POVOS AMERÍNDIOS

 

                                    Povos Ameríndios
Índio, indígena ou nativo americano são nomes dados aos habitantes humanos da América antes da chegada dos europeus, e os seus descendentes atuais. A hipótese mais aceita para a sua origem é que os primeiros habitantes da América tenham vindo da Ásia atravessando a pé o Estreito de Bering, no final da idade do gelo, há 12 mil anos.

O termo “índio” provém do facto de que Cristóvão Colombo, quando chegou à América, estava convencido de que tinha chegado à Índia, haja vista que o gentílico espanhol para a pessoa nativa da Índia é índio, e dessa maneira chamou os povos indígenas que ali encontrou. Por essa razão também, ainda hoje se refere às ilhas do Caribe como Índias Ocidentais.
Mais tarde, estes povos foram considerados uma raça distinta e também foram apelidados de peles vermelhas. O termo ameríndio é usado para designar os nativos do continente americano, em substituição às palavras “índios”, “indígenas” e outras consideradas preconceituosas.
Na América do Norte, estes povos são também conhecidos pelas expressões povos aborígenes, índios americanos, primeiras nações (principalmente no Canadá), nativos do Alasca ou povos indígenas da América. No entanto, os esquimós (inuit, yupik e aleutas) e os métis (mestiços) do Canadá, que têm uma cultura e genética diferente dos restantes, nem sempre são considerados naqueles grupos.
Estes termos compreendem um grande número de distintas tribos, estados e grupos étnicos, muitos dos quais vivendo como comunidades com um estatuto político.


_______Etnias e Culturas Indígenas no Brasil

Pataxó
Os indígenas do Brasil falavam e falam centenas de línguas diferentes, cujas origens e conexões ainda são pouco conhecidas. Sua cultura material e espiritual também é bastante diversificada, apesar de um fundo comum devido ao estilo de vida
Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, no interior do Piauí, registram indícios da presença humana datados de há 48 mil anos.
Em Lapa Vermelha (Minas Gerais) foi encontrado um verdadeiro cemitério com ossos datados em 12 mil anos, o primeiro dos quais encontrado por Annette Laming-Emperaire na década de 1970 e que foi “batizado” de Luzia e que parecia mais aparentada com os aborígenes da Austrália ou com negritos das Ilhas Andaman.
No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.
O primeiro inventário dos nativos brasileiros só é feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registra a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas:
tupi-guarani,  jê ou tapuia, aruaque ou maipuré e caraíba ou caribes.
 Von den Steinen também assinala quatro grupos linguísticos: tupi-guarani, macro-jê, caribe e aruaque. Atualmente estima-se que sejam faladas 170 línguas indígenas no Brasil.


___________Principais Nações e Tribos
Guaranis
Potiguaras
Caingangues
Tupinambás
Goitacases
Carajás
Tapajós
Ianomâmis
Pataxós
Mundurucus
Guaicurus
___________Guaranis
Nota: Se procura pela língua da família lingüística tupi-guarani, falada pelos guaranis, veja Língua guarani.
O termo guaranis refere-se a uma das mais representativas etnias indígenas das Américas, tendo como territórios tradicionais uma ampla região da América do Sul que abrange os territórios nacionais da Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e a porção centro-meridional do território brasileiro.
São chamados povos (no plural) pois sua ampla população encontra-se dividida em diversos subgrupos étnicos dos quais os mais significativos em termos populacionais são os caiouás, mbiás, nhandevas, ava-xiriguanos, guaraios, izozeños e tapietés. Cada um destes subgrupos possui especificidades dialetais, culturais e cosmológicas, diferenciando assim sua forma de ser guarani das demais.
Os guaranis são uma tribo com traços notadamente canibais. Ao contrário de seus pares, os caiapós, sua tradição antropofágica não está associada a ideários religiosos, mas sim a objetivos de hegemonia e superioridade
______História Guarani
Existem milhares de fontes históricas que tratam da trajetória dos povos guarani, sendo esta uma das etnias mais documentadas de todos os tempos. Apesar deste fato sua história bem como o primeiro contato desta etnia com os exploradores europeus não foi bem documentado.
Os próprios guaranis não possuíam à epoca uma linguagem escrita, logo toda sua história estava vinculada a uma complexa forma de transmissão do conhecimento através da tradição oral. Daquele período sabe-se que eram sociedades descentralizadas de caçadores e agricultores seminômades. Sua alimentação era baseada na caça e coleta, bem como no plantio diversas variedades de vegetais, como mandioca, batata, amendoim, feijão e milho.
Habitavam casas comunais de dez a dezenove famílias. Como os guarani modernos se uniam e organizavam-se em redes de parentesco cunhadas e atualizadas em relações mutualidade a partir de perspectivas cosmológicas partilhadas.
De acordo com o missionário jesuíta Martin Dobrizhoffer alguns destes grupos praticavam antropofagia, possivelmente dentro de complexos rituais funerais, para em seguida colocarem os ossos do morto em grandes panelas de cerâmica afixadas invertidas sob o solo.
Nas primeiras décadas do século XVI, quando o processo colonizador mercantilista ainda não havia compreendido com maior clareza a geografia humana nativa no continente sul-americano, os indígenas, que posteriormente serão chamados, genericamente, de Guaranis, eram conhecidos como carijós no Brasil e cariós no Paraguai colonial.
O termo Guarani, que significa guerreiro, passou a ser empregado a partir do século XVII, quando a ordem tribal já estava bastante esfacelada por mais de 100 anos de exploração colonial, para designar um grande número de índios que viviam em aldeamentos pertencentes a grupos falantes de dialetos da língua Guarani da familia linguistica Tupi-guarani.
___________Potiguaras
Nota: Se procura pela língua falada pelos potiguaras, veja Língua potiguara.
