O QUE É O ESPIRITISMO ?




Talvez você já tenha feito perguntas como estas:

De onde vim ao nascer? Para onde irei depois da morte? O que há depois dela?
Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns têm determinada aptidão e outros não?
Por que alguns nascem ricos e outros pobres? Alguns cegos, aleijados, débeis mentais, enquanto outros nascem inteligentes e saudáveis? Por que Deus permite tamanha desigualdade entre seus filhos?
Por que uns, que são maus, sofrem menos que outros, que são bons?
No entanto, a maioria das pessoas, vivendo a vida atribulada de hoje, não está interessada nos problemas fundamentais da existência. Antes se preocupam com seus negócios, com seus prazeres, com seus problemas particulares. Acham que questões como “a existência de Deus” e “a imortalidade da alma” são da competência de sacerdotes, de ministros religiosos, de filósofos e teólogos. Quando tudo vai bem em suas vidas, elas nem se lembram de Deus e, quando se lembram, é apenas para fazer uma oração, ir a um templo, como se tais atitudes fossem simples obrigações das quais todas têm que se desincumbir de uma maneira ou de outra. A religião para elas é mera formalidade social, alguma coisa que as pessoas devem ter, e nada mais; no máximo será um desencargo de consciência, para estar bem com Deus. Tanto assim, que muitos nem sequer alimentam firme convicção naquilo que professam, carregando sérias dúvidas a respeito de Deus e da continuidade da vida após a morte.
Quando, porém, tais pessoas são surpreendidas por um grande problema, a perda de um ente querido, uma doença incurável, uma queda financeira desastrosa - fatos que podem acontecer na vida de qualquer pessoa - não encontram em si mesmas a fé necessária, nem a compreensão para enfrentar o problema com coragem e resignação, caindo, invariavelmente, no desespero.
Onde se encontra a solução?
Há uma doutrina que atende a todos estes questionamentos. É o Espiritismo.
O conhecimento espírita abre-nos uma visão ampla e racional da vida, explicando-a de maneira convincente e permitindo-nos iniciar uma transformação íntima, para melhor.
Mas, o que é o Espiritismo?
O Espiritismo é a doutrina revelada pelos Espíritos Superiores, através de médiuns, e organizada (codificada), no século XIX, por um educador francês, conhecido por Allan Kardec.
O Espiritismo é, ao mesmo tempo filosofia, ciência e religião.
Filosofia, porque dá uma interpretação da vida, respondendo questões como “de onde eu vim”, “o que faço no mundo”, “para onde irei depois da morte”. Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.
Ciência, porque estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de fatos naturais. Todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. Não existe o sobrenatural no Espiritismo.
Religião, porque tem por objetivo a transformação moral do homem, revivendo os ensinamentos de Jesus Cristo, na sua verdadeira expressão de simplicidade, pureza e amor. Uma religião simples sem sacerdotes, cerimoniais e nem sacramentos de espécie alguma. Sem rituais, culto a imagens, velas, vestes especiais, nem manifestações exteriores.
E quais são os fundamentos básicos do Espiritismo?
A existência de Deus que é o Criador, causa primária de todas as coisas. A Suprema Inteligência. É eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom.
A imortalidade da alma ou espírito. O espírito é o princípio inteligente do Universo, criado por Deus, para evoluir e realizar-se individualmente pelos seus próprios esforços. Como espíritos já existíamos antes do nascimento e continuaremos a existir depois da morte do corpo.
A reencarnação. Criado simples e sem nenhum conhecimento, o espírito é quem decide e cria o seu próprio destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade de escolher entre o bem e o mal. Tem a possibilidade de se desenvolver, evoluir, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais perfeito, como um aluno na escola, passando de uma série para outra, através dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só pode alcançá-la encarnando no mundo e reencarnando, quantas vezes necessárias, para adquirir mais conhecimento, através das múltiplas experiências de vida. O progresso adquirido pelo espírito não é somente intelectual, mas, sobretudo, o progresso moral.
Não nos lembramos das existências passadas e nisso também se manifesta a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos que, presentemente, se encontram junto de nós para a reconciliação. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, assim como é, também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Pelo mecanismo da reencarnação vemos que Deus não castiga. Somos nós os causadores dos próprios sofrimentos, pela lei de “ação e reação”.
A comunicabilidade dos espíritos. Os espíritos são seres humanos desencarnados e continuam sendo como eram quando encarnados: bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou medíocres, verdadeiros ou mentirosos. Eles estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm as suas ocupações. Através dos denominados médiuns, o espírito pode se comunicar conosco, se puder e se quiser.
A pluralidade dos mundos habitados. Os diferentes mundos, disseminados pelo espaço infinito, constituem as inúmeras moradas aos Espíritos que neles encarnam. As condições desses mundos diferem quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridades dos seus habitantes.
Como o Espiritismo interpreta o Céu e o Inferno?
Não há céu nem inferno. Existem, sim, estados de alma que podem ser descritos como celestiais ou infernais. Não existem também anjos ou demônios, mas apenas espíritos superiores e espíritos inferiores, que também estão a caminho da perfeição - os bons se tornando melhores e os maus se regenerando.
Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, deixando a cada um o mérito das suas obras. Somente desta forma podemos entender a Suprema Justiça Divina.
Por que o Espiritismo realça a Caridade?
Porque fora dos preceitos da verdadeira caridade, o espírito não poderá atingir a perfeição para a qual foi destinado. Tendo-a por norma, todos os homens são irmãos e qualquer que seja a forma pela qual adorem o Criador, eles se estendem as mãos, se entendem e se ajudam mutuamente.
Por que fé raciocinada?
A fé sem raciocínio não passa de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos alguma coisa como verdade, devemos analisá-la bem. “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade.”- Allan Kardec.
E onde podemos encontrar mais esclarecimentos sobre o Espiritismo?
Começando pela leitura dos livros de Allan Kardec:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS.O livro básico da Doutrina Espírita. Contém os princípios do Espiritismo sobre a imortalidade da alma, a natureza dos espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida futura e o porvir da humanidade.
O LIVRO DOS MÉDIUNS. Reúne as explicações sobre todos os gêneros de manifestações mediúnicas, os meios de comunicação e relação com os espíritos, a educação da mediunidade e as dificuldades que eventualmente possam surgir na sua prática.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. É o livro dedicado à explicação das máximas de Jesus, de acordo com o Espiritismo e sua aplicação às diversas situações da vida.
O CÉU E O INFERNO, ou “A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”. Oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual. Coloca ao alcance de todos o conhecimento do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina.
A GÊNESE. Destacam-se os temas: Existência de Deus, origem do bem e do mal, explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo, a formação da Terra, a formação primária dos seres vivos, o homem corpóreo e a união do princípio espiritual à matéria.
Você poderá ler, ainda, os livros psicografados por Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco, Yvonne Pereira, José Raul Teixeira, etc. e os livros de Léon Denis, Gabriel Delanne e de tantos outros autores, encontrando-se entre eles estudos doutrinários, romances, poesias, histórias e cartoes_mensagens de alento. Depois desta simples leitura, você poderá ter dúvidas e perguntas a fazer. Se tiver, é bom sinal. Sinal que você está procurando explicações racionais para a vida. Você as encontrará lendo os livros indicados acima e procurando um Centro Espírita seguramente doutrinário e indiscutivelmente Espírita. Você poderá solicitar informações à Federação Espírita do Paraná quanto aos Centros Espíritas de sua localidade, ou consultar a página na internet http://www.feparana.com.br.
Volantes FEP ( Federação Espírita do Paraná)

