DROGAS, MEDIUNIDADE, INTELIGÊNCIA
E CHICO XAVIER
Os
dois artigos abaixo, um do Dr. Jorge Andréa e outro do Prof. Dr. Luiz Carlos
Formiga, parecem se complementar e explicar a relação entre o uso de drogas
& mediunidade & inteligências.
Foram publicados no início do mês em jornais diferentes, “Correio Espírita e O Rebate”.
Inteligência e mediunidade
Jorge Andréa
Junho 2013
A primeira zona, a espiritual, comandaria toda a
organização através do perispírito que lhe serve de filtro adaptador de
energias e que, por sua vez, serão mergulhadas na zona física, a fim de
conduzir e orientar o complexo metabolismo orgânico. Dessa forma, os processos
intelectivos e afetivo-emocionais que se projetam na tela física, são o
resultado de elaborações espirituais a definirem e influenciarem os mecanismos
psicológicos da nossa denominada zona consciente.
De todos
esses processos, os coligados à inteligência têm sido pesquisados e avaliados
com nossas percepções, possibilitando uma escala ou quociente de inteligência.
Desse modo,
existem três variedades de inteligência que, apesar de se apresentarem em seus
degraus, correspondem a um só bloco com uma única origem espiritual. Assim, uma
linha horizontal representaria o coeficiente de inteligência (QI), a posição
mais simples de pequeno desenvolvimento. Esta posição foi bastante festejada, a
partir de meados do século XIX, visando a medir o grau de inteligência das
pessoas. Em virtude de não representar, realmente, destacada posição
avaliativa, aos poucos ficou sendo relegada a plano de pouco valor, embora
utilizada em limitados testes.
A partir da
década de 90 do século XX, nasce a chamada inteligência emocional com as
observações de Daniel Goleman, o denominado QE, podendo ser representado por
linha oblíqua, de modo a traduzir um grau mais avançado de inteligência. Uma
linha vertical representaria o mais expressivo grau de inteligência, a inteligência
espiritual, o QS, resultado de observações e pesquisas que estão alastrando
pela física quântica e a fenomenologia paranormal.
No
coeficiente de inteligência, o QJ, os processos instintivos primários estão bem
salientes, em que as manifestações de entendimento revelam-se, preferentemente,
nos processos fastidiosos das análises. É como se existissem apenas ligações
neuroniais pobres, em série, por isso com limitados recursos, embora havendo
perspicácia perceptiva nos seres.
Na
inteligência emocional, a englobar o QI, já existe o pensamento associativo, em
que os instintos se encontram mais aprimorados, no sentido de aptidões. Nesta
posição, as emoções e sentimentos envolvem-se em suas atividades, denotando
ligações neuroniais não mais em série, mas, sim, em rede, de modo a explicar
uma fenomenologia psicológica mais rica.
Na
Inteligência espiritual, as ligações neuroniais alcançariam posições bastante
complexas, com ativa participação da base cerebral, zona do conhecido lobo
límbico. Este modelo mais aparelhado engloba todos os graus de inteligência,
com pensamentos ordenados, participando das criações psicológicas em que a
intuição representa a mola mestra do processo.
Em face da
fenomenologia paranormal, em que a mediunidade é de grande expressão, as três
variedades – QI, QE e QS – mostrar-se-ão de acordo com os seus diversos graus e
alcances. Assim, o fenômeno mediúnico, por fazer parte dos componentes
orgânicos, quando ativado alcançará e será envolvido por qualquer tipo de
inteligência. Diante de tal fato, compreendemos o teor das mensagens
espirituais reveladas no processo mediúnico, com as características de maior ou
menor significado, pela condição de filtragem que a organização mediúnica
oferece.
Joanna de
Ângelis (Espírito) demarca as quatro forças dentro da visão psicológica.
A primeira
força marca, praticamente o início mais ordenado dos fenômenos psicológicos,
com Watson, o criador do modelo behaviorista, a denominada psicologia do
comportamento, em que o processo seria de exclusiva função neuronial. Este
modelo teve uma ampliação, no início do século XX, Skiner que lhe deu um
pequeno passo para as funções do inconsciente.