Os potiguaras (“comedores de caramão”, de pety, “camarão” e guara, “comedor”) são um grupo indígena que habitavan o litoral do estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, quando os portugueses e outros povos europeus chegaram ao Brasil.
Nos dias atuais estes habitam o norte do estado brasileiro da Paraíba, junto aos limites dos municípios de Rio Tinto, Baía da Traição e Marcação (na Terra Indígena Potiguara, Terra Indígena Jacaré de São Domingos e Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor) e no Ceará, nos municípios de Crateús (na Terra Indígena Monte Nebo);
Monsenhor Tabosa e Tamboril (Terra Indígena Mundo Novo / Viração ou Serra das Matas). Falam o potiguara, um idioma da família tupi-guarani. Vários descendentes da tribo dos potiguares adotaram, ao serem submetidos ao batismo cristão, o sobrenome Camarão, sendo o mais famoso deles o combatente Felipe Camarão.
Atualmente, são o único povo indígena oficialmente reconhecido no estado da Paraíba. Sua população gira em torno de 13.547 pessoas, sendo uma das maiores do Brasil e a maior do Nordeste etnográfico – estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e a parte setentrional da Bahia.
Estão distribuídos em 37 localidades sendo que 29 delas são consideradas aldeias, além da forte presença nas áreas urbanas dos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Processos migratórios também levaram contingentes significativos dos Potiguara a habitarem cidades como Mamanguape, João Pessoa, Rio de Janeiro e Cabedelo, Bayeux e Santa Rita, na Paraíba, e Canguaretama, Baía Formosa e Vila Flor, no Rio Grande do Norte.
As aldeias potiguaras são: Galego, Forte, Lagoa do Mato, Cumaru, São Francisco, Vila São Miguel, Laranjeiras, Santa Rita, Tracoeira, Bento, Silva, Borel, Acajutibiró, Jaraguá, Silva de Belém, Vila Monte-Mor, Jacaré de São Domingos, Jacaré de César, Carneira, Estiva Velha, Lagoa Grande, Grupiúna, Grupiúna de Cima, Brejinho, Tramataia, Camurupim, Caieira, Nova Brasília e Três Rios.
Além dessas aldeias existe em torno de uma dezena de outros povoados que não possuem representante oficialmente reconhecido e são representados pelo líder da aldeia mais próxima, tais como: Sarrambi, Taiepe, Bemfica, Vau, Gameleira, Engole Vivo e Mata Escura. Monte-Mor e Três Rios passaram a ser consideradas como aldeias há pouco tempo: Monte-Mor quando passou a contar com um representante, saindo da esfera da aldeia Jaraguá, já Três Rios, depois que os índios da zona urbana de Marcação retomaram uma faixa de terras ocupadas por canaviais e refundaram o antigo povoado que havia existido no local.
Os índios que moram na Baía da Traição, porém, geralmente recorrem aos representantes das aldeias Forte, São Miguel e Acajutibiró pela proximidade destas com o centro da cidade, quando não, diretamente ao Posto Indígena da FUNAI, localizado no Forte.
________Caingangues

Quarupi
Nota: Se procura outros significados, veja Caingangue.
Os caingangues (ou ainda kaingang, kanhgág) são um povo indígena do Brasil meridional. Sua língua pertencente à família linguística jê, do tronco macro-jê. Sua cultura desenvolveu-se à sombra dos pinheirais (Araucaria brasiliensis). Há pelo menos dois séculos, sua extensão territorial compreende a zona entre o rio Tietê (São Paulo) e o rio Ijuí (norte do Rio Grande do Sul). No século XIX, seus domínios se estendiam para oeste, até San Pedro, na província argentina de Misiones.
Atualmente, os caingangues ocupam cerca de trinta áreas reduzidas, distribuídas sobre seu antigo território, nos estados meridionais brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com uma população aproximada de 29 mil pessoas.[1] Os caingangues estão entre os cinco povos indígenas mais populosos no Brasil.
Na literatura internacional, “caingangues” tem designado o povo que, na literatura de língua portuguesa, é chamado xoclengue (que hoje se autodenominam laklãnõ). Os xoclengues foram descritos por Jules Henry (1941: “Jungle People: a Kaingáng tribe of the highlands of Brazil”), pesquisador que esteve entre eles no início da década de 1930, no leste de Santa Catarina. Por isso, o que se costuma referir, na literatura internacional, como característica da cultura caingangues é, na verdade, característica da cultura xoclengue, segundo a descrição de J. Henry.


Pajé - Guarupi


__________Tupinambás
O termo tupinambá provavelmente significa “o mais antigo” ou “o primeiro”, e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá.
Os tupinambás como nação dominavam quase todo o litoral brasileiro e possuíam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o tupi antigo, constituindo-se na língua raiz da língua geral paulista e do nheengatu. Entretanto, normalmente, quando se fala em tupinambás, está-se a referir às tribos que fizeram parte da Confederação dos Tamoios, cujo objetivo era lutar contra os portugueses, também conhecidos como perós.
Apesar de terem raízes comuns, as diversas tribos que compunham a nação Tupinambá lutavam constantemente entre si, movidas por um intenso desejo de vingança que resultava sempre em guerras sangrentas em que os prisioneiros eram capturados para serem devorados em rituais antropofágicos. Autores como o alemão Hans Staden (A História dos Selvagens, Nus e Ferozes…), e os franceses Jean de Léry (Viagem à Terra do Brasil) e André Thevet (As Singularidades da França Antártica), todos do Século XVI, além das Cartas Jesuíticas da época, nos dão notícias muito precisas acerca de quem eram e como viviam os índios Tupinambás.