Fonte:http://www.cepaccuritiba.org.br/index.php/o-que-espiritismo


O Que é o Espiritismo? (em língua francesa Qu'est-ce que le Spiritisme?) é um livro espírita francês. De autoria de Allan Kardec, foi publicado em Paris no ano de 1859.
A obra sucedeu a publicação de O Livro dos Espíritos (1857), e apresenta, de forma sucinta, os princípios da Doutrina Espírita assim como respostas às principais objeções que lhe podiam ser apresentadas. É dividida em três partes:



  • a primeira apresenta três diálogos, em que Kardec conversa com um crítico, um cético (livre-pensador), e um padre;
  • a segunda, noções elementares de Espiritismo; e
  • a terceira, a solução de alguns problemas do quotidiano pela doutrina espírita.
Espiritismo é uma palavra cunhada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, cujo pseudônimo era Allan Kardec, em 1857[1][2][3] para definir especificamente o corpo de idéias por ele reunidas e codificadas no "O Livro dos Espíritos"[4]. Refere-se a uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela dimanam",[5] e fundamenta-se nas manifestações e nos ensinamentos dos Espíritos.[6] Também é compreendido como uma doutrina de cunho científico-filosófico-religioso voltada para o aperfeiçoamento moral do homem, que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através de médiuns.[7]
Em virtude da existência de vários pontos em comum, os termos "espiritismo" e "espiritualismo" têm sido, muitas vezes, usados inapropriadamente com o mesmo significado. No entanto, espiritualismo designa várias doutrinas filosóficas e/ou religiosas que têm como fundamento básico a afirmação da existência do espírito (ou alma) como elemento primordial da realidade[8][9], bem como sua autonomia, independência e primazia sobre a matéria[10]. Espiritualismo refere-se às doutrinas que são contrárias ao materialismo e que datam de milhares de anos; já Espiritismo designa a doutrina sistematizada por Allan Kardec e exposta em seu Livro dos Espíritos (1857). Trata-se de um ramo do espiritualismo com características e identidade próprias.
Ainda que o espiritualismo seja praticado, sob uma forma ou outra, desde tempos remotos, o Espiritismo é um conjunto de princípios e leis codificados por Allan Kardec em meados do século XIX.[11]
Por consequência, todos os adeptos do Espiritismo são espiritualistas. Mas nem todos os Espiritualistas são espíritas.
Nos EUA, desde os primórdios de seu aparecimento, o espiritismo tem sido mais comumente denominado "Espiritualismo Moderno", em face da introdução de um caráter científico-filosófico novo nas idéias já existentes do espiritualismo. Nos países de língua inglesa, assim como boa parte da Europa, o espiritismo ainda é considerado, primordialmente, uma ciência de observação dos fenômenos espiritualistas (uma espécie de “espiritualismo científico ou experimental”) e, muito menos, como uma religião.[12] O Espiritualismo norte-americano e inglês evoluiu de forma bem diferente do que é conhecido como Espiritismo ou Doutrina Espírita no Brasil.
Embora o espiritismo tenha importado, a fim de estruturar de seu corpo de conhecimento, muito da metodologia científica, mostra-se importante ressaltar que o espiritismo desenvolve-se sobre princípios que transcendem os rigores dessa metodologia; de forma que vários dos resultados e fenômenos dentro do espiritismo entendidos como válidos perante sua metodologia própria não se sustentam frente à metodologia científica - essa estabelecida com base e princípios certamente mais rigorosos e restritivos. Quando o termo ciência é usado com acepção estrita (acadêmica), tais extrapolações ao Método Científico, embora internamente úteis ao validarem vários preceitos da doutrina, impedem a classificação do espiritismo como ciência; e essa doutrina não constitui cadeira científica, mesmo compartilhando com a ciência de outrora o estudo de vários fenômenos, e nela encontrando-se por vezes referências frequentes a vários cientistas de renome. O termo ciência a vigorar junto ao espiritismo caracteriza-se por acepção lata e não estrita na grande maioria dos casos, sobretudo na atualidade.
O espiritismo pode ser visto como uma doutrina estabelecida mediante a fusão da filosofia, ciência e religião, buscando a melhor compreensão não apenas do universo tangível (científico) mas também do universo a esse transcendente (religião).
Doravante considerar-se-á no presente artigo a acepção inadequada da palavra espiritismo, ou seja, o corrente artigo trata doravante do termo espiritualismo, o que inclui o espiritismo como parte. O espiritismo em acepção própria ao termo - conforme codificado por Allan Kardec - encontra-se descrito em detalhes em artigo correlato intitulado Doutrina Espírita. Vale ainda a menção de que, sobre espiritualismo, há ainda um segundo artigo nomeado de forma condizente à acepção em questão e cujo conteúdo em princípio vale a pena ser consultado.

História

Origens



Antigo Egito: Anúbis, deus dos mortos, preparando um corpo.


Emanuel Swedenborg com o manuscrito de "Apocalypsis Revelata" (1766).


Franz Anton Mesmer.


As irmãs Fox (1852).


Salão parisiense com as "mesas girantes" (revista "L'Illustration", 1853).

Do xamã da América, passando pelo griot ou pelo marabuto islâmico na África, os personagens encarregados de contactar com o mundo dos espíritos (de que o submundo é uma parte), ou pelo contrário, encarregados de impedi-lo, são característicos de múltiplas culturas.
O espiritismo moderno é geralmente apresentado como a continuação de uma tradição ancestral comum à maior parte das civilizações.[13] · [14] · [15] · [16].

 A pré-História

A crença em uma vida após a morte surge primeiramente em fins do período Paleolítico, expressa pela prática de rituais de sepultamento dos mortos e em culto aos ancestrais.

 A antiguidade Oriental

No Antigo Egito, o culto dos mortos atesta a sobrevivência do espírito, constituindo-se o Livro dos Mortos em um guia com preceitos e orientações para a viagem após a morte.
No
Antigo Testamento, encontram-se diversas passagens alusivas a fenómenos mediúnicos, nomeadamente no Livro dos Números e no Deuteronómio. Numa delas, Moisés proíbe pitonisas e feiticeiras de se comunicar com espíritos. Por outro lado, aprova as atividades mediúnicas de Eldad e Medad. Em outro trecho, Saul, primeiro rei de Israel, consultou a chamada Bruxa de Endor para evocar o espírito do profeta Samuel.
A
civilização minoica também praticou o culto aos mortos.

