UMA ÁGUIA NÃO CAÇA MOSCAS : FRASES DE HUGO CHÁVEZ



"Uma águia não caça moscas";
veja mais frases de Chávez


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, era famoso por suas frases, além de discursos quase tão longos quanto os de seu ídolo, o ditador cubano Fidel Castro. Entre suas declarações famosas está aquela em que chamou o então presidente americano George W. Bush (2001-2009) de diabo, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

Veja abaixo mais frases do presidente:

"Por enquanto, lamentavelmente, os objetivos que buscávamos não foram atingidos. Novas situações surgirão e o país definitivamente escolherá o caminho certo para um destino melhor"
depois do fracasso de um golpe militar do qual participou, em 1992

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"Não sou o diabo"
"Cuba não é uma ditadura"
Quanto a planos de nacionalização: "Não, nenhum"
Entregar o poder depois de cinco anos: "Claro, estou disposto a transferir o poder até antes disso"
quando candidato à Presidência, em 1998

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"Juro diante do povo, diante desta Constituição moribunda, que promoverei as transformações democráticas necessárias"
na posse, em 1999

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"Sou um presidente que está prisioneiro. Não renunciei"
durante o golpe fracassado que o tirou do posto por breve período, em 2002

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"O [navegador espanhol] Cristóvão Colombo foi a ponta de lança da maior invasão e genocídio vistos na história da humanidade"
sobre os direitos indígenas, em 2003

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"Vamos de conferência de cúpula a conferência de cúpula, e nossos povos vão de abismo a abismo"
sobre as cúpulas presidenciais, em 2005

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"Ser rico é ruim, é desumano"
em seu programa de TV, o "Alô, Presidente", em 2005

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Timothy A. Clary - 20.set.06/AFP
Chávez exibe o livro de Noam Chomsky "Hegemonia ou Sobrevivência", no púlpito da Assembleia-Geral da ONU
Chávez exibe o livro de Noam Chomsky "Hegemonia ou Sobrevivência", no púlpito da Assembleia-Geral da ONU
"Ontem o diabo esteve aqui. Bem aqui. E sinto o cheiro de enxofre hoje"
sobre o ex-presidente dos EUA George W. Bush, na ONU, em 2006

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"Você é um alcoólatra, um bêbado, um mentiroso, uma pessoa imoral, Mr. Danger. Você é o pior... um homem psicologicamente doente"
sobre Bush, em 2006

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"O senhor da guerra é Donald Rumsfeld, um dos cães do inferno"
sobre Donald Rumsfeld, secretário da Defesa de Bush, em 2006

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"Israel sempre critica Hitler, como nós todos, mas faz coisas muito parecidas com, ou até piores que, aquilo os nazistas fizeram"
sobre Israel, em visita ao Irã, em 2006

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"Creio que estejamos sofrendo de impotência política. Precisamos de um Viagra político"
em uma conferência de cúpula sul-americana, em 2006

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"Você é um peão do imperialismo... vá direto para o inferno"
sobre o então primeiro-ministro britânico Tony Blair, em 2006

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"O capitalismo é o caminho do diabo e da exploração. Se você deseja realmente olhar as coisas pelos olhos de Jesus Cristo --que creio ter sido o primeiro socialista--, só o socialismo poderá gerar uma sociedade genuína"
sobre o socialismo e o capitalismo, em 2006

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Miraflores Palace - 8.dez.2012/Handou/Reuters
Chávez beija um crucifixo durante pronunciamento em que anunciou terceira cirurgia contra câncer
Chávez beija um crucifixo durante pronunciamento em que anunciou terceira cirurgia contra câncer
"Por Cristo, o maior socialista da história, por todos os feridos, por todo o amor, por todas as esperanças que serão realizadas por essa maravilhosa Constituição, mesmo que custe minha vida. Pátria, socialismo ou morte!"
ao iniciar um novo mandato presidencial, em 2007

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"Foi uma vitória de merda para eles"
sobre o fracasso de uma emenda constitucional, em 2007

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"Você é o pai das revoluções neste continente, você é o nosso pai"
a Fidel Castro, em visita a Cuba, em 2007

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"Ele era um verdadeiro fascista"
sobre o ex-primeiro ministro espanhol José María Aznar, em 2007

"Por que você não cala a boca?"
o rei Juan Carlos, da Espanha, durante conferência, em 2007

"Se eu calar a boca, você ouvirá os gritos e pedras de todos os povos latino-americanos que querem se libertar de 500 anos de colonialismo"
em resposta ao rei espanhol

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"Masco folhas de coca toda manhã, e olhem para mim!"
sobre folhas de coca, na Assembleia Nacional venezuelana, em 2008

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"Vão para o inferno, ianques de merda; aqui temos um povo digno. Vão para o inferno cem vezes, somos os filhos de Bolívar"
depois de expulsar o embaixador dos EUA do país, em 2008

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"Se Deus me der vida e saúde, estarei com vocês até 2021. Chávez não partirá"
ao lançar um movimento contra a limitação ao número de mandatos, em 2008

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"Quero ser seu amigo"
ao presidente Barack Obama dos EUA, na Cúpula das Américas, em 2009