Em todas as tribos tupinambás era comum a observância aos heróis civilizadores, como chama Alfred Métraux em seu livro A Religião dos Tupinambás, que eram divindades que haviam criado ou dado início à civilização indígena (Meire Humane e Pae Zomé — mito ameríndio comum em toda a América Meridional). Também era comum a intercessão junto aos espíritos dos pajés, o uso dos maracás, chocalhos místicos cujo uso era obrigatório em qualquer cerimônia.
Atualmente existem dois núcleos de índios Tupinambá, no litoral da Bahia: Olivença, município de Ilhéus, com 20 aldeias e 3864 indígenas; e a aldeia Patiburi, município de Belmonte, com 199 pessoas.
Os tupinambás da Região Sudeste do Brasil tinham um vasto território, que se estendia desde o rio Juqueriquerê, em São Sebastião / Caraguatatuba, no Estado de São Paulo, até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de Janeiro.
O grosso da nação tupinambá localizava-se na baía da Guanabara e em Cabo Frio, ou Gecay, o nome da mistura de sal e pimenta que os índios, embora não consumindo o sal, vendiam aos franceses (mairs, nome originário de Maíra ou Meire Humane), com os quais se aliaram quando estes estabeleceram a colônia da França Antártica na baía de Guanabara.
As tentativas de escravização dos índios para servirem nos engenhos de cana-de-açúcar no núcleo vicentino, levaram à união das tribos numa confederação sob o comando de Cunhambebe, chamada de Confederação dos Tamoios, englobando todas as aldeias tupinambás, desde São Paulo, Vale do Rio Paraíba (São José dos Campos, Taubaté e outras) até o cabo de São Tomé, com invejável poderio de guerra.
É neste ínterim que Nóbrega e Anchieta teriam sido levados por José Adorno de barco até Iperoig (atual Ubatuba), para tentar fazer as pazes com os índios fronteiros no local da atual cidade de Ubatuba (aldeia de Yperoig).
Segundo a tradição, Nóbrega voltou até São Vicente com Cunhambebe e o Padre José de Anchieta ficou cativo dos tupinambás em Ubatuba. Neste período, ele teria escrito o Poema da Virgem. Fatos lendários e fantásticos teriam ocorrido nesta época do cativeiro, como o milagre de Anchieta: levitar entre os índios, que horrorizados, queriam que ele dali se retirasse pois pensavam tratar-se de um feiticeiro.
Seja como for, os padres com muita diplomacia, conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o Primeiro Tratado de Paz das Américas. Diz-se que depois de feitas as pazes, Nóbrega advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam todos destruídos, profecia que de fato se concrettizou. Quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, estes pediram ajuda aos índios, que acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na segunda metade do século XVI. Os que conseguiram se salvar foram os que se embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem os irmãos do Rio e não correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos em Ubatuba, gerando a atual população caiçara daquela região assim como a população cabocla do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.
Seja como for, os padres com muita diplomacia, conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o Primeiro Tratado de Paz das Américas. Diz-se que depois de feitas as pazes, Nóbrega advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam todos destruídos, profecia que de fato se concrettizou. Quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, estes pediram ajuda aos índios, que acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na segunda metade do século XVI. Os que conseguiram se salvar foram os que se embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem os irmãos do Rio e não correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos em Ubatuba, gerando a atual população caiçara daquela região assim como a população cabocla do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.
___________Goiatacases
Os goitacazes foram um grupo indígena, atualmente considerado extinto, que habitava no século XVI a região costeira entre o rio São Mateus, no estado brasileiro do Espírito Santo e a foz do rio Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro.
“O índio Goitacás é o senhor absoluto das terras no tempo da Capitania de São Tomé, depois do Paraíba do Sul” Relato de Osório Peixoto em seu livro “1001 anos dos Campos dos Goytacazes”.
“Goitacás” quer dizer corredor, nadador ou caranguejo grande comedor de gentes. Fisicamente possuíam pele mais clara, eram mais altos e robustos que os demais índios do litoral. Reuniam ainda uma “força extraordinária e sabiam manejar o arco com destreza”.
Tinham o hábito de dançar e cantar em ocasiões festivas, usando o jenipapo para a pintura do corpo e penas de aves com as quais adornavam seus objetos. Viviam nus, raspando o cabelo no alto da montanha, deixando-o comprido, formando uma longa cabeleira.
Sua alimentação constava de frutos, raízes, mel e, principalmente, de caça e pesca. Eram superticiosos quanto à água para beber, não bebendo-a de rios e lagoas, mas sim das cacimbas.
Mantinham comércio com os colonizadores europeus, mas com uma peculiaridade: não se comunicavam com seus colonizadores. Deixavam seus produtos em lugar mais elevado e limpo ficando a distância, observando as trocas. Davam mel, cera, pescado, caça e frutos em troca de enxadas, foices, aguardente e miçangas.
Assim como os demais povos indígenas, os Goitacases guerreavam entre si e seus vizinhos. “Quando não se julgam fortes fogem com ligeireza comparável a dos veados.”
Além do arco e da flecha faziam com perfeição trabalhos com penas de aves, multicoloridas, usando-as no corpo e nas armas e também em ocasiões festivas. Trabalhavam o barro, enterrando seus mortos em igaçabas. Faziam machados de pedra, jangadas, trabalhavam com bambu e trançavam redes de fibra e cordas.
Os Goitacases sofreram um massacre histórico. Após esse episódio praticamente desapareceram. Calcula-se que eram cerca de 12 mil.
Foram homenageados por José de Alencar em seu romance ‘O Guarani’. Nesta obra, o protagonista, Peri, é um índio goitacá que realiza grandes proezas, lutando contra os aimorés, o homem branco e até contra os elementos naturais, tudo para agradar e salvar sua predileta, Cecília, filha de um nobre português.
__________Carajás
Se procura pela língua falada pelos Carajás, veja Língua carajá.