A antiguidade clássica

Na Grécia Antiga, era prática corrente a consulta aos oráculos, em busca de conselhos, auxílio e previsões do futuro. O mais famoso localizava-se no Templo de Delfos, dedicado ao deus Apolo, onde a pitonisa, após um banho ritual em uma fonte sulfurosa, sentava-se numa trípode (banco de três pernas) e, entre vapores de enxofre, a mascar folhas de louro (árvore sagrada de Apolo), entrava em transe e transmitia as palavras do deus. No poema "Odisseia", Homero narra o diálogo entre Ulisses e a alma de Tirésias, oráculo de Tebas. O filósofo Sócrates acreditava na imortalidade da alma. O tirano Periandro, de Corinto, consultou a alma de sua mulher (que ele próprio havia mandado degolar).
Na
Roma Antiga, cuja religião sofreu forte influência dos antigos gregos, um festival, a "Parentalia", celebrado anualmente de 13 a 21 de fevereiro, homenageava os mortos. Durante o resto do ano, as mensagens do além eram recebidas e interpretadas pelos arúspices, personagens que interpretavam os presságios. Complementarmente, as sibilas entravam em transe para consultar os espíritos sobre as inquietudes da população. Cícero, na obra "Tusculanae", afirma que o seu amigo Ápio conversava frequentemente com os espíritos, e que no lago Avernus, sombras dos mortos apareciam na escuridão.
É através dos romanos que temos conhecimento dos
druidas Celtas, que afirmavam que os homens constroem o seu destino com as ações praticadas neste mundo. As lendas de sua mitologia estão repletas de "espíritos protetores". Numa delas, o guerreiro Vercingétorix conversa com a alma de heróis mortos em combate.

A Idade Média

No contexto da Guerra dos Cem Anos, a francesa Joana d'Arc afirmava ouvir "vozes sagradas" desde menina. Entre essas destacavam-se as de São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, que a incentivavam a lutar contra os ingleses. Giordano Bruno, na obra "Il Candelaio" (1582), regista a sua convicção da possibilidade de conversar com os mortos.

 Precursores

John Dee (1527-1608) foi um matemático e astrólogo inglês que testemunhou a comunicação com os anjos através de médiuns. Jakob Böhme (1575-1624) foi um filósofo e místico luterano alemão. as suas ideias conquistaram muitos seguidores em toda a Europa e os seus discípulos ficaram conhecidos como os boehmistas. Emanuel Swedenborg (29 de janeiro de 168829 de março de 1772) foi um cientista e filósofo sueco. Formado na Universidade de Uppsala no equivalente hoje a Engenharia de Minas, viajou pela Inglaterra, os Países Baixos e a França. Ao retornar ao seu país, Carlos XII da Suécia convidou-o para aluno do inventor Christopher Polhem, uma das figuras mais importantes no processo de industrialização do país.
Abalado pela morte do pai em
1736, passou a empregar o seu tempo livre para provar a existência da alma, o que desembocou num estudo de anatomia.[17] Anos mais tarde, em 1743, durante um jantar em Londres viu um espírito que lhe disse: "Não coma demais". A mesma entidade manifestar-se-ia mais tarde, acordando Swedenborg de seu sono, identificando-se como Jesus Cristo e comunicando-lhe que o cientista tinha sido escolhido para revelar ao mundo o significado da Bíblia.
Cquote1.svgO mundo dos espíritos abriu-se para mimCquote2.svg
Swedenborg

De 1747 até à sua morte, em 1772, viveu em Estocolmo, nos Países Baixos e em Londres. Durante esses 25 anos redigiu 14 trabalhos de natureza espiritual dos quais a maioria foi publicada durante a sua vida. Considerado um farsante por Immanuel Kant[18] e um poderoso médium por Arthur Conan Doyle,[19] as suas ideias encorajaram novas correntes de pensamento, como o Martinismo e a Teosofia. Franz Anton Mesmer (23 de maio de 17345 de março de 1815) descobriu o que chamou "magnetismo animal", também referido como "mesmerismo". O desenvolvimento das ideias e práticas de Mesmer levou o cirurgião escocês James Braid (1795–1860) a desenvolver o hipnotismo em 1841.
O espiritismo incorporou e conservou algumas práticas inspiradas ou diretamente tiradas do Mesmerismo, entre as quais o
passe, e a chamada "água fluidificada" (fluidoterapia), utilizada como um remédio para o corpo físico e o corpo espiritual. Justinus Kerner (1786-1862) publicou em 1830 o relato de suas observações sob o título "Die Seherin von Prevorst, Eröffnungen über das Leben - Menschen und über das Hineinragen einer Geisterwelt die unsere" ("A vidente de Prevorst, considerações iniciais sobre a vida interior do ser humano e a intervenção de um mundo dos espíritos no nosso"). As irmãs Fox - Catherine "Kate" (1838–1892), Leah (1814–1890) e Margaret (1836–1893) -, tiveram um papel decisivo no surgimento do espiritismo. Eram filhas de David e Margaret Fox, e foram residir em Hydesville, Nova Iorque. Em 1848 a família começou a ouvir sons de pancadas inexplicados. Kate e Margaret realizaram sessões de canalização numa tentativa de contato com a suposta entidade espiritual que promovia os sons, e declararam ter estabelecido contato com o espírito de um mascate que fora alegadamente assassinado e enterrado sob a casa. Um esqueleto, posteriormente encontrado na cave pareceu confirmar isso. As irmãs Fox tornaram-se imediatamente em celebridade. Faziam demonstrações da sua comunicação com os espíritos usando batidas e pancadas, escrita automática (psicografia) e depois até comunicação de voz (psicofonia), quando um espírito tomou o controle de uma das meninas.
Os céticos suspeitaram que isto foi apenas um engano inteligente e uma fraude. De fato, Margaret posteriormente confessou a utilização das juntas dos dedos dos seus
pés para produzir sons. E embora tenha vindo a retratar-se desta confissão, tanto ela como a sua irmã Catherine ficaram amplamente desacreditadas, tendo vindo a falecer na pobreza. Todavia, a crença na capacidade de comunicar-se com os mortos cresceu rapidamente, constituindo um movimento religioso chamado moderno espiritualismo, e contribuindo em grande medida para as ideias de Allan Kardec. Andrew Jackson Davis (1826-1910) sem qualquer educação científica foi capaz de produzir livros muito complexos para a sua época. Ditava os seus textos enquanto se encontrava em um estado de transe profundo e adquiriu nos Estados Unidos uma reputação de médium e de magnetizador. Logo após as notícias acerca das Irmãs Fox terem chegado à França, o interesse do público foi despertado pelo que por vezes foi denominado de "telégrafo espiritual". No início uma mesa girava com a "energia" dos espíritos presentes através de um ser humano intermediário (de onde a expressão "médium"). Mas, como o processo era demasiado lento e embaraçoso, um novo foi criado, supostamente por uma sugestão dos próprios espíritos: a "tábua falante".
Os primeiros exemplares de "tábuas falantes" eram cestos atados a um objeto pontiagudo que se movia sob as mãos dos médiuns, apontado para letras impressas em cartões espalhados em volta de, ou gravados em, uma mesa. Tais dispositivos foram chamados "corbeille à bec" ("cesto com um bico"). O objeto pontiagudo era normalmente um
lápis.
Esses dispositivos eram de montagem e operação simples. Uma sessão típica consistia em pessoas a sentar-se em uma mesa redonda, os pés a descansar nos suportes das cadeiras e as mãos sobre o tampo de mesa ou, mais tarde, na própria tábua falante. A energia canalizada dos espíritos pelas mãos dos presentes fazia a tábua movimentar-se e indicar as letras que, uma vez registadas por um dos presentes, formavam palavras, frases e orações inteligíveis. O sistema foi um primitivo e menos eficiente antecessor dos
tabuleiros Ouija que posteriormente se tornariam tão populares.