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"Achávamos que ele era canibal... tenho minhas dúvidas. Talvez fosse um grande nacionalista, um patriota"
sobre o ex-ditador ugandense Idi Amin Dada, em 2009

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"Você é uma fraude, Obama... Vá e pergunte às pessoas da África, que podem ter acreditado em você por causa da cor de sua pele, porque seu pai era africano. Você descende de africanos, mas envergonha a todas essas pessoas"
sobre o presidente dos EUA, Barack Obama, em 2011

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"Sempre ouvi dizer, e repito, que não seria estranho que tivesse havido uma civilização em Marte, mas o capitalismo chegou lá primeiro e acabou com o planeta"
sobre o papel do capitalismo na ausência de vida em Marte, em 2011

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"Não seria estranho que tivessem desenvolvido a tecnologia para induzir câncer e ninguém soubesse disso até agora"
ao acusar a CIA de espalhar o câncer na América Latina, em 2011

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"Bombardear o corajoso povo líbio para salvá-lo? Que brilhante estratégia do império enlouquecido. Onde estão os direitos internacionais? É como se vivêssemos na idade das cavernas"
em apoio ao ditador líbio Muammar Gaddafi, em 2011

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"Prometo que ao menos me esforçarei para não me estender demais"
antes de um dos mais longos discursos da história (9,5 horas), em 2012

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"Uma águia não caça moscas"
criticando um líder oposicionista no mesmo discurso, em 2012

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"É mais fácil um asno passar pelo buraco de uma agulha do que a oposição vencer a eleição"
sobre a eleição presidencial de 2012

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"Você tem rabo de porco, orelhas de porco, grunhe como porco e é um porco imundo. Você é um porco, não tente esconder"
sobre o candidato oposicionista Henrique Capriles

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"A derrota que imporemos à direita venezuelana será memorável... não apenas na Venezuela mas para todo o mundo".
sobre as chances eleitorais depois de uma cirurgia de câncer, em 2012

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"Dê-me sua coroa, Jesus. Dê-me sua cruz e espinhos, para que eu sangre. Mas dê-me a vida, porque tenho mais a fazer por este país e este povo. Não me leve ainda"
chorando na Missa de Páscoa, em 2012

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"Os dias não são fáceis, mas combatemos a adversidade... Não posso continuar a ser o mesmo cavalo a galope"
sobre a luta contra o câncer, em 2012


MORTE DE HUGO CHAVEZ

O presidente Hugo Chávez morreu nesta terça-feira, em Caracas, aos 58 anos, vítima de complicações de um câncer na região pélvica. O anúncio foi feito pelo vice-presidente Nicolás Maduro, em pronunciamento na TV venezuelana. "É um momento de profunda dor", disse.

Análise: Chávez catalisou reação latina contra os EUA

Uma rápida retrospectiva dos anos em que Chávez foi uma peça de destaque no tabuleiro latino-americano mostra o efeito catalisador desta presença.
Não se pode negar o sentido de beira de precipício e alto risco que a polarização ideológica impõe a qualquer cenário, seja nacional, regional ou global. No caso do chavismo na Venezuela, este foi um instrumento crucial de coesão interna que --num marco político-institucional próprio-- replicou experiências como a de Cuba com Fidel ou da Argentina com Perón.
Um olhar menos preocupado em personalizar o relato histórico, que procura compreender os processos de mudança, verá que, para a América Latina --e, especialmente a América do Sul--, este foi o momento de esgotamento da condição de inserção internacional como esfera de influência dos Estados Unidos.

Também se verá que o governo de Bush filho contribuiu com igual ou maior estridência que o presidente da Venezuela para esticar um cordão umbilical que, ao final, se rompeu, permitindo que se virasse uma página aberta desde os anos 40 do século passado.
Este foi um avanço histórico, impulsado pela sinergia política espontaneamente produzida entre visões de mundo defendidas pela Venezuela, pela Argentina e pelo Brasil. Enquanto Chávez vociferava contra os EUA em diferentes palanques, a Argentina oferecia o cenário mais expressivo da debacle do neoliberalismo e o governo Lula implodia a negociação da Alca --o último suspiro da noite de verão dos termos assimétricos que condicionaram por décadas o vínculo EUA-América Latina.
A partir de então uma dobradinha não declarada entre Venezuela e Brasil permitiu que fossem dados passos largos para a condução de um projeto sul-americano próprio, com expressão política e institucional, que atualmente se configura como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
Não foram de todo superadas as diferenças entre os governos da região, mas passou a prevalecer o primado da convivência pacífica e, pouco a pouco, ganhou corpo a coordenação em temas essenciais como a defesa, o combate ao narcotráfico, a governança global e a cooperação para o desenvolvimento.
Também se caminhou na reconfiguração de um tabuleiro único latino americano-caribenho com a criação da Celac, que alavancou o retorno de Cuba ao multilateralismo regional. Mais uma vez, Caracas e Brasília trabalharam numa mesma direção.
SUL-SUL
A Venezuela de Chávez tornou-se também um dos principais motores da expansão da Cooperação Sul-Sul regional. Além das parcerias estimuladas por via da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), desde 2004, o governo venezuelano espalhou sua assistência petroleira pelo Caribe e América Central.
Deve-se sublinhar aqui a ajuda oferecida ao Haiti nos últimos oito anos através de generosas doações de petróleo. A Venezuela, da mesma forma que Cuba, sempre criticou a Minustah --tropa da ONU comandada militarmente pelo Brasil--, percebida como um novo episódio de intervenção externa imposta ao pobre país caribenho. Esta posição, entretanto, não impede que venezuelanos, cubanos, brasileiros e muitos outros tenham se somado num "pool" solidário para a reconstrução haitiana.
A atuação de Chávez foi ainda um fator favorável para avançar em direção da paz colombiana. O canal de comunicação mantido com as Farc constituiu um elemento facilitador crucial para que a Colômbia pudesse arquitetar uma mesa de diálogo entre as partes em conflito. O recente agradecimento público do presidente Juan Manuel Santos deixa registrado este reconhecimento.
Em resumo, com estridência e dramatismo próprios da cultura venezuelana, Hugo Chávez já deixou uma marca na história recente latino americana.
Trata-se de uma figura que somou altivez e audácia ao momento de recuperação da soberania política da América do Sul. Um momento em que o continente consolida seus marcos institucionais democráticos que, se bem diversos, compartilham o compromisso com políticas de inclusão social e a valorização da paz regional.
MONICA HIRST é professora da Universidade Nacional de Quilmes e bolsista do Ipea