Os carajás (também karajás) são um grupo indígena que falam uma língua alocada ao tronco linguístico macro-jê, que também inclui as famílias jê e maxacali. Os carajás habitam a região do Rio Araguaia desde que deles se tem notícia.
Dividem-se em três subgrupos que também correspondem aos três dialetos por eles falados: os carajás propriamente ditos, os javaés e os xambioás (por vezes referidos como carajás-do-norte). Eles se auto-denominam inã, que é um termo comum aos três subgrupos. Algumas classificações consideram os javaés como um grupo distinto, embora eles partilhem a mesma cultura e a mesma vida ritual dos carajás e xambioás, apenas se distinguindo por alguns detalhes.
Habitam tradicionalmente as margens do Rio Araguaia, a partir da cidade de Aruanã no estado de Goiás, a Ilha do Bananal, onde se concentra o maior número de aldeias, até as aldeias xambioás, já no estado de Tocantins, próximos do município de Santa Fé do Araguaia.
Viveram tradicionalmente da agricultura, da caça de animais da região (caititu, anta) e principalmente da pesca. Atualmente, devido à pressão da colonização brasileira e da criação de uma dependência quanto aos bens dos não índios, acabam por comercializar uma parte dos produtos da pesca, artesanato, entre outras atividades comerciais.
A vida social dos carajás é baseada na família extensa, em que o homem passa a residir na casa de sua mulher após o casamento (prática conhecida em antropologia como casamento uxorilocal). Os casamentos são proibidos entre parentes próximos até os primos de primeiro grau. A partir do segundo grau, o casamento entre primos é não apenas permitido como desejado, para manter a união da família.
As aldeias carajás são formadas por uma ou mais fileira de casas residenciais ao longo do rio e, afastada delas e voltada para a mata, uma casa conhecida como idjassó hetô, ou “casa de Aruanã”.
Pode também ser chamada de “casa dos homens”. Esta casa afastada é o centro da vida ritual.
O calendário ritual dos carajás intensifica-se com a cheia do rio Araguaia (entre dezembro e fevereiro). Pode ser dividido em dois grandes ciclos rituais, o Hetôhokã, ou “Festa da Casa Grande”, quando se admitem os rapazes à “Casa do Homens”, e o Idjassó Anarakã, ou “Dança dos Aruanãs”, que os coloca em contato com entidades espirituais que povoam o cosmo.
Os carajás concebem o universo como formado por três camadas: um mundo subaquático de onde surgiu a humanidade e onde habitam os idijaçós (entidades protetoras e antepassados míticos dos carajás); o mundo terrestre, visível a qualquer um e morada dos atuais carajás; e o mundo das chuvas, onde moram entidades poderosas e destino das almas dos xamãs. A comunicação com esse mundo cósmico é assegurada pela existência do xamã, cuja atuação é reconhecida sempre como ambígua: traz as curas e as entidades, mas pode trazer a doença e a morte.
_________Tapajós
A história de Santarém começa com a primeira notícia que se tem do contato do homem “civilizado” e os índios Tupaiús ou Tapajós. Nurandaluguaburabara seria, talvez, o chefe dos Tupaiús, citado pelo monge dominicano Frei Gaspar de Carvajal que fazia parte da expedição de Francisco Orellana pela região, em 1542.
___________IANOMÂMIS
É OS DESCENDENTES DO PRINCIPE DAS ÁGUAS CLARAS PAJÉ RIO VERDE. ERA UM IANOMANIS DA ALDEIA DOS WAÍUKAS.
Os Ianomâmis são índios que habitam o Brasil e a Venezuela. No Brasil somam 15 mil pessoas distribuídas em 255 aldeias relacionadas entre si em maior ou menor grau. A noroeste de Roraima estão situadas 197 aldeias que somam 9.506 pessoas e a norte do Amazonas estão situadas 58 aldeias que somam 6.510 pessoas (Fundação Nacional de Saúde, setembro de 2006).
Na Venezuela somam cerca de 12.000 pessoas residentes no sul dos Estados Bolívar e Amazonas.
No Brasil as aldeias ianomâmis ocupam a grande região montanhosa da fronteira com a Venezuela, numa área contínua de 9.419.108 hectares. Uma grande invasão garimpeira do território ianomâmi se deu no período de 1987 a 1992 em que estima-se a ocorrência de 1.500 mortes entre aquela população indígena. A Terra indígena ianomâmi foi homologada pelo presidente Fernando Collor em 25 de maio de 1992. Em sua maior parte, o território está coberto por densa floresta tropical úmida. O território é bastante acidentado, principalmente nas áreas próximas às serras Parima e Pacaraíma onde se tem a maior concentração da população ianomâmi no Brasil.
Os solos são, em sua grande maioria, extremamente pobres e inadequados à agricultura intensiva. As aldeias, que podem ser constituídas por uma ou várias casas (“malocas”), mantêm entre si vários níveis de comunicação, desenvolvendo-se relações econômicas, matrimoniais, rituais ou de rivalidade, percorrendo distâncias que podem atingir um raio de 150 km.
A palavra ianomâmi significa ser humano, enquanto que napë é a designação geral para o estrangeiro, o não ianomâmi.
O Pico da Neblina está localizado dentro da Terra Indígena Ianomâmi e do Parque Nacional do Pico da Neblina, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Essa área tem sido invadida desde o fim dos anos 1980 por garimpeiros atraídos pelas reservas de ouro, cassiterita e tantalita.
Os Yanomami formam uma sociedade de caçadores-agricultores da floresta tropical do Norte da Amazônia cujo contato com a sociedade nacional é, na maior parte do seu território, relativamente recente. Seu território cobre, aproximadamente, 192.000 km², situados em ambos os lados da fronteira Brasil-Venezuela na região do interflúvio Orinoco -
Amazonas (afluentes da margem direita do rio Branco e esquerda do rio Negro). Constituem um conjunto cultural e lingüístico composto de, pelo menos, quatro subgrupos adjacentes que falam línguas da mesma família (Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam). A população total dos Yanomami, no Brasil e na Venezuela, é hoje estimada em cerca de 26.000 pessoas.
