DECLARO-ME VIVO - LUIS ERNESTO ESPINOLA(CHAMALÚ)




DECLARO-ME VIVO - LUIS ERNESTO ESPINOLA(CHAMALÚ)

Luis Ernesto Espinoza (Chamalú) nasceu em Cochabamba, centro geográfico da Bolívia. Quando criança, sua avó o curou de uma enfermidade através da sabedoria indígena Quéchua, quando médico algum conseguia curá-lo. Cresceu solitário, brincando na  floresta. Morava perto de uma montanha, onde passou parte da infância brincando entre folhas, sementes, insetos, nuvens e estrelas.




Espinoza conta que sempre viu sua avó praticar o amor incondicional. Cresceu vendo sua mãe falar com plantas e árvores, junto com um amor especial para com os animais, incluindo aves selvagens. Seu pai ensinou-lhe quase sem palavras, livros de amor. Possuía uma biblioteca com cerca de mil livros e surpreendeu-se quando soube que Espinoza já havia lido mais da metade, durante sua infância.


Durante sua adolescência, uma profunda insônia o levou ao psiquiatra. Seus familiares acreditavam que seu aparente desequilíbrio e incapacidade de dormir seriam devido ao excesso de leitura e imaginação fértil. Nessa ocasião chegou a ser medicado, segundo afirma, foi sua primeira e única experiência com a medicina tradicional.  Aos 15 anos se deu conta de que a escola não supria sua necessidade do saber, não ensinava  o que era preciso, então optou por um programa escolar mais limitado. 
Com 19 anos entrou na faculdade para estudar sociologia e rapidamente se tornou um líder estudantil. A principio engajado nas questões políticas, mas logo sua natureza livre se sobressaiu e ele se intitulava “um anarquista”. Simultaneamente passou a estudar medicina indígena, orientado por um velho curandeiro que o adotou como o filho que ele nunca tivera. 
O cenário político e dinâmico que caracteriza a Bolívia, mudou rapidamente entre 1979 e 1980 quando houveram vários golpes de Estado. A fase mais aguda da crise institucional deu-se entre 1978 e 1982 quando sucederam-se um total de nove governos, com uma duração média de cinco meses e meio cada um.


Nessa época, os ativistas políticos sofriam duras perseguições que culminavam em prisão e torturas.
Explodia em Espinoza sua paixão pela política, culturas indígenas e Ecologia (Ele foi o pioneiro da ecologia social e política na Bolívia). Para fugir das perseguições políticas e aplacar sua ânsia por conhecimento, ele inicia uma fase de várias viagens pelo mundo.
Sua vida foi preenchida com a viagens, primeiro para aprender, investigar, conhecer a fundo a maioria das culturas indígenas do mundo e das áreas ecológicas mais importantes, depois uma viagem interior de auto-conhecimento.


"Aprendi desde criança que os princípios fundamentais das culturas indígenas são o respeito pela vida, solidariedade e reciprocidade e isso passou a ser, uma parte essencial da minha vida. Eu nasci em uma família pobre, no entanto, o meu desejo sempre foi o de ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas e revelar que a vida é muito mais do que nos disseram. Eu precisava sair da pobreza, a fim de ajudar os pobres, e assim eu fiz. Eu organizei o meu tempo e energia, de tal forma que possa ter o suficiente para viver minha verdade como eu queria. Eu sempre quis viver viajando, aprendendo, desfrutando. Sonhava em conhecer o mundo, escrevendo livros e compartilhando minhas experiências através de conferências. Estou certo de que ajudar as pessoas é o que mais me faz feliz. Foi através dessa verdade interior que criei várias comunidades ecológicas com recursos próprios. Todos os recursos gerados em minhas palestras por todos esses anos, eu compartilhei e entreguei às comunidades. Acho que descobri uma outra forma de prosperidade em que o capital fundamental é a minha felicidade, especialmente, minha capacidade de desfrutar a vida com liberdade e sem medo do que as pessoas dizem.”

Luis Ernesto Espinoza - "Chamalú" é seu nome espiritual -  é considerado educador e terapeuta da alma. Deu mais de 8.000 conferências em 260 cidades pelo mundo e é autor de 39 livros traduzidos em vários idiomas. É o criador da "Comunidade Janajpacha" - Escola de Xamanismo - onde se cultiva o respeito à Terra e se ensina a prática da medicina natural.

Janajpacha, a comunidade criada por Chamalú próximo de Cotchabamba e a poucos quilômetros da selva boliviana, incorporou além da tradição inca-amáutica, outras tradições indígenas e espiritualistas, adaptadas ao tempo e circunstâncias presentes.

A simplicidade deve ser buscada em todas as coisas, diz  Chamalú. Essa simplicidade está, inclusive nas formas espirituais que ele ensina aos que buscam sua conhecimento em Janajpacha. Para ele, os ensinamentos constituem a arte de viver, que oferece condições a cada ser, por meio de práticas com danças, músicas e rituais que movimentam as energias telúricas e as integram com as cósmicas, a fazer de sua vida uma obra de arte.