Chávez sofreu tentativa de golpe em 2002; veja cronologia
Sucessor de Chávez é motorista de ônibus de sorriso fácil


O venezuelano ocupava o cargo desde 1999 e era o líder democrático mais longevo da história recente da América Latina, tendo sido reeleito para o quarto mandato consecutivo no último mês de outubro. O período terminaria em 2019.
Conforme anúncio do vice e herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, o presidente morreu às 16h25 desta terça. Ele estava internado no Hospital Militar de Caracas, na frente do qual centenas de pessoas se reuniam para fazer vigília, desde a manhã.
Logo após o anúncio, líderes venezuelanos também começaram a se dirigir ao hospital, e a bandeira do prédio foi colocada a meio mastro.
O vice emendou a confirmação no anúncio de que mobilizava as Forças Armadas do país "para garantir a paz". Na sequência, os chefes das Forças Armadas da Venezuela apareceram ao vivo na TV estatal para prometer sua lealdade ao vice-presidente Nicolás Maduro após a morte do presidente.
Mais cedo, Maduro deu uma entrevista à mídia na qual acusou "inimigos históricos" do país, em uma insinuação de que seriam EUA e a oposição direitista, de planejar sabotar a democracia venezuelana.
Com a morte do líder venezuelano e o fato de ele não ter tomado posse, de acordo com a Constituição, o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello deve assumir a presidência e convocar novas eleições em 30 dias.
Entretanto, uma vez que o TSJ avaliou que, ainda que sem posse, já há um novo mandato em vigor, poderia haver uma manobra política para que Maduro assuma e convoque novas eleições.

EUA classificam de 'absurda' insinuação de ter causado doença de Chávez

Os Estados Unidos qualificaram nesta terça-feira de "absurdas" as insinuações do governo da Venezuela segundo as quais o governo americano esteve envolvido na doença de Hugo Chávez, que morreu nesta terça-feira (6).
"A afirmação de que os Estados Unidos estiveram envolvidos de alguma maneira na causa da doença do presidente Chávez é absurda, e a rejeitamos completamente", disse em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Ventrell, minutos antes da confirmação da morte do líder venezuelano.

Durante discurso em reunião com a cúpula do governo, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que o país e Chávez eram vítimas de uma conspiração montada pelos Estados Unidos e a oposição venezuelana para derrubar o presidente.
Naquele momento, Chávez ainda estava vivo.

Maduro disse, ainda, que se trata de um tema sério e comparou a situação à do líder palestino, Iasser Arafat (1929-2004).
"Chegará o momento em que uma comissão e a tecnologia revelarão que nossos inimigos históricos tentaram atacar a nossa pátria e que nosso comandante foi submetido a um plano desestabilizador", disse.
Em virtude da suspeita, a Venezuela expulsou dois enviados americanos ao país, acusados de conspiração, dentre eles o adido militar americano, David del Monaco. Maduro acusou Del Monaco de entrar em contato com militares venezuelanos para "investigar a situação das Forças Armadas do país" e "propor um projeto desestabilizador".
A outra expulsão foi anunciada minutos depois pelo ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, sem mencionar o nome do funcionário. O Pentágono informou que está a par da situação e que seu adido militar já voltou aos EUA.
Ele disse ainda que o governo venezuelano não descarta a hipótese de que a doença de Chávez tenha sido influenciada pelos "inimigos históricos da pátria", em referência aos opositores e aos Estados Unidos, e acusou laboratórios médicos de colaboração no incidente.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1204285-uma-aguia-nao-caca-moscas-veja-mais-frases-de-chavez.shtml

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