ELVIS PRESLEY SE TIVESSE VIVO,HOJE FARIA 80 ANOS;ENTENDA A OBRA DO REI DO ROCK


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Elvis Presley faria 80 anos; entenda a obra do Rei do Rock


Se estivesse vivo, Elvis Presley completaria 80 anos nesta quinta-feira (08). Para não deixar a data passar em branco, a equipe da Rádio UOL selecionou e comentou uma música para cada ano de sua carreira.
Numa jornada que vai da primeira demo em 1953 aos últimos suspiros musicais em 1977, traçamos a evolução musical do Rei do Rock. Ouça e conheça melhor não apenas seus grandes sucessos, mas também algumas das pérolas subestimadas de uma obra que atravessou 24 anos.

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ANOS 50:
1953 – That's When Your Heartaches Begin
Aos 18 anos, em agosto de 1953, o futuro rei do rock entrava num estúdio pela primeira vez. Pagou do próprio bolso a gravação de duas baladas, “My Happiness'' e “That's When Your Heart'' num disco de acetato para presentear a mãe. A segunda música foi escolhida por ter sido regravada e tocada ao vivo por Elvis até o final de sua carreira.

1954 – That’s All Right
“Se encontrasse um branco com o som e o sentimento de um negro eu ganharia um bilhão de dólares'', costumava dizer Sam Phillips, produtor e dono dos estúdios da Sun Records. Um belo dia, em julho de 54 sua secretária sugeriu que fizessem um teste com aquele jovem cantor de baladas que havia passado por lá um ano antes.
Num intervalo da sessão, Elvis começou a cantar de brincadeira uma versão acelerada do sucesso do bluesman Arthur Crudup “That's All Right''. O guitarrista Scotty Moore criou na hora um arranjo misturando country e blues, o baixista Bill Black estapeou seu instrumento como se fosse uma bateria e Phillips percebeu que havia encontrado seu “bilhão de dólares''. Desta fusão multi-racial nascia um novo gênero, o rockabilly.

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1955 – Mystery Train
Cerca de um ano depois do primeiro compacto, Elvis conseguia seu primeiro sucesso nacional com a balada country “I Forgot To Remember To Forget''. O lado B do disco, no entanto, é uma das grandes preciosidades de sua carreira. Se “That's All Right'' inaugurara o rockabilly, em “Mystery Train'' o gênero chegava à perfeição.

1956 – Heartbreak Hotel
Consagrado no sul do país como artista independente, Elvis começou a ser sondado pelas grandes gravadoras. A RCA ganhou o leilão, oferecendo $40 mil dólares pelo passe. Era menos do que o bilhão sonhado por Sam Phillips, mas ainda assim um recorde para um artista novo na época. O primeiro single foi “Heatbreak Hotel'', um misterioso blues que soava diferente de qualquer coisa já feita antes, chegou ao número 1 e coroou o rei do rock.

1957 – All Shook Up
Número 1 em abril de 57, “All Shook Up'' marca a virada estilística do rockabilly cru e direto da primeira fase para o rock and roll/rhythm and blues mais trabalhado que marcaria os anos seguintes. É notório que Elvis nunca compôs quase nada, apesar de ser creditado em várias canções. Neste caso no entanto o crédito é justo: ele pensou no título após ter um pesadelo e acordar “todo chacoalhado'' (tradução livre para a expressão “all shook up'') e sugeriu a idéia ao compositor Otis Blackwell.

1958 – Trouble
Os três primeiros filmes de Elvis, “Love Me Tender'', “Loving You'' e “Jailhouse Rock'' não foram particularmente marcantes no aspecto cinematográfico. Já o terceiro, o drama musical “King Creole'', filmado e passado em New Orleans é considerado por muita gente o melhor de sua carreira. A trilha também não deixa a desejar, destacando este blues que remete aos bordéis da capital do jazz.

1959 – A Big Hunk o’ Love
Gravada na única sessão realizada durante os dois anos de serviço militar de Elvis, este eletrizante número 1 de 1959 marca o fim da era original do rock and roll. O Rei do Rock logo voltaria à vida civil, mas sua produção tomaria um rumo bem menos transgressor.

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ANOS 60:
1960 – It’s Now Or Never
Ao voltar do exército em 1960, Elvis se deparou com um cenário musical completamente diferente. O rock, ao menos em sua encarnação original turbulenta e radical, havia sumido do mapa. Seus maiores ídolos pareciam ter sido sofrido uma maldição: enquanto o Rei servia, Jery Lee Lewis caiu em desgraça moral, Chuck Berry foi preso, Little Richard se tornou pastor evangélico e Buddy Holly morreu.
A saída foi tentar se reinventar como artista adulto e respeitável com canções como''It's Now Or Never'' – versão do standard italiano “Oh Sole Mio'' e se focar nos filmes, produzidos em série e, na maioria dos casos, de qualidade duvidosa.

1961 – I Can’t Help Falling in Love With You
Uma das mais belas e reconhecidas baladas de Elvis, foi gravada para a trilha sonora do filme Blue Hawaii (Feitiço Havaiano), seu disco mais vendido nos anos 60. Nos 70, o Rei também criou a tradição de encerrar com ela todas as suas apresentações ao vivo.

1962 – Return To Sender
Maldita pelos críticos e subestimada por muitos fãs, a fase pop do Rei do Rock no início da década de 60 esconde várias pepitas. “Return To Sender'' é uma delas, com ritmo e refrão contagiantes que deixam clara a influência do ícone do rhythm & blues Jackie Wilson, um dos cantores favoritos de Elvis.

