DISTIMIA - UM TIPO CRÔNICO DE DEPRESSÃO



O que é Distimia?


Transtorno Distímico ou Depressão crônica leve, e mais conhecida como Distimia, caraceriza-se como um tipo de depressão, que se caracteriza principalmente pela falta de prazer ou divertimento na vida e pelo constante sentimento de negatividade. Os sintomas da distimia geralmente se estendem por pelo menos dois anos, e difere-se dos outros tipos de depressão pelos sintomas serem mais leves.

Apesar de geralmente não privar o indivíduo de suas tarefas e obrigações, impede que ele desfrute a vida totalmente. A distimia também estende-se por um período muito maior que os episódios de distúrbios depressivos severos, porém freqüentemente se percebe que pessoas distímicas são desanimadas ou muito regradas e se não tratado devidamente poderá levar a um estágio grave da patologia, podendo ser fatal.

O paciente com distimia apresenta baixa ou nenhuma auto-estima; sente-se desmotivado; possui uma constante falta de esperança e sentimento de negatividade; desinteresse ou perda do prazer pela maioria das suas atividades, ou perde totalmente o interesse em todas elas (dificuldade em aproveitar o lado bom da vida); tem insônia ou dorme excessivamente; apresenta perda de apetite ou alimentação exagerada; isolamento, poucos amigos e vida social limitada; sentimento de rejeição pelos outros; sentimento de falta de capacidade; irritabilidade; e descontentamento. O paciente também pode apresentar pensamentos suicidas, tendência para consumir drogas, álcool, e tabaco, aumentando a frequência e a quantidade consumida destas substâncias se já as utilizar; há ainda chances de sonhar com a causa da depressão repetidamente.

A Distima pode ser causada por vários fatores, dependendo de cada caso. Sendo a doença mais propícia em pessoas que apresentam e estão expostas a muitas situações de estresse excessivo. Essas, apresentam risco aumentado de desenvolverem depressão crônica. Por essa relação com estresse excessivo, a distimia (e outros transtornos de humor depressivo) pode ser comum em profissionais de saúde, professores, Administrador de sistemas, economistas, policiais, bombeiros e qualquer outra profissão que lide com estresse excessivo constante (também chamado de distresse).

 
Existem, ainda, alguns hábitos que podem aumentar a chance de uma pessoa tornar-se distimica, como ter um estilo de pensamento negativista, tendência ao pessimismo, sensação de que nada pode ajudar, relutância em fazer alguma coisa para mudar certas realidades indesejadas.

Por Malanny Serejo / Fonte: abcdasaude e wikipedia                     


Sinônimos: Depressão crônica
 
A distimia é um tipo crônico de depressão no qual a pessoa fica triste regularmente. No entanto, os sintomas não são tão graves quanto os da depressão profunda.

Causas

A causa exata da distimia é desconhecida. Normalmente, ela é hereditária. A distimia ocorre com mais frequência em mulheres do que em homens e afeta cerca de 5% da população.
Muitas pessoas com distimia têm um problema médico de longo prazo ou outro transtorno mental, como ansiedade, abuso de álcool ou dependência de drogas. Cerca de metade das pessoas com distimia também terá um episódio de depressão profunda em algum momento de suas vidas.
A distimia em idosos é muitas vezes causada por:
  • Dificuldade de cuidar de si
  • Isolamento
  • Declínio mental
  • Doenças

Exames

Seu médico fará um histórico do seu humor e de outros sintomas de saúde mental. O médico também pode pedir exames de sangue e de urina para excluir causas médicas da depressão.
 
 
Transtorno distímico3 ou depressão crônica,4 mais conhecida como distimia, é um tipo de depressão5 que se caracteriza principalmente pela falta de prazer ou divertimento na vida e pelo constante sentimento de negatividade.6 Os sintomas da distimia se estendem por pelo menos dois anos. Ela se difere dos outros tipos de depressão pelos sintomas serem mais leves e contínuos.7
Apesar de geralmente não privar o indivíduo de suas tarefas e obrigações, impede que ele desfrute a vida totalmente.8 A distimia também estende-se por um período muito maior que os episódios de distúrbios depressivos severos. Frequentemente, se percebe que pessoas distímicas são desanimadas e/ou muito regradas.9

