Companheiros que Partem e o Sofrimento que Fica
Sofres quando os entes amados se apartam de ti, na direção de tarefas ou experiências que divergem das tuas...
Quererias viver com eles em permanente integração e por isso a separação te dói, qual se padecesses dolorosa mutilação nos tecidos da própria alma.
Entretanto, que afeição verdadeira será menos afeição, apenas por que se veja fustigada por circunstâncias de espaço e tempo?
A energia solar que invade o céu no Brasil não é diferente daquela que penetra o firmamento na Tailândia.
Quando os entes queridos te digam adeus nas bifurcações do caminho, não lhes arremesses à estrada quaisquer farpas de incompreensão.
Faze deles portadores de tua simpatia, seja onde seja.
Quando eles possam beneficiar os outros como beneficiaram a nós e quando nos retomem o convívio, seja na Terra ou noutros mundos, que nos possam trazer acrescidas de amor as vibrações de amor com que os abençoamos na despedida.
Que seria do mundo se as plantas monopolizassem os próprios frutos ou se os rios fugissem de viajar, receando o vampirismo da terra seca?
Dá teu coração, em forma de entendimento e ternura, ao companheiro que parte e envolve-o em preces de reconhecimento, clareando-lhe o caminho.
Com dobrados motivos devemos fazer isso, se ele foi, no contato conosco, um expoente de bondade, enriquecendo-nos a existência de tranquilidade e de alegria. Se as leis da renovação lhe determinaram a ausência, isso ocorre por impositivos que funcionam acima de nossa própria vontade a lhe chamarem adiante o dom de cooperar e a faculdade de construir, investindo-nos na obrigação de seguir-lhe os padrões de atividade, a fim de que venhamos a progredir sempre e servir cada vez mais.
Aquele que nos auxiliou tanto quanto pode, é e será invariavelmente um benfeitor, diante de quem a gratidão será para nós inequívoca, e de um benfeitor ninguém se afasta, com sentimentos de azedume e palavras de fel.
Louvemos os entes amados que nos deixam, convertendo separação em esperança e transformando distância em razão para agradecimento maior.
Lembremo-nos de que a fonte que nos dessedenta e ampara a segurança doméstica pode dessedentar e amparar os nossos vizinhos pela Misericórdia de Deus.
Pelo Espírito Emmanuel
De “Urgência”
De Francisco Cândido Xavier
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