No Brasil, a população yanomami é de cerca de 12.500 pessoas, repartidas em 188 comunidades (censo FUNASA). A Terra Indígena Yanomami, que cobre 9.664.975 ha (96.650 km²) de floresta tropical é reconhecida por sua alta relevância em termo de proteção da biodiversidade amazônica e foi homologada por um decreto presidencial em 25 de maio de 1992
O nome “Yanomami”
O etnônimo ”Yanomami” foi produzido pelos antropólogos a partir da palavra yanõmami que, na expressão yanõmami thëpë (língua Yanomami occidental), significa “seres humanos” (yanomae thëpë em Yanomami oriental). Essa expressão se opõe às categorias yaropë (animais de caça) e yai thëpë (seres invisíveis ou sem nome), mas também a napëpë (inimigo, estrangeiro, “branco”).
Os Yanomami remetem sua origem à copulação do demiurgo Omama com a filha do monstro aquático Tëpërësiki, dono das plantas cultivadas. A Omama é atribuída a origem das regras da sociedade e da cultura yanomami atual, bem como a criação dos espíritos auxiliares dos pajés: os xapiripë (ou hekurapë).
O filho de Omama foi o primeiro xamã. O irmão ciumento e malvado de Omama, Yoasi, deu origem à morte e aos males do mundo.
Os brancos: napëpë  Uma narrativa mítica ensina que os estrangeiros devem também sua existência aos poderes demiúrgicos de Omama. Conta-se que foram criados a partir da espuma do sangue de um grupo de ancestrais Yanomami levado por uma enchente após a quebra de um resguardo menstrual e devorado por jacarés e ariranhas. A  língua “emaranhada” dos forasteiros lhes foi transmitida pelo zumbido de Remori, o antepassado mítico do marimbondo comum nas praias dos grandes rios.
Para chegar a esta inclusão dos brancos numa humanidade comum, ainda que oriunda de uma criação “de segunda mão”, os antigos Yanomami tiveram que viver um longo tempo de encontros perigosos e tensos com esses estranhos, que passaram a chamar de napëpë (“estrangeiros, inimigos”). De fato, a primeira visão que tiveram dos brancos foi de um grupo de fantasmas vindo de suas moradias nas “costas do céu” com o escandaloso propósito de voltar a morar no mundo dos vivos (a volta dos mortos é um tema mítico e ritual particularmente insistente na cultura  Yanomami).
Os Antigos Yanomami
Por não possuírem afinidade genética, antropométrica ou lingüística com os seus vizinhos atuais, como os Yekuana (de língua karib), geneticistas e lingüistas que os estudaram deduziram que os Yanomami seriam descendentes de um grupo indígena que permaneceu relativamente isolado desde uma época remota. Uma vez estabelecido enquanto conjunto lingüístico diferenciado, os antigos Yanomami teriam ocupado a área das cabeceiras do Orinoco e Parima há um milênio, e ali iniciado o seu processo de diferenciação interna (há 700 anos) para acabar desenvolvendo suas línguas atuais.
Segundo a tradição oral yanomami e os documentos mais antigos que mencionam este grupo indígena, o centro histórico do seu habitat situa-se na Serra Parima, divisor de águas entre o alto Orinoco e os afluentes da margem direita do rio Branco. Essa é ainda a área mais densamente povoada do seu território. O movimento de dispersão do povoamento yanomami a partir da Serra Parima em direção às terras baixas circunvizinhas começou, provavelmente, na primeira metade do século XIX, após a penetração colonial nas regiões do alto Orinoco e dos rios Negro e Branco, na segunda metade do século XVIII.
A configuração contemporânea das terras yanomami tem sua origem neste antigo movimento migratório.
Tal expansão geográfica dos Yanomami foi possível, a partir do século XIX e até o começo do século XX, por um importante crescimento demográfico. Vários antropólogos consideram que essa expansão populacional foi causada por transformações econômicas induzidas pela aquisição de novas plantas de cultivo e de ferramentas metálicas através de trocas e guerras com grupos indígenas vizinhos (Karib, ao norte e a leste; Arawak, ao sul e ao oeste), que, por sua vez, mantinham um contato direto com a fronteira branca.
O esvaziamento progressivo do território desses grupos, dizimados pelo contato com a sociedade regional por todo o século XIX, acabou favorecendo também o processo de expansão yanomami.
___________Pataxó
Nota: Se procura pela língua da família lingüística maxacali, outrora falada pelos pataxó, veja Língua maxacali (patxôhã).
Os pataxós são um povo indígena de língua da família maxakali, do tronco macro-jê. Apesar de se expressarem na língua portuguesa, alguns grupos conservam seu idioma original, ensinando-o aos mais novos.
Em 1990, os pataxós eram aproximadamente 1600. Vivem em sua maioria na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, ao sul do município de Porto Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu. O território entre estes dois rios, o mar a leste e o Monte Pascoal a Oeste é reconhecido pelos Pataxó como suas terras tradicionais. Abrangem uma área de 20.000 hectares.
Existem outros cinco núcleos de povoamento:
1 – Terra Indígena Imbiriba, próximo à foz do Rio dos Frades, a 20 Km ao Norte de Barra Velha, mais antigo;
2 – Terra Indígena Coroa Vermelha, ocupado mais recentemente, estimulado pelo fluxo turístico, onde se desenvolvem atividades artesanais. Este último povoamento está à margem da rodovia que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália.
3 – Terra Indígena Aldeia Velha, no município de Porto Seguro, ao norte do distrito de Arraial da Ajuda.