 Kardec e a Doutrina Espírita


Em França, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail interessou-se pelo espiritualismo quando ouviu falar das Irmãs Fox, mas o seu primeiro contato com o fenómeno foi por meio das mesas dançantes ou mesas girantes, dos salões de Paris, em 1854. As explicações para a causa deste, do mesmo modo que o sistema filosófico delas derivado, constituiu a base da chamada Doutrina Espírita (que Rivail também denominou como "Espiritismo", tendo sido a primeira oficialização desse termo, por isso a Doutrina Espírita é o único verdadeiro Espiritismo). As investigações de Rivail resultaram na publicação, sob o pseudónimo de Alan Kardec, de "O Livro dos Espíritos" (1857), "O Livro dos Médiuns"" (1861), "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e A Gênese (1868). Em 1858 fundou a "Revue Spirite", que dirigiu até 1869, ano em que faleceu.
Logo na segunda metade do século XIX, muitas personalidades de renome, na Europa e nos
Estados Unidos vieram a abraçar o espiritismo como uma explicação lógica da realidade, inclusive de temas relacionados com a transcendência, como Deus e a vida após a morte.

 Na atualidade

O espiritismo possui cerca de 15 milhões de adeptos ao redor do mundo,[20] e o país com mais adeptos é o Brasil, com cerca de 3,8 milhões de espíritas.[21] O Conselho Espírita Internacional (CEI) tem 33 países membros, sendo eles: Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Holanda, Honduras, Itália, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Uruguai e Venezuela.[22]
No Brasil, segundo o
Censo demográfico de 2010, o espiritismo cresceu do ano de 2000 até 2010, com um expressivo aumento de mais de 60% de seguidores, passando de 2,3 milhões para 3,8 milhões de seguidores, tendo a maioria destes, idades entre 50 e 59 anos (3,1%), e na comparação com as demais religiões, tendo o maior número de pessoas com ensino superior completo (31,5%) e taxa de alfabetização (98,6%), além das menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%).[23][24]
Allan Kardec buscou incorporar o
método científico na metodologia para a fundação do Espiritismo e definiu os pilares da Doutrina como sendo Religião, Ciência e Filosofia; contudo por não tê-lo seguido de forma única os céticos costumam considerar o Espiritismo como uma pseudociência ou superstição. Não sendo considerados ciência por serem corroborados via metodologia que transcende o método científico em estrito senso, os fenômenos espíritas já foram e ainda são contudo objetos de estudos para milhares de pesquisadores ao redor do mundo, que estudaram/estudam o espiritismo através da metodologia inerente ao Espiritismo e muitos deles já apresentaram fortes evidências de conceitos espíritas. Por exemplo, há uma pesquisa efetuada mundialmente pelo falecido professor de psiquiatria norte-americano da Universidade da Virgínia, Ian Stevenson, desde os anos 1960 até 2007, com mais de 2.500 relatos que sustentariam não apenas a existência de espíritos como também a reencarnação.[25][26][27]

 Acepção do termo no Brasil


O Espiritismo — popularmente conhecido no Brasil como Doutrina Espírita ou kardecismo — foi codificado na segunda metade do século XIX pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que, para fins de difusão desses trabalhos, adotou o pseudônimo de "Allan Kardec".
O termo "kardecista" não costuma ser o usado por parte dos adeptos, que reservam a palavra "espiritismo" apenas para a doutrina tal qual codificada por Kardec, afirmando não haver diferentes vertentes dentro do espiritismo, e denominando correntes diversas de "espiritualistas"[28]. Estes adeptos entendem que o espiritismo, como corpo doutrinário, é um só, o que tornaria redundante o uso do termo "espiritismo kardecista". Assim, ao seguirem os ensinamentos codificados por Allan Kardec nas
obras básicas (ainda que com uma tolerância maior ou menor a conceitos que não são estritamente doutrinários, como a apometria), denominam-se simplesmente "espíritas", sem o complemento "kardecista".[28] A própria obra desaprova o emprego de outras expressões como "kardecista", definindo que os ensinamentos codificados, em sua essência, não se ligam à figura única de um homem, como ocorre com o cristianismo ou o budismo,[29] mas a uma coletividade de espíritos que se manifestaram através de diversos médiuns naquele momento histórico, e que se esperava continuassem a comunicar, fazendo com que aquele próprio corpo doutrinário se mantivesse em constante processo evolutivo.[30] Outra parcela dos adeptos, no entanto, considera o uso do termo "kardecismo" apropriado.[31] O uso deste termo é corroborado por fontes lexicográficas como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa[32], o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa[33], o Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa[34] e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa.[35]José Lacerda de Azevedo, médico espírita brasileiro, compreendia o kardecismo como uma "prática ou tentativa de vivência da Doutrina Espírita" criado por brasileiros "permeada de religiosidade, com tendência a se transformar em crença ou seita".[36]
As expressões nasceram da necessidade de alguns em distinguir o "espiritismo" (como originalmente definido por Kardec) dos cultos afro-brasileiros, como a
Umbanda. Estes últimos, discriminados e perseguidos em vários momentos da história recente do Brasil, passaram a se auto-intitular espíritas (em determinado momento com o apoio da Federação Espírita Brasileira[37]), num anseio por legitimar e consolidar este movimento religioso, devido à proximidade existente entre certos conceitos e práticas destas doutrinas. Seguidores mais ortodoxos de Kardec, entretanto, não gostaram de ver a sua prática associada aos cultos afro-brasileiros, surgindo assim o termo "espírita kardecista" para distingui-los dos que passaram a ser denominados como "espíritas umbandistas".

 Cultos afro-brasileiros

No Brasil, o termo "Espiritismo" é historicamente utilizado como designação por algumas casas e associações das religiões afro-brasileiras, e seus membros e frequentadores definem-se como "espíritas", nomeadamente a Umbanda, como por exemplo a atual Congregação Espírita Umbandista do Brasil, com sede no estado do Rio de Janeiro.
Cquote1.svgMesmo congregando elementos católicos, africanos e do ocultismo, a umbanda se constituiu como uma modalidade de espiritismo. É o que indicam os primeiros livros que identificavam a nova religião. Seus mentores criam em 1939 a Federação Espírita de Umbanda, e em 1941 realizam o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda.Cquote2.svg
GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.