Origem do termo

O termo distimia originalmente se referia a uma condição psiquiátrica clínica. O radical grego dys- do termo significa "defeituoso, anormal ou irregular"; ao passo que o sufixo thymia refere-se ao timo, um órgão linfático que está localizado na porção antero-superior da cavidade torácica, e que se acreditava estar associada ao controle do humor.
Essa interpretação inicial referia-se a uma visão distorcida da realidade pelo paciente. Ele, por exemplo, se sentia como alguém que sabe o que os outros pensam ou compreendia uma dinâmica social subjacente que não é a real. Esse padrão de pensamento pelos pacientes os levou a serem vistos como profetas ou curandeiros altamente intuitivos. Desse modo, as pessoas imaginavam que eles sentiam hostilidades, ressentimentos ocultos que não existiam.
Essas pessoas frequentemente enfrentavam desavenças sociais por causa de seus contínuos julgamentos distorcidos, resultado de seus sentimentos anormais.
Essa definição de distimia costuma ser usada para diversas desordens, as quais podem muito provavelmente ser consequências de comportamento anti-social.


As pessoas com distimia apresentam diversos sintomas, dentre os quais irritabilidade, desmotivação, estafa (fadiga), anedonia (falta de prazer), mau-humor constante, temperamento difícil, isolamento social, alterações no sono ou apetite, baixa auto-estima e elevado senso de autocrítica.1 Entretanto, apesar de apresentarem estes sintomas, os pacientes continuam tocando sua vida normalmente, dificultando o diagnóstico.2
 
 

Sintomas

O paciente com distimia:
  • apresenta baixa ou nenhuma auto-estima
  • sente-se desmotivado
  • possui constante sensação de falta de esperança e um sentimento de negatividade
  • desinteresse ou perda do prazer pela maioria das suas atividades, ou perde totalmente o interesse em todas elas10
  • tem insônia ou dorme excessivamente
  • apresenta perda de apetite ou alimentação exagerada
  • tende ao isolamento, tem poucos amigos e vida social limitada11
  • apresenta sentimento de rejeição pelos outros
  • sente uma falta de capacidade12
  • tem constante irritabilidade e/ou descontentamento.
O paciente também pode apresentar pensamentos suicidas13 e tendência para consumir drogas, álcool, e tabaco, aumentando a frequência e a quantidade consumida dessas substâncias se já as utilizar.[carece de fontes?]
Vale ressaltar que, apesar de o paciente sentir todos ou alguns desses sintomas, a distimia geralmente não impede que ele continue vivendo sua vida normalmente (ou seja, ir ao emprego, à faculdade, etc.). Porém, percebe-se que pessoas distímicas reclamam demais14 , têm um pensamento negativista, a tendência ao pessimismo, uma sensação de que nada pode ajudar e relutância em fazer alguma coisa para mudar certas realidades indesejadas.
A distimia manifesta-se pela primeira vez, na maioria, das vezes em jovens solteiros abaixo dos 25 anos. Sua incidência é maior nas mulheres.15
A distimia pode ser confundida com o transtorno de personalidade dependente e com outros transtornos de humor pela semelhança dos sintomas. Segundo Spanemberg, cerca de 50% dos pacientes não serão reconhecidos e cerca de 77% vão apresentar comorbidades.

Causas

Existem várias causas, dependendo de cada caso. Está claro que as pessoas que enfrentam muitas situações de estresse excessivo, apresentam risco aumentado de desenvolverem depressão crônica. Psicólogos comportamentais chamam essa causa de desamparo aprendido. Por essa relação com estresse excessivo distimia (e outros transtornos de humor depressivo) são comuns em profissionais de saúde, professores, Administrador de sistemas, economistas, policiais, bombeiros e qualquer outra profissão que lide com estresse excessivo constante (também chamado de distresse).
Esses eventos são representados por: perda de um ente querido, estresse crônico associado à pobreza ou ao desemprego, doença crônica ou dor crônica. Algumas pessoas também podem apresentar fatores genéticos que predisponham à depressão crônica, e esses pacientes tem maior probabilidade de desenvolver distimia mesmo com uma estimulação menor.
Existem, ainda, alguns hábitos que podem aumentar a chance de uma pessoa tornar-se deprimida, como ter um estilo de pensamento negativista, tendência ao pessimismo, sensação de que nada pode ajudar, relutância em fazer alguma coisa para mudar certas realidades indesejadas. A pessoa distimica, além da tendência em tornar-se deprimida, ainda incorpora alguns sentimentos como não se sentir feliz e a felicidade alheia a incomodar, mostra-se geralmente pessimista e exageradamente individualista, instabilidade de humor (principalmente no tocante a uma irritabilidade inesperada), bem como sentir-se invadida em seu espaço (local onde mora, onde trabalha, onde passa maior parte do seu tempo).

