ENTENDENDO O CRISTO CÓSMICO

Entendendo O Cristo Cósmico.

Antes de tudo, é necessário compreender a fundo o que é realmente o Cristo Cósmico.

Urge saber em nome da verdade que Cristo não é algo meramente histórico. As pessoas estão acostumadas a pensar em Cristo como um personagem histórico que existiu há uns 2 mil anos. Tal conceito resulta equivocado porque o Cristo não é do tempo. O Cristo é atemporal. O Cristo desenvolve-se de instante em instante, de momento em momento. Ele em si mesmo é o Fogo Sagrado, o Fogo Cósmico Universal.1
Se nós esfregamos a cabeça de um palito de fósforo, brota o fogo. Os cientistas dirão que o fogo é o resultado da combustão, porém isso é falso. O fogo que surge de dentro do palito de fósforo está contido no próprio palito, apenas que com a fricção o libertamos de sua prisão e ele aparece. Podemos dizer que o fogo em si mesmo não é o resultado da combustão e sim que a combustão é o resultado do fogo.
Convém entender, meus caros irmãos, que a nós o que mais interessa é o fogo do fogo, a chama da chama, a assinatura astral do fogo. A mão que movimenta o palito de fósforo para que dele surja a chama tem fogo, vida, senão não poderia se movimentar. Depois que o fósforo se apaga, a chama segue existindo na quarta vertical. Os cientistas não sabem que coisa é o fogo, utilizam-no porém o desconhecem.
Tão pouco sabem o que é a eletricidade, utilizam-na porém não a conhecem. Assim mesmo, meus queridos irmãos, convém que entendam o que é o fogo. Antes de que a Aurora da Criação vibrasse intensamente, o fogo fez a sua aparição.
Lembrem-se, queridos irmãos, que há dois unos, o primeiro uno é Aelohim, enquanto que Elohim é o segundo uno. O primeiro uno é o Imanifestado, o Incognoscível, a divindade que não pode ser pintada, simbolizada ou burilada. O segundo uno brota do primeiro uno e é o Demiurgo, o Arquiteto do Universo, o Fogo.
Quero que entendam que um é o fogo que arde na cozinha ou no altar e o outro é o fogo do espírito, como Aelohim ou como Elohim. Elohim é pois o Demiurgo, o Exército da Voz, a Grande Palavra. Cada um dos Construtores do Universo é uma chama viva, fogo vivo.
Está escrito que Deus é um fogo devorador. O Fogo é o Cristo, o Cristo Cósmico! Elohim em si mesmo brotou de Aelohim. Elohim por si mesmo se desdobra, se duplica para iniciar a manifestação cósmica, se transforma em dois, em sua esposa, na Mãe Divina. Quando o uno se desdobra em dois, surge o três que é o Fogo.
As criaturas do fogo tornam o caos fecundo para que dele surja a vida. Sempre que o uno se desdobra em dois, o terceiro, o fogo, aparece. O fogo torna fecundas as águas da existência e então o caos se transforma no Andrógino Divino.
Assim, convém entender que o Exército da Palavra é fogo e que esse fogo vivente, esse fogo vivo e filosofal, que torna fecunda a matéria caótica, é o Cristo Cósmico, o Logos, a Grande Palavra. Mas, para que o Logos apareça, para que venha a manifes-tação, o uno deve se desdobrar no dois, isto é, o Pai se desdobra na Mãe e da união dos dois opostos nasce o terceiro, o Fogo. Esse fogo é o Cristo, o Logos, que torna possível a existência do universo na aurora de qualquer criação.
Convém que entendamos melhor o que é o Cristo! Que não nos contentemos em recordar a questão meramente histórica porque o Cristo é uma realidade de instante em instante, de momento em momento, de segundo em segundo. Ele é o Criador! O fogo tem o poder de criar os átomos e de desintegrá-los, o poder de dirigir as forças cósmicas universais etc. O fogo tem poder para unir todos os átomos e criar univer-sos, assim como tem o poder para desintegrar univer-sos: O mundo é uma bola de fogo que se acende e se apaga segundo Leis.
Assim que o Cristo é o fogo. Por isso, se vê sobre a cruz as quatro letras: INRI, as quais significam: IGNIS NATURA RENOVATUR INTEGRAM, e que equivalem à frase: O fogo renova incessantemente a natureza.
