Uma mulher digita em seu teclado enquanto navega na internet
(The Canadian Press/Jonathan Hayward)
Dicas para navegar de forma segura pela internet
Como utilizar suas ferramentas de privacidade
Enquanto escrevia seu livro, a repórter da ProPublica Julia Angwin testou diversas estratégias para proteger sua privacidade. Neste artigo, ela transforma as lições tiradas de seus experimentados em dicas úteis para os leitores.
Uma das coisas mais simples e fáceis de fazer para proteger sua privacidade na web é possuir um navegador mais esperto que os violadores.
Isto é surpreendentemente difícil pois os softwares dos browsers mais populares são programados para permitir que os usuários sejam rastreados por alguma falha. A razão disto é simplesmente econômica – os softwares dos navegadores de internet não são pagos, então as empresas que os criam precisam encontrar outros métodos para ganhar dinheiro.
Um grande exemplo destes casos decorreu de um conflito em 2008, quando um executivo de publicidade da Microsoft ajudou a anular o plano elaborado por engenheiros para reforçar as proteções de privacidade do navegador Internet Explorer 8. Desde o evento, a Microsoft tem adicionado mais proteções – mas não são ativados por erros. A situação também não é das melhores para o Google, cujo navegador Chrome “enterrou e desencorajou” o uso do botão de “Não Rastreamento”, e é pioneiro no uso de novas tecnologias para rastreamento que não podem ser bloqueadas. E inclusive, outra grande empresa de navegadores, como a Mozilla Corporation recebe 85% de seus faturamentos através de um contrato para tornar o Google o mecanismo de busca padrão no Firefox.
Pior ainda, muitas ferramentas oferecidas pelos navegadores de internet não são eficientes. Empresas de rastreamento se recusaram a honrar o botão de “Não Rastreamento”. O Modo Seguro do Google e a “Navegação Privada” do Internet Explorer não te protegem de ser rastreado. Estas ferramentas apenas protegem sua privacidade de outras pessoas que possam vir a usar aquele mesmo navegador em seguida.
Assim sendo, como forma de prevenir as mais diversas formas de rastreamento, acabei equipando meu navegador Firefox da Mozilla, com vários softwares extras. Parece ser muito trabalhoso, mas a maioria destes softwares podem ser instalados em segundos. Estes foram os utilizados:
- Instalei o “HTTPS Everywhere”, criado pela Eletronoc Foundation e a Tor Project. Esta ferramenta força seu navegador a usar conexões de internet criptografadas em qualquer site que o permita. Isto previne que hackers – a Agência Nacional de Segurança – espionem suas conexões de internet.
- Também instalei o Disconnect, um programa criado por um ex engenheiro do Google Brian Kennish, que bloqueia propagandas e redes sociais, como Facebook e Twitter, de rastrearem os sites que você visita.
- E finalmente, ajustei meu navegador para utilizar o mecanismo de busca DuckDuckGo, um mecanismo que não armazena nenhuma das informações que são automaticamente transmitidas pelo seu computador – o endereço de IP e outras pegadas digitais. Então, o DuckDuckGo não tem meios de conectar estes formulários à você. Isto significa que o DuckDuckGo não preencherá automaticamente seus formulários de busca baseando-se nas suas pesquisas anteriores ou em sua localização física, como o Google faz. Então, você terá que ser um pouco mais esperto em suas pesquisas e lembrar das páginas que você visita com frequência, para economizar tempo.
Depois de navegar desajeitadamente por um ano, encontrei um navegador que possuía todas estas características que eu queria concentradas – chamado de WhiteHat Aviator. Foi todo construído pelo HTTPS Everywhere e não salva ou vende suas atividades online, e utiliza o Disconnect para bloquear os rastreadores das propagandas e das mídias sociais. E seu mecanismo de busca é exatamente o DuckDuckGo.
É elaborado por uma empresa de segurança da computação chamada de WhiteHat Security, a qual não foi ainda invadida e testada pelos experts em computação, até onde eu saiba. Atualmente, só é possível utilizá-lo no sistema operacional da Mac OSX. Porém, eu tenho utilizado já há alguns meses e comecei a desfrutar do sentimento incomum de navegar tendo a privacidade como configuração padrão.
Este artigo foi originalmente publicado pela ProPublica
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