A segunda
força, com Sigmund Freud, ainda envolvida nas funções neuroniais, já apresenta
abertura para o envolvimento da lama, com a tão expressiva psicanálise. A nosso
ver, devemos a Freud, ter lançado os valores existenciais da lama na
Universidade com o nome de inconsciente.
A terceira
força, denominada de psicologia humanista, teve em Rogers seu grande
impulsionador com as questões existenciais. Este modelo foi avançando,
ampliando condições que foram propiciando o despertar da quarta força
psicológica, a psicologia transpessoal, a psicologia do porvir.
A quarta
força ou psicologia transpessoal teve início com Jung, o pioneiro, que se foi desenvolvendo
com psicólogos ilustres, como Assagioli e sua psicossíntese, Maslow com a
hierarquia das necessidades, e com S. Grof, ratificando os conteúdos do
inconsciente como autênticos depósitos de experiências pregressas. Este modelo
psicológico está se desenvolvendo, cada vez mais, em busca de uma totalidade
conhecida como movimento holístico, onde muitas vertentes são analisadas e
computadas, a fim de fornecer elementos que propiciem melhores definições do
psiquismo humano.
“Religiosidade/Espiritualidade
na Universidade”
Luiz Carlos Formiga
Junho 2013
Diante de temas que passam pela
interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade temos que exercitar a virtude que nos origina o sentimento da
nossa insignificância. Isto porque podemos nos encontrar nos degraus mais altos
do domínio
cognitivo (QI) e eventualmente estagiar nos primeiros da Inteligência
Emocional (QE). Podemos ainda estar na fase de “adaptação”, quando pensamos nos
níveis da
Inteligência Espíritual (QS) e lembramos da curva de
crescimento bacteriano.
O
tema farmacodependência é um deles. Consultemos a revista técnica.
“La determinación de los valores puede servir
de base para desarrolar la capacidade de rechazar ciertas situaciones y
fortalecerla. Essa es uma parte importante del programa de prevencción del
alcoholismo. Uma vez que los jóvenes compreenden su propria escala de valores y
son capaces de explicarla a otros les resulta más facil expresar su decisión de
abstenerse de beber y justificarla. De esa manera se sientem seguros cuando
deciden no beber y les resulta más fácil decir que no.”
O Bol. Ofic. San. Pan (OMS), 98 (4): 358, 1985
enfatiza os “valores-ético-morais”. Por outro lado governantes podem não ter
uma visão ampliada de sua população alvo, principalmente se limitados à
vertente materialista da ciência. Como são vistos os jovens pelos responsáveis
por essa prevenção?
Como na hanseníase podemos encontrar dois tipos
polares, agora identificados não pela reação de Mitsuda, mas pela resposta
encontrada na questão: “quem e o que somos”. Somos 1. impulsos eletroquímicos num biocomputador que
se originou, por acaso, num universo de partículas materiais mortas e que se
movimentam aleatoriamente ou 2. ser
criado, de natureza bio-psico-socio-espiritual (*), dotado de historicidade e
de livre arbítrio, encontrando-se em contínuo processo evolutivo, sendo parte
integrante do universo com o qual interage constantemente. (*) Microbiologia in
foco, 3 (11): 10-16, S.P. ,
SBM, 2010.
Vamos
resumidamente rever alguns conceitos.
Há
um tipo de organização neural que permite ao homem realizar um pensamento
racional, lógico (QI - Cognitivo). O QE (inteligência emocional-afetivo) é
outro tipo de organização neural que irá permitir realizar o pensamento
associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. emocional.
Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights,
formulador e revogador de regras, QS (espiritual-valorativo). Com essa
organização neural é que se formulam e se reformulam tipos anteriores de
pensamentos. Aqui o período infantil parece ser decisivo na vida da pessoa.