Agora, creio que estão entendendo porque a nós interessa a assinatura astral do fogo, a chama da chama, o oculto, o aspecto esotérico do fogo. É que na realidade o fogo é crístico. Ele tem poder para transformar tudo o que é, tudo o que foi e tudo o que será. INRI é o que nos interessa. Sem INRI não é possível que nós nos cristifiquemos.
Já foi dito que o Cristo Íntimo, o Cristo Cósmico, tem de dar três passos, de cima para baixo e através das sete regiões do Universo. Também disse que o Cristo deve dar três passos de baixo para cima. Eis aqui o mistério dos três passos e dos sete passos da Maçonaria. É uma lástima que os irmãos maçons tenham esquecido isto. Em todo caso, o Crestos, o Logos, resplandece no zênite da meia-noite espiritual.
Tanto no ocaso como no oriente, cada uma destas três posições é respeitada nas sete regiões. O místico que se guia pela estrela da meia-noite, pelo Sol Espiritual, sabe o que significam esses três passos dentro das sete regiões. Pensamos também no sol, no raio e no fogo. Eis aqui as três luminárias, os três aspectos do Logos, nas sete regiões.
Quando o uno se desdobra no dois, surge o terceiro e este é o fogo que cria e volta novamente a criar. Esse terceiro pode criar com o poder da palavra, com a palavra solar ou palavra mágica, com a palavra do Sol Central. Assim cria o Logos.
É por meio do fogo que podemos nos cristíficar. Inutilmente terá nascido o Cristo em Belém se não nascer em nosso coração também. Inutilmente terá sido crucificado, morto e ressuscitado na Terra Santa se não nascer, morrer e ressuscitar também em nos.
Precisamos encarnar o Crestos Cósmico, o espírito do fogo, torná-lo carne em nós. Enquanto não o tivermos feito, estaremos mortos para as coisas do espírito porque Ele é a vida, o Logos, a Grande Palavra… Heru Pa-kroat.
Ele é Vishnu. A palavra Vishnu vem da raiz vish que significa penetrar. Ele penetra em tudo o que é, foi e será. É preciso que penetre em nós para que nos transforme radicalmente. Somente através do fogo conseguiremos aniquilar o Ego. Quem pretender aniquilar o Ego unicamente com o intelecto seguirá pelo caminho do erro.
Obviamente, precisamos nos autoconhecer, se é que queremos nos cristificar e se queremos nos autoconhecer para conseguir a cristificação, preci-samos nos autoobservar, ver a nós mesmos. Somente por este caminho será possível se chegar um dia à desintegração do Ego.
O Ego é a soma total de todos os nossos defeitos: ira, cobiça, luxúria, preguiça, orgulho, inveja, gula etc. Ainda que tivéssemos mil línguas para falar e paladar de aço, não conseguiríamos a enumeração de todos os nossos defeitos cabalmente.
Dizia que precisamos nos auto-observar para nos autoconhecer porque se observarmos a nós mesmos descobriremos nossos defeitos psicológicos e assim poderemos trabalhar sobre eles. Quando alguém admite que tem uma psicologia, começa a se observar e isso o converte de fato numa criatura diferente.
Quero que entendam, meus queridos irmãos gnósticos, a necessidade de se aprender a observar a si mesmo, a ver a si próprio. Mas, há que se saber observar porque uma coisa é a observação mecânica e outra a observação consciente.
Aquele que conhece pela primeira vez os nossos ensinamentos poderá dizer: Mas que ganho com me observar? Isso é aborrecedor! Já vi que tenho ira e já percebi que sinto ciúmes… e daí? Claro que esta é a observação mecânica. Precisamos observar o observado. Repito: precisamos observar o observado. Isso já é observação consciente de nós mesmos.
A observação mecânica de si mesmo não nos conduzirá jamais a nada. Ela é absurda, inconsciente e estéril. Precisamos de auto-observação consciente de nós mesmos. Somente assim poderemos verdadeira-mente nos autoconhecer para trabalhar sobre nossos defeitos.
