OLFATO E SEXUALIDADE SEGUNDO A NEUROCIÊNCIA

óleo sobre tela-por roberto Ferri
Olfato e Sexualidade
jajyu body painter japan
Introdução
A vivência sexual das criaturas é algo consolidado pela evolução como premissa maior para a perpetuação de uma espécie.
Tal situação é permeada por diversos fatores que influenciam na forma, frequência e momento em que a sexualidade irá se manifestar através de uma interação com outro indivíduo. E as vias disponibilizadas pela Natureza aos seres sexuados no planeta para chegarem até ao contato com o próximo de maneira sexualmente específica são delineados por processos físico-químicos, que se utilizam dos sentidos de cada um para serem interpretados e se transformarem em respostas claras e efetivas pelos organismos.
Dentre tais sentidos, nos depararemos com o Olfato, responsável pela captação e intepretação de odores oriundos do ambiente, outras criaturas e do próprio corpo. Diversos estudos sugerem que um papel central é desempenhado pelo olfato no que tange a sexualidade e sua manifestação, existindo vertentes de pesquisas que apontam para a participação de certos tipos de feromônios exalados por machos e fêmeas no despertar da libido e na promoção ou não da ovulação¹.
Flowers-by Georgia O'Keefe
Flowers-by Georgia O’Keefe
A função olfativa
O sentido do olfato depende do epitélio olfativo, que contém receptores neurais, células olfativas especializadas, que projetam cílios olfativos responsáveis pela detecção de diferentes odores, embora os mecanismos de ativação desses cílios olfativos sejam pouco conhecidos.
A adaptação olfativa, proveniente do próprio sistema nervoso central, é grande, sendo o cheiro percebido em um primeiro momento e, após, não mais sentido. Assim, a qualidade e a intensidade da percepção do cheiro dependem do estado anatômico do epitélio nasal bem como do sistema nervoso central e do periférico.
Os odores são memorizados a partir do próprio processo de aprendizado, sendo fatores importantes na seleção alimentar e em processos e experiências emocionais. Assim, podemos dizer que existe um aprendizado de odores, relacionado diretamente às experiências individuais podendo eles, inclusive, alterar estados afetivos, sendo relacionados com comportamentos social e sexual. Existem, assim, dados importantes a partir dos quais podemos dizer que as memórias evocadas pelos odores são distintas de outras evocações devido a sua potência emocional.
O olfato e o sistema nervoso
Vias olfatórias
Vias olfatórias
O processamento dos estímulos captados pelas células olfativas ocorre, basicamente, em duas regiões distintas no encéfalo: a Área Olfatória Medial e a Área Olfatória Lateral66
A área olfatória medial compõe-se por um grupamento de núcleos imediatamente anterior ao hipotálamo e abriga o Sistema Olfatório Muito Antigo, responsável por repostas primitivas, como a salivação ou impulsos emocionais primitivos ligados à olfação. Por sua vez, a área olfatória lateral, constituída principalmente pelocórtex pré-piriforme, córtex piriforme e pela porção cortical do núcleo amigdaloide, é a sede de dois outros sistemas, o Sistema Olfatório Antigo e o Sistema Olfatório Recente. O primeiro mostra-se responsável por respostas menos primitivas do que as do sistema muito antigo, manifestando-se em, por exemplo, uma aversão absoluta a certo alimento que provoque náusea e vômito. Já o segundo, o sistema recente, tem sua atividade relacionada às análises conscientes de odores, como identificação e distinção de substâncias 66.
vias olfatórias
vias olfatórias
Em relação à disposição destes sistemas dentro do Sistema Límbico, nota-se que o sistema muito antigo está localizado, mais especificamente, na porção mediobasal do encéfalo – região do sistema límbico relacionada a comportamentos mais básicos -, que o sistema antigo atinge partes menos primitivas do sistema límbico – como o hipocampo – e que o sistema recente alcança regiões mais corticais, as quais processam percepções e análises conscientes tanto da olfação quanto dos outros sentidos. 66
epitélio olfatório
epitélio olfatório
A memória olfativa e a sexualidade
óleo sobre tela-por roberto Ferri
óleo sobre tela-por roberto Ferri
O ser humano possui dois tipos básicos de memória, a de curta duração e a de longa duração. A primeira remete-se a processos onde pouca quantidade de informação é armazenada e por tempo limitado, como lembrar-se do cardápio no café da manhã. A segunda, a memória de longo prazo, guarda quantidades bem maiores de informação e por tempo67-69. A transformação de memórias curtas em memórias longas acontece através de um referencial formado, essencialmente, por dor e prazer, de modo que, quando uma determinada experiência proporciona ao indivíduo uma sensação prazerosa ou dolorosa, o sistema nervoso dele registra os eventos que o levaram até tal sensação.66.