No Brasil Império a Constituição de 1824 estabelecia expressamente que a religião oficial do Estado era o Catolicismo.[38] No último quartel do século XIX, com a difusão das idéias e práticas espíritas no país, registraram-se choques não apenas na imprensa, mas também a nível jurídico-policial, nomeadamente em 1881, quando uma comissão de personalidades ligadas à Federação Espírita Brasileira reuniu-se com o Chefe de Polícia da Corte e, subsequentemente, com o próprio Imperador D. Pedro II, e após a Proclamação da República Brasileira, agora em função do Código Penal de 1890, quando Bezerra de Menezes oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas.[39] Outros momentos de tensão registrar-se-iam durante o Estado Novo nomeadamente em 1937 e em 1941, o que levou a que a prática dos cultos afro-brasileiros conhecesse uma espécie de sincretismo sob a designação "espiritismo", como em época colonial o fizera com o Catolicismo.[40]
Com relação à Umbanda, surgida em
1908 no estado do Rio de Janeiro, a postura da Federação Espírita Brasileira ao longo da história foi ambígua:
Cquote1.svgAinda que o espiritismo kardecista tivesse predileção por espíritos brancos, nos anos 1920 não era raro se encontrar caboclos e pretos-velhos produzindo curas e outras benemerências em centros espíritas.Cquote2.svg
GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.

Como exemplo, a decisão do Conselho Federativo da Federação Espírita Brasileira, em outubro de 1926, conclui:
Cquote1.svgA Federação, em tese, não infirma [invalida] as manifestações de 'caboclos' nem de 'pretos', conquanto não os adote como norma mais eficiente de trabalho, (...) achando que, do mesmo modo devem proceder as sociedades adesas, uma vez que (...) tais práticas são, não há que negar, Espiritismo, porém não Doutrina Espírita (...).Cquote2.svg
"Parecer" do Conselho Federativo da FEB, in suplemento do Reformador, outubro de 1926.

Essa postura mudou na década de 1940, nomeadamente a partir do reconhecimento da Umbanda como religião pelo Congresso Nacional em 1945:
Cquote1.svg(...) para os kardecistas espiritismo e umbanda precisavam ser diferenciados. A enorme heterogeneidade dos centros espíritas passou a incomodar aqueles que buscavam uma doutrina mais unificada e definida.Cquote2.svg
GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.

Nesse período, a aceitação social da crença é cada vez mais ampla, o que é demonstrado quando da promulgação das alterações ao Código Penal brasileiro, em 1949, quando o termo "espiritismo" foi excluído, permanecendo apenas, como delito grave, a prática do "curandeirismo" e do "charlatanismo".[41]
A FEB chegou a publicar, em
1953, em seu órgão oficial, que os umbandistas poderiam ser considerados "espíritas", com o seguinte argumento: "Baseados em Kardec, é-nos lícito dizer: todo aquele que crê nas manifestações dos espíritos é espírita; ora, o umbandista nelas crê, logo, o umbandista é espírita."[42] Esse raciocínio causou polémica à época. Anos mais tarde, em 1958, o Segundo Congresso Brasileiro de Jornalismo e Escritores Espíritas opôs-se considerar os umbandistas como espíritas. Duas décadas mais tarde, em fevereiro de 1978 o mesmo Reformador publicou que a designação de "espíritas" pelos umbandistas é "imprópria, abusiva e ilegítima".
Na prática, sinteticamente, as semelhanças entre a prática
Umbanda e a Doutrina Espírita são: a comunicação entre os vivos e os mortos, admitindo ambas, por conseguinte, a sobrevivência à morte do chamado "espírito"; a evolução do espírito através de vidas sucessivas (reencarnação); o resgate, podendo ser pela dor e sofrimento, das faltas cometidas em anteriores existências; a prática da caridade.[43]
Por outro lado, as principais diferenças são a admissão pela Umbanda: de
cerimônias litúrgicas como o batizado e o matrimônio; a presença de imagens em seus cultos; o emprego de plantas em seus cultos; a música dos pontos cantados para as entidades.[44]
De todas as religiões afro-brasileiras, a mais próxima da Doutrina Espírita é um segmento (linha) da Umbanda denominado de "Umbanda branca", que guarda pouca ligação com o
Candomblé, o Xambá, o Xangô do Recife, o Tambor de Mina ou o Batuque.


Adeptos do Candomblé.

No tocante específicamente ao Candomblé, crê-se na sobrevivência da alma após a morte física (os Eguns), e na existência de espíritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixás, cultuados coletivamente), não se materializam; caso não divinizados (os Egungun), materializam em vestes próprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxilindo espiritualmente a sua comunidade. Observe-se que o conceito de "materialização"[45] no Candomblé, é diferente do de "incorporação" na Umbanda ou na Doutrina Espírita. Em princípio os Orixás só se apresentam nas festas e obrigações para dançar e serem homenageados. Não dão consulta ao público assistente, mas podem eventualmente falar com membros da família ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal é os Orixás se expressarem através do jogo de Ifá (oráculo).
No Candomblé, a função dos rituais durante as cerimónias de iniciação é a de afastar todo e qualquer espírito ou influência, recorrendo-se ao Ifá para monitorar a sua presença. A cerimónia só ocorre quando este confirma a ausência de Eguns no ambiente de recolhimento. Os espíritos são cultuados, nas casas de Candomblé, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como
Exú, são considerados protetores da comunidade.

Outros cultos

A título sincrético, no país são de referir-se ainda:

Capitais com maior número de espíritas[47]

#Capital% da população espírita
1Florianópolis7,3%
2Porto Alegre7,1%
3Rio de Janeiro5,9%
4São Paulo4,7%
5Goiânia4,3%
6Belo Horizonte4,0%
7Campo Grande3,6%
8Recife3,6%
9Brasília3,5%
10Cuiabá3,5%

 O Espiritismo na Academia



Salão parisiense com as "mesas girantes" (revista "L'Illustration", 1853).


"Croquis" de um médium: gravura da obra "Extériorisation de la sensibilité" de Albert de Rochas (Paris, 1899).


Um dos experimentos de William Crookes (c. 1870).


Senhoras em uma reunião espiritualista (Chicago, 1906).

Embora a crença em uma vida após a morte remonte à pré-história, conforme o testemunham os rituais de sepultamento desde o Paleolítico Superior e o culto aos ancestrais na Antiguidade, o surgimento do espiritismo em meados do século XIX, a partir das manifestações das Irmãs Fox nos Estados Unidos despertou não apenas o interesse popular - expresso nas "mesas girantes" ou pelo tabuleiro Ouija -, mas também o da academia. Entre os pesquisadores que se dedicaram aos chamados "fenómenos psíquicos", citam-se por exemplo: Contudo, mesmo estudados por várias personalidades de renome que acabaram por contribuir de outras formas, significativas ou não, à ciência em sua acepção moderna, tais cientistas não foram capazes de elucidar ou concluir pela existência de fatos que obedeçam aos rigores científicos e que levem à conclusão segura da realidade natural dos espíritos. A metodologia utilizada pelas correntes espíritas ou é bem diferente ou transcende o método científico, e por tal o espiritismo permanece, ainda hoje, como tema não científico quando se considera a acepção "stricto sensu" de ciência, encontrando-se o espiritismo notoriamente muito mais atrelado às religiões do que às academias científicas propriamente ditas [48][49][50].