Sentimos ira em um dado instante. Vamos então observar o observado – a cena da ira. Não im-porta que o façamos mais tarde, porém tratemos de fazê-lo. Ao observar o observado, saberemos realmente se o que vimos em nós foi ira ou não, já que pode ter-se provocado alguma síncope nervosa que tomamos como ira.
De repente, fomos invadidos pelos ciúmes. Pois, vamos observar o observado. O que foi que observamos? Talvez que a mulher estava com outro tipo. E se for mulher? Talvez tenha visto seu marido com outra mulher e sentiu ciúmes. Em todo caso, serenamente e em profunda meditação, observaremos o observado para saber se realmente existiram ou não os ciúmes.
Ao observar o observado, o faremos através da meditação e da autorreflexão evidente do Ser. Assim, a observação torna-se consciente. Quando alguém torna-se consciente de tal ou qual defeito de tipo psicológico pode trabalhá-lo com o fogo.
Faz-se necessária a concentração em Réia, Cibeles, Maria, Stella-Maris, Tonantzin etc. Ela é uma parte de nosso Ser, porém derivada. Ela é a serpente ígnea de nossos mágicos poderes, a cobra sagrada, o fogo ardente. Com seus poderes flamígeros, ela pode desintegrar o defeito psicológico, o agregado psíquico que tenhamos auto-observado conscientemente. É óbvio que por sua vez a essência, fogo engarrafado no agregado psíquico em desintegração, resplandecerá, será liberado. À medida que formos desintegrando os agregados, os percentuais de essência – fogo crístico – se multiplicarão. Um dia o fogo resplandecerá dentro de nós mesmos aqui e agora. É necessário que o fogo arda em nós. Só INRI, o nome sagrado posto sobre a cruz do Mártir do Calvário, pode aniquilar os agregados psíquicos.
Aqueles que pretendem desintegrar todos esses agregados sem ter em conta o fogo seguem pelo caminho equivocado e não somente andam mal como também extraviam os demais. Diz-se que o Crestos nasceu na aldeia de Belém há cerca de 2 mil anos. Isto é falso porque a aldeia de Belém não existia naquela época. Belém tem raiz caldéia: BEL e Bel é o fogo; a Torre de Fogo dos caldeus.
Em nosso corpo, a torre é a cabeça e o pescoço porque o resto do corpo é o templo. Quem conseguiu elevar o fogo sobre si mesmo, quem o pôde levantar até a cabeça, até o cérebro, até o topo, de fato converteu-se no corpo do Crestos – o fogo – o espírito do fogo.
Somente o espírito original, o primogênito, poderá nos cristificar totalmente. É o fogo, fohat, ardendo dentro de nós mesmos que nos transformará totalmente. Uma vez que o fogo esteja ardendo dentro de nós, seremos mudados totalmente, seremos conver-tidos em criaturas diferentes, seremos convertidos em seres distintos, e gozaremos de plena iluminação e dos poderes cósmicos. Assim que, entendido isto, meus queridos irmãos, devemos trabalhar com o fogo.
Ao que sabe, a palavra dá poder. Ninguém a pronunciou e ninguém a pronunciará a não ser aquele que O encarnou. O Cristo – o espírito do fogo – não é um personagem meramente histórico. Ele é o Exército da Palavra, uma força que está além da personalidade, do Ego e da individualidade. Ele é uma força como a eletricidade, como o magnetismo, um poder, um grande agente cósmico e universal, a força elétrica que pode dar origem a novas manifestações. Esse fogo cósmico entra no homem que está devidamente preparado, no homem que tenha na Torre essa Belém ardendo.
Quando o Cristo encarna num homem, este se transforma radicalmente. Ele é o Menino Deus que deve nascer em cada criatura. Assim como Ele nasceu no universo há milhões de anos para organizar totalmente este sistema solar, assim também deve nascer em cada um de nós. Ele nasce no Estábulo de Belém, isto é, entre os animais do desejo, entre os agregados psíquicos que precisa aniquilar, uma vez que só o fogo consegue aniquilar tais agregados. Assim, o fogo aparece onde esses agregados estão para destruí-los, para torná-los poeira cósmica e libertar a alma, a Essência. Como poderia ele libertar a alma, se não penetrasse profundamente no organismo humano?
