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A FALTA DA MÃE E A NEGAÇÃO DA MULHER : O QUE PENSA O NOVO PAPA
AQUI ESTÁ O QUE PENSA O
NOVO PAPA:
"AS MULHERES SÃO NATURALEMENTE INAPTAS PARA EXERCER
CARGOS POLÍTICOS, DISSE REFERINDO-SE A CRISTINA KIRCHNER. "A ORDEM NATURAL E OS
FEITOS NOS ENSINAM QUE O HOMEM É O SER POLÍTICO POR EXCELÊNCIA; AS ESCRITURAS
MOSTRAM-NOS QUE A MULHER SEMPRE É O APOIO DO HOMEM PENSADOR E DE AÇÃO, MAS NADA
MAIS DO QUE ISSO" - Dito
por Francisco I
A MULHER E O HOMEM...
O CÉU E A TERRA
“No Quinto Império haverá a reunião das duas forças
separadas há muito, mas de há muito aproximando-se: o lado esquerdo da sabedoria
– ou seja a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; e o seu lado
direito – ou seja o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e
cabalística.” - Fernando Pessoa
(copiado de Templários na formação de Portugal)
O que eu me pergunto e algo perplexa é como tantos
humanistas, poetas e homens sábios, de entre eles tão poucos ou mesmo nenhum se
tenha lembrado da correspondência dos sexos quanto a esses dois lados do ser e
em como o homem, à partida, representa apenas um lado, o lado racional e a
mulher o intuitivo e emocional.
Não esquecendo, como diz Dion Fortune:
“A individualidade é bilateral, positiva e negativa; tem uma fase
dinâmica e outra estática, e é, portanto, masculina e feminina, ou feminina e
masculina de acordo coma relação existente entre “força” e “forma” em sua
estrutura. A personalidade, porém, é unilateral e tem um sexo
definido."
(…)
E diz ainda: “que a masculinidade e a feminilidade
são sempre relativos nos planos internos, e tal como o vigor físico dos
indivíduos que formam um par oscila num sentido ou noutro, o mesmo se pode dar
com a sexualidade; assim, um homem pode ser puramente masculino em suas relações
com uma mulher e puramente feminino, ou negativo, em suas relações com outra. A
forma determina o sexo do indivíduo no mundo físico, porém a força relativa é a
que determina nos planos internos; e este facto serve de chave para muita
coisa”.
Independentemente desta visão esotérica da ambivalência sexual do
ser humano, só a um nível da estrutura do par, eu não entendo como é que eles
não compreenderam ou ainda não enxergaram, que o facto da mulher se manter
ignorada e ignorante do seu papel na sua dimensão ontológica, na manifestação
dos princípios, não pode expressar nem dar corpo à sua parte integrante se os
homens continuam a desrespeitá-la e a depreciá-la como o fizeram os doutores da
igreja, os filósofos e até os poetas que não elegem a Deusa e a musa como fonte
de inspiração. E que não há verdadeira Mística sem a Mulher e a Rainha tal como
é dito e apresentado na obra alquímica, como não há espiritualidade sem a mulher
integrada!
Eu pergunto-me como é que tantos autores de renome e de valor
subestimaram ou nem se lembraram que a mulher ao ser minimizada e a sua natureza
dividida mantendo-se cativa dos preconceitos religiosos seculares que se
reflectem nos nossos dias em sentimentos bastante vastos e empedernidos de
misoginia, do qual nem sei se Fernando Pessoa também não padecia…
Quase
todos os escritores, historiadores, antropólogos, psicanalistas e cientistas em
geral padeceram deste mal ao ponto dos antropólogos julgarem que as deusas de
Willendorf, encontradas nas suas escavações e outras estatuetas de deusas,
encontradas ás centenas, representantes do princípio feminino e maternal,
símbolos de fecundação e do sagrado tal como era vivido e encarada a Deusa Mãe
na antiguidade, serem para eles meros objectos eróticos à imagem do que hoje se
fará com as mulheres na pornografia e na publicidade. Aí se percebe a mente
tacanha do Homem em relação à mulher e se não fossem as antropólogas feministas
dos meados do século XX tudo continuaria na mesma! Também algumas psicanalistas
abordaram aquestão, como Marie-Louize Von Fraz np seu livro Alquimia que
diz:
“ A experiencia da anima para o homem e do animus para a mulher
está de facto, inteiramente fora de uma experiência real com um parceiro humano.
A extensão em que o parceiro humano desempenha um papel – apenas como uma imagem
longínqua ou como uma conexão genuína – varia de caso para caso, mas essa
experiência é a suprema experiência, que culmina na experiência de Si –
mesmo.
(…)
A Igreja não encorajou esse género de literatura mística e
religiosa, que, portanto, afectou profundamente a literatura semi-religiosa dos
romances medievais, sobretudo a poesia do ciclo do Santo Graal e as suas
lendas.”
- Precisamente por causa desta sua atitude a igreja provocou o
afastamento da mulher, que por isso mesmo, com o passar do tempo, deixou de ser
a musa inspiradora dos poetas e a Dama para os cavaleiros. Não só a mulher foi
privada da sua essência como também toda a humanidade se perdeu da sua matriz.
Nessa medida temos o homem isolado, rejeitando o seu próprio feminino.
E eu
pergunto estupefacta, como é que ainda hoje os homens não vêem que essa
separação da mulher e a sua cisão em duas no ocidente (sexualidade por um lado e
maternidade por outro) priva a mulher da sua totalidade e idoneidade como pessoa
e que ao privá-la da sua sexualidade sagrada e capacidade mediúnica, a mulher
tornou-se um ser amorfo e subalterno, obediente ao homem sem discernimento
próprio e sem capacidade sequer para ser mãe nem amante.
Perante tantos
autores consagrados reparo que nenhum dos autores e as suas mais prementes
questões de ordem metafísica se debruçam sobre o que deveria ser o papel da
mulher na vida do homem e da história - partindo do princípio de que a mulher é
apenas o que eles quiseram que fosse e está muito bem assim na sua ocultação
religiosa, ignorada e silenciosa - e consequentemente deveriam elevar a mulher à
sua condição integral e dar-lhe o seu lugar no mundo para que efectivamente ela
seja o contributo da parte de inteligência emocional e vibratória que falta ao
homem e à Humanidade.
Sim, eu pergunto como é que os homens, salvo raras
excepções, nunca lhes tenha passado pela cabeça que sem a Mulher autêntica, a
Mulher Integral, a Mulher Iniciada, a sacerdotisa dos templos da antiguidade, a
que os padres cristãos destronaram para lhes ocupar os lugares e vestir as
vestes, não podem chegar a nenhum lado?
Com excepção penso dos tântricos e
dos yoguis hindus não sei se mais alguma cosmogonia presta o devido culto e
respeito à Deusa e à Mulher na sua função primordial. A Shakti…a Dakini, as
Golpis…
Sim, tirando o Egipto, a Índia, o Tantra Yoga e o Gnosticismo raras
são as visões da espiritualidade e da Realização do Ser que considerem a Mulher
e a Deusa como essencial.
Será que não é tempo dos homens e mulheres se
aperceberem deste clamoroso erro histórico, filosófico e religioso e começarem a
atribuir ao Feminino por excelência o seu papel e ver que esta é a peça que lhes
falta?
rosaleonorpedro
Fonte:http://rosaleonor.blogspot.com.br/
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