A LEI DO GUERREIRO DA LIBERDADE





Caros amigos. Estas linhas escritas vieram de uma inspiração que tive ao conversar com a guerreira Jéssika.
Não é algo terminado, são apenas palavras que expõem um rumo para a nossa caminhada, não é uma lei, não é uma obrigação, são palavras apenas que brincam com a nossa caminhada, mas que em muitas partes são esquecidas por nós em nossa caminhada. Deixo-as aqui para dividir, e para construir, o que eu queria é que chegássemos a uma carta da liberdade, uma constituição do que queremos em nossa jornada, o que devemos para chegar ao lugar que todos queremos chegar, ou melhor, para continuar caminhando no caminho que escolhemos trilhar.




Preâmbulo: A verdade não está aqui. As palavras são apenas setas que nos mostram um caminho, assim não podemos nos fixar nas setas, ou nunca encontraremos o caminho para onde elas apontam.

Art. 1º - Estas palavras, que não pretendem refletir a amplitude do caminho do guerreiro, são as bases de qualquer caminho, de qualquer crença, de qualquer que seja a estrada verdadeira que leve à liberdade e não à prisão.

Art. 2º - Não existirão regras, nenhuma imposição, cada guerreiro ouvirá no caminho apenas o seu coração. Não pisará em outros para não machucar o que tem de mais importante, não se achará maior para evitar a queda das alturas, não se considerará menor para não ter que escalar grandes montanhas, será apenas igual a todos e a tudo, e por ser igual, preservará nos outros a sensação de paz que preserva dentro de si mesmo, entendendo que seu caminho é leve, e não precisa - para atingir seus objetivos - passar por cima de nada ou ninguém.

Art. 3º - O homem não é o centro de tudo, não é um fim em si mesmo, não é o início e nem o fim de nada, é apenas um grão dentre os milhares que estão diante do mar da vida, em que todos os seres - inorgânicos ou orgânicos - são igualmente sagrados e especiais.

Art. 4º - A matéria é apenas um aspecto da realidade, um pedaço pequeno das possibilidades do homem, não haverá apego à matéria, nem a nada que seja. A jornada é longa e as bagagens servem apenas de peso nas costas do guerreiro, que tem mais a preocupar-se do que acumular e carregar coisas.

I - O guerreiro não carregará ninguém no caminho, sob pena de atrapalhar a própria e a jornada do outro. Todos os seres, orgânicos e inorgânicos, têm em si a mesma capacidade de atingir os mesmos lugares nesta vida.
II - Não haverá julgamentos entre o bem e o mal, o certo e o errado. Fugir dos julgamentos será a meta do guerreiro, atingir a liberdade é despedir-se em definitivo da dualidade aparente do universo, por isso todo caminho será aceito, toda crença, religião, seita.

§ 1º Nenhum sistema de crença é a verdade, pois a verdade não pode ser expressa em palavras.
§ 2º As palavras não mais farão com que escolhas, caminhos e crenças sejam motivos de brigas e desentendimentos. Além deste mundo não existem palavras, logo elas serão usadas apenas para edificação de conhecimento e a construção de pontes, nunca para a destruição.
§ 3º Todas as guerras estão revogadas terminantemente. Só existirá uma guerra no universo humano, contra o maior inimigo de todos: a ignorância humana.
§ 4º Não existirão pecados, pois todos serão impecáveis em suas autodeterminações, cada um sabe que caminho deve seguir, e para isso não ouvirá ninguém se não seu coração e a força maior que rege a todos, independente do nome que queira dar a esta força.

Art. 5º - Haverá grupos de pessoas que juntas edificarão seus conhecimentos, mas estes grupos não serão melhores ou piores do que outros, nem serão necessários. Cada um individualmente poderá atingir os seus objetivos, sejam eles quais forem, e para isso não precisarão depender de ninguém, de nada, pois todas as ferramentas que precisam para atingir seus objetivos já lhe foram dadas, pela fonte universal que nos rege a todos.

I - Haverá só um grande grupo verdadeiro - o dos seres do aqui e agora - este grupo, independente do nome que tenha, e seja humanos, animais, inorgânicos ou planetas, estão na mesma jornada agora, a jornada evolutiva do universo.
II - Todos estão inevitavelmente conectados nesta jornada, alguns mais e outros menos conscientes, mas todos estão na jornada que se faz agora. Respeitar o caminho que cada um toma na direção de sua evolução pessoal, é contribuir para a evolução do próprio universo.
III - Não existem objetivos mais e menos nobres na jornada da existência de cada ser universal. Cada ser vivente tem sua meta de libertação, algumas entrarão em conflito com outras. Alguns seres precisam alimentar-se para sobreviver, e abreviam a jornada de outros para tal mister. Entender e diferenciar a necessidade do simples desejo é uma das metas da existência, honrar o fim de um ser energético para seguir a sua própria jornada, é honrar a própria evolução do universo, e por isso considerado sagrado.

