O ABORTO E A COISIFICAÇÃO DO SER HUMANO

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vemos na imagem acima?

 
 
 
 O Aborto e a Coisificação do Ser Humano

Houve um tempo em que as pessoas achavam normal (e legal) escravizarem outras.   Toda a Economia de muitos países era baseada nesta forma de relação de trabalho.

 Não significa, contudo que a escravidão seja moralmente correta. 

 Os negros eram considerados como animais.  Havia até aqueles que questionavam se os negros tinham almas.  Mas eu não queria entrar neste mérito religioso da questão.  Não ainda.

 Quero comentar sobre a coisificação do negro, nos tempos da escravatura.  O negro não era considerado um ser humano.  Era uma coisa.   E com uma coisa poderiam fazer o quem bem quisessem.  E fizeram.

 

Há poucas décadas um partido político de um país europeu, com o objetivo de usurpar os bens de uma parcela da sua população, coisificou essa parcela da população e a culpou de todos os males.  Seqüestrou os bens desta parcela do povo e os colocou em campos de concentração.  Longe dos olhos da maioria do povo.  Um povo que tinha olhos, mas não queria ver.

Em  condições de vida de vida subhumanas as pessoas desta parcela da população segregada ficaram com aspecto extremamente desagradável:  magros e doentes, agrediam os olhos daqueles que cultivavam a idéia de serem a melhor raça do mundo.

 Esta parcela era vista como subhumana.  Como coisa.  Não eram humanos, e se não eram humanos poderiam fazer deles o que bem quisessem.

 Não preciso dizer o que aconteceu em seguida, não é?

 

Não faz muito tempo as mulheres eram consideradas propriedades.  Em muitas culturas modernas ainda o são.  Não tinham direito a voto, a trabalhar ou mesmo a liberdade.  Seus maridos (donos) tinham sobre elas todo poder.  Há séculos podiam até serem vendidas. Eram consideradas como coisas, por aqueles que detinham o poder.

  Havia até aqueles que questionavam se as mulheres tinham almas. Houve até um concílio para decidirem sobre isso.   Mas eu não queria entrar no mérito religioso desta questão.  Ainda não.

 
 

Hoje em dia milhares (milhões?) de seres humanos são mortos todos os anos diante de uma população que tem olhos e não vêem (ou não querem ver).  São envenenados quimicamente, asfixiados ou despedaçados diariamente e todos nós continuamos levando nossas vidas, como se nada estivesse acontecendo.  Sem questionar.  Com olhos, ouvidos e principalmente bocas convenientemente tapadas.

 

Para podermos viver sem dor na consciência por permitir este holocausto diário calados temos que coisificar estes seres humanos. 

 

Esses seres humanos, reduzidos convenientemente a condição de coisas, são mortos legalmente ou clandestinamente, diante de uma população que finge não saber.

 Esses seres humanos não têm voz para se defenderem.  São totalmente desprotegidos e são mortos por aqueles que deveriam deles cuidar.

 Esses seres humanos convenientemente esquecidos são os embriões humanos.

 

 Usamos meias palavras ou sequer usamos a palavra aborto abertamente.  Deixamo-la implícita. 

Falam de abortar como se fosse um processo que não implicasse na morte de um ser vivo: na destruição de um embrião que vive. 

Mas aborto significa matar um embrião humano.

 

Pior do que isso.  Significa matar o seu próprio filho.

 

Eu sei que é duro ler isso.  Peço perdão àqueles que (por ignorância e na insanidade do desespero) cometeram este ato no passado e agora lêem estas palavras com muita dor (ou mesmo raiva e revolta), porém se não questionarmos nossos erros passados poderemos cometer novamente o mesmo erro no futuro.

 

Por que fazemos “vista grossa”?  Por que, como os alemães no passado, fingimos não ver os campos de extermínio, às vezes bem próximos às nossas residências?

 

Porque no fundo, todos têm medo de um dia precisar  matar o seu próprio filho dentro do útero, onde seus gritos não poderão ser ouvidos.  Matar seu próprio filho antes que ele tenha um rosto e um nome.  Antes que ele deixe de ser uma coisa abstrata.

Matamos alguém a quem poderíamos ter amado, se não tivéssemos interrompido a linha de sua vida.
Sofremos sem saber depois por um luto não vivido.  Sequer aceitamos que esse alguém importante se foi.
Mas ele se foi.


 Usamos de racionalizações para podermos justificar o ato.  Transformamos o embrião humano em uma coisa.  E uma coisa nós podemos matar. 

 

Foi assim com as mulheres no passado não muito remoto.

Foi assim com os negros escravos no passado.

Foi assim com os judeus, não faz muito tempo.

 

O embrião não é uma coisa.  Não é um tumor crescendo na mulher.  Ele já existe, está vivo e crescendo.

Um zigoto (óvulo fecundado) se não for destruído (morto) se transformará em um embrião que se não for destruído evoluirá para um feto que, se não for destruído, se tornará um recém-nascido.

Da mesma maneira que uma criança se transformará em um adolescente, adulto e velho.  Basta que este linha do continuum não seja interrompida pela morte.

Em que parte desta linha do continuum um ser humano não é um humano?  Em que parte interromper violentamente essa linha não destruiria o que viria depois?  Em que parte desta linha matar um ser vivo não é tirar a sua vida?

Os defensores do aborto tentam transformar o embrião em uma coisa.

Assim como os nazistas fizeram com os judeus.  Assim como os escravistas faziam com os negros.  Assim como os tiranos machistas faziam com as mulheres. 

 

Tentam tirar a humanidade do embrião.  Tentam até fazer entender que o embrião não é um ser vivo. 

 

Mas o embrião humano é um ser humano.

O embrião humano está vivo.

O EMBRIÃO HUMANO ESTÁ VIVO!

 

Para muitos não é interessante encarar que o embrião humano é um ser vivo.  Mais do que isso.  O embrião humano é um ser humano. 

 

Matar um ser humano é assassinato. Não importa o eufemismo que se use para o ato.

 

Podemos matar um embrião como quem mata uma barata? Como quem extirpa um tumor?

A posição de quem defende o aborto baseia-se na premissa de que o embrião não é um ser humano, portanto não tem direitos. Baseia-se em achar que o embrião é uma coisa.  Peço a quem acha o aborto algo natural que apenas por um momento se coloque no lugar de quem acha que o embrião é um ser humano e por isso deve  ser respeitado como tal.  Qualquer argumento a favor do aborto tem que responder antes de tudo a essa questão.  Se o embrião é um ser vivo, mais ainda: um ser humano, ninguém tem direito para decidir sobre sua vida física.  

 

Repare bem, eu não falei em momento algum do ponto de vista religioso.  Estou falando apenas no ponto de vista moral e humanista.

Estou falando apenas pela lógica.

Antes de darmos continuidade a esse assunto eu  pergunto:

O embrião humano é um ser humano?

Luis Antonio Ferreira do Nascimento

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