Pelo exposto podemos arriscar uma afirmação: não
basta a pessoa ser “um gênio” (QI), se não souber lidar com emoções (QE). O
estudo da inteligência espiritual (QS) nos permite compreender que uma pessoa
muito inteligente, em termos do domínio cognitivo pode ser estúpida em termos
de valores ético-espirituais, podendo ser perigosa para a própria vida. Imagine como valorizará
a do outro, seja feto ou não.
Continuemos
a explorar a vertente espiritualista da ciência agora utilizando uma tese, pós-doutorado, Disciplina de
Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina. USP. 2011.
Nela vamos encontrar os significados de espiritualidade
e religiosidade emergentes de profissionais da área de saúde, o
que nos interessa neste contexto.
De maneira geral, espiritualidade, religião
e religiosidade são usadas como sinônimos, porém estes termos não têm
as mesmas características. A espiritualidade é entendida como uma força unificadora, que
tem como propósito facilitar o desenvolvimento , dar orientação à realidade na
vida diária e um significado para a existência. É a transcendência entre o
homem e Deus, o que se realiza dentro de um processo contínuo de confiança e
interação.
A
religião, por sua vez, é uma crença no sobrenatural ou numa força divina que
tem o poder sobre o universo e que como tal deve ser adorada e obedecida.
Religiosidade é a extensão na qual uma pessoa acredita, segue e pratica uma
religião.
Anteriormente,
Z. Sanchez e S. Nappo, da Univ. Fed. de
São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre drogas psicotrópicas, na
Revista de Psiquiatria Clínica (USP). 34: 73-81, 2007, examinaram a
religiosidade, a espiritualidade e o consumo de drogas, num trabalho de
revisão.
A religiosidade e espiritualidade são apontadas como
fatores protetores ao consumo em diversos níveis. Seu objetivo foi descrever
principais estudos que tratam do papel da religiosidade no tratamento e na
prevenção.
Consultaram fontes indexadas nas bases de dados
PubMed e Scielo, entre 1976-2006 (30 anos).
Encontraram
como resultados: 1. As pessoas que frequentam culto religioso, ou
que dão relevante importância à sua crença, ou praticam as propostas da
religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas
lícitas e ilícitas; 2. os dependentes apresentam melhores índices de
recuperação se o seu tratamento é
permeado por uma abordagem espiritual, de qualquer origem, quando comparados a
dependentes que são tratados exclusivamente por meio médico.
O pesquisadores concluíram que devido ao forte papel
de assistência social das religiões, a incentivação desta abordagem seria de grande relevância para a saúde
pública brasileira.
Podemos encontrar profissionais de saúde que usam e
abusam de drogas lícitas ou não? Vejamos um caso em forma resumida.
Paciente sedada, ansiosa, primeiro filho. O doutor
fizera cinco partos naquela manhã e bebera a quinta dose de uísque. Já levara
advertências por aparecer alcoolizado no centro cirúrgico. Era alcoolista, mas
excelente profissional.
Antes da cesárea, bebera outra dose na sala dos
médicos. Vinha de um plantão. acordou e começou a beber. Suicída inconsciente,
segundo André Luiz, no livro Nosso Lar, psicografado por Francisco C. Xavier.
Durante o procedimento, uma ruptura numa artéria
chega à hemorragia. A vista turvada o impedira de cauterizar. Em pânico, tinha
dificuldades em parar o sangramento. Enfim, conseguiu salvar mãe e filho. Saiu
chocado e, responsavelmente, internou-se numa clínica para dependentes
químicos.
A
recomendação encontrada no Bol. Ofic.
San. Pan (OMS), 98 (4): 358, 1985 é preciosa e enfatizamos a necessidade desses
valores serem internalizados ainda no período infantil. Eles são importantes
para exercer ação preventiva não apenas nos casos de suicídio inconsciente. Por
esse motivo, o Blog do NEU-UERJ vem oferecendo matérias pensando na Bioética e
na reflexão dos benefícios a serem maximizados e nos danos a serem
minimizados. Lá encontramos artigos que
relacionam suicídio (grandes quedas) a fetos anencéfalos; suicídio
infantil com relações sócio-familiares e drogas; suicídio na Universidade e a
Arquitetura.