Tratamento

Algumas pessoas com distimia respondem ao tratamento com medicamentos antidepressivos[1]. Para depressões brandas ou moderadas, a Associação de Psiquiatria Estadunidense, no ano 2000, em suas diretrizes para tratamento de pacientes com desordens depressivas severas, aconselha que a psicoterapia sozinha ou acompanhada de antidepressivos pode ser apropriada.
Normalmente é tratado com Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) como a Fluoxetina(nomes comerciais: Prozac, Daforin) em conjunto com psicoterapia ou só com a psicoterapia.
Durante a psicoterapia, uma possível terapia da abordagem Psicologia cognitiva envolveria mediar formas mais saudáveis de enfrentamento, mediar novas formas de mobilizar recursos (ambientais, sociais, informativos...), ensinar técnicas de relaxamento, levar o cliente a refletir sobre as vantagens de encarar seus problemas com pensamentos mais otimistas e promover maior qualidade de vida mediando comportamentos como se exercitar, manter uma rotina e fontes de alívio de estresse mais saudáveis.
Já uma terapia da Psicologia comportamental poderia se focalizar mais numa re-educação de padrões de comportamento que desencadeiam reações de estresse, um treino de assertividade e em uma dessensibilização sistemática dos eventos mais estressores.
É importante ressaltar que a psicoterapia mais adequada varia muito de acordo com o paciente e da experiência do profissional.
Após o final do período de distimia, o paciente começa a relatar a (re)tomada de gosto por atividades que antes considerava chatas ou entediantes. Nessa nova fase é comum lamentar o tempo perdido e todos os transtornos que a doença causou em sua vida social e/ou profissional. Uma sensação de vazio interior é descrita por muitos pacientes, o que leva o tratamento a abordar agora essa nova condição do indivíduo. Porém, deve-se ressaltar também, que a Distimia, por ser crônica, não possui uma cura definida. Em quase todos os casos, o paciente distímico volta a ter recaidas depressivas e seus sintomas distímicos também reaparecem.

Referências gerais

  1. Lima MS, Moncrieff J. "Drugs versus placebo for dysthymia". Cochrane Database Syst Rev. 2000;(4):CD001130. PMID 11034701

Bibliografia

  • 2005 World Medical Report (Stevens, Higgins, et. al.)
  • Spanemberg L. e Juruena M. F.; Distimia: características históricas e nosológicas e sua relação com transtorno depressivo maior. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rprs/v26n3/v26n3a07.pdf (em 23 de janeiro de 2009)

Referências


Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Distimia


Características / Diagnóstico


Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas comumente presentes. Pelo critério norte americano são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor pode ser irritável ao invés de depressivo. Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior. Causas externas também anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos. Para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes além do sentimento de tristeza prolongado precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:


  • Falta de apetite ou apetite em excesso
  • Insônia ou hipersonia
  • Falta de energia ou fadiga
  • Baixa da auto-estima
  • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
  • Sentimento de falta de esperança

Características associadas


Estudos mostram que o sentimento de inadequação e desconforto é muito comum, a generalizada perda de prazer ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes. Esses pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, mas não conseguem controlar. Geralmente os parentes exigem dos pacientes uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, não pelas próprias forças. A irritabilidade com tudo e impaciência são sintomas freqüentes e incomodam ao próprio paciente. A capacidade produtiva fica prejudicada bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e menos freqüentemente da psicomotricidade.
O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura muitas vezes pela primeira vez o psiquiatra. Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também.
Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente.