O Espiritismo e a Medicina

Históricamente, em termos de Medicina, indivíduos com sintomas como audição ou visão de espíritos foram tratados como sendo portadores de transtornos mentais, e hoje em dia ainda o são, dado o não reconhecimento científico da existência de espíritos ou entidades sobrenaturais responsáveis por tais fenômenos.
Sendo verdade que desde
1998 a Organização Mundial de Saúde, que até então definia o conceito de saúde apenas como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico, e social do ser humano, passou a defini-lo como o estado de completo bem-estar do ser humano integral, biológico, psicológico e espiritual, deve-se ressaltar que o termo espiritual nessa sentença não implica o reconhecimento da existência de espírito atrelado ao corpo, como alguns poderiam supor. A medicina não reconhece a famosa "possessão espiritual" conforme moldes religiosos, embora reconheça transtornos de "possessão" conforme definido inclusive na Classificação Internacional de Doenças.
A
Classificação internacional de doenças (CID) em sua atualização de 2006, a CID-10, prevê, em seu item F.44.3 os chamados "Estados de transe e de possessão", definidos como:
"Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente."
Contudo, explicitamente descreve em alínea seguinte:
"Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito."[51]
Nesse sentido é feita a distinção entre o estado de transe normal - a exemplo a hipnose, não mais considerado doença - e o transtorno dissociativo psicótico, uma patologia psiquiátrica. Exclui-se desse item também, entre outros, a esquizofrenia. Evidencia-se também que o estado de transe e possessão sob enfoque médico não vincula-se cientificamente, de forma explícita, às causas religiosas evocadas por muitos para explicá-los.
A existência de espíritos e a possessão em moldes religiosos, ou seja, incorporação de espírito, permanecem assim, até a corrente data, como fenômenos que transcendem a realidade à luz da
ciência, o que abrange não apenas as ciências naturais como também as sociais, a exemplo o sistema jurídico. Não se imbui inocência a alguém por esse dizer-se "possuído" no momento do delito, imputando-se assim a culpa ao espírito possessor e não ao réu, a exemplo.
Fenômenos de transe e possessão conforme entendidos nesse artigo, embora outrora houvessem sido alvo de investigações científicas, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, têm por tal natureza totalmente religiosa e não encontram corroboração alguma à luz da
ciência moderna.

 O Espiritismo na cultura popular

Na cultura popular, muitas obras de arte apresentam ou contêm alusões a fatos, circunstâncias e conceitos que se assemelham a algumas crenças espíritas:

 Literatura



O percurso de Dante do mundo espiritual, em um exemplar da Divina Comédia: ao lado da entrada para o inferno, os sete terraços do Monte Purgatório e a cidade de Florença, com as esferas do Céu acima (afresco de Domenico di Michelino, 1465).


"Hamlet e o fantasma" (gravura de Henry Fuseli, 1789).
Cquote1.svg"Outrora, quando vivias, honrámos-te como um deus, / nós os argivos; hoje, aqui exerces o teu poder sobre os mortos. / A ti, nem mesmo a morte te causa tristeza, Aquiles." / Assim falei. De imediato, disse-me em resposta: / "Não me elogies a morte, ilustre Ulisses. / Eu preferia trabalhar a terra como teta [escravo] de alguém, / De um homem pobre que não tivesse grandes recursos, / A reinar sobre quantos mortos pereceram."Cquote2.svg
HOMERO, Odisseia, 11.484-491.

 Cinema

  • Sole Survivor (1970), um filme para a televisão protagonizado por Vince Edwards e Richard Basehart, desenvolve um enredo que se inicia com a queda de um bombardeiro B-25 Mitchell no deserto da Líbia durante a Segunda Guerra Mundial com a morte de todos os membros da tripulação. Décadas mais tarde, os destroços são localizados e uma equipa da Força Aérea é enviada ao local do acidente para investigá-lo. Os espíritos dos membros da tripulação, inconscientes de sua condição de mortos, continuam no local, à espera de serem salvos por uma expedição de resgate. O comportamento dos espíritos dos mortos nesta história é coerente com os ensinamentos da doutrina espírita.[56]
  • Ghost (1990), protagonizado por Demi Moore e Patrick Swayze, é uma das primeiras representações de fenómenos após-vida similares aos referidos pela Doutrina Espírita em uma produção cinematográfica. Swayze desempenha o papel de um homem jovem que é morto por um ladrão, deixando a sua esposa (Moore). Ele, como espírito, faz contato com uma médium, interpretada por Whoopi Goldberg e tenta auxiliar a sua esposa antes de partir do plano terrestre. A trama gira em torno da existência e sobrevivência dos espíritos e da possibilidade de comunicação entre os dois planos da vida.
  • What Dreams May Come (1998), protagonizado por Robin Williams, falecido marido de uma artista plástica que já havia perdido os filhos num acidente de automóvel. A trama gira em torno da existência de diferentes planos espirituais, da possibilidade de comunicação entre eles, e da influência que os espíritos além da vida podem exercer sobre os vivos.
  • The Sixth Sense (1999), protagonizado por Haley Joel Osment no papel de um rapaz com capacidades mediúnicas, que recebe assistência de um psicólogo infantil (Bruce Willis) que não acredita em vida após a morte. A trama gira em torno da imortalidade da alma e da comunicação com os mortos. O filme teve seis indicações ao Óscar.[57]
  • The Gift (2000), protagonizado por Cate Blanchett, no papel de uma viúva, médium, que cobra pelos seus dons. A trama gira em torno de dois conceitos importantes para o espiritismo: os bons sempre recebem ajuda nos momentos difíceis e a mediunidade não deve servir a interesses materiais.
  • What Lies Beneath (2000), dirigido por Robert Zemeckis e protagonizado por Michelle Pfeiffer no papel de uma esposa traída que começa a ouvir vozes e a ver a imagem de uma jovem. É encaminhada a um psiquiatra pelo marido (Harrison Ford) que acredita tratar-se de algum distúrbio psicológico. O filme aborda a temática da mediunidade involuntária, que se manifesta independentemente da vontade do médium e que muitas vezes é confundida com perturbação mental.
  • The Others (2001) tem como pano de fundo a existência de diferentes planos espirituais e retrata a ocorrência de fenómenos mediúnicos de efeitos físicos, como portas que se abrem sózinhas e ruídos estranhos. Pretende ilustrar o que acontece com espíritos que não percebem que estão realmente sob a forma de espírito, de modo semelhante ao postulado pela doutrina espírita.
  • Shutter (2004) retrata uma situação razoávelmente precisa de obsessão, completa com representações de manifestações de efeitos físicos e materializações de um espírito.
  • Chico Xavier (2010), filme brasileiro protagonizado por Nelson Xavier e Ângelo Antônio, fez sucesso no país. Narra a biografia do mais famoso médium brasileiro, Francisco Cândido Xavier, tendo alcançado a marca de 3,5 milhões de espectadores.[59]
  • E a Vida Continua... (filme) (estreia prevista para agosto de 2012), filme brasileiro dirigido por Paulo Figueiredo, com base na obra homónima (E a Vida Continua...), psicografada por Francisco Cândido Xavier. Narra a trajetória do casal Ernesto e Evelina após a morte.