Uma subdivisão importante das memórias de longo prazo são as memórias explícita e implícita. A explícita é responsável por uma evocação consciente de alguma informação, como a recordação da comemoração de um aniversário, por exemplo. A região cerebral utilizada para a construção deste tipo de memória é o hipocampo. Em seu turno, a memória implícita agrupa as lembranças que vêm à tona inconscientemente, como a sequência de movimentos necessária para se caminhar. Seu processamento se dá, principalmente, na amígdala 71.
sistema límbico
sistema límbico
O fato de a memória explícita ser processada no hipocampo, mesma região onde se processa o sistema olfatório antigo, e da memória implícita ser processada nas amígdalas, bem próximo dos núcleos onde se processa o sistema olfatório muito antigo, no sistema límbico, leva a crer que odores que provocam respostas menos instintivas – como, por exemplo, a recusa a um prato com camarão por este ter causado desconforto intestinal em situação pretérita – nos seres humanos são armazenados na memória explícita e que os odores quais desencadeiam reações mais primitivas – como sentir o cheiro de determinado alimento e, a partir disso, ter salivação -, por sua vez, são armazenados na memória implícita. Estudos de desenvolvimento e pesquisa transcultural também apontam para esta conclusão9. Tendo este contexto em vista e também o de que o estímulo sexual caracteriza-se como um dos mais primitivos nos seres vivos, é possível assumir que o armazenamento de odores relativos à sexualidade se relaciona à memória implícita. Assim, quando um odor específico de caráter sexual é identificado pelo epitélio olfativo toda a resposta fisiológica decorrente ocorre em um nível inconsciente.
O órgão Vomeronasal
órgão vomeronasal
órgão vomeronasal
O órgão vomeronasal é uma estrutura quimiorreceptora localizada na base da cavidade nasal que é responsável pela transdução de feromônios em sinais elétricos com a finalidade de regular as funções sexuais, hormonais e reprodutivas nos mamíferos7.
Kang, Baum e Cherrymostraram em estudos que a remoção do órgão em Cavia Porcellus diminuiu a atração sexual mediada por sinais químicos contidos na urina das fêmeas nas semanas subsequentes ao procedimento, sugerindo que tal constatação dá suporte à leitura de que a inexistência do componente vomeronasal nos mamíferos interfere na atividade sexual dos mesmos8. 
Diferenças de sexo na detecção de odor
Duas figuras-por Egon Schiele, 1911
Duas figuras-por Egon Schiele, 1911
Com raras exceções 33-34 as investigações publicadas de diferenças sexuais no limiar olfativo de sensibilidade relataram maior sensibilidade feminina ou não diferenças sexuais na sensibilidade, dependendo do odorante. Estudos como de Toulouse e Vaschide 35verificaram que as mulheres são mais sensíveis do que os homens para o odor de cânfora, no qual, para homens, a concentração mínima perceptível em água foi de 9 partes por 100.000, enquanto que para mulheres esse valor foi de 1 parte por 100.000 .Com resultado semelhante, Exaltolide 37descobriu uma maior sensibilidade da fêmea para uma ampla gama de compostos, incluindo a acetona, o 1-butanol, 2 – metilo, 3-mercapto-butanol, etanol, citral, 1-hexanol, sulfureto de hidrogénio, 1-octanol, pentilo etanol, acetato de fenilo, piridina, e m-xileno 38-46.