4 – Terra Indígena Mata Medonha, ao norte do município de Santa Cruz Cabrália.
5 – Terra Indígena Comexatiba, também conhecida como Cahy/Pequi, no município do Prado, imediatamente ao sul da TI Barra Velha do Monte Pascoal.
_______Mundurucus
Nota: Se procura pela família lingüística do tronco tupi, veja Família lingüística mundurucu.
Nota: Se procura pela língua dessa família, falada pelos mundurucus, veja Língua mundurucu.
Os mundurucus são um grupo indígena que habita o sudoeste do estado brasileiro do Pará, mais precisamente as áreas indígenas Cayabi, Mundurucu, Mundurucu II, Praia do Índio, Praia do Mangue, Sai-Cinza, bem como o Leste do Amazonas, nas Terras Indígenas Coatá-Laranjal e São José do Cipó e o Oeste de Mato Grosso, na Reserva Indígena Apiaká-Kayabi. Também são chamados de Weidyenye, Paiquize, Pari, Caras-Pretas. Têm uma população de 7.000 ou mais indivíduos, distribuídos em cerca de 30 aldeias
______________________Relação dos Povos Indígena do Brasil
Nome em portuguêsOutros nomes e grafiasFamília / LínguaUF (Brasil)

Países limítrofes
População

censo / estimativa
Ano
AicanãsAikaná, Massaká, Tubarão, Cassupá, CorumbiaraAicanãRondônia1802005
Ajurus TupariRondônia772001
AcuntsusAkunt’su?Rondônia62005
AmanaiésAmanayéTupi-guaraniPará1922001
AmondauasAmondawa, Uru-eu-uau-uauTupi-guaraniRondônia832003
Anambés Tupi-guaraniPará1322000
AparaísApalaiCaribePará4151998
ApiacásApiakáApiacáMato Grosso1922001
ApinajésApinayé, ApinaiéTocantins12622003
Apolimas-araras PortuguêsAcre? 
Apurinãs AruaqueAmazonas2779 
Aranãs PortuguêsMinas Gerais? 
ArapaçosArapasoTucanoAmazonas328 
Araras-do-pará CaribePará195 
Araras-chauanauá PanoAcre200 
Araras-do-aripuanã Tupi-araraMato Grosso150 
ArauetésArawetéArauetéPará278 
AricapusArikapuJabutiRondônia19 
Aruás AruáRondônia58 
CampasKampa, Achaninca,AshaninkaAruaqueAcre e Peru813 (55000 em 1993) 
AquáuasAssuriní, Akwáwa(subgrupos: Assurinis-do-tocantis e do-xingu)Tupi-guaraniPará303 
Aticuns-umãsAticum, Atikim-umanPortuguêsPernambuco2743 
Avás-canoeiros Tupi-guaraniTocantins e Goiás16 
GuajásAwáTupi-guaraniMaranhão280 
AuetisAwetiAuetiMato Grosso138 
BacairisBakairiCaribeMato Grosso950 
BanauásBanawaAruáAmazonas100 
BaníuasBaniwa Amazonas, Colômbiae Venezuela5141 (6790) (3236) 
Barás TucanoAmazonas eColômbia39 (296) 
Barasanas TucanoAmazonas eColômbia61 (939) 
Barés NheengatuAmazonas eVenezuela2790 (1210) 
Bororos BororoMato Grosso1024 
Chamacocos SamucoMato Grosso do Sul eParaguai40 (908) 
Chiquitanos ChiquitoMato Grosso eBolívia2000 (40000) 
Cintas-largas Tupi-mondéRondônia e Mato Grosso1300 
Denis ArauáAmazonas736 
Desanos TucanoAmazonas eColômbia1531 (2036) 
DousDow, Dow MakuMacuAmazonas100 
Enáuenês-nauêsEnawenê-Nawê, SalumãAruaqueEnawenê NawêMato Grosso320 
EuaruianasEwarhuyana?Pará12 
FulniôsFulni-ôIatêPernambuco2930 
Galibis Caribe ecrioulo (patois)Amapá e Guiana Francesa28 (2000) 
Galibis-maruornosGalibi-MarwornoCrioulo (patois)Amapá1764 
Gaviões-mondés MondéRondônia436 
Paracatejês-gaviões Timbira orientalPará338 
Pucobiés-gaviõesGavião-pykopjêMaranhão250 
Guajajaras Tupi-guaraniMaranhão13100 
GuaranisSubgrupos: Ñandeva, Caiouá e MbiaTupi-guaraniArgentina, Bolívia,Paraguai, Uruguai eBrasil (RS/SC/PR, SP/RJ/MS)34000 (Brasil) 
Guatós GuatóMato Grosso do Sul372 
Hupdás MacuAmazonas eColômbia? 
HyskarianasHiskariana, HexkaryanaCaribePará e Roraima? 
IcpenguesTxicão, Ikpeng, TxikãoCaribeMato Grosso319 
IngaricósIngarikóCaribeRoraima, Guiana eVenezuela675 (4000) (728) 
Iranxes IranxeMato Grosso326 
Jabutis JabutiRondônia123 
JamamadisYamamadi, KanamantiArauá,JamamadiAmazonas800 
JarauarasJarawara, Jarauara, Yarawara, Jaruára, YokanaArauá,jarawaraAmazonas160 
Javaés CarajáTocantins919 
Jenipapos-canindésJenipapo-KanindéPortuguêsCeará220 
Jiahuis Tupi-guaraniAmazonas50 
Jiripancós PortuguêsAlagoas1500 
Jumas Tupi-guaraniAmazonas7 
CaetésKaa-eteTupi-guaraniPernambuco/AlagoasExterminados 
CaaporesKaaporTupi-guaraniMaranhão800 
CadiuéusKadiwéuGuaicuruMato Grosso do Sul1592 
CaiabisKaiabisTupi-guaraniMato Grosso e Pará1000 
CaimbésKaimbéPortuguêsBahia1270 
CainganguesKaingangueSP/PR/SC/RS25000 
CaixanasKaixanaPortuguêsAmazonas224 
CalabaçasCalabassa?Ceará? 