 

Idade


O início da distimia pode ocorrer na infância caracterizando-a por uma fase anormal. O próprio paciente descreve-se como uma criança diferente, brigona, mal humorada e sempre rejeitada pelos coleginhas. Nessa fase a incidência se dá igualmente em ambos os sexos. A distimia é sub-dividida em precoce e tardia, precoce quando iniciada antes dos 21 anos de idade e partia após isso. Os estudos até o momento mostram que o tipo precoce é mais freqüente que o tardio. Por outro lado estudos com pessoas acima de 60 anos de idade mostram que a prevalência da distimia nessa faixa etária é alta, sendo maior nas mulheres. Os homens apresentam uma freqüência de 17,2% de distimia enquanto as mulheres apresentam uma prevalência de 22,9%. Outro estudo também com pessoas acima de 60 anos de idade mostrou que a idade média de início da distimia foi de 55,4 anos de idade e o tempo médio de duração da distimia de 12,5 anos.
A comparação da distimia em pessoas com mais de 60 anos e entre 18 e 59 anos revelou poucas diferenças, os sintomas mais comuns são basicamente os mesmos. Os mais velhos apresentaram mais queixas físicas enquanto os mais novos mais queixas mentais.

Curso


A distimia começa sempre de forma muito gradual, nem um psiquiatra poderá ter certeza se um paciente está ou não adquirindo distimia. O diagnóstico preciso só pode ser feito depois que o problema está instalado. O próprio paciente tem dificuldade para determinar quando seu problema começou, a imprecisão gira em torno de meses a anos. Como na maioria das vezes a distimia começa no início da idade adulta a maioria dos pacientes tende a julgar que seu problema é constitucional, ou seja, faz parte do seu ser e não que possa ser um transtorno mental, tratável. Os estudos e os livros não falam a respeito de remissão espontânea. Isso tanto é devido a poucas pesquisas na área, como a provável não remissão. Por enquanto as informações nos levam a crer que a distimia tenda a permanecer indefinidamente nos pacientes quando não tratada.

 

Tratamento


Os tratamentos com antidepressivos tricíclicos nunca se mostraram satisfatórios, as novas gerações, no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Os relatos mais freqüentes são de sucesso no uso da fluoxetina, sertralina, paroxetina e mirtazapina.


Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 03 Liv 17 Liv 13
Psychiatry Research 2001; 103:219-228
Clinical Features of Dysthymia and Age
Silvio Bellino

Fonte:http://www.psicosite.com.br/tra/hum/distimia.htm


Distimia

Muito mais frequente que a depressão franca, a Distimia é a denominação psiquiátrica do mau humor

Distimia ou Transtorno Distímico é uma forma crônica de depressão, cuja gravidade costuma ser menor do que a Depressão Maior. Em benefício de melhor entendimento, felizmente parece haver um consenso de que o chamado Transtorno Depressivo Maior, a Distimia e algumas Disforias (rebaixamentos do estado de humor) transitórias seriam manifestações de um mesmo processo patológico, o qual resulta em sintomas depressivos. Tal variedade de estados de humor deprimido compartilha os mesmos sintomas, responde aos mesmos medicamentos antidepressivos e podem ser abordados por técnicas psicoterapêuticas similares.
Geralmente o paciente com Distimia costuma ter o humor algo depressivo a maior parte do tempo, mas não expressivamente depressivo como acontece na Depressão Maior. Pode apresentar inquietação, ansiedade e sintomas neurovegetativos, como por exemplo, queixas digestivas, cardiocirculatórias, musculares, dor de cabeça. É muito marcante nos distímicos a tendência em dedicar pouco tempo para atividades de lazer, valorizando em excesso atividades produtivas. Outros sintomas que chama a atenção é a tendência à irritabilidade, ironias, crises de raiva e excesso de críticas.
É certo entender a Distimia como uma síndrome depressiva de grau leve ou moderado, cujos sintomas são persistentes e cuja prevalência é maior do que a Depressão Maior.
Os critérios oficiais para diagnóstico de distimia foram estabelecidos pela primeira vez na terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana (DSM.III), em 1980.