Punter31 examinou 58 compostos de publicações, e observou (p. 233), “Os dados sugerem que as mulheres são mais sensíveis (embora não estatisticamente significativo)”. Assim, a avaliação razoável da literatura citada sugere que as mulheres, em média, são mais sensíveis do que os homens para alguns odores, embora as diferenças entre sexos não sejam grandes.
Influências do ciclo menstrual na sensibilidade olfatória
Le Magnen36 foi o primeiro a analisar sistematicamente as influências do ciclo menstrual na sensibilidade olfativa humana. Em um experimento, ele testou limites para Exaltolide (fragrância) através de 10 ciclos menstruais de cinco mulheres. As medições foram feitas a cada dois ou três dias. Embora um aumento na sensibilidade fosse notado em todos os ciclos, nos dias seguintes, as menstruações sofreram considerável variabilidade no início, deslocamento, velocidade e mudança onde este aumento estava presente. Em alguns casos, a sensibilidade atingiu logo após a menstruação, enquanto que em outros, ocorreu muito mais tarde. Em três de nove casos, um segundo pico de sensibilidade ocorreu durante a fase lútea tardia.
Tantra- por Laurie-Wynne-Weber
Tantra- por Laurie-Wynne-Weber
Além disso, os picos de sensibilidade média foram observados no meio do ciclo e durante a segunda metade do ciclo menstrual em mulheres a tomar e não tomar contraceptivos orais (Figura 1). Uma descoberta nos desempenhos de detecção de odor nas mulheres que tomam contraceptivos orais sugeriu a possibilidade de que as flutuações sensoriais normalmente observadas no ciclo são de que as mulheres não podem ser diretamente dependentes dos níveis circulantes de hormônios gonadais ou gonadotrofinas hipofisárias, apesar de serem correlacionados com eles. As flutuações observadas nas variáveis ​​do estudo para as mulheres que não tomam contraceptivos orais são mostradas nas Figuras 2 e 348-49,51. Ainda descobriu-se que essa influencia não é específica para o olfato, mas ocorrem em audição também 47.
Percepção de odor durante a gravidez
Muitas mulheres relatam ter maior sensibilidade ou outras alterações na sua capacidade de percepção de cheiro durante a gravidez, como evidenciado por relatos e inúmeros estudos. Por exemplo, a Nordin et al.53 administrou um questionário extenso sobre cheiro e gosto a 187 gestantes e 80 mulheres não grávidas em momentos diferentes durante a gravidez, pós-parto, ou a equivalentes períodos de tempo, perguntando sobre a auto percepção da sensibilidade olfativa e a experiências de distorção e sensações cheiro fantasmas. Mais de dois terços (67%) das gestantes mulheres relataram ter um aumento na sensibilidade cheiro em algum ponto durante a gravidez. Distorções cheiro qualitativas foram observadas em 17%, e cheiro fantasma em 14%. Tais experiências ocorreram mais frequentemente durante o início da gravidez. Apesar destes relatórios, os dados sobre alterações na função olfativa durante a gravidez não revelam um imagem clara, e não se sabe se as alterações sensoriais mensuráveis ​​acompanham as ânsias e aversões que são comumente vivenciadas 54-58.
Sobre o cheiro fantasma, Grouios73 identificou que mesmo após a perda de entrada de receptores olfativos, a representação neural da percepção olfativa ainda pode recriar sensações olfativas sem qualquer lembrança consciente deles. Isto indica que a representação neural de sensações olfativas permanece funcional e implica que a atividade neuronal no olfato ou em outras estruturas cerebrais dá origem a experiências olfativas percebidas como sendo proveniente de percepção de substâncias de odores originais. O relatório indica a possibilidade intrigante de que a percepção olfativa não é um processo passivo que reflete simplesmente a sua entrada normal do sistema olfativo mas é continuamente gerada por uma representação neural no olfato, ou em outras estruturas cerebrais relacionadas ao olfato, com base em ambos a  genética e determinantes sensoriais.
Tem sido consistentemente relatado que a gravidez afeta avaliações hedônicas, principalmente por diminuir a agradabilidade dos odores. Esse fenômeno parece estímulo dependente. Por exemplo, em um estudo retrospectivo de 500 mulheres que completaram pelo menos um gravidez56, cerca de três quartos das mulheres relatou que havia odores que cheirava menos agradável durante a gravidez (por exemplo, cigarros, café, carne, alimentos em geral, diesel, suor). Menos de um quarto relatou que havia odores que cheiravam mais agradáveis (frutas, flores, bosques, perfumes).
