SEIS MITOS SOBRE OS REFUGIADOS EM FUGA PARA A EUROPA



Refugiados perambulam por estrada de ferro na Macedônia 
(Foto: Ognen Teofilovski / Reuters)

Seis mitos sobre os refugiados em fuga para a Europa

domingo, 20 de setembro de 2015


"Nos últimos 15 dias, foram contadas várias histórias nas redes sociais mistificando os refugiados que fogem do conflito na Síria e outras regiões do Oriente Médio e procuram a Europa como destino final. Desde infiltrados do grupo terrorista Estado Islâmico entre os refugiados a migrantes que recusam ajuda humanitária da Cruz Vermelha porque os pacotes "tinham o símbolo da cruz cristã".

O jornal português "Expresso" enumerou seis deles e resumimos aqui quais são:

1. Combatente do Estado Islâmico entre os refugiados



"Lembram-se deste homem? A posar numa foto do Estado Islâmico no ano passado – agora é um refugiado! Somos parvos ou quê?", lê-se nas fotos compartilhadas nas redes sociais. O sujeito chama-se Laith Al Saleh e pertencia a um dos grupos pró-ocidentais rebelados na Síria, o "Exército de Libertação da Síria", que também combate o Estado Islâmico. A história dele foi contada pela "Associated Press".

Em entrevista esta semana à uma rádio portuguesa, o "Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados", Antônio Guterres, afirmou ironicamente que os terroristas não são bobos de irem ao mar "metendo-se em barcos que podem afundar".

2. Recusam comida da Cruz Vermelha por causa... da cruz




Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra refugiados junto à fronteira da Macedônia com a Grécia a protestar e a recusar pacotes marcados com o logo da Cruz Vermelha, supostamente por causa do símbolo, semelhante à cruz cristã. A hipótese, porém, foi desmentida pelo próprio autor do vídeo. Em declarações ao jornal online italiano "Il Post", Predrag Petrovic, editor-chefe do site macedônio de notícias "a1on.mk", que filmou a cena, esclarece que os migrantes recusaram a ajuda em protesto por não poderem entrar na Macedônia.

Eles haviam chegado ali há três dias e estavam horas debaixo de chuva quando a Cruz Vermelha chegou com a comida. Eles recusaram a ajuda em protesto à ação da polícia macedônia, que só permitia a passagem de menos de 300 refugiados a cada duas horas. A própria Cruz Vermelha nega a versão fantasiosa da cruz em e-mail enviado ao italiano "Il Post".

3. São tão pobres, mas pagam milhões aos contrabandistas...




A maioria dos refugiados não foge da pobreza, mas da guerra e da morte. E não é preciso ser pobre para temer o terror do Estado Islâmico e dos grupos rebeldes que aterrorizam a população síria.

4. …e têm smartphones



O diário britânico "The Independent" desmistifica a questão em um artigo intitulado: "Surprised that Syrian refugees have smartphones? Sorry to break this to you, but you're an idiot". (Supreso por ver refugiados com smartphones? Desculpe ter de dizer isto, mas você é um idiota). O artigo revela que esses aparelhos são muito baratos e que 87 em cada 100 sírios têm um deles. Além disso, mostra que o PIB per capita sírio é de 3 mil euros por ano e está num patamar acima de quase 70 países do mundo. Até parece que ter um smartphone é sinal de riqueza nos dias atuais.

5. Querem invadir a Europa





Contando só os refugiados sírios – cerca de 250 mil que chegaram ao continente até junho –, eles são apenas 2% do total de refugiados provocados pela guerra na Síria. Há cerca de quatro milhões de refugiados espalhados pelos países vizinhos (só o Líbano recebe 1,2 milhões, mais de um quarto da população do país), segundo o Alto Comissariado da ONU para os refugiados. Menos de 350 mil pediram asilo na Europa. 

6. Quase um quarto dos muçulmanos é sectária




O vídeo tem mais de um ano, mas foi recuperado agora pela propanda contra os refugiados sírios. Em um seminário nos EUA, Brigitte Gabriel, uma famosa ativista anti-islâmica, afirmou que "15 a 25% dos muçulmanos são radicais", ou seja, "180 a 300 milhões de pessoas dedicadas à destruição da civilização ocidental". A declaração, aplaudida de pé numa sala cheia de islamofóbicos, foi desmontada pelo insuspeito – na questão – "The Christian Science Monitor". A publicação cita Angel Rabasa, especialista em radicalização islâmica e autor do livro "EuroJihad", segundo o qual "menos de um por cento" da população muçulmana que vive na Europa está "em risco" de radicalizar-se, o que não significa que vão todos correr e pegar numa arma ou numa bomba."

FONTE: texto do j
ornal português "Expresso" transcrito e comentado no Portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/270430-9).

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