Televisão

 Telenovelas

No Brasil, diversas telenovelas apresentaram conceitos de espiritismo:
  • "O Profeta" (1977), produzida pela extinta TV Tupi, e que também conheceu "remake" pela TV Globo (ver O Profeta (2006)), incluiu o espiritismo como uma das filosofias que tentam explicar os poderes do personagem principal, inclusive o de predizer o futuro.
  • "Terra Nostra" (1999) incluiu uma subtrama acerca de um jovem obsidiado pelo espírito do jovem amante da sua mãe que havia sido morto por seu avô.
  • "Alma Gêmea" (2005), produzida pela TV Globo, narra a história de uma mulher que morre e renasce para reencontrar a sua alma gémea.
  • "Duas Caras" (2007), produzida pela TV Globo, incluiu um personagem chamado Ezekiel,[66] que era anti-cristão graças a manifestações de sua mediunidade.
  • "Escrito nas Estrelas" (2010), apresenta muitos temas espíritas, tais como a reencarnação, a evolução dos espíritos e a mediunidade.
  • "Amor Eterno Amor" (2012), apresenta forte presença do espiritismo kardecista, com inúmeras cenas retratando práticas mediúnicas.

Relação com o Catolicismo

A Igreja Católica, de acordo com uma tra­di­ção que remonta ao Antigo Testamento, proíbe a parti­ci­pa­ção em sessões espíritas, por mui­to liga­das à ideia de reencarnação.[67]
Desse modo, em repetidas ocasiões tem condenado, com extrema dureza, o espiritismo, embora acredite que os espíritas realmente têm contato com os mortos.[68] É exemplo dessa atitude, o chamado
Auto de fé de Barcelona (1861).
A
Congregação para a Doutrina da Fé, herdeira do Santo Ofício, em 1 de junho de 1917 condenou a prática do Espiritismo e proibiu aos católicos participarem, sob qualquer pretexto de reuniões espíritas:
"(...) partecipare, con medium o senza medium, servendosi o no dell'ipnotismo, a sedute o a manifestazioni spiritiche, anche se hanno un'apparenza onesta o pia, sia s'interroghino le anime o gli spiriti, sai si ascoltino le risposte, sia ci si accontenti di fare da osservatori, quand'anche si dichiarasse tacitamente o espressamente che non si vuole avere alcun rapporto con gli spiriti cattivi."[69]
Coincidentemente, no ano anterior (1916) fora fundada, em Londres, a Igreja Católica Liberal, independente de Roma, que tem como um dos seus princípios a crença na reencarnação.
O
Catecismo da Igreja Católica, inclui a prática do espiritismo entre as de adivinhação e de magia,[70] contrárias à virtude da religião.[71]
Atualmente um novo grupo dentro do Catolicismo, a
Renovação Carismática Católica, mostra-se mais aberto ao que os espíritas definem como prática mediúnica, defendendo a valorização de uma experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons.[72] Entre as práticas da Renovação Carismática destaca-se a da formação de grupos de oração.[73]