No Oriente, Cristo é Vishnu e repito: a raiz vish significa penetrar. O fogo, o Cristo, o Logos, pode penetrar nas profundezas do organismo humano para queimar as escórias que tem dentro. No entanto, precisamos amar o fogo e render culto à chama.
Chegou a hora de entender que só o fohat pode nos transformar radicalmente. Cristo dentro de nós opera aniquilando as raízes do mal. INRI queimando os agregados psíquicos é formidável: os reduz a cinzas. Porém, precisamos trabalhar com o fogo.
Por isso, em nossos trabalhos de concentração, devemos invocar a Serpente Ígnea de nossos mágicos poderes porque só com o fogo conseguimos aniquilar todos os elementos psíquicos indesejáveis que carregamos em nosso interior. O frio lunar nunca conseguirá quebrantar os agregados psíquicos. Neces-sitamos dos poderes flamígeros do Logos, necessitamos do INRI para nos transformar.
Meus caros irmãos, entendam todos o que é a Semana Santa. A Semana Santa tem sete dias. Nos tempos antigos, tudo era regido pelo calendário solar: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.
Os dias eram:Dia da Lua (domingo)
Dia de Mercúrio (Segunda-feira)
Dia de Vênus (terça)
Dia do Sol (quarta)
Dia de Marte (quinta)
Dia de Júpiter (sexta)
Dia de Saturno (sábado)
Infelizmente, este calendário foi alterado por tipos fanáticos na Idade Média. A Semana Santa é profundamente significativa. Recordem os sete e os três passos da Maçonaria.
O Cristo deve arder em primeiro lugar no nosso corpo humano. Mais tarde, a chama deve se depositar no fundo da alma e por último, no fundo do espírito. Esses três passos através das sete esferas são pro-fundamente significativos. Obviamente, esses três passos básicos e fundamentais acham-se contidos nas sete esferas do mundo e do universo.
Inquestionavelmente, a Semana Santa tem raízes esotéricas bem profundas porque o Iniciado deve trabalhar sobre as forças lunares, sobre as forças de Mercúrio, com as forças de Vênus, do Sol, de Marte, de Júpiter e de Saturno. O Logos desenvol-ve-se em sete regiões e de acordo com os sete planetas do Sistema Solar.
A chama deve aparecer no corpo físico, deve avançar pelo corpo vital, prosseguir seu caminho pela senda astral, continuar sua viagem pelo mundo da mente, deve chegar até a esfera do mundo causal, continuar ou prosseguir sua viagem pelo mundo búdico ou intuicional e por último, no sétimo dia, terá chegado ao mundo de Atman, o mundo do espírito. Então, o Mestre receberá o Batismo de Fogo que o transfor-mará radicalmente.
Obviamente, todo o Drama Cósmico, tal como está escrito nos quatro evangelhos, deverá ser vivido dentro de nós mesmos aqui e agora. Isso não é algo meramente histórico, é algo para se viver aqui e agora.
Os três traidores que crucificam o Cristo e que o levam à morte estão dentro de nós mesmos. Os maçons os conhecem e os gnósticos também os conhecem: Judas, Pilatos e Caifás. Judas é o demônio do desejo que nos atormenta. Pilatos é o demônio da mente que para tudo tem desculpa. Caifás é o demônio da má vontade que prostitui o altar.
Esses são os três traidores que vendem o Cristo por 30 moedas de prata. As trinta moedas representam todos os vícios e paixões da humanidade. Trocam o Cristo pelas garrafas nos bares, trocam o Cristo pelo prostíbulo ou pelo leito de Procusto, trocam o Cristo pelo dinheiro, pelas riquezas, pela vida sensual… vendem-no por 30 moedas de prata.
Irmãos, lembrem-se que foram as multidões que pediram a crucificação do Senhor. Todas essas multidões gritam: Crucifica! Crucifica! Não são só as de 2 mil anos atrás, não! Essa gente que pede a crucificação do Senhor está dentro de nós mesmos, e repito: aqui e agora! São os agregados psíquicos desumanos que carregamos em nosso interior, são todos esses elementos psíquicos indesejáveis que levamos dentro, os demônios vermelhos de Seth, viva personificação de todos os nossos defeitos de tipo psicológico. São eles os que gritam: Crucifica! Crucifica! E o Senhor é entregue à morte. Quem o açoita? Não são por acaso todas essas multidões que levamos em nosso interior? Quem cospe nele? Não são todos esses agregados psíquicos que personificam nossos defeitos? Quem coloca nele a coroa de espinhos? Não são por acaso todas essas criações do inferno que nós mesmos geramos?
