Kagura é um rito sagrado realizado quando se faz uma oferenda a um Kami. Geralmente realizado uma vez por ano, o Kami é convidado a ocupar seu espaço sagrado nos templos xintoístas através de música, de canto e de dança.
A origem de Kagura remonta ao Kojiki e ao Nihongi, os livros de compilação dos mitos xintoístas. Nesses textos, conta-se que Amaterasu, a Kami do Sol, escondeu-se em uma caverna após uma briga com seu irmão Susanoo, trazendo a escuridão ao mundo. Ame-no-Uzume, a Kami da Alegria e da Dança, conduziu o restante dos Kamis em uma dança animada e festiva, despertando a curiosidade de Amaterasu, que finalmente deixou o seu esconderijo, devolvendo a luz do sol. O ritual Kagura é, então, derivado deste mítico acontecimento.
Atualmente, o Kagura é realizado por todo o Japão em diversas formas, mas há uma clara distinção entre os rituais Kagura realizados dentro da Corte Imperial, chamados de Mikagura, e os realizados fora da Corte Imperial, chamados de Satokagura, vinculados mais às práticas folclóricas e demais tradições japonesas. Os rituais de Satokagura são os mais conhecidos, por óbvio, e abarcam diversos tipos, dentre os quais se destaca o mikokagura, que é realizado pelas mikos, as sacerdotisas xintoístas, que cantam e dançam com leques e sinos nas mãos.
Outros tipos de Kagura também importam no uso de máscaras – que precederam o teatro Noh – e podem ser realizados tanto por homens quanto por mulheres.Fonte:http://aoikuwan.com/2011/page/9/
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