Considerando
que a Ética visa o bem a ser
conquistado e não apenas ao mal que deve ser evitado. Sublinhamos que a
Bioética é a Ética aplicada aos problemas que se desenvolvem nas fronteiras da
vida, vindo em socorro do ser humano na singularidade da individualidade. Ela
não pretende ser restritiva, mas deve colocar limites éticos para salvaguardar
a pessoa humana, sua vida e humanidade.
A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade
lhe são pertinentes. Como estamos fazendo comentários apoiados na vertente
espiritualista da ciência num hospital universitário fazemos, neste apagar das
luzes, o convite (*) para assistirmos posteriormente uma mesa redonda. Ela,
filmada em 22/9/1995, recebeu o título “Curas Espirituais” e aconteceu durante
o Ciclo de Debates sobre “Ética, Fé e Cura”, promovido pelo Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro. A palestra introdutória esteve a cargo do psiquiatra Sergio Felipe de Oliveira. Do Instituto de
ciências Biomédicas. USP.
Na mesa Sergio Felipe pavimenta o caminho para 28
anos depois a revista Veja, 10 de outubro de 2012, nos oferecer o texto “Um
Poder Invisível da Fé”, construído a partir da entrevista com o psiquiatra Harold
G. Koenig, professor da Universidade de
Duke, na Carolina do Norte, que há 28 anos se dedica a estudos que relacionam
religião com saúde.
O docente-pesquisador possui quarenta livros
publicados e mais de 300 artigos sobre o tema. Ele afirma, na Veja, que “as
pesquisas são claras ao relacionar as diversas formas de religiosidade com a
prevenção de doenças cardiovasculares e da hipertensão.”
Que Deus nos ajude a “exercitar, como fizeram grandes homens, a virtude que nos origina o
sentimento da nossa insignificância.”
(*) cópia poderá ser encontrada no acervo do NEU-UERJ
e UNI-RIO.
Por Que Considero Inteligente, o Cândido, Francisco Xavier?
Amai os vossos
inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e
caluniam.
— Porque, se somente amardes os
que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos?
(MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
(MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
André Luiz nos diz
que a educação da alma é a alma da educação. É a educação como formação, que
desenvolve interesses, valores e atitudes. Seu princípio organizador a
internalização - incorporação de valores éticos-morais de outra pessoa ou da
sociedade. É a aceitação, como se fosse próprio, de atitudes, regras,
princípios e sanções que o levam à formação de julgamentos de valor ou à
determinação de sua conduta. Nela existem estágios de desenvolvimento:Estágio
1. As conseqüências físicas de uma ação determinam se ela é boa ou má. Os
motivos morais são baseados no desejo de evitar punição. Estágio 2. “Certo” é
aquilo que satisfaz necessidades pessoais. Há igualdade e reciprocidade por
motivos pragmáticos, não por lealdade, gratidão ou justiça. Neste nível,
significa: “Se ele me bate, eu bato nele”. Estágio 3. Há necessidade de evitar
a reprovação e o desagrado dos outros. Comportamento de grupo. Tendem a se
comportar como pessoa “bem educada”. A intenção torna-se importante pela
primeira vez. Estágio 4. Mostra respeito pela autoridade, pelas regras fixas e
pela manutenção da ordem social. Estágio 5. Há respeito pelos direitos
individuais. O direitos e deveres são baseados no livre acordo. Há valorização
do legal, mas a lei pode ser mudada em função da sua utilidade social.
Estágio 6. As decisões da pessoa são guiadas por princípios éticos selecionados
por ela própria, como justiça, reciprocidade, igualdade e respeito pela
dignidade do ser humano. Compreende que nem tudo o que é legal é moral.
Por outro lado
devemos entender que a mente humana pode passar por estados mórbidos como: a
Neurose e a Psicose, distintas primariamente por intensidade de desarranjo.
Neurose é um
distúrbio emocional da personalidade. Conduz a estilo de vida desajustado. Há
conflito: consigo mesmo porque tendências contraditórias se debatem dentro
dele, como a necessidade de afeto e a hostilidade e com o meio ambiente porque
luta agressivamente contra os fatores externos como se estes constituíssem uma
ameaça à sua vida e, ao mesmo tempo, procura recuar diante deles como se
julgasse não poder enfrentá-los.
