SOBRE A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS SEGUNDO A VISÃO ESPÍRITA

Pluralidade dos mundos habitados

Paulo da Silva Neto Sobrinho

“Há várias moradas na Casa de meu Pai” – João 14, 2.


O nosso conceito de que Deus fez a terra e tudo que nela há, o sol, a lua e as estrelas para nós é falso e é isto que vem nos deixando com idéias arraigadas não nos permitindo enxergar mais além. Esta visão é bastante egoísta e presunçosa, não há como admitir, nos dias de hoje, que Deus tenha criado tudo para o gozo, contemplação e delícia do ser humano, que na verdade não passa de mais um dos seres da criação divina, cuja diferença para com os animais é ter o raciocínio contínuo. Entretanto mostra, em algumas situações, mais irracional que os próprios animais. Para podermos nos situar, vejamos a grandeza do cosmo. Ao depararmos com sua magnitude chegaremos à conclusão de nossa extrema insignificância perante o Universo.
O cosmo conhecido tem por diâmetro 40.000.000.000 anos-luz. E para quem quiser mensurar o que representa este número, basta multiplicá-lo por 9.467.280.000.000 km, número este que equivale a um ano-luz. Ora, dentro desta extraordinária grandeza não há como pensar que somente a terra, talvez nem um minúsculo grão de areia neste contexto, tenha vida humana. A ciência avança gradativamente e algumas nações gastam fortunas para tentar captar sons de outras galáxias, instrumentos cada vez mais potentes e sensíveis são direcionados para o céu em busca do contato com inteligências extraterrestres. Pode até parecer ficção científica, mas é a nossa pura realidade nos dias de hoje.
Perguntaríamos: Dada a grandeza do cosmo com seus bilhões e bilhões de planetas porque pensar que apenas a terra teria vida? Não poderia Deus ter criado tantos planetas sem que tivessem alguma outra utilidade a não ser iluminar nossas noites escuras? Tem que haver forçosamente, dentro de um senso lógico, vidas em outros planetas. Para se ter uma idéia somente a Via Láctea possui cerca de 200.000 planetas semelhantes a terra. Se há vida na terra porque não poderia haver nestes outros planetas semelhantes ao nosso? Não podemos fugir desta grande possibilidade de que possa haver vidas em outros planetas.
Suponhamos que um homem é colocado num foguete e lançado à Marte, desce lá e se não vê vida humana não quer dizer necessariamente que não há vida em Marte, o que podemos afirmar é que em Marte não há vida igual ou semelhante à da terra. Poderia ocorrer, talvez, que a vida em Marte não seria captada pelos nossos sentidos, como por exemplo, numa gota d’água não enxergamos, a olho nu, os micróbios que nela vivem, mas se colocarmos esta gota diante de um microscópio veremos uma infinidade de seres vivendo nesta gota, ou seja, se tivermos um instrumento apropriado poderíamos deslumbrar com a vida naquele planeta.
E aí as palavras de Jesus, em João 14, 2, “há muitas moradas na casa de meu Pai”, parecem fazer sentido. Não estaria ele falando dos vários planetas habitados?
Preocupado com esta questão Allan Kardec questiona aos espíritos superiores, conforme consta do Livro dos Espíritos, o seguinte:
Pergunta 55 – Todos os globos que circulam no espaço são habitados?
Resposta – Sim, e o homem da terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se crêem muitos fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.
Pergunta 56 – A constituição física dos mundos é a mesma?
Resposta – Não, eles não se assemelham de modo algum.
Pergunta 67 – A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, seguir-se-ão tenham organização diferentes os seres que os habitam?
Resposta – Sem dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros no ar.
Vamos descrever como seriam estes mundos de acordo com as informações dos espíritos superiores a Kardec.
Classificação dos Mundos
  1. Quanto ao grau de adiantamento ou inferioridade dos seus habitantes
    1. Mundos Inferiores – a existência é toda material, reinam as paixões, quase nula é a vida moral;
    2. Mundos Intermediários – misturam-se o bem e o mal, predominando um ao outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam;
    3. Mundos Adiantados – a vida é por assim dizer toda espiritual;
  2. Quanto ao estado em que se acham e da destinação que trazem:
    1. Mundos Primitivos – destinados às primeiras encarnações da alma humana;
    2. Mundos de Expiação e Provas – onde domina o mal (Terra);
    3. Mundos de Regeneração – nos quais as almas ainda têm o que expiar, haurem novas forças repousando das fadigas da luta;
    4. Mundos Ditosos – onde o bem sobrepuja o mal;
    5. Mundos Celestes ou Divinos – habitações de espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.
Os espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingirem a perfeição.
Os mundos estão, também, sob a lei do Progresso.
Características dos Mundos