Depois da classificação do DSM.III a Distimia tornou-se um termo popular para definir o rebaixamento do humor, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países cientificamente alinhados, como o Brasil. Na Europa, entretanto, o termo Distimia em si enfrenta resistência, principalmente na Inglaterra, onde tal conceito está diluído dentro do diagnóstico de Depressão Menor e Depressão Ansiosa, as quais representam um grupo de transtornos comumente encontrados na prática médica geral.
Os estudos epidemiológicos mais recentes mostram que existe uma comorbidade elevada na Distimia, de forma que mais de 2/3 dos pacientes apresentam também Depressão Maior, Abuso de Substância ou algum Transtorno de Ansiedade junto com a Distimia.
Resumindo, Distimia é um transtorno depressivo do humor, tem natureza crônica, se inicia insidiosamente desde a infância ou adolescência e não tem sintomas graves o suficiente para ser diagnosticada como Depressão Maior, ou seja, o transtorno é considerado como uma depressão de baixa intensidade, flutuante e duradoura.
Alguns pacientes distímicos, de fato, não se queixam propriamente de tristeza, entretanto, queixam muito apropriadamente de falta de alegria de viver: “- doutor, eu não estou com tristeza, mas também não sinto alegria ou prazer com nada”. Além disso, os próprios distímicos manifestam grande preocupação com sua inadequação. Quer dizer, eles mesmos sabem que são “chatos” e lamentam por isso.
Muitas pessoas com Distimia relatam que estiveram deprimidas durante toda a sua vida e acabam tendo uma concepção existencial deturpada pelo mau humor crônico. Geralmente elas se auto-definem como tristes ou "na fossa", mas geralmente são definidas pelas outras como mal humoradas, amargas, irônicas e implicantes. Embora a Distimia seja considerada menos grave que a Depressão Maior, suas conseqüências podem ser graves e incluem prejuízo grave do desempenho familiar, social e profissional, aumento de sintomas físicos e doenças psicossomáticas e aumento do risco de desenvolver Depressão Maior.
Em geral esses pacientes costumam ser tensos, rígidos e resistentes às sugestões de terapia. Como freqüentemente eles podem ser sarcásticos, rabugentos, exigentes e queixosos, não é raro que o médico de outras especialidades sinta-se irritado com eles. Apesar disso, o funcionamento social das pessoas com Distimia é relativamente estável e muitas delas investem sua energia fortemente no trabalho, desprezando quase totalmente o prazer, as atividades familiares e sociais. (Akiskal, 1999)
A prevalência da Distimia na população geral é assustadora. Alguns autores cogitam ser aproximadamente de 3 a 6% da população geral os portadores de Distimia (Seretti, 1999 – Akiskal, 1994 – Avrichir, 2002), sendo um dos quadros clínicos mais comumente encontrados na prática médica. Em relação à distribuição da Distimia entre homens e mulheres, o transtorno é relativamente mais freqüente em mulheres, embora não tanto como acontece na Depressão Maior, onde a proporção é de 2:1.
A despeito da imensa população de distímicos, esses pacientes não procuram ou relutam muito em procurar tratamento específico para a questão emocional, apesar de se manterem sempre muito queixosos e insatisfeitos com a vida. Trata-se de uma alteração afetiva bastante incômoda, não só do ponto de vista emocional, fazendo sofrer o paciente e, comumente, quem com ele convive, como também do ponto de vista orgânico, se manifestando por inúmeros sintomas físicos, os quais acabam fazendo com que os pacientes procurem os médicos com queixas vagas e mal definidas, tais como mal-estar, letargia e fadiga.
Por outro lado, se os distímicos relutam em procurar ajuda psiquiátrica, a maioria deles procura médicos de outras especialidades e geralmente eles não serão diagnosticados corretamente (Akiskal, 2001). Por causa disso, inúmeros exames de laboratórios são inutilmente solicitados, inúmeras consultas a especialistas são marcadas, muitos medicamentos são inutilmente consumidos.

Provaveis causas

Os mecanismos neuropsiquiátricos envolvidos na Distimia ainda não foram claramente esclarecidos, entretanto, já se pode falar em alterações nos sistemas neuroendócrinos, principalmente no eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal e hipotálamo-hipófise- tireoidiano, tal como acontece nas doenças depressivas em geral.
De fato, os dados do eletroencefalograma (EEG) durante o sono e as anormalidades nos testes dos neuro-hormônios TRH-TSH das pessoas distímicas mostram os mesmos padrões neurofisiológicos encontrados no Transtorno Depressivo Maior, reforçando assim a natureza constitucional do transtorno (Akiskal, 1994).
O envolvimento dos sistemas de alguns neurotransmissores e neuroreceptores, tal como também acontece nas doenças depressivas em geral, pela resposta positiva aos medicamentos que aumentam a disponibilidade de serotonina, noradrenalina e dopamina.
A causa da Distimia, como tantos outros quadros afetivos, é multifatorial. Entre esses múltiplos fatores destacam-se a hereditariedade, predisposição biológica, traços de temperamento, estressores vivenciais, entre outros. Eventos de vida estressantes na infância podem ter um papel importante no perfil afetivo distímico do adulto, segundo alguns pesquisadores (Hayden, 2001 - Lizardi, 2000).
A grande taxa de comorbidade com outras doenças psiquiátricas (cerca de 77% dos distímicos terão comorbidades psiquiátricas)25 torna ainda mais importante o diagnóstico da distimia para o manejo adequado das psicopatologias comórbidas.