No estudo, Na ET AL Kölble60, as mulheres grávidas classificaram o prazer da maioria dos odores de forma diferente do que os controles, embora três odores (Rum, cigarros e café) fossem relatados como sendo mais aversivos. Recentemente, Cameron et al59 constataram que, em comparação com controles não grávidas, as mulheres no primeiro trimestre da gravidez tendem a taxar a maioria dos 40 odores de um inventário padrozinado (UPSIT- The University of Pennsylvania Smell Inventory Test) como menos agradável. No entanto, a significância estatística foi alcançada por apenas para três odores: laranja, uva e gás natural. Curiosamente, ponche de frutas foi classificado como significativamente mais agradável.
Claramente a literatura sobre olfato e gravidez não é conclusiva. Parece que muitas mudanças que ocorrem durante este tempo são idiossincráticas e específicas para apenas alguns odores. Pesquisas adicionais, empregando grandes quantidades de odores, são necessárias para uma melhor compreensão a natureza das influências da gravidez na função olfativa.
Orgasmo e odor
Tantra-por Christopher Duffy
Tantra-por Christopher Duffy
Novakova72 avaliou noventa mulheres, com idades entre 20 anos e 30 anos, que não usavam pílula e que estavam em relacionamentos amorosos por pelo menos seis meses. Elas preencheram uma bateria de questionários sobre sua vida sexual e cheiraram vários tubos, contendo uma substância em diferentes diluições. Entre os compostos estava um feromônio da família das androstenedionas. Esse esteroide é secretado pelas glândulas sebáceas e na urina e é um dos maiores responsáveis por conferir cheiro ao nosso corpo. As participantes capazes de identificar odores mesmo quando eles estavam mais diluídos  foram exatamente as que relataram ter mais orgasmos com seu parceiro, indicando assim que possivelmente mulheres que têm mais excitação, desejo e satisfação sexual mostram maior sensibilidade aos feromônios.
Influências de administração de esteroides sexuais sobre a função olfativa
Apenas um punhado de estudos examinaram os efeitos da ooforectomia, orquiectomia, ou terapia de reposição hormonal (TRH) sobre a função do olfato humano. A maioria destes estudos sofreu com as pequenas dimensões de amostras51, a falta do duplo-cego, placebo ou procedimentos de controle e teste de confusão com tratamentos hormonais.
Recentemente, Doty ET al. administrou um teste de odor e memória padronizado de 12 itens 61 e avaliou 14 mulheres pós-menopausa que recebem terapia de substituição de estrogénios (TRE) e 48 mulheres pós-menopausa que não receberam essa terapia 62. Apesar de não haver influência do TRE foi observado nos resultados dos testes globais, que as mulheres sob reposição hormonal apresentaram um melhor desempenho na narina esquerda, e mais pobres na narina direita, um fenômeno ausente naquelas que não recebem TRE. Este efeito foi independente da destreza, idade limiar de sensibilidade e de diferenças de volume nasal Esquerdo-Direita ou de área transversal, medidos por rinometria acustica. Estes dados sugerem que a TER pode influenciar diferencialmente os lados esquerdo e direito do cérebro, uma vez que as projeções olfativas são em grande parte ipsilaterais do bulbo às estruturas que compõem o córtex olfativo.
Conclusão
Ainda que a evolução cultural humana tenha permeado as ações dos indivíduos com concepções próprias de cada época a cerca da sexualidade, é inegável o fato de que grande parte – se não a maior – dos fatores que determinam o comportamento sexual é oriunda de percepções inconscientes, resultantes de complexas interações entre as vias sensoriais olfatórias, os circuitos emocionais, os circuitos associados à formação da memória e fatores neuroendócrinos individuais.
Autores:
 Vinicius O. Andrade, Guilherme O. Magalhães, Carlos Eduardo M. Fontes e André Soffiatti-graduandos do curso de Medicina-UFGD-XIIa turma.
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Fonte:http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=841

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