Art. 6º - Os grupos de guerreiros seguirão objetivos simples de cooperação. Não haverá líderes, subordinados, hierarquias, pois ninguém é mais ou menos que ninguém nem foi nem será. Existem degraus evolutivos e pessoais, na caminhada de cada um, e o tempo de cada guerreiro tem o direito de ser respeitado.

I – Não se criará deuses entre os homens, não se idolatrará pessoas ou quaisquer energias que existam. O respeito para todas as formas é o sagrado necessário, na medida em que tudo no universo é apenas um, não existem deuses para se rezar, cada um é responsável pelo próprio caminho, sucesso ou insucesso na jornada.

a - Inobstante ao inciso anterior, não haverá críticas aos que idolatram, adoram, ou amam, cada um tem um estágio evolutivo necessário, não significando ser melhor ou pior do que os outros.

II – Os grupos têm o direito de cultivar o amor e a consciência, pois ambos estão ligados indissoluvelmente.
III - Um grupo tem o direito de iluminar com seu caminho o caminho de outros, não impondo conceitos, práticas, crenças, apenas testemunhando as maravilhas que o universo lhe mostre. Um grupo é uma concentração de luz e como tal, servirá como luminária.

a – Ficam revogados os grupos secretos, pois não são mais necessários, é tempo de abrir o conhecimento, não existem mais segredos guardados no mundo.
b – O conhecimento não mais concentrar-se-á nas mãos de poucas pessoas, será dividido pois o guerreiro não é mesquinho e não precisa carregar grandes pesos em suas jornadas, ele só carrega o necessário.

IV – Os guerreiros têm o direito de serem leves, abrir-se à felicidade e ao amor, dominar a mente, e criar a desilusão em todos que conseguir tocar, e que queiram ser tocados.

a – Nenhum caminho será duro demais que não possa ter ternura.
b – Nenhuma regra será por demais rígida que não permita a felicidade.
c – Nenhuma liberdade futura justificará a prisão no presente.
d – A ilusão é a amarra maior do homem, é o desafio de todos combatê-la criando a desilusão.
e – Os grupos têm o direito de pautar-se nas poesias, nas músicas, nas artes, no amor e na felicidade. Têm o direito de cultivar a cooperação, a leveza, e serão regidos impreterivelmente pelo coração.
f – Os grupos não serão reativos, mas sim ativos. Não reagirão aos estímulos, mas os produzirão, sendo conscientes de tudo que os tenta levar e guiar, saindo da condição de ovelhas, rebanhos e nunca, nunca serão pastores de ninguém.

Art. 7º - As buscas individuais têm o direito de ser empreendidas. As buscas individuais são as grandes metas de cada guerreiro, e têm o direito de estar acima da formação de qualquer grupo. Ajudar-se é algo grandioso, mas atingir os objetivos por si é renovador. Haverá provações no caminho que cada um escolhe seguir, mas as lágrimas que surgirão serão apenas de alegria pelo prazer de enfrentar os desafios, de sorrir, de sentir dor, pois só assim o guerreiro sentirá que está vivo, e ainda está batalhando, e que a sua luta ainda não cessou.

I – Os caminhos, sejam eles quais forem, não serão fáceis, as batalhas serão grandes, mas persistir levará à vitória inevitável.

a – a vitória não estará em um ponto de chegada, nem ficou no ponto de partida, ela estará em todo o percurso entre os dois extremos. O caminho é o prazer máximo do guerreiro.
b – quando uma outra energia desembainhar a espada para um guerreiro, ele não o fará também apenas por reação. O guerreiro escolhe as suas batalhas, e como as fará. Ele não reage aos desafios, mas os escolhe, o lugar, a forma, e o inimigo que quer batalhar.
c – Quando estiver cansado, o guerreiro descansará. Quando tiver força, ele correrá. Quando tiver sono ele dormirá, e quando tiver fome comerá. Só não será permitido ao guerreiro não decidir e ser guiado por forças desconhecidas. No caminho, toda decisão vem do guerreiro consciente.
d – Um dia a caminhada cessará, o guerreiro encontrará com a sua morte. Será um dia de alegria, será o momento da última dança, a última canção, a última poesia. Para isso o guerreiro treinará este último espetáculo, que será o resumo de sua jornada evolutiva do agora.

Parágrafo único: Nem uma jornada tem um fim, ela apenas se transformará. Dependerá de cada guerreiro manter a sua consciência e evoluir, ou ser reciclado. Não haverá culpa em uma ou outra consequência se não do próprio guerreiro que caminha.

Art. 8º - Não haverão juízes nesta caminhada. Apenas o julgo pessoal será a baliza para as ações de um guerreiro. A impecabilidade é um conceito pessoal, cada um encontrará a sua definição em sua jornada e no fim entenderão que este conceito é universal, estando para além do que as palavras podem expressar.

