AS RELIGIÕES



"O ideal de todas as religiões é o diálogo e o  mútuo respeito e reverência por todos os verdadeiros santos e caminhos de todas as religiões. Isso não significa que elas perderão suas individualidades desmanchando-se como o açúcar para formar uma única religão. Não! Cada religião é única. Representa um aspecto da Divindade que não pode ser diluído.

Porém, Deus não pode ser limitado ou enclausurado senão no Amor. O Amor é a única armadilha capaz de aprisionar o Senhor. Portanto, todas as religiões representam, cada uma, aspectos diferentes do Divino. Assim como a luz branca revela sete diferentes cores e inúmeros matizes quando passa pelo prisma, também as religiões representam facetas de Deus que não podem ser aprisionadas entre os sectários muros das ideologias criadas pelos homens.

Cada religião, assim como cada cor do arco-íris, possui sua intrínseca e insubstituível individualidade e, ainda assim, cada uma deve saber, reverenciar e respeitar todas as outras como individualidades pertencentes à mesma Fonte. Se o diamante, o rubi e a esmeralda entrassem em conflito, não veríamos a beleza natural de cada uma dessas valiosas pedras. 

O ideal de reverência a todos os santos de todas as verdadeiras religiões é o que Paramahansa Yogananda levou à America. Ele ensinou a seus discípulos a reverenciarem aos santos de todas as verdadeiras religiões. Ensinou que cada religião é capaz de produzir santos de elevado quilate. Ensinou, também, a visitarem as mesquitas, as viharas, as sinagogas, as igrejas e os templos das diferentes ideologias. Mas apesar disso, foi verdadeiramente fiel à sua divina linhagem de Gurus. Sem essa fidelidade, as religiões perdem suas identificações exotéricas que são necessárias e belas.

O homem verdadeiramente religioso deve ser fiel àquele caminho que escolheu para trilhar. Uma analogia é a do barqueiro. Ele sabe que todos os rios desembocam no mar, mas também sabe que não pode seguir por mais de um curso ao mesmo tempo. Para não se perder, deve escolher um único curso de rio e não dois ao mesmo tempo." (...)

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 412/413)


Comentários