Carol Patrocínio leu livros da
série '50 tons de cinza'. (Foto: iStock)
’50 Tons de Cinza’: muito mais amor do que sexo
Sempre que alguém fala do livro "50 Tons de Cinza" tem gente reclamando, dizendo que o livro é ruim, que é leve demais, que quem gosta de literatura com essa pegada deveria ler Marquês de Sade... Resumindo, sempre tem gente querendo colocar regra na vida — e escolhas — alheia.
Eu li os três livros e poderia dizer que foi apenas para entender o fenômeno e vir aqui contar para vocês, mas não foi.
O livro é bom. A leitura é fácil sem ser infantilizada e te leva com ela. Você pode estar no ônibus, mas se sente em um quarto cheio de brinquedinhos sexuais com um homem incrível e sedutor. E a escrita é bem parecida com todos os livros que vendem como 'femininos' por aí. Lembra bastante Marian Keyes, Meg Cabot e essa geração de escritoras com narrativa leve e gostosa.
Não vou ficar aqui falando sobre as características literárias da obra, afinal, não foi pra isso que você veio aqui! Vou falar sobre o bom e velho sexo.
Você vai encontrar, sim, muito sexo no livro. Pense em um começo de relacionamento: basta olhar para a pessoa amada e você já está pronta para passar três dias dentro de um quarto tentando todas as posições que já ouviu falar, certo? É meio que isso! E é essa a sensação do livro.
E aí vem o papo do sadomasoquismo. Quando você ouve falar do livro acredita que vai ler coisas absurdas e assustadoras, cheias de fetiches que você nem sabia que existia. É... Não! Você que, assim como eu, se interessa por sexo não vai encontrar nenhuma novidade chocante.
Tem muitas mãos amarradas, tapas fortes e fracos, puxões de cabelo, brinquedos sexuais... Mas quem nunca tentou esse tipo de brincadeirinha em uma relação sexual? Mesmo que você não amarre as mãos, já brincou de que a outra pessoa não podia tocar em você e tal — não? Então você está perdendo tempo!
O que eu penso sobre o livro é que ele pode ajudar muitas mulheres a se soltarem mais na cama e pode fazer muita gente ver que aqueles desejos que sente não são absurdos ou doentios. O livro veio para acabar com o preconceito sobre mulheres — e homens — que gostam de levar (ou dar) umas palmadas, curtem um puxão de cabelo ou uma conversa bem suja durante o sexo.
Vale a pena lembrar que sexo desse tipo não tem nada a ver com sexo sem amor. O sentimento é algo totalmente diferente de suas predileções na cama e tudo pode conviver muito bem e em harmonia.
Se eu tivesse que dizer pra você se comprar o livro é uma boa, diria que sim. E também diria pra você mergulhar mesmo na história, deixar sua imaginação entrar na trama e fazer parte de tudo aquilo. Pode ter certeza que seu corpo vai agradecer e a próxima pessoa com quem você fizer sexo também!
Ah, esse livro é só o primeiro de uma trilogia, que promete dar uma boa esquentada nas outras obras, então é só um aquecimento.
Como eu já disse aqui - Sadomasoquismo em "50 Tons de Cinza" - o livro me ganhou com sua leitura fácil e conto de fadas.
Sim, conto de fadas. A história nada mais é do que uma garota insegura que conhece um cara incrível que se apaixona por ela. Com essa paixão ela consegue se entender, conhecer e aceitar melhor, o que a torna segura e ainda mais atraente para ela mesma, pra ele e para o mundo.
É claro que na internet rolam milhões de gracinhas sobre o enredo, querendo dizer que a garota se apaixona porque o cara é rico — o que não faz o mínimo sentido, já que o livro foi baseado na trilogia de Crepúsculo, que relata uma história de amor entre vampiro e humana e o pano de fundo é, como sempre nas histórias de vampiro, uma metáfora sobre virgindade.
E aí quando você vai lendo os outros livros nota que é apenas amor. Ela não quer a grana, a fama, o sexo violento e incrível — apesar de aceitá-lo numa boa, como qualquer uma faria -, ela quer mesmo é o amor, é se sentir amada, querida, indispensável.
E não é isso o que a gente mais quer quando se apaixona? A gente quer sentir que a outra pessoa sente o mesmo, que compartilha nossos planos e sonhos, que estará ao nosso lado não importa o que aconteça. E, é claro, a gente também quer sexo. O bom e velho sexo.
Um trecho da obra que comprova o que estou dizendo é esse, em Anastasia, no meio da transa, pensa assim: "É tão erótico - a necessidade que ele tem de mim". Entendeu? É muito mais sobre amor do que sobre sexo.
E é por ser sobre amor que ganhou tantas pessoas. É claro que o sexo ajuda, mas ele é parte do amor, por que não deveria estar presente? O sadomasoquismo, bondage e afins nem é tão forte, é tudo coisa que os casais podem fazer em casa e as ideias são ótimas para apimentar o relacionamento.
Fonte:Fonte:http://br.mulher.yahoo.com/blogs/
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