soluções para nossos problemas sociais. Isso é espiritual?

Hoje, há muita gente confusa em relação à ética, ao valor da religião e da espiritualidade, e mesmo sobre o livre-arbítrio e a criatividade na busca do potencial humano; isso é resultado das afirmações categóricas e desmedidas da ciência convencional em prol do materialismo científico – todas as coisas (objetos materiais, pensamentos e ideias como espiritualidade e Deus) podem ser reduzidas a partículas elementares de matéria e suas interações.

O cristianismo popular deveria oferecer respostas a tais disposições, mas suas concepções simplistas não nos ajudam a lidar com essas afirmações. Assim, a ideia de que Deus é uma ilusão e que seria melhor esquecê-lo foi ganhando terreno.

Mas o Deus que os cientistas tradicionais denigrem é justamente aquele da crença popular simplista: um Deus onipotente que, de seu trono celeste, julga as pessoas e as envia para o céu ou para o inferno; um Deus que criou o mundo e todas as espécies vivas de uma só vez há seis mil anos; um Deus que permite que coisas ruins aconteçam a pessoas boas; um Deus que se supõe perfeito e que, no entanto, tem imagens imperfeitas – ou seja, nós.

Pois bem, precisamos ser claros. Que natureza de Deus a física quântica e o pensamento do primado da consciência estão postulando? O Deus da nova ciência é compatível com o Deus de que falam as grandes tradições religiosas? Discuti essas questões num livro recente, Deus não está morto, e apresento um rápido resumo de seus pontos básicos.

Na ciência materialista, existe apenas uma fonte de causação: as interações materiais. Damos a elas o nome de causação ascendente, pois a causa sobe desde o nível básico das partículas elementares até os átomos, as moléculas e a matéria densa que inclui as células vivas e o cérebro. Tudo bem, só que, segundo a física quântica, os objetos são ondas de possibilidade, e tudo que as interações materiais conseguem fazer é transformar possibilidade em possibilidade, mas nunca em realidades que experimentamos. Como o dualismo, este também é um paradoxo. Para transformar possibilidade em realidade, é necessária uma nova fonte de causação, e vamos chamá-la de causação descendente.

Quando percebemos que a consciência é a base de toda a existência e que objetos materiais são possibilidades da consciência, então também percebemos a natureza da causação descendente: ela consiste na escolha de uma das facetas do objeto multifacetado da onda de possibilidades, que então se manifesta como uma realidade. Como a consciência está escolhendo uma de suas próprias possibilidades, e não algo separado, não existe dualismo." 

 "A física quântica pode ter um caráter preditivo e determinista para um grande número de coisas; contudo, para eventos isolados e/ou objetos individuais, existe espaço para a liberdade de escolha e para a criatividade.

Por que não podemos usar nossa liberdade de escolha para criar nossa própria realidade e fazer com que só aconteçam coisas boas? Essa é uma boa pergunta. E como é possível não estarmos conscientes de que estamos fazendo escolhas da maneira como sugeri? Esta é a resposta crucial. O estado de consciência a partir do qual fazemos escolhas é um estado mais sutil, extraordinário, de uma consciência interconectada na qual somos todos um, uma consciência quântica “superior”. Por isso, é apropriado chamar de descendente a causação dela proveniente, e de Deus a sua fonte.

Veja, a unidade interconectada da consciência é aquela em que as conexões se dão sem sinal; o nome técnico para essas conexões sem sinal é não localidade quântica. Como você deve saber, na teoria da relatividade de Einstein todas as interações no espaço e no tempo devem ocorrer por meio de sinais. Assim, para usar as palavras do físico Henry Stapp, a causação descendente não local deve ocorrer “fora” do espaço e do tempo, embora seja capaz de produzir um efeito – a realidade – no espaço e no tempo.

Se você percebeu paralelos entre essa ideia e a evocação que costuma ser feita em discussões espirituais de alto nível – “Deus é tanto transcendente ao mundo como imanente a ele” –, isso é bom. Antes do advento da física quântica, era desse modo que os mestres espirituais tentavam mostrar que a relação entre Deus e o mundo não é dualista. E quando as pessoas leigas se queixavam da obscuridade dessa afirmação, eles diziam que Deus é inefável, o que só aumentava a dificuldade de compreensão.

Na nova ciência, a relação entre Deus e consciência e a consciência comum egóica é clara: na segunda, conexões e comunicações devem usar sinais; na primeira, a comunicação sem sinal é a norma.

A existência de comunicações não locais entre pessoas foi confirmada e replicada em milhares de experimentos. Como as interações materiais nunca podem simular a não localidade, essa prova experimental da existência de Deus, visto como uma consciência superior, uma interconexão não local de todas as coisas, é definitiva.

Temos livre-arbítrio? Se somos capazes de acessar nossa consciência superior e fazer escolhas a partir dela, pode apostar que sim; temos a total liberdade de escolha dentre as possibilidades quânticas apresentadas em qualquer ocasião. Dispomos de livre-arbítrio para escolher o mundo, bem como Deus e a natureza divina, a criatividade e a transformação espiritual.

A física quântica é a física das possibilidades, e sua mensagem incontroversa é que temos potencialmente a liberdade de escolher, dentre essas possibilidades, resultados que podem ser vivenciados." - Por Amit Goswami


ENTREVISTA: FÍSICO QUÂNTICO AMIT GOSWAMI
Vídeo:Michel Cunha



Abaixo link para introdução de dois de seus livros:
http://www.editoraaleph.com.br/site/media/catalog/product/f/i/file_46.pdf

http://www.editoraaleph.com.br/site/media/catalog/product/f/i/file_14.pdf

Fonte:http://muitoalem2013.blogspot.com.br/2013/12/luzes-do-mundo-amit-goswami.html

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