O neurótico acha
que deve lutar antes de cooperar e, por isso, é fortemente competitivo (ainda
que não pareça).
Neurose corresponde
em trabalhos espíritas ao termo clássico perturbação, definida como estado
de ânimo desajustado, em que o indivíduo não consegue manter a estabilidade
emocional e mental, desviando-se para a tristeza, pessimismo, desânimo,
agressividade. Aplica-se especialmente ao espírito desencarnado em
desequilíbrio.
Há tipos de atitude
geral e tipos de personalidades: 1) aproximam-se porque precisam ansiosamente
de afeto e não suportam a solidão - complacente; 2) opõem-se porque são
ambiciosos e querem dominar e possuir tudo - agressivo; 3) afastam-se, mal
toleram o contacto humano e sentem-se melhor no isolamento - indiferente.
As três atitudes
não excluem as opostas, presentes mas inaparentes. O sujeito em oposição aos
outros é carente de afeição, mas procura ocultar isso.
O homem normal
contém esses elementos em proporções equilibradas. É amistoso, solidário,
cooperativo.
Como fica o nosso
raciocínio quando passamos pelas duas condições?
Neurose -
raciocínio normal. Parece desviado porque usa bases falsas; “ninguém gosta
dele, o mundo é um lugar mau e perigoso, ou adora todo mundo”. Esses juízos são
falsos. O mecanismo de pensar está intacto. Existe o senso da realidade e a
vida social é possível.
Na psicose, a
desorganização é muito mais avançada. O senso da realidade e a vida social
mostram-se nulos ou quase. Não pode responder pelo que faz.
O que está no fundo
das neuroses e psicoses?
A tríade afetiva do
desequilíbrio mental. Os "micróbios" do egoísmo, do orgulho e da
hostilidade.
Qual a causa geral
de qualquer perturbação psíquica?
Desobediência
constante às determinações da Lei de Deus, abandono sistemático das obrigações
impostas pela Lei).
Uns estão rebelados
contra a vida, o mundo e Deus; outros estão desanimados ante os obstáculos a
remover do próprio caminho. Um dia, eclodem os variados sintomas neuróticos ou
psicóticos, conforme a intensidade da perturbação íntima.
Egoísmo - base dos
sentimentos desequilibrantes da alma - é o excessivo apego ao próprio bem, sem
considerar o dos outros. “Hipertrofia congênita do eu", "Obsessão
neurótica do eu".
Orgulho, inflação
da personalidade, é o desejo de parecer superior ao que é.
Assim esses
indivíduos só se ocupam de suas conveniências e vantagens. "Eles gostam de
levar vantagens em tudo" ignorando os outros.
Existe outro fator
quase sempre presente que é a obsessão. Ela pode se definida como a influência
maléfica, intencional ou inconsciente, exercida por Espíritos imperfeitos sobre
a humanidade encarnada, de modo prolongado. É o predomínio de uma mente sobre a
outra produzindo constrição.
Um homem pode
enlouquecer só porque um Espírito mau se lhe aderiu à organização perispiritual,
dominando-lhe a vontade e impondo-lhe seus pensamentos.
Obsessão é,
portanto, um constrangimento que se sente, graças à presença perturbadora de um
ser espiritual. Ela possui três graus distintos: 1. Obsessão simples - peculiar
a quase todos - seria um tipo de "gripe emocional". Porque vivemos
num mundo atribulado, imediatista, agressivo, desequilibrando-nos e sintonizamos
com os Espíritos também agressivos e desequilibrados. 2. Quando ela se agrava é
a obsessão por fascinação. O indivíduo se acredita abençoado por forças
superiores e não admite o intercâmbio com os Espíritos menos ditosos; 3. Quando
a pessoa perde o senso de equilíbrio, cai no que o Evangelho chamava de
possessão e que Allan Kardec, denominou como obsessão por subjugação, porque a
entidade subjuga-o, imprime-lhe a vontade e passa a exercer nele um predomínio
quase total.