O acontecimento da história crística não é de ontem, é de agora, do presente. Não pertence meramente a um passado, como julgam os ignorantes ilustrados. Porém, aqueles que compreenderem, trabalharão para a cristificação.
O Senhor é erguido no Calvário e sobre os cumes majestosos do Calvário dirá: Aquele que crê em mim nunca andará nas trevas, mas terá a luz da vida. Eu sou o pão da vida. Eu sou o pão vivo, e o que come de minha carne e bebe de meu sangue terá a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. O que come da minha carne e bebe do meu sangue, em mim mora e eu nele. O Senhor não guarda rancor de nenhuma pessoa.
Meu Pai, em tuas mãos encomendo meu espí-rito! Pronunciada esta grande palavra, não se escu-tará senão raios e trovões em meio a grandes cataclismos interiores. Cumprido este trabalho do espírito no corpo, o Cristo, Krestos, Christus ou Vishnu, o que penetra, será depositado em seu místico sepulcro.
Eu lhes digo em nome da verdade e da justiça que depois disso, no terceiro dia, após o terceiro ato, será levantado, ressuscitado no Iniciado, para transformá-lo numa criatura perfeita. Quem o conseguir se converterá de fato em um deus terrivelmente divino, além do bem e do mal.
Assim, o Cristo, Nosso Senhor, o Espírito do Fogo, desce. Ele quer entrar em cada um para transformá-lo, para salvá-lo, para aniquilar seus agregados psíquicos que carrega em seu interior, para fazer dele algo diferente, para convertê-lo em deus.
Temos de aprender a ver o Cristo não do ponto de vista meramente histórico, mas como o fogo, como uma realidade presente, como INRI.
Diz-se que Ele tinha 12 Apóstolos, pois esses 12 Apostolos estão dentro de nós mesmos aqui e agora. São as 12 partes fundamentais de nosso próprio Ser, as 12 Potestades dentro de cada um de nós, em nosso próprio Ser interior profundo.
Há um Pedro que entende profundamente dos Mistérios do sexo.
Há um João que representa o Verbo, a Grande Palavra. Heru Pa-Kroat.
Há também um Tomé que nos ensina a dirigir a mente.
Há um Paulo que nos mostra o caminho da sabedoria, da filosofia, da gnose.
Dentro de nós está também Judas. Não aquele Judas que entrega o Cristo por 30 moedas de prata e sim um Judas diferente. Um Judas que entende a fundo a questão do Ego. Um Judas cujo evangelho irá nos levar à dissolução do mim mesmo, do si mesmo.
Há um Filipe que é capaz de nos ensinar a viajar fora do corpo físico através do espaço.
Há um André que nos indica com precisão meridiana o que são os três Fatores de Revolução da Consciência: Nascer ou como se fabricam os corpos existenciais superiores do Ser. Morrer ou como se desintegram os fatores particulares que se relacionam conosco especificamente e em cada um de nós. Sacrifício pela humanidade: a cruz de Santo André. Indica a mescla de enxofre e mercúrio tão indispensável para a criação dos corpos existenciais superiores do Ser mediante o cumprimento do DEVER PARLOK. Isto é pro-fundamente significativo.
Mateus, científico qual ninguém, existe em nós e ensina-nos a Ciência Pura, desconhecida pelos cientistas que só conhecem essa podridão de teorias universitárias que hoje estão em moda e amanhã passam a fazer parte da história… Ciência pura é comple-tamente diferente! Somente Mateus pode nos instruir nela.
Lucas, com seu evangelho solar, é profeta. Ele nos indica como haverá de ser a vida na Idade de Ouro.
Cada um dos 12 está dentro de nós mesmos porque Nosso Senhor tem 12 partes fundamentais, os 12 Apóstolos, aqui e agora.
Assim, aqueles que quiserem chegar a ser magos no sentido transcendental da palavra terão de aprender a se relacionar consigo mesmo, com cada uma das 12 partes do Ser. Isto só será possível queimando com INRI os agregados psicológicos que carregamos em nosso interior. Enquanto o Eqo existir em nós, o correto relacionamento com todas e cada uma das partes de nosso Ser será impossível.