a) Mundos Inferiores

  • seres rudimentares;
  • forma humana sem beleza;
  • instintos, não há sentimentos de delicadeza ou de benevolência;
  • não tem noção do justo e do injusto;
  • a força bruta é a única lei;
  • carentes de indústrias e de invenções;
  • passam a vida na conquista de alimentos.

b) Mundos Superiores

  • forma humana, mais embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada;
  • o corpo não tem a materialidade terrestre, não está sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que predominância da matéria provoca;
  • sentidos mais apurados;
  • leveza do corpo permite locomoção rápida e fácil, deslizando pela superfície, usando apenas a vontade;
  • é rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância;
  • vida mais longa do que na Terra;
  • a morte não causa pavor, é considerada uma transformação feliz;
  • a livre transmissão do pensamento;
  • relações amistosas entre os povos;
  • só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia;
  • a autoridade merece o respeito de todos, pois está estabelecida no mérito e na justiça;
  • amor e fraternidade prendem uns aos outros todos os homens;
  • possuem bens adquiridos mais ou menos por meio da inteligência;
  • o mal, nesses mundos, não existe;
  • os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer dos seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarmos a tais mundos.

c) Mundos Regeneradores

  • servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes;
  • encontra neles a calma e o repouso, acabando por depurar-se;
  • sujeição às leis que regem a matéria;
  • libertos das paixões, isentos do orgulho, da inveja e do ódio;
  • ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade;
  • o homem lá é ainda de carne;
  • ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação.
O que isto tudo representa para nós?
  • explica de onde vêem os espíritos que reencarnam na Terra;
  • nos dá a certeza de, conforme o progresso individual, irmos aos mundos mais elevados ou o “reino dos céus”;
  • pouca significância do tempo em que estamos aqui na terra;
  • passagem para o 3º milênio, depuração da terra dos espíritos inferiores, que não desejam progredir e não querem que os outros progridam.
Set/95

Fonte:http://www.espirito.org.br/portal/artigos/paulosns/pluralidade-dos-mundos-habitados.html


