SÃO TÃO DOCES CERTOS AMIGOS...

 
 
São tão doces certos amigos sem mesmo que os conheça. São tão ternas as suas palavras sem mesmo que as oiça. E o perfume com que me encantam e a robustez com que me revestem e o calor com que me aquecem, são tão imensos, tão lilases que todo eu me encho de uma profunda felicidade.
E esses amigos que guardo no coração da minha cabeça vivem num outro que se me alarga no meio do meu peito. Tocam-me como o mar, lavam-me como um rio, enchem-me de tal maneira a alma que a minha se torna pequena para que eu próprio a possa habitar. E os pássaros que me acendem sobre as árvores das palavras, aqueles cujo piar são a beleza que as lavra, trazem um lenço que me acena de um lugar que não fui mas que para lá quero voltar.
São amigos incendiados, são baladas para escutar, crianças que vivem gritadas nas alegrias do brincar. Amigos, assim, quero beijá-los, quero abraçá-los como se abraça um amor que sem partir está permanentemente a chegar. Por isso vos dou meu azul enamorado, meu aquário de estrelas, meus jardins de planetas e em cada dia que eu acordar haverá sempre um sorriso, por mais que eu me doa, por mais que me fira a tristeza, que com sinceridade vos irá regar.

*EDUARDO COSTLEY*
 
 

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