MUSAS INSPIRADORAS DO MUNDO DAS ARTES : O FASCÍNIO DAS MUSAS

muses.JPG

 

Musas inspiradoras do mundo da arte

 
Lindas, inteligentes, intrigantes ou tudo isso e muito mais. Conheça algumas das musas inspiradoras de carne e osso por trás de grandes obras de arte.

Da Grécia antiga pra cá, a função de inspirar artistas passou das mãos de entidades mitológicas para criaturas de carne e osso. Calíope, Clio, Euterpe e companhia cederam lugar para modelos, esposas e outras artistas, que desde então vem tocando o coração e a alma de grandes realizadores, sejam eles músicos, escritores, artistas plásticos ou cineastas. Conheça agora algumas dessas mulheres maravilhosas e os “frutos” que elas geraram.
Patti Smith – a musa de atitude
patti-smith.jpgE quem disse que uma musa só tem que ficar paradinha e ser bela, sem receber os louros por seus próprios feitos? De cara, a cantora Patti Smith prova que seu talento e personalidade pode ser inspiradores, pois foi exatamente isso que chamou a atenção dos fotógrafos Judy Lyinn e Robert Mapplethorpe para a roqueira. Linn teve Patti como modelo quando ainda era uma estudante de fotografia no final dos anos 1960, em sessões nas quais ambas imaginavam situações cinematográficas para comporem a imagem. Já Mapplethorpe iniciou não apenas uma parceria artística com Patti, mas também um namoro (apesar de homossexual). Muito da Nova York dos anos 1970 pode ser admirada junto ao casal em registros que figuram na história da fotografia com o selo arte de garantia.
Alice Liddell – a musa menor de idade
alice-liddell.jpgA pequena Alice Liddell foi a fonte de inspiração de um dos livros mais conhecidos no mundo inteiro (e não, não é a Bíblia). Trata-se de “Alice no país das maravilhas”, obra infantil que esconde por trás de sua trama a história de uma musa um tanto controversa. Charles Dodgson, mais conhecido por Lewis Carroll, conheceu a menina quando ela tinha apenas três anos. Aos dez, Alice pediu a Carroll que passasse para o papel as fantásticas histórias que ele contava para ela e suas irmãs sobre sua xará em um mundo fantástico. Muitos biógrafos defendem a teoria de que Carroll e Liddell tinham algum tipo de envolvimento romântico, seja ele sexual ou platônico. Verdade ou não, a “parceria” rendeu livros inesquecíveis.

Anna Karina – a musa nova onda
anna-karina.jpgAs más línguas dizem que a atriz Anna Karina conheceu o diretor de cinema Jean-Luc Godard através de um anúncio que ele colocara no jornal em busca de um grande amor e de uma musa para seus filmes. Não foi exatamente esse o percurso, mas o diretor conseguiu o que queria na figura da bela e talentosa dinamarquesa. Juntos, eles fizeram os filmes que definiram a nouvelle vague francesa e vem influenciando diretores de todas as gerações desde então: “O pequeno soldado”, “Uma mulher é uma mulher”, “Viver a vida”, “Bande à part”, “Alphaville”, “O demônio das onze horas”. Tá certo que a relação não durou para sempre e os dois deram um ponto final no casamento em 1965, mas a sétima arte tem muito a agradecer ao amor eterno enquanto durou de Jean-Luc e Anna.
Yoko Ono – a musa destruidora
yoko-ono.jpgA mulher que “destruiu” a maior banda de rock do universo é baixinha, esquisita e só não era chamada de bonita no final dos anos 1960. Yoko Ono colou em John Lennon quando a amizade entre os Beatles já estava em final de festa e iniciou uma parceria para a vida e para a arte com o compositor. Quanto mais a relação se intensificava, mais o Beatle abria o coração em músicas sobre a vida, seus medos, inseguranças, e claro, sobre o amor. Seja em canções totalmente deprê como “Yer Blues”, na estranha “Happiness is a warm gun”, na doce balada “Don`t let me Down” ou na adorável e bobinha “Oh, Yoko”, era a japonesa que estava na cabeça de John. Apesar de problemas no relacionamento, foi a morte prematura do rockstar que deu um ponto final na relação.
Gala Dalí – a muda groupie
gala-dali.jpgElena Ivanovna Diakonova (ou melhor, Gala Dalí) era praticamente uma groupie no mundo das artes no século XX. Ela conheceu o poeta surrealista Paul Éluard em um sanatório e os dois de casaram aos 17 anos em 1916. O casal viveu um triângulo amoroso com o pintor Marx Ernst durante u bom tempo, mas em 1929 Gala largou os dois para ficar com o surrealismo em pessoa: Salvador Dalí! Apesar de o pintor ser dez anos mais novo e afirmar ter repulsa pela genitália feminina, ele adorava a companheira com tanto fervor que a utilizou como modelo em inúmeros quadros, além de passar a assinar vários quadros como “Gala-Dalí”. O motivo: ele sentia como se os dois fossem a mesma pessoa. Dentre os quadros mais conhecidos que retratam Gala estão “Galatea de esferas”, “A madona de Port Lligat” e “Leda atômica”.