1 – O Espiritismo admite a existência de vida fora da Terra?
Antes que a ciência humana e as religiões tradicionais admitissem essa possibilidade, revelam os Espíritos, na questão 88, de O Livro dos Espíritos, que são habitados todos os mundos que giram no espaço e que a Terra está muito longe de ser o único planeta que asila vida inteligente.
2 – Não há exagero na afirmativa de que todos os mundos são habitados? Está demonstrado que já no nosso sistema planetário, somente a Terra guarda condições para a vida.
Sim, sob o ponto de vista biológico. Há que se considerar, entretanto, a vida espiritual. Todos os mundos são habitados por Espíritos, na dimensão espiritual, constituindo populações situadas em variados estágios de evolução.
3 – Diríamos, então, que Marte, Júpiter, Saturno e os demais planetas de nosso sistema, são habitados por Espíritos?
Pode parecer estranha essa idéia, mas verdadeiramente estranho seria imaginar que Deus houvesse criado miríades de mundos, apenas para infeitar o Universo ou para contemplação do Homem, como imaginavam os teólogos na Antiguidade.
4 – Há, na Terra, Espíritos originários de outros planetas do sistema solar?
Certamente. Há migrações envolvendo Espíritos que chegam e que partem, atendendo à dinâmica da evolução. Na medida em que a população terrestre evolui pode abrigar espíritos de planetas que guardam compatibilidade, da mesma forma que saem daqui Espíritos para estágios em planetas superiores ou inferiores, sob orientação dos poderes que nos governam.
5 – As obras de ficção científica abordam com freqüência a possibilidade de a Terra ser invadida um dia por alienígenas. Isso poderia acontecer?
Se um dia recebermos a visita de seres extraterrestres, de planeta localizado à distância de nosso sistema solar, certamente suas intenções não serão belicosas. A tecnologia necessária para vencer as grandes distancias e os problemas decorrentes, somente será alcançada por civilizações em alto estágio de desenvolvimento intelectual que fatalmente se fará acompanhar pelo desenvolvimento moral. Banida estará dessas civilizações a ambição de poder e domínio que caracterizam a inferioridade humana.
6 – E quanto à aparência. Seriam monstruosos, como costuma situar a ficção científica?
A beleza obedece a padrões de simetria que são universais. Seres mais evoluídos fatalmente terão uma harmonia de formas, belos, ao olhar humano, ainda que diferentes. Temos um exemplo típico na comparação entre os hominídeos que viveram a 200 mil anos e o homem de hoje.
7 – Há um grande movimento científico, na atualidade, envolvendo vários países, no sentido de se estabelecer contato com seres de outros mundos através da radioastronomia, que capta as ondas hertezianas. Acontecerá?
Sem dúvida. Mais cedo ou mais tarde, os grandes radiotelecópois captarão mensagens de outros mundos. Mas não pensemos em troca de mensagens ou diálogos. Considerando que a velocidade limite do unvierso é trezentos mil quilômetros por segundo, e que supostos planetas com vida inteligente situam-se a milhares de anos-luz, teríamos diálogos entremeados por pausas de milhares de anos.
8 – O Espiritismo teria uma contribuição a respeito do assunto, favorecendo contatos extraterrestre.
Segundo Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, há um planeta do sistema capela, na constelação de cocheiro, a 42 anos-luz da Terra, habitado por uma civilização capaz de nos enviar mensagens, via rádio. O difícil é convence os cientistas de que não se trata de mera fantasia e que deveriam acentar seus radiotelescópios na direção daquele planeta.

Fonte:http://www.richardsimonetti.com.br/pingafogo/exibir/140


O Espiritismo responde

Hugo Gonçalves

Elizabeth indaga-nos: “Se existem no Universo muitos planetas habitados, há intercâmbio entre eles?”
Um dos princípios fundamentais do Espiritismo é o da pluralidade dos mundos habitados. Na obra da criação, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório encontra-se a Terra, uma das inumeráveis habitações do ser humano. Evidentemente, há muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.
Criado simples e ignorante, dotado de liberdade e inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e a reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra e em outros planetas, tantas quantas forem necessárias à sua depuração e progresso.
Esse processo realiza-se por meio das migrações dos Espíritos, isto é, da alternância das existências humanas nos dois planos da vida: o plano físico e o extrafísico ou espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo tem vida, encontra-se fixado ao mundo em que encarnou. Desencarnado, passa à condição de Espírito errante, alguém que ainda necessita de novas experiências reencarnatórias para depurar-se e progredir.
No estado de erraticidade o Espírito continua vinculado ao mundo onde tem de reencarnar, mas, não estando a ele jungido pelo corpo físico, é mais livre e pode mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.
As migrações de Espíritos podem ocorrer também entre mundos diferentes, ou seja, podem os Espíritos emigrar de uns para outros planetas. Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo.
O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo. Foi um fato dessa ordem que deu origem à raça adâmica, constituída de Espíritos exilados de um planeta distante vinculado à estrela Capela.


O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 624 Fevereiro de 2006
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Comentários

  1. Excelente trabalho sobre o assunto "Pluralidade dos Mundos Habitados". Extremamente útil para quem apresenta estudos, para quem trabalha em Evangelização e também para quem deseja informar-se mais sobre o assunto. Parabéns a quem compilou este material.

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