Um tempo para se pensar. Limpar berços de memórias já carcomidas. De usadas. De sentidas. Gastas por uma rotina maquiavélica do tempo. Que senta os favores do azul, mas cobra. Que deita um chão de flores, mas faz apodrecer. O verso de antes já não rima. A poesia antes obra, agora é prima da sobra. Um resto de saudade. Uma miséria de olho. Um sorriso triste. A pele de arrepio foi gasta. O arrebol desfez-se. Um frio gélido seduz o sol. Relações rasgadas. Por pressas. Por instantes cinzas. Por um sabe-se-lá-o-que-isso-vai-dar. Urge saber o outro. O mínimo. Um tanto. O pouco. Saber o minuto próximo, válido. Perceber que nuvem também rega. Delirar recomeços. A esperança está na verdade. De tudo. Do corpo. Do espírito. Da palavra. A descontinuidade de sonhos absurda. O verbo grita. É preciso um amor maior pra se saber o outro. Inteiro. De volta. Verdadeiro. O amor é a única certeza. Demento em minha espera de você.Dan Cezar
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