Cobra Norato: Nas águas amazônicas
A tradição das cobras encantadas está presente em todo o Brasil, segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo. Entre as diversas lendas, destacam-se a da Cobra Grande ou Boiúna, no Amazonas, e a da Cobra Norato, no Pará. Esta última serviu de inspiração ao poema de mesmo nome de Raul Bopp, considerado uma obra-prima do modernismo brasileiro Doki/UOL
A índia Tapuia sentiu a gravidez quando se banhava nas águas do rio Claro. Teve os filhos nas margens do Cachoeiri, entre os rios Amazonas e Trombetas. Vieram ao mundo na forma de duas serpentes escuras. A mãe lhes deu os nomes cristãos de Honorato e Maria. Eram gêmeos. Não podiam viver na terra. Criaram-se nas águas. O povo os chamava Cobra Norato e Maria Caninana.
Cobra Norato era forte e bom. Não fazia mal a ninguém. Pelo contrário, salvou muita gente de morrer afogada. Lutou contra peixes grandes e ferozes. Passava o dia nadando, esperando a chegada da noite. Quando a lua surgia no céu, ele saía da água, arrastando o corpo pela areia. Então, Cobra Norato se desencantava. Deixava o couro da cobra na margem do rio, e se transformava num belo rapaz. Adorava festas. Ia dançar, ver as moças, conversar com os outros rapazes. Pela madrugada, enfiava-se novamente no couro da cobra que deixara na margem e mergulhava nas águas do rio.
Sua irmã, Maria Caninana, era má e violenta. Jamais visitou a mãe. Afundava embarcações, feria peixes pequenos. Por isso, Cobra Norato a matou, depois de uma luta terrível. As duas serpentes se engalfinharam no meio do rio Madeira, transformando suas águas calmas num imenso redemoinho.
Para virar homem de uma vez por todas, Cobra Norato precisava de alguém que ajudasse a desencantá-lo. Antes de mais nada, era necessário encontrá-lo dormindo. Depois, deveriam se jogar três pingos de leite de mulher na boca da cobra e dar uma cutilada de ferro virgem na sua cabeça. Ela, então, fecharia a boca e da ferida na cabeça sairiam três gotas de sangue. Assim, Honorato ficaria homem para o resto da vida.
Mas a cobra assombrava. Todos tinham medo. Demorou para aparecer alguém que quisesse ajudar.
Certo dia, a cobra nadou pelo Tocantins. Deixou o corpo na beira do rio e foi dançar. Fez amizade com um soldado e pediu que o desencantasse. O soldado topou e fez tudo o que era preciso. Honorato suspirou descansado. Queimou o couro da cobra. As cinzas voaram.
Nas terras e rios do Pará não há quem ignore a vida da Cobra Norato. Canoeiros apontam para lá e para cá, mostrando os locais por onde passava a Cobra Norato.
Cobra Norato era forte e bom. Não fazia mal a ninguém. Pelo contrário, salvou muita gente de morrer afogada. Lutou contra peixes grandes e ferozes. Passava o dia nadando, esperando a chegada da noite. Quando a lua surgia no céu, ele saía da água, arrastando o corpo pela areia. Então, Cobra Norato se desencantava. Deixava o couro da cobra na margem do rio, e se transformava num belo rapaz. Adorava festas. Ia dançar, ver as moças, conversar com os outros rapazes. Pela madrugada, enfiava-se novamente no couro da cobra que deixara na margem e mergulhava nas águas do rio.
Sua irmã, Maria Caninana, era má e violenta. Jamais visitou a mãe. Afundava embarcações, feria peixes pequenos. Por isso, Cobra Norato a matou, depois de uma luta terrível. As duas serpentes se engalfinharam no meio do rio Madeira, transformando suas águas calmas num imenso redemoinho.
Para virar homem de uma vez por todas, Cobra Norato precisava de alguém que ajudasse a desencantá-lo. Antes de mais nada, era necessário encontrá-lo dormindo. Depois, deveriam se jogar três pingos de leite de mulher na boca da cobra e dar uma cutilada de ferro virgem na sua cabeça. Ela, então, fecharia a boca e da ferida na cabeça sairiam três gotas de sangue. Assim, Honorato ficaria homem para o resto da vida.
Mas a cobra assombrava. Todos tinham medo. Demorou para aparecer alguém que quisesse ajudar.
Certo dia, a cobra nadou pelo Tocantins. Deixou o corpo na beira do rio e foi dançar. Fez amizade com um soldado e pediu que o desencantasse. O soldado topou e fez tudo o que era preciso. Honorato suspirou descansado. Queimou o couro da cobra. As cinzas voaram.
Nas terras e rios do Pará não há quem ignore a vida da Cobra Norato. Canoeiros apontam para lá e para cá, mostrando os locais por onde passava a Cobra Norato.
Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/cobra-norato-nas-aguas-amazonicas.htm
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