Art 9º - O universo é impessoal, mas isso não significa que o guerreiro precise ser. Esta caminhada não precisa ser solitária, o guerreiro pode tocar em outras energias e deixar ser tocado por elas em sua caminhada. Existe tempo para tudo na jornada, inclusive para o amor, a cooperação, a amizade.

Parágrafo único: O guerreiro entenderá que o amor, a amizade, a cooperação não são prisões, ele tocará com a leveza de uma penas as pessoas, e não será para elas obstáculos em sua caminhada, e não deixará que ninguém obste a sua caminhada na trilha da liberdade.

Art. 10º - Não haverá punições, julgamentos, culpas, bem ou mal. Não haverá melhor ou pior, chefe ou subalterno. Não haverá o grande ou o pequeno. A dualidade está revogada da vida do guerreiro. Tudo é permitido à medida que seja necessário para a caminhada. Todo o desnecessário será descartado, pois este será danoso ao guerreiro e irá contra o propósito evolutivo.

I – Toda mensuração do que deve e não deve será tida no limite da necessidade de cada um. Sucumbir aos desejos da mente, ir além das necessidades, tem seu preço, e pagar o preço da inconsciência não é uma escolha possível para um guerreiro.
II – O guerreiro não será guiado pela sua mente, mas fará dela uma ferramenta sob o domínio de sua totalidade.
a – A mente tentará a todo tempo fazer o guerreiro sucumbir em sua jornada.
b – Tomar as rédeas de sua totalidade é uma das metas do guerreiro que começa em dominar a própria mente.
c – O guerreiro entende seus processos mentais, e entende que o silêncio é sua maior ferramenta da consciência.
d – A mente de cada um apenas é a grade mais forte da prisão da ilusão. Desiludir-se é destituir essa mente do controle das ações.

Parágrafo único – O silêncio é a porta para as grandes realizações do guerreiro, a grande meta as ser atingida.

Art. 11º - Haverá belezas a serem vistas, mundos a serem descobertos, pessoas a serem encontradas. Cada um terá um caminho igualmente belo - bastará olhar além da ilusão e verá a beleza em cada passo - mesmo nas maiores dificuldades haverá lições a serem deliciadas. Mas a maior realização do guerreiro será descobrir os segredos que existem dentro de si, e descobrir que estes são os segredos do próprio universo.

Art. 12º - A Terra é a mãe de todos, ela nos dá vida, nos alimenta, aqui é nosso desafio e temos o direito de honrá-la das mais diversas formas. O guerreiro não permitirá a destruição da Terra, a sua desonra, ele a protegerá como a si mesmo, honrando a sua forma, cumprindo a sua missão pessoal de evolução.
I – A consciência será a arma maior do guerreiro a favor de uma evolução pessoal que refletir-se-á na evolução da consciência global.
II – O amor do guerreiro à Terra será mostrado em seus atos e não em palavras.
III – O guerreiro aprenderá com os animais a usar da Terra o necessário para a sua evolução, e assim fará a sua jornada.

Art. 13º - O guerreiro ouvirá o seu duplo energético, escuta-lo-á em seus sonhos e em sua vida cotidiana.
I – Dentre as infinitas opções, o guerreiro será como seu corpo de luz, pois a sabedoria energética do duplo é maior do que a sabedoria que temos na primeira atenção.
II – O guerreiro não utilizará o sono para o descanso, para a inconsciência, ele reivindicará o domínio do sonhar para expandir a sua consciência, e retirar a sabedoria necessária para a sua jornada.
III – Entender a funcionalidade do sonho, e usá-lo de forma prática é uma das grandes metas do guerreiro da paz.

Art 14º - Recapitular é necessário, trata-se de uma arte do guerreiro de recuperar o que deixou para trás, e de entender o emaranhado da vida social.

Parágrafo único: O único tempo em que o guerreiro volta ao passado é para recuperar a sua totalidade, e ele o fará impecavelmente, a cada dia de sua vida, até o momento de sua morte.

I – Recapitular fortalecerá as ferramentas de controle do sonhar, e o espírito do guerreiro ficará mais forte.
II – A desilusão do mundo é feita através da recapitulação, que é o ato de retirar os nós da trama que a vida social tece em torno do guerreiro.
III – Apenas recapitulando o guerreiro terá forças para continuar a sua jornada, apenas livre dos nós, desemaranhando o passado, o guerreiro seguirá livre em busca de sua totalidade.

Art 15º - A única liberdade que os Guerreiros têm é a de serem impecáveis. Agindo impecavelmente destronarão a forma humana, e assim atingirão a liberdade.

Luz, paz, intento.
 
 
Fonte:http://inconfidenciaguerreira.blogspot.com.br/#!/2013/02/a-lei-do-guerreiro-vidente.html

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