Fonte:http://lounge.obviousmag.org/verbo_moto_visual/2012/02/musas-inspiradoras-do-mundo-da-arte.html

O fascínio das musas

 
 
O que Elizabeth Siddal, Françoise, Jacqueline e Camille Claudel têm em comum? Você pode não ter ouvido falar sobre elas, mas com certeza já viu seus rostos em grandes obras. São as musas de grandes artistas como Boticelli e Picasso que tiveram seus rostos e silhuetas imortalizados no mundo da arte.



01_Jacqueline_com_flores_picasso_01.jpg
Pablo Picasso, "Jacquelines com Flores".

Um belo quadro com uma bela mulher. Ao se admirar uma obra de arte muitas vezes não se imagina a complexa gama de relações que envolveram o autor da obra e a inspiradora da criação. Relacionamentos conturbados, ciúme, traições. Um misto de admiração, amor, interesse e dependência que resulta em magníficos trabalhos. Parece ser essa a essência dos relacionamentos entre os gênios da arte e suas musas.
Engana-se quem acha que um artista precisa de uma única e exclusiva musa para inspirar sua criação. O pintor espanhol Pablo Picasso teve a vida permeada por diversas musas - há mesmo quem diga que seu trabalho pode ser dividido em fases de acordo com a inspiradora do momento. Fernande, Eva, Olga, Marie-Thérèse, Dora, Françoise e Jacqueline foram as sete musas (ou as principais) com as quais Picasso se relacionou. Segundo Dominique Dupuis-Labbé, curadora do Museu Picasso em Paris, Fernande Olivier, a primeira, “mesmo sem influenciar diretamente a obra do artista, foi ela quem lhe proporcionou a estabilidade para fazer a transição entre a chamada fase azul (1901-1904), caracterizada pela tristeza, miséria e morte, e a fase rosa, mais lúdica e alegre, repleta de figuras circenses”. Eva, o grande amor; Olga, a ciumenta; Marie-Thérèse, a amante; Dora, a politizada; Françoise, a esquizofrênica; e por fim Jacqueline, aquela que foi sua musa nos últimos anos, retratada em diversos trabalhos e que, dizem, mantinha uma veneração quase doentia pelo artista, o que a levou em 1986 ao suicídio. A história da relação de Picasso com suas musas mostra como a adoração que ele lhes dedicava era recíproca. Relacionamentos complexos para um gênio também complexo.
02_retrato_de_jacquelines_picasso_02.jpg
Pablo Picasso, "Retrato de Jacquelines".

Se o trabalho de Picasso foi influenciado por suas diversas musas, uma reinou soberana na obra de Salvador Dali. Gala Éluard (Elena Ivanovna Diakonova, seu verdadeiro nome), russa, dez anos mais velha que o artista catalão e ex-esposa do poeta surrealista Paul Éluard. As teorias a respeito da influência de Gala na vida e no trabalho de Dali vão além de apenas uma musa inspiradora para alguns quadros. Sugere-se que Gala foi fator determinante no sucesso de Dali, ao incentivar que ele desse voz e investisse em sua “loucura genial”. Gala, além de musa inspiradora, era também responsável por administrar suas finanças, o que, segundo consta, fazia com mão-de-ferro...
03_Salvador_Dali_03.jpg
Salvador Dali (Wikicommons).