Segundo Chamalú, tal qual a lua, que vai mudando ciclicamente de fase (a cada 7 dias), a mulher, consoante a tradição xamânica, possui também sua lua interna, exteriorizada através de seu ciclo menstrual. Na tradição indígena, a mulher tem a tarefa de conectar-se com a influência dessas duas luas: a pessoal e a planetária (na linguagem indígena, Pachamama e Mamachilla). Com isso, abrem seus canais de percepção, dando passos adiante em seu crescimento pessoal, expandindo-se em luz e amor. Uma mulher íntegra não precisa dizer nada, sua própria presença já diz tudo.

São quatro as fases dos ciclos lunares (interno e externo). Na tradição andina dos Incas, o quatro é um número sagrado, por isso, para as mulheres, ele é representado por quatro arquétipos, apontando nas quatro direções.


O primeiro arquétipo com o qual a mulher necessita urgentemente se re-conectar, segundo Chamalú, representa a própria Madre Tierra, ou o Universo criador que é feminino, ou seja, é Pachamama. Ela consegue manter esse elo por meio de atividades muito simples, como caminhar descalça sobre a terra ou a grama, ou mesmo sentar-se sobre a terra com um mínimo de roupa (de preferência, de fibras naturais), procedendo a uma meditação ao entardecer. 
O segundo arquétipo a se contactar é Mamachilla, a Lua. Pode-se conectar com esse arquétipo por meio da meditação. Um momento indicado pelo indígena boliviano para essa conexão é a fase da lua crescente, cerca de quatro a três dias antes da lua cheia. Coloca-se, então, as mãos em forma triangular, de pirâmide, voltando-a para a lua. Uma forma indireta de conectar com a lua, quando a noite estiver nublada, é por meio das árvores e vegetais, de um modo geral. As plantas contêm energias fortes de Mamachilla.


Mamacocha é o terceiro arquétipo. São as águas - os lagos e os mares (para os índios, o mar segue ao princípio feminino). As águas outorgam às mulheres os anseios de sua alma, o místico, o mágico, o profundo mistério. ‘‘A terra dá à mulher a força de que ela necessita. Já Mamacocha lhe dá o movimento e a flexibilidade necessária, como a água, que é capaz de tomar todas as formas, sem perder sua essência. Pode-se conectar com ela por meio da dança livre e espontânea.

A Mamaochio (quarto arquétipo) representa a xamã interior, a mulher de sabedoria, capaz do encontro consigo mesma. Neste âmbito, basicamente a mulher se conecta com Mamaochio por meio da meditação e, quando se encontra em sua fase lunar mais externa (no período menstrual), através da auto-observação e auto-contemplação. A mulher que observa-se como atua em várias circunstâncias e nos seus diversos ciclos lunares, acaba aprendendo a manejar sua energia em prol de sua felicidade, já que sabe o que a faz feliz, eliminando ou não dando atenção demasiada ao resto.



Saboreio cada momento.

Antigamente me preocupava
quando os outros falavam mal de mim.

Então fazia o que os outros queriam,
e a minha consciência me censurava.

Entretanto, apesar do meu esforço
para ser bem educado,
alguém sempre me difamava.

Como agradeço a essas pessoas,
que me ensinaram que a
vida é apenas um cenário!

Desse momento em diante,
atrevo-me a ser como sou.

A árvore anciã me ensinou
que somos todos iguais.

Sou guerreiro:
a minha espada é o amor,
o meu escudo é o humor,
o meu espaço é a coerência,
o meu texto é a liberdade.

Perdoem-me,
se a minha felicidade é insuportável,
mas não escolhi o bom senso comum.

Prefiro a imaginação dos indios,
que tem embutida a inocência.

É possível que tenhamos que ser apenas humanos.

Sem Amor nada tem sentido,
sem Amor estamos perdidos,
sem Amor corremos de novo o risco de estarmos
caminhando de costas para a luz.

Por esta razão é muito importante
que apenas o Amor
inspire as nossas ações.

Anseio que descubras
a mensagem por detrás das palavras;
não sou um sábio,
sou apenas um ser apaixonado pela vida.

A melhor forma de despertar
é deixando de questionar se nossas ações
incomodam aqueles que dormem ao nosso lado.

A chegada não importa,
o caminho e a meta são a mesma coisa.

Não precisamos correr para algum lugar,
apenas dar cada passo com plena consciência.

Quando somos maiores que aquilo que fazemos,
nada pode nos desequilibrar.

Porém, quando permitimos
que as coisas sejam maiores do que nós,
o nosso desequilíbrio está garantido.

É possível que sejemos apenas água fluindo;
o caminho terá que ser feito por nós.

Porém, não permitas que o leito escravize o rio,
ou então, em vez de um caminho, terás um cárcere.

Amo a minha loucura
que me vacina contra a estupidez.

Amo o amor que me imuniza
contra a infelicidade que prolifera,
infectando almas e atrofiando corações.

As pessoas estão tão acostumadas
com a infelicidade,
que a sensação de felicidade
lhes parece estranha.

As pessoas estão tão reprimidas,
que a ternura espontânea as incomoda,
e o amor lhes inspira desconfiança.

A vida é um cântico à beleza,
uma chamada à transparência.

Peço-lhes perdão, mas….
¡ DECLARO-ME VIVO!













VÍDEO MUITO ALÉM 
REALIZADO EM UNIDADE DE CORAÇÕES !





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