CalancósKalankó?Alagoas230 
CalapalosKalapaloCaribeMato Grosso417 
CamaiurásKamaiuráTupi-guaraniMato Grosso355 
CambasKamba?Mato Grosso do Sul? 
CambebasKambebaTupi-guaraniAmazonas156 
CambiuásKambiwáPortuguêsPernambuco1578 
CanamarisKanamariCatuquinoAmazonas1327 
Apaniecras-canelasKanela-ApaniekraMaranhão458 
Rancocamecras-canelasKanela-RankokamekraMaranhão1337 
CanindésKanindéPortuguêsCeará? 
CanoêsKanoêCanoêRondônia95 
CantarurésKantaruréPortuguêsBahia353 
CapinauásKapinawáPortuguêsPernambuco422 
CarajásKarajáCarajáMato Grosso,Tocantins e Pará2500 
CarapanãsKarapanãTucanoAmazonas eColômbia42 (412) 
CarapotósKarapotóPortuguêsAlagoas796 
CaripunasKaripunaTupi-guaraniRondônia21 
Caripunas-do-amapáKaripuna-do-Amapácrioulo (patoisfrancês)Amapá1708 
CaririsKaririPortuguêsCeará? 
Cariris-xocósKariri-XocóPortuguêsAlagoas1500 
CaritianasKaritianaAriquemRondônia206 
Araras-de-rondôniaKaroRamaramaRondônia184 
CaruazusKaruazuPortuguêsAlagoas? 
CatuquinasKatukinaCatuquinoAmazonas289 
Catuquinas-panoKatukina-PanoPanoAcre e Amazonas318 
CatxuianasKatxuyanaCaribePará69 
CaxararisKaxarariPanoAmazonas eRondônia269 
CaxinauásKaxinawáPanoAcre e Peru3964 (1400) 
CaxixósKaxixóPortuguêsMinas Gerais? 
CaiapósKayapó (subgrupos: Gorotire, A’ucre, Quicretun, Mecrãnoti, Cuben-cran-quen, Cocraimoro, Mentuctire, Xicrin e Cararaô)Caiapó ()Mato Grosso e Pará7096 
QuiririsKiririPortuguêsBahia1401 
CocamasKocamaTupi-guaraniAmazonas, Peru eColômbia622 (10705) (236) 
CorubosKoruboPanoAmazonas250 
CraósKrahóTimbira orientalTocantins1900 
CrenaquesKrenakCrenaqueMinas Gerais150 
CricatisKrikatiMaranhão620 
CubeosKubeoTucanoAmazonas eColômbia287 (4238) 
CuicurosKuikuroCaribeMato Grosso450 
CujubinsKujubimTxapacuraRondônia27 
Culinas-madirrásKulina-MadiháArauá CulinaAcre, Amazonas ePeru2318 (300) 
Culinas-panoKulina PanoPanoAmazonas20 
CuripacosKuripakoAruaqueAmazonas eColômbia1115 (?) 
CuruaiasKuruayaFamília linguística mundurucuCuruaiaPará115 
CuazásKwazáCuazáRondônia25 
Machineris AruaqueAcre459 
MacurapesMacurapTupariRondônia267 
MacunasMakunaTucanoAmazonas eColômbia168 (528) 
MacuxisMakuxiCaribeRoraima e Guiana16500 (7500) 
Marubos PanoAmazonas1043 
Matipus CaribeMato Grosso119 
Matises MatisAmazonas239 
Matsés PanoAmazonas e Peru829 (1000) 
MaxacalisTikmû’ûn, MãxakaniMaxakalíMinas Gerais1400 
MeinacosMehinakoAruaqueMato Grosso199 
MenquisMenkiIranxeMato Grosso78 
Miranhas BoraAmazonas eColômbia613 (445) 
Miritis-tapuiasMirity-Tapúya, Miriti, BuritiTucanoAmazonas95 
MundurucusMundurukuMundurucuPará7500 
Muras MuraAmazonas5540 
Nadobes MacuAmazonas300 
NauquásNahukuáCaribeMato Grosso105 
NambiquarasNambikwara(subgrupos: Nambiquara-do-campo, Nambiquara-do-norte, Nambiquara-do-sul)NambiquaraMato Grosso eRondônia1145 
Naruvotos CaribeMato Grosso78 
Náuas PortuguêsAcre458 
NuquinisNukiniPanoAcre458 
OfaiésOfayéOfaiéMato Grosso do Sul56 
Oro-uinsOro WinTxapacuraRondônia50 
Paiteres MondéRondônia920 
UarisPakaa-NovaTxapacuraRondônia1930 
PalicuresPalikurAruaqueAmapá e Guiana Francesa918 (470) 
PanarásKenhacarore,Kreen Acarore,Krenacore, Índios Gigantes da AmazôniaCrenhacaroreMato Grosso e Pará202 
PancararésPankararéPortuguêsBahia1500 
PancararusPankararuPortuguêsPernambuco4146 
PancarusPankaruPortuguêsBahia84 
ParacanãsParakanãTupi-guaraniPará800 
Parecis AruaqueMato Grosso1293 
Parintintins Tupi-guaraniAmazonas156 
Patamonas CaribeRoraima e Guiana50 (5500) 
Pataxós PortuguêsBahia2790 
Pataxós-hã-hã-hães PortuguêsBahia2219 
Paumaris AruaqueAmazonas870 
Pipipãs PortuguêsPernambuco? 