04_galarina_salvador_dali_04.jpg
Salvador Dali, "Galarina".

Se Picasso foi o gênio de várias musas, Alma Mahler-Werfel foi a musa de vários gênios. Filha de um pintor de paisagens e de uma cantora, Alma esteve sempre envolvida no mundo da arte, frequentando os jantares oferecidos aos artistas em sua casa. A austríaca foi mulher de expoentes das diversas artes: seu primeiro beijo foi em Gustav Klimt. Casou-se com o compositor Gustav Mahler, que trocou depois pelo arquiteto alemão Walter Gropius e pelo poeta Franz Werfel, além de ter tido um caso com o pintor Oskar Kokoschka. Ficou conhecida como a menina mais bonita de Viena ou, noutra perspectiva, como femme fatale, expressão talvez mais apropriada a suas conquistas amorosas.
Outra representante das “musas de vários artistas” é Elizabeth Siddal. Lizzie, como era chamada, encantou a Irmandade Pré-Rafaelita, composta pelos artistas Dante Gabriel Rossetti, William Holman Hunt e John Everett Millai. Porém, quem mais a tomou como musa dentre eles, chegando a impedir aos poucos que Siddal posasse para os outros artistas, foi Dante Rossetti. Rossetti a retratou em inúmeras obras, até que Lizzie, ficando doente e viciada em ópio (presente no láudano, utilizado como remédio) foi perdendo aos poucos a beleza tão admirada pelos pré-rafaelitas. Aos poucos, o artista a substituiu por outras modelos. Apesar disso, Elizabeth Siddal e Rosseti se casaram e permaneceram juntos (mesmo com as inúmeras traições dele) até à morte dela. Diz-se que, após a morte de Lizzie, Rossetti se arrependeu muito do tratamento dado a sua musa.
05_Retrato_de_Elizabeth_Siddal_copia_de_Carole_King_05.jpg
"Retrato de Elizabeth Siddal" (cópia de Carole King).

Se algumas musas possuíram uma longa e sofrida, vida esse não foi o caso da italiana Simonetta Vespucci. Casada com Marco Vespucci, primo do navegador Américo Vespúcio, Simonetta foi eleita a “Rainha da Beleza” de Florença e colecionava admiradores pela cidade. Musa do Renascimento, Vespucci foi modelo de diversas obras do pintor Botticelli, como “Retrato de uma mulher” e “Primavera". Um assunto que gera inúmeras e controversas opiniões é se Vespucci foi a inspiração para o famosos quadro “O nascimento de Vênus”. Diz-se que o último pedido de Botticelli foi que ele fosse enterrado aos pé de “La Bella Simonetta” na Igreja da família Vespucci, o Ognissanti. O que reforça a tese de que o pintor também se encantou pela bela Simonetta.
06_botticelli_retrato_de_uma_mulher_06.jpg
Botticeli, "Retrato de Uma Mulher".

07_Botticelli_o_nascimento_de_venus_07.jpg
Botticelli, "O Nascimento de Vénus".

Talvez de todas as musas a mais famosa não possua uma história acalorada com o artista. Na verdade, pouco se sabe seguramente a respeito de Gioconda, ou Mona Lisa, a musa de Leonardo da Vinci que fascina multidões com seu enigmático sorriso. Estudiosos acreditam que a mulher retratada na obra de Da Vinci era a esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de Florença. Inúmeros estudos e teses contemplam a obra - desde a análise do famoso sorriso, até teorias que julgam se tratar de um possível autorretrato de da Vinci.
08_Monalisa_Leonardo_da_vinci_08.jpg
Leonardo da Vinci, "Mona Lisa".

Amantes, esposas ou amigas. Incentivadoras ou controladoras. Únicas ou múltiplas. Vítimas do amor ou de interesse. Não há um modelo-tipo da musa inspiradora ou do relacionamento com seu gênio criador, mas, felizmente para nós, a intensidade das relações ultrapassava o âmbito pessoal e se materializava em admiráveis obras de arte.


Fonte: http://obviousmag.org/archives/2012/11/o_fascinio_das_musas.html#ixzz2U1FwApLR

Comentários