1963 – (You’re The) Devil in Disguise
Outra pepita da mesma fase, “(You're The) Devil in Disguise'' foi a última canção de Elvis a chegar ao top 10 nas paradas rhythm & blues norte-americanas. Assim como a letra fala de uma garota diabólica que se faz de santa, o ar sentimental na par principal da música esconde um refrão eletrizante.

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1964 – Viva Las Vegas
Música tema no filme homônimo de 64, considerado um dos melhores de sua carreira, a canção retrata a loucura e a diversão nos cassinos de Las Vegas, se tornando um dos hinos não oficiais da cidade. A base instrumental e a produção também estão entre os grandes momentos de Elvis na década de 60.

1965 – Crying in the Chapel
Focado nos filmes e tendo que competir com a “invasão britânica'' liderada pelos Beatles e Rolling Stones, Elvis chegou à metade da década de 60 desmoralizado. Quase sem produzir e encarando uma das fases mais difíceis de sua carreira, teve que recorrer a uma gravação gospel de 5 anos antes para conseguir voltar ao top 10.

1966 – Spinout
Os filmes de Elvis nos anos 60 eram em geral bregas e pouco memoráveis, mas as trilhas escondiam grandes momentos. Uma paulada do mais puro e legítimo rhythm & blues sessentista, a faixa título de “Spinout'' é um deles. Se na década anterior Memphis havia sido a terra natal do rockabilly, a cidade agora era sinônimo da soul music áspera e agitada do selo Stax. O Rei não só aprovou, como incorporou o estilo com força total dali em diante.

1967 – Big Boss Man
Elvis começou sua carreira reinterpretando clássicos do blues em versões energizadas. É o que ele faz aqui com esta canção de um de seus ídolos, Jimmy Reed. Ainda amargando as vacas magras na área musical, a canção foi seu maior sucesso em 67 mas não passou do 38º lugar.

1968 – If I Can Dream
Tema final do especial televisivo apelidado de “68 Comeback Special'' que marcou ao mesmo tempo a volta de Elvis às origens e sua renovação musical. Com uma das letras mais fortes de sua carreira somada a sua emotiva interpretação, esta balada épica de protesto é uma das representações mais fortes de uma época marcada pelos protestos por direitos civis e contra a Guerra do Vietnã.

1969 – Suspicious Minds
Revitalizado com o especial de TV do ano anterior, o Rei do Rock estava pronto para voltar ao trono. Ainda faltava, no entanto uma grande canção. Eis que surge “Suspicious Minds''. Com ajuda do lendário produtor Chips Moman, Elvis criou uma sonoridade que marcaria o resto de sua carreira, misturando soul, country e rock and roll e conseguiu seu primeiro número 1 desde 1962.

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ANOS 70:
1970 – Bridge Over Trouble Water
Nesta versão da trilha sonora do documentário “That’s the Way It Is”, a voz de Elvis transforma a balada folk de Simon & Garfunkel em uma das suas maiores interpretações nos anos 70.

1971 – Merry Christmas, Baby
Dá para sensualizar com o natal? Se você for Elvis Presley, dá e sobra.

1972 – Burning Love
Mais uma prova de que o caldeirão multicultural de soul, country e rock iniciado com “Suspicious Minds'' era a nova cara de Elvis, esta composição do mestre do R&B sulista Arthur Alexander chegou ao segundo lugar, se tornando a última canção do Rei a atingir o top 10 nas paradas pop da revista Billboard.

1973 – An American Trilogy
Elvis já havia sido o transgressor do rockabilly, o queridinho da América, o astro de filmes bobos, e o Rei do Rock renascido. Agora, assumia sua última identidade: o entertainer, liderando com sua capa branca encrustada de brilhantes uma enorme banda em temporadas em Las Vegas e grandiosos shows como o do especial de TV “Aloha From Hawaii''.
A “Trilogia Americana'' – uma espécie de resumo musical épico da história do sul dos EUA era ponto alto das apresentações desta fase. Para alguns, exagero kitsch, para outros, autênticas emoções à flor da pele.

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1974 – Promised Land
Elvis recorreu a um cover de outro arquiteto do estilo, Chuck Berry para gravar o que talvez tenha sido seu último grande rock and roll. Seguindo por outro ângulo a mesma temática patriótica da canção anterior, a letra narra uma viagem de carro de costa a costa através dos Estados Unidos.

1975 – Green, Green Grass of Home
Neste clássico da música country eternizado nos anos 60 por Tom Jones, Elvis carimba uma das suas grandes características musicais dos anos 70: a de regravar hits já consagrados, mas com arranjos e interpretações grandiloquentes.

1976 – Moody Blue
Do mesmo compositor de “Suspicious Minds”, Mark Davis, essa canção country se tornou a última música de Elvis a alcançar o primeiro lugar da parada da Billboard norte-americana e também foi o seu último sucesso em vida.

1977 – Unchained Melody
Incluída posteriormente no álbum Moody Blue, esta versão ao vivo do sucesso imortalizado pelos Righteous Brothers foi gravada numa das últimas apresentações ao vivo do Rei. Emocionante, mostra um Elvis perceptivelmente debilitado ao piano, mas com uma força vocal que contrasta com sua situação física. Uma tocante despedida.



Texto por Pedro Carvalho
Djeferson Barbosa
Marina Tonelli



Fonte:http://radiouol.blogosfera.uol.com.br/2015/01/08/rei-do-rock-elvis-presley-faria-80-anos/

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