Como podemos
perceber o indivíduo que possui inteligência emocional-moral em equilíbrio esta
distante destes estados acima descritos. Nesse particular nos lembramos da figura
do médium Chico Xavier, que como verdadeiro homem de bem perseguiu os 12 passos
do equilibrio abaixo. Afinal de contas uma inteligência emocional-moral
equilibrada: 1. É generosa - Cumpre a lei de justiça e de amor, na sua maior
pureza. Se ela interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesma
perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que
podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil; enfim, se fez a
outrem tudo o que desejara lhe fizessem. 2. Percebe a existência de uma
Inteligência Suprema - Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na
Sua sabedoria. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima
dos bens te mporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores,
todas as decepções são provas ou expiações e as enfrenta sem murmurar. 3. É
justa - Possuída de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga
alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e
sacrifica sempre seus interesses à justiça. 4. É altruista - Encontra
satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta. O egoísta, ao
contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
5. É sem preconceitos - É boa, humana e benevolente para com todos, sem
distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
6. É livre - Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não é falso com
os que como ele não pensam. Tem como certo que aquele que prejudica a outrem com
palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a
suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de caus a r um sofrimento, uma
contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar
o próximo. 7. Perdoa - Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a
exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra,
por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. 8. É indulgente - É
indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de
indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra
aquele que se achar sem pecado.” Nunca se compraz em rebuscar os defeitos
alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre
o bem que possa atenuar o mal. 9. Possui autocritica - Estuda suas próprias
imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços
emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de
melhor do que na véspera. 10. É incentivadora - Sabe que autovalorizar-se não é
de sua atribu i� �ão, por isso
procura não dar valor a si mesma, aos seus talentos, a expensas de outrem, mas
aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja
proveitoso e de valor encontrado em outros. 11. É sem vaidade (humilde) - Não
se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais. Usa, mas não abusa
dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de
prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de
aplicá-lo à satisfação de suas paixões. 12. Sabe obedecer e comandar - Se a
ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e
benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para
lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo
quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
Se subordinada, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em
cumpri-los conscienciosamente .
Finalmente, o ser
em equilíbrio respeita todos os direitos, que as Leis da Natureza dão aos seus
semelhantes, como quer que sejam respeitados os seus.
Admiro Chico porque
demonstrou inteligência privilegiada ao adotar o Mestre como modelo, mas, principalmente,
por ter aplicado à própria vida a “Pedagogia do Exemplo” de Jesus.
Referências Bibliográficas.
Formiga, LCD. Antes de Votar Pergunte ao Candidato Sobre o
Aborto. Núcleo Espírita Universitário do Rio de Janeiro. Home-page http://zap.to/neurj.
Campanhas. Agosto de 1999.
Formiga, L.C.D. Vacinação Desafio de Urgência. Reformador,
99(1823): 61-64, 1981.
Kardec, A. O Evangelho Segundo o
Espiritismo (tradução). 57a ed. FEB, RJ, RJ.
Rizzini, C.T. Evolução para o Terceiro Milênio: tratado
psíquico para o homem moderno. 1aed. EDICEL, SãoPaulo, SP, 1977.
Artigo do mes de setembro, 2000, da home-page do Lar Chico Xavier - http://www.larchicoxavier.com.br, publicado na Revista Internacional de Espiritismo
Parabéns aos autores do blog por divulgar tão preciosas informações.
ResponderExcluirMarcos Fonseca
Acessivel e agradávelo a forma discursiva/pedagógica/ professoral dos textos. Apesar disso, necessito de mais algumas leituras para melhor aproveitamentos dos assuntos abordados. Claro que isto se deve a minha curta percepção e vasta ignorância da profundidade conceitual da terminologia utilizada. Aliás, diga-se de passagem, bem dosadas, mas lamentavelmente acima da minha compreensão. Pelo menos por ora. Excelente qualidade dos textos. Sem ufananismos e sem pieguismo.
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