Referências

  1. Centre National de Ressources Textuelles et Lexicales - Etymologie du Spiritisme. Ministério Francês de Ensino Superior e Pesquisa. Página visitada em 28 de setembro de 2012.
  2. Spiritism/Kardecism. Universidade de Cumbria. Página visitada em 29 de junho de 2012.
  3. Enciclopédia Eletrônica Barsa - versão 1.11 - CD - Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
  4. KARDEC, A.. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro-Brasil: FEB, 1857. ISBN 9788573285291
  5. KARDEC, A. O que é o Espiritismo. Rio de Janeiro-Brasil: FEB, 1859. ISBN 978-85-7328-113-2. Definição do próprio autor (Allan Kardec).
  6. Dicionário Larousse - Verbete "Spiritisme". Página visitada em 28 de setembro de 2012.
  7. Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa 3.0. [S.l.]: Objetiva Ltda, 2009..
  8. Enciclopédia Eletrônica Barsa - versão 1.11 - CD - Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
  9. http://www.merriam-webster.com/dictionary/spiritualism
  10. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa - CD - versão 1.0.5
  11. Enciclopédia Microsof Encarta, 1993-2001. Microsoft Corporation. Versão 11.0.0.0816
  12. Enciclopédia Universo - Editora Delta e Editora Trẽs.
  13. "Si le spiritualisme naît aux États-Unis en 1847, si le spiritisme est théorisé en France à partir de 1854, ni les sœurs Fox ni Kardec ne sont les 'inventeurs' d'une pratique qui semble vieille comme le monde et répandue dans tous les cultures." BOUCHET, Christian, Spiritisme, Pardès, 2004, p. 11.
  14. "(...) the most prominent features of modern Spiritism are found in the ancient practices of Necromancy" Liljencrants p. 10 e "(...) however sudden may have been the rise of Modern Spiritism, it can not be said to have sprung into being on unprepared soil, for its way had been broken by Swedenborgianism and Mesmerism, which may be said to have been its direct forerunners" p. 12 op.cit.
  15. TAGER, Djénane Kareh, Le Spiritisme, Plon, 2006, 4×10{{{1}}} de cobertura "Que disent les religions de la communication avec l'au-delà? Comment se sont développées les techniques de contact avec les morts, depuis l'invocation des oracles de l'Antiquité jusqu'à l'utilisation d'internet? (...)"
  16. Le spiritisme dans le monde. l'initiation et les sciences occultes dans l'inde et chez tous les peuples de l'antiquité de Louis Jacolliot Marpon et Flammarion, 1900.
  17. DOLE, George F. "A Thoughtful Soul: Reflections from Swedenborg". Swedenborg Foundation, 1995.
  18. KANT, Immanuel. "Dreams of a Spirit Seer".
  19. DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo.
  20. Ranking na Adherents.com Acessado em 4 de janeiro de 2011
  21. Erro de citação Tag <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas censo
  22. Países-Membros do Conselho Espírita Internacional. Acessado em 4 de janeiro de 2011
  23. http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2170&id_pagina=1
  24. http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-06-29/ibge-com-maior-rendimento-e-instrucao-espiritas-crescem-65-no-pais-em-10-anos.html
  25. Ian Stevenson, Prof., (1980) Twenty Cases Suggestive of Reincarnation: Second Edition, Revised and Enlarged, University Press of Virginia, ISBN 0-8139-0872-8
  26. Ian Stevenson, Prof., (1997) Where Reincarnation and Biology Intersect, Praeger Paperback, ISBN 0-275-95189-8
  27. Mary Roach Spook: Science Tackles the Afterlife W. W. Norton (2005)
  28. a b Esclarecimentos sobre o que é o Espiritismo. ipepe.com.br. Página visitada em 13 de abril de 2010.
  29. Para muitas escolas budistas Buda não é um homem mas sim um estado, ou seja, o estado iluminado, e existem varios budas que fundamentam o budismo, portanto não seguem o ensinamento de um homem mas o ensinamento de diversos budas e bodhisatvas.
  30. Até aos nossos dias isso não se registrou, tendo as obras básicas da chamada "Codificação" permanecido inalteradas desde então.
  31. Kardecismo como Espiritismo: um Conceito. ceismael.com.br. Página visitada em 13 de abril de 2010.
  32. Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa 2.0.1. [S.l.]: Objetiva Ltda, 2007. [1] (ligação disponível apenas para assinantes UOL.
  33. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira, 1999.
  34. Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. [S.l.]: Melhoramentos, 1998.
  35. Da Cunha, Antônio Geraldo. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. [S.l.]: Lexikon, 1986.
  36. APOMETRIA - (Biografia Dr. Lacerda). Caso do Jardim - Entidade Espírita Assistencial. Página visitada em 13 de abril de 2010.
  37. Ver: Triste episódio ocorrido em 1953 Consultado em 14 de Junho de 2008.
  38. Conforme o seu Art. 5, que estipulava: "A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma alguma exterior do Templo." In: Constituição Política do Império do Brazil Consultada em 13 de Julho de 2008.
  39. Este Código foi promulgado pelo Decreto nº 22.213, de 14 de Dezembro de 1890, mas só entrou em vigor seis meses após a sua publicação. Os seus artigos nrs. 157 e 158 proibiam expressamente "praticar o Espiritismo" e "inculcar curas de moléstias curáveis ou incuráveis", o que afetava diretamente as atividades das sociedades espíritas, cuja prática de receituário mediúnico homeopático era muito difundida à época.
  40. "(...) hoje ainda se observa a tendência de as tendas de umbanda levarem em seu nome o termo 'espírita', denotando a aceitação social maior que gozavam os adeptos de Allan Kardec." (PINHEIRO, 2004:276).
  41. GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.
  42. Reformador, julho de 1953, p. 149.
  43. CARNEIRO, 1996:21.
  44. Op. cit., p. 21-22.
  45. Materialização de Egungun in Yorubana.com.br, Consultado em 2 nov 2011.
  46. *O uso da Ayahuasca e a Experiência de Transformação, Alívio e Cura, na União do Vegetal (UDV) Consultado em 29 mai 2012.
  47. http://www.censo2010.ibge.gov.br/amostra/
  48. Para maiores detalhes e referências, consulte Fenômenos espíritas e a ciência.
  49. "A ciência só pode determinar o que é, não o que 'deve ser', e fora de seu domínio permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos" (Albert Einstein); "O homem domina a natureza não pela força, mas pela compreensão. É por isto que a ciência teve sucesso onde a magia fracassou: porque ela não buscou um encantamento para lançar sobre a natureza" (Jacob Bronowski). Ambas as citações conforme relatado por SINGH, Simon. Big Bang. p. 459.
  50. SINGH, Simon. Big Bang. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2006. ISBN 85-01-07213-3 Capítulo "O que é ciência?", e demais.
  51. F44 Transtornos dissociativos (de conversão). in FAU.com.br, consultado em 30 ago 2011.
  52. Deste tempos antigos, como em I Samuel 9:9 ("(Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente)."), e como prática corrente, como em I Samuel 10:6-24 ("E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem. (...)". Conforme o contexto, constituía-se numa prática arriscada, como ilustrado em II Crónicas 16:7-10.
  53. Outra evidência da existência desta prática entre o povo judeu, uma vez que não se proíbe aquilo que não existe: "Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoireiro, nem feiticeiro; / Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; / Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti. (Deuteronómio 18:10-12)
  54. O episódio da chamada Bruxa de Endor descreve o modo pelo qual era praticada a invocação do espírito dos mortos na região, à época, no que seria hoje considerada uma simples sessão mediúnica. Ver 1 Samuel 28:1-25.
  55. Mateus, 17:1-9.
  56. Sole Survivor - Vince Edwards, Richard Basehart, William Shatner, Lou Antonio - 1970
  57. "The Sixth Sense" (1999) Consultado em 5 jun 2011.
  58. "Um produtor de corpo e alma" in istoe.com.br, 5 abr 2012. Consultado em 10 jun 2012.
  59. "Um produtor de corpo e alma" in istoe.com.br, 5 abr 2012. Consultado em 10 jun 2012.
  60. Sinopse in guia da semana.com.br Consultado em 10 jun 2012.
  61. a b Gilberto Schoereder. "Médiuns na TV" in Revista Sexto Sentido. Consultado em 5 Jun 2011.
  62. Crossing Over with John Edward in TV.com Consultado em 27 Jun 2011.
  63. 'Depois da Vida' na TVI in PlanetaIdeal.pt, 5 Out 2010. Consultado em 27 Jun 2011.
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  65. "Quinta série de 'Depois da Vida' sem Anne Germain" in atelevisão.com. Consultado em 2 mar 2012.
  66. Duas Caras, Personagens: Ezequiel
  67. Verbete "Espiritismo" in Enciclopédia Católica Popular, Consultado em 2 abr 2012.
  68. DE HERRERA Y DE LA IGLESIA, José Martín (arcebispo de Santiago de Cuba): "El espiritismo - Carta pastoral contra adivinadores, agüeros, pitonisas, encantadores y nigrománticos" [1881, Editora de Juan José Antequera Luengo]. Sevilha: Facediciones, 2010.
  69. Em uma versão livre: "(...) Participar, com um médium ou sem um médium, servindo-se ou não do hipnotismo, para as reuniões ou manifestações espíritas, mesmo que apresentem uma aparência honesta ou piedosa, tanto para interrogação de almas ou espíritos, como para ouvir respostas, tanto como contentar-se em agir como observadores, mesmo que tácita ou expressamente se declare que não haverá qualquer contato com os espíritos aprisionados [i.é, condenados]." Cronologia Espírita: 1914-1945 Tempos de Comoções in Grupo de Estudos Avançados Espíritas. Visitado em 4 Jun 2011.
  70. Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 2115 a 2117.
  71. Verbete "Espiritismo" in Enciclopédia Católica Popular, Consultado em 2 abr 2012.
  72. Conforme referido no texto bíblico: "A cada um é dada a manifestação do Espírito [Santo] para proveito comum. / A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito; / a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito; / a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas." (I Cor 12:7-10)
  73. Grupo de Oração, ambiente privilegiado de missão in RCCBrasil.org.br Consultado em 16 Jun 2011.

Bibliografia

  • CAMARGO, Cândido Procópio Ferreira de. Kardecismo e Umbanda: uma interpretação sociológica. São Paulo: Pioneira, 1961.
  • CARNEIRO, Victor Ribas. ABC do Espiritismo (5ª ed.). Curitiba (PR): Federação Espírita do Paraná, 1996. 223p. ISBN 85-7365-001-X
  • CAVALCANTI, Maria Laura V. C. O que é Espiritismo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
  • DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo (9ª ed.). São Paulo (SP): Editora Pensamento, 1995. ISBN 85-315-0780-4
  • GIUMBELLI, Emerson. O cuidado dos mortos. Uma história da condenação e legitimação do Espiritismo. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1997.
  • ISAIA, Artur Cesar (org.). Orixás e Espíritos: o debate interdisciplinar na pesquisa contemporânea. Uberlândia: Editora da Universidade Federal de Uberlândia, 2006.
  • MONTEIRO, Gerson Simões. O que ensina o espiritismo. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2007. 96p. ISBN 9788574782263
  • PINHEIRO, Robson. Aruanda (pelo espírito Ângelo Inácio). Contagem (MG): Casa dos Espíritos Editora, 2004. 288p. ISBN 978-85-87781-14-7
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritismo

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