Porém, se nós incinerarmos o Ego, então poderemos estabelecer corretas relações com nós mes-mos e com cada um dos 12 que existem em nós. Assim que tirem da cabeça a idéia dos 12 Apóstolos históricos… Busquem-nos dentro de si… Lá estão eles, todos eles dentro de cada um, aqui e agora.
Chegou a hora de um cristianismo mais esotérico, mais puro, mais real. Chegou a hora de sair da questão meramente histórica e passar para a realidade dos fatos.
A própria cruz do Calvário é profundamente significativa. Bem sabemos que o phalus vertical dentro do cteis formal formam uma cruz. Em outras palavras, enfatizaremos: o lingam-yoni corretamente unido forma cruz. É com essa cruz que temos de avançar pelo sendeiro que irá nos conduzir até o Gólgota do Pai. Convido a todos para entrarem no caminho da cristificação.
Não se esqueçam que cada vez que o Senhor de Compaixão vem ao mundo é odiado por três tipos de homens: Primeiro, pelos Anciães. São as pessoas cheias de experiência que dizem: Esse homem está louco. Vejam o que traz. Não escutem o que está a dizer porque não está de acordo com o que pensamos. Nós temos experiência. Esse homem prejudica e causa danos. O segundo tipo são os fariseus, os intelectuais.
Ele é rechaçado pelos intelectuais da época. Cada vez que o Senhor de Glória veio ao mundo, os intelectuais estiveram contra ele. Odeiam-no mortal-mente porque não se encaixa dentro de suas teorias. Ele representa um perigo para o sistema deles, para seus sofismas etc. O terceiro tipo é constituído pelos sacerdotes. Todos eles O vêem como um perigo para a sua respectiva seita.
Assim que, em nome da verdade, digo-lhes que o Cristo é tremendamente revolucionário, rebelde. Ele é o fogo que vem para queimar todas as podridões que carregamos dentro.
Ele é o fogo que vem para reduzir a cinzas os nossos preconceitos, os nossos interesses, as nossas abominações e até as nossas experiências de tipo pessoal.
Pensam por acaso que o Cristo poderia ser aceito por todos esses milhões de seres humanos que povoam o mundo? Equivocam-se! Cada vez que Ele vem ao mundo, as multidões levantam-se contra Ele. Esta é a crua realidade dos fatos!
De Semana Santa estou falando e digo em nome da verdade e da justiça que somente o fohat, ardendo dentro de nós, poderá nos salvar.
Nenhuma teoria, nenhum sistema, poderá nos levar à libertação. Aqueles que pretendem aniquilar o Ego à base de puras teorias, com o frio intelecto, são seres meramente reacionários, conservadores e retardatários que marcham pelo caminho do grande equívoco.
Esta Babilônia que levamos dentro, esta cidade psicológica que carregamos em nosso interior, onde vivem os demônios da ira, da cobiça, da luxúria, da inveja, do orgulho, da preguiça, da gula etc., deve ser destruída com o fogo. Necessitamos levantar agora dentro de nós mesmos a Jerusalém Celestial. Recordem que os cimentos da Jerusalém Celestial são 12 e que em cada um deles está escrito o nome de algum Apóstolo. Os nomes dos 12 apóstolos estão nos 12 cimentos. Essa Jerusalém deve ser edificada dentro de nós mesmos.
Mas, isso somente será possível algum dia se com o fogo destruirmos a Grande Babilônia, a mãe de todas as fornicações e abominações da terra, a cidade psi-cológica que todos nós carregamos em nosso interior. Quando o conseguirmos, edificaremos a Jerusalém Celestial aqui e agora em nós mesmos.
Repito, a base dessa Jerusalém Celestial são os 12 Apóstolos: Não estou me referindo aos que viveram há 2 mil anos, os quais são meramente simbólicos. Estou falando dos 12 Apóstolos que existem dentro de nós mesmos, as 12 partes do Ser autoconscientes e independentes. Eles são o fundamento da Jerusalém que devemos edificar em nós mesmos.