Tratamento clínico

A psicoterapia é um importante componente do tratamento. Em geral a terapia cognitiva comportamental tem demonstrado ser eficaz no tratamento de distimia. A terapia cognitiva comportamental deve ser planejada para ser realizado por um tempo limitado, cujos objetivos principais é fazer o paciente reconhecer as circunstâncias que levam à depressão e estruturar a uma resposta emocional adequada.

Sobre o uso de medicamentos, existe evidência científica comparando o uso de antidepressivo e o uso placebo para o tratamento medicamentoso da Distimia. Estudos mostram que 50 a 60% dos pacientes com distimia respondem ao tratamento com antidepressivos (Williams , 2000). Atualmente o tratamento considerado mais eficaz é aquele que associa o uso de medicamentos com psicoterapia, principalmente a terapia da linha cognitiva comportamental.

De fato, os antidepressivos são eficazes no tratamento em curto prazo da distimia (Lima, 1999). Entre os antidepressivos indicados para o tratamento da Distimia sugerem-se os serotoninérgicos, não só pela eficácia terapêutica, como pela maior tolerabilidade. As doses geralmente são as habituais, sem nenhuma evidência de que doses maiores sejam necessárias.
Apesar dos resultados dos antidepressivos serem satisfatórios em curto prazo, isto é, em no máximo 12 semanas, deve-se considerar a natureza crônica da Distimia. Isso quer dizer que há possibilidades do mesmo perfil distímico voltar depois de algum tempo da interrupção da medicação. Isso é um dos motivos pelos quais a psicoterapia tem fundamental importância. Espera-se que depois de 12 meses de tratamento medicamentoso juntamente com psicoterapia, o paciente tenha adquirido uma nova atitude emocional não patogênica.
Ballone, GJ - Distimia, in. PsiqWeb, Psiquiatria Geral, disponível na Internet em http://www.psiqweb.med.br/, 2011.


ReferênciasAkiskal HS - Dysthymia and cyclothymia in psychiatric practice a century after Kraepelin. J Affect Disord 2001;62:17-31.
Akiskal HS - Dysthymia: clinical and external validity. Acta Psychiatr Scand 1994;89(suppl 383):19-23.
Akiskal HS - Mood disorders. In: Sadock BJ, Sadock VA, eds. Kaplan & Sadock's Comprehensive textbook of psychiatry. 7th ed. Philadelphia: Library of Congress, 1999.
Avrichir BS, Elkis H - Prevalence and underrecognition of dysthymia among psychiatric outpatients in São Paulo, Brazil. J Affect Disord 2002;69:193-9.
Hayden EP, Klein DN - Outcome of dysthymic disorder at 5-year follow-up: the effect of familial psychopathology, early adversity, personality, comorbidity, and chronic stress. Am J Psychiatry 2001;158:1864-70.
Lima MS, Moncrieff J - A comparison of drugs versus placebo for the treatment of dysthymia: a systematic review. The Cochrane Library 1999, Issue 1.
Lizardi H, Klein DN - Parental psychopathology and reports of the childhood home environment in adults with early-onset dysthymic disorder. J Nerv Ment Dis 2000;188(2):63-70.
Serretti A, Jori MC, Casadei L, Ravizza L, Smeraldi E, Akiskal H - Delineating psychopathologic clusters within dysthymia: a study of 512 out-patients without major depression. J Affect Disord 1999; 56:17-25.
Williams JW, Barrett J, Oxman T, Frank E, Katon W, Sullivan M, et al - Treatment of dysthymia and minor depression in primary care: a randomized controlled trial in older adults. JAMA 2000;284(12):1519-26.

Fonte: http://www.psiqweb.med.br/

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