PirarrãsMura-pirarrã, Mura-Pirahã, PirahãMuraAmazonas360 
Piratapuias TucanoAmazonas eColômbia1004 (400) 
PitaguarisPitaguaryPortuguêsCeará871 
PotiguarasSubgrupos: Potiguaras-da-lagoa-dos-néris, da-serra-das-matas, da-viração e de-monte-neboPotiguara eportuguêsParaíba7575 
PoianauasPoyanawaPanoAcre403 
RikbaktsasRicbactasRicbacsaMato Grosso909 
SacurabiatesSakurabiateTupariRondônia66 
Saterés-mauésSateré-MawéMauéAmazonas e Pará7134 
ChanenauasShanenawaPanoAcre178 
Sirianos TucanoAmazonas eColômbia17 (665) 
Suruís Tupi-guaraniPará185 
SuiásSuyáMato Grosso334 
TabajarasSubgrupos: Tabajaras-da-maratoã, da-serra-das-melancias, de-ipueiras, de-poranga, de-quiterianópolis, do-olho-d’água-dos-canutos e da-grota-verdePortuguêsCeará? 
Tabajaras PortuguêsParaíba?
TapaiúnasTapayunaMato Grosso58 
Tapebas PortuguêsCeará2491 
Tapirapés Tupi-guaraniMato Grosso438 
Tapuias PortuguêsGoiás235 
Tarianas AruaqueAmazonas eColômbia1914 (205) 
TaurepanguesPemon, KaponCaribeRoraima e Venezuela532 (21000) 
Tembés Tupi-guaraniPará e Maranhão820 
Tenharins CaguaívaAmazonas585 
Terenas AruaqueMato Grosso do Sul15795 
Ticunas TicunaAmazonas, Peru eColômbia32613 (4200) (4535) 
Tingui-botós PortuguêsAlagoas350 
TiriósTiriyó (subgrupos: Tsicuiana e Caiana)CaribePará e Suriname735 (376) 
Torás TxapacuraAmazonas51 
TremembésSubgrupos: Tremembés-de-almofala, de-são-josé-e-buriti, do-córrego-joão-pereira e de-queimadasPortuguêsCeará5000 
TrucásTrukáPortuguêsPernambuco1333 
Trumais TrumaiMato Grosso120 
Tsunhuns-djapásTsohom Djapá, Tyonhwak Dyapa, TucanoCatuquinoAmazonas100 
TucanosTukanoTucanoAmazonas eColômbia4604 (6330) 
Tumbalalás PortuguêsBahia900 
Tuparis TupariRondônia338 
TupinambásSubgrupos: Tamoios, Tupinambás-de-belmonte, de-crateús e de-olivençaPortuguêsBahia? 
TupiniquinsTemiminósPortuguêsEspírito Santo1386 
TuriuarasTuriwaraTupi-guaraniPará60 
Tuxás PortuguêsBahia e Pernambuco1630 
TuiúcasTuyukaTucanoAmazonas eColômbia593 (570) 
Umutinas BororoMato Grosso124 
UaiuaisWaiwai (subgrupos: Carafauiana, Xereu, Catuena e Mauaiana)CaribeRoraima, Amazonas,Pará e Guiana2020 (130) 
Uaimiris-atroarisWaimiri-AtroariCaribeRoraima e Amazonas931 
OiampisWajãpiOiampiAmapá e Guiana Francesa525 (412) 
UananosWananaTucanoAmazonas eColômbia447 (1113) 
UapixanasWapixanaAruaqueRoraima e Guiana6500 (4000) 
UarequenasWarekenaAruaqueAmazonas eVenezuela491 (409) 
UassusWassuPortuguêsAlagoas1447 
UaurásWaujaAruaqueMato Grosso321 
UaianasWayanaCaribePará, Suriname eGuiana Francesa415 (400) (800) 
UitotosWitotoUitotoAmazonas, Colômbiae Peru? (5 939) (2775) 
XacriabásXakriabá(), AkwenMinas Gerais7665 
Xambioás CarajáTocantins185 
Xavantes (), AkwenMato Grosso9602 
Xerentes (), AkwenTocantins1814 
Xetás Tupi-guaraniParaná8 
Caiapós-xicrinsXikrim, Mebegnokre, Kayapó, Put Karot(), Caiapó,Pará1052 
XipaiasXipayasJurunaPará595 
XoclenguesXoklengXoclengueSanta Catarina757 
XocósXokóPortuguêsSergipe250 
XucurusXukurú, Xucurus do OrorubáPortuguêsPernambuco6363 
Xucurus-caririsXukurú-KariríPortuguêsAlagoas1820 
JaminauásYaminawa, IaminauáPanoAcre, Peru e Bolívia618 (324) (630) 
IanomâmisSubgrupos: Ianomam, Ianomamo, Sanumá e Ninam (ou Ianan)Família linguística IanomamiIanomamiNinan ou IananSanumáIanomamoRoraima, Amazonase Venezuela15193 
IaualapitisYawalapitiAruaqueMato Grosso208 
IauanauásYawanawáPanoAcre450 
IecuanasYekuana,Ye´kwana, Maquiritare e MaiongongCaribeRoraima e Venezuela426 (3632) 
JurunasYudjáJurunaPará e Mato Grosso278 
HupdahHupd’äh, HupdaMacuAmazonas eColômbia1200 
YuhupdehYuhup, YuhupdeMacuAmazonas eColômbia6002007
ZoésZo’éTupi-guaraniPará152 
Zorós MondéMato Grosso414 
SuruuarrásZuruahã, SuruwaháAruaqueAmazonas143 
Aconãs     
Anacés     
Jucás     
Calabaças-jandaíras     
Eleotérios-do-catu     
Caxagós     
Coiupancás     
Mokuriñ     
Pancaiucás     
Paiacus     
Pipipãs-de-cambixuru     
Uassus-cocais     

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