A cidade de Jerusalém tem 12 portas e em cada uma das 12 portas há um anjo que representa cada um dos 12 dentro de nós mesmos. E as 12 portas são 12 pérolas preciosas, 12 portas de liberdade, 12 portas de luz e de esplendor, 12 poderes cósmicos… A cidade toda é de ouro puro… suas ruas, avenidas e praças. O ouro do espírito que devemos fabricar na Forja dos Cíclopes. A cidade não tem necessidade de iluminação externa, de sol externo ou de lua externa, porque o Senhor é sua luz. Ele é o fogo e arderá dentro de nos mesmos. O muro da grande cidade tem 144 codos. Se somamos estes números entre si temos: 1 + 4 + 4 = 9. Nove e a Nona Esfera, o sexo. Somente através da transmutação da energia criadora poderemos fazer o fogo arder em nós. O tamanho da cidade é de 12 mil estádios. Isto nos lembra os 12 trabalhos de Hércules necessários para se conseguir a completa Auto-Realização Íntima do Ser. Lembra-nos também os 12 anciões e os 12 Apóstolos.
No centro da cidade está a Árvore da Vida, os dez sefirotes da cabala hebraica: Kether, Chochmah e Binah são a Coroa Sefirótica. Chesed, Gevurah, Tiphereth, Netzach, Hod, Yesod e Malchut são as sete regiões do Universo. A Árvore da Vida alegoriza as 12 grandes Regiões Cósmicas. Ditoso daquele que chega ao Eon-13, onde a Pistis Sophia deve permanecer sempre.
Dentro da Jerusalém Celestial encontramos também os 24 anciões que, prosternados no chão, depositam suas coroas aos pés do Cordeiro. Esse Cordeiro Imolado é o fogo que arde neste universo desde a aurora da criação, desde o amanhecer deste universo. Os 24 anciões são também vinte e quatro partes de nosso próprio Ser e o Cordeiro é o Ser de nosso Ser.
Ditoso daquele que possa se alimentar com os frutos da Árvore da Vida porque será imortal! Ditoso daquele que possa se alimentar com cada um desses frutos! Aquele que consegue de verdade se nutrir com essa corrente de vida, que vem do eon-13 até o corpo humano, jamais conhecerá enfermidades e se tornará imortal.
Porém, para alguém poder se nutrir com a Árvore da Vida, precisará antes de tudo eliminar os agregados psíquicos. Lembrem-se que os agregados psíquicos, viva personificação de nossos erros, al-teram o corpo vital e este, alterado, danifica o corpo físico. Assim, surgem as enfermidades em nós.
O que é que produz as úlceras? Por acaso, não é a ira?
O que é que produz o câncer? Por acaso, não é a luxúria?
O que é que produz a paralisia? Por acaso, não é a vida materialista, grosseira, egoísta e fatal?
As enfermidades são causadas pelos agregados psíquicos ou demônios vermelhos de Seth, vivas personificações de nossos erros.
Quando todos os demônios vermelhos de Seth tenham sido aniquilados com o fogo, quando até a nossa própria personalidade tenha sido queimada, então seremos nutridos pela Árvore da Vida. A vida descendo desde o Absoluto através dos 13 eons entrará em nosso corpo e nos tornará imortais. A saúde será recobrada e jamais se voltará a ter enfermidades.
Para nada servem os cientistas com as suas ciências de cura. Se eles curam o paciente, este volta a adoecer. É claro que o Ego mete o veneno de suas morbosidades e podridões dentro dos órgãos e os destrói. Eis aqui a origem de todas as enfermidades. As pessoas querem uma panacéia para se curar, porém enquanto tiverem o Ego vivo, serão enfermas.
Chegou a hora de entender que precisamos queimar a Babilônia dentro de nós mesmos e edificar a Jerusalém. E a Jerusalém Celestial vista de longe é como uma pedra de jaspe transparente como o cristal. Ela é a Pedra Filosofal. Ditoso aquele que consegue a Pedra Filosofal porque se transformará radicalmente e terá poderes sobre o fogo, sobre o ar, sobre as águas e sobre a terra!
Necessitamos de um cristianismo esotérico, puro. Um cristianismo vivo e não um cristianismo morto. Um cristianismo gnóstico que possa nos transformar radicalmente.
Fonte:gnoseonline,com

Comentários