Cães são capazes de identificar câncer de próstata em amostras de urina
Não é de hoje que podemos observar cada vez mais utilidades para o olfato bem desenvolvido dos cães, e agora, o chamado “melhor amigo do homem” se mostrou também capaz de identificar câncer de próstata em 95% dos casos testados.
Alguns meses atrás, percorreu pela imprensa a história do pastor alemão Frankie, que era capaz de detectar câncer de tireoide na urina de seres humanos com 88% acurácia. Agora, dois novos cães da mesma raça foram treinados para detectar câncer de próstata, e eles foram capazes de realizar essa tarefa em 95% das vezes em que foram testados, de acordo com o estudo que foi publicado pelo “The Journal of Urology”.
O câncer de próstata, uma das principais causas de morte por câncer entre homens, é atualmente detectado por um teste sanguíneo que procura por uma proteína chamada antígeno prostático específico (PSA), que é produzido pelas células da glândula prostática. Ainda que ela esteja normalmente presente em pequenas quantidades no sangue, níveis elevados podem indicar a presença do câncer na região. Entretanto, outros fatores como inflamações ou infecção urinária podem também causar um aumento do PSA no sangue. Por esse motivo, o exame de sangue não é tão confiável a ponto de ser o único teste realizado para identificar o câncer – sendo utilizado em conjunto com exames físicos (o infame “toque”).
Já que é evidente a necessidade de procurar por testes de câncer de próstata mais adequados, cientistas estão atrás de maneiras precisas para detectar a condição, o que acabou levando o olhar dos pesquisadores para os cães farejadores. Para uma investigação, eles utilizaram duas fêmeas de pastor alemão que haviam sido ensinadas previamente a farejar bombas para tentar identificar o composto específico do câncer de próstata em amostras de urina.
Para chegar a resultados significativos, os cientistas testaram 362 amostras de pacientes com câncer de próstata e 540 amostras de pessoas que não apresentavam a condição ou com tumores não cancerígenos. Então, descobriram que um dos cães foi capaz de acertar 100% dos pacientes que realmente tinham o câncer, e apenas fizeram falsos-positivos em 7 casos. O segundo cão identificou 98,6% das amostras positivas, e deu falsos-positivos 13 vezes.
Bem como no caso de Frankie, que foi capaz de detectar câncer de tireoide, os cientistas ainda não sabem exatamente qual composto os cães estão percebendo nas amostras de urina. Entretanto, um entendimento nesse aspecto pode fazer com que novos testes laboratoriais possam ser criados a fim de aprimorar o poder de detecção clínica do câncer de próstata. [IFLScience]
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