RODIN,AUGUSTE - UM GÊNIO NA ARTE DA ESCULTURA




Auguste Rodin
1840-1917


A escola o reprovou
     Algumas das obras de Rodin estão entre as mais famosas da escultura européia e universal. Retratista emérito, dominou o bronze e o mármore.
     Embora acusado de formalismo pelo rigor anatômico de suas peças, destacou-se no período de transição da arte entre os séculos XIX e XX.
     René-François-Auguste Rodin nasceu em Paris em 12 de novembro de 1840. Nascido numa família de poucos meios, estudou desenho e modelado a partir dos 13 anos.
     Aos 18, após ser reprovado três vezes no exame de admissão à Escola de Belas-Artes, passou a trabalhar como moldador, confeccionando objetos ornamentais.
Os salões o rejeitaram
     Em 1864 uniu-se a Rose Beuret, modelo dos primeiros retratos escultóricos e companheira de toda a vida.
     Ao ter recusada a primeira obra que enviou ao salão oficial, "O homem de nariz quebrado" (1864), Rodin afastou-se das exposições e passou a colaborar com Albert-Ernest Carrier-Belleuse na decoração de monumentos em Bruxelas.
     Fascinado com as esculturas de Donatello e Michelangelo numa visita a Florença e a Roma, escandalizou os meios artísticos parisienses com "A idade do bronze": era tal a perfeição da figura que houve quem o acusasse de ter usado como molde um modelo vivo.
A Porta do Inferno
     A despeito do começo difícil, firmou-se como escultor com uma obra posterior, "São João Batista pregando" (1878).
     Encomendaram-lhe então, em 1880, uma enorme porta de bronze para o futuro Museu de Artes Decorativas em Paris. Nela trabalhou por longos anos, mas deixou-a inacabada ao morrer.
     Projetada como réplica da "Porta do paraíso", esculpida no século XV pelo italiano Lorenzo Ghiberti para o batistério de Florença, a obra -- conhecida como "Porta do inferno" -- deveria extrair seus temas da Divina comédia de Dante.
     Após uma viagem a Londres, em 1881, onde tomou contato com as interpretações de Dante feitas pelos pintores pré-rafaelitas e por William Blake, em suas obras visionárias, Rodin alterou os planos originais, com a pretensão de fazer do monumento um universo de formas atormentadas pelas paixões humanas e a morte.
     No decorrer do trabalho, imagens pensadas como partes da porta transformaram-se, em escala maior, em peças isoladas de alto impacto: assim nasceram "O pensador" (1880; Museu Rodin), "O beijo" (1886; Louvre), e "O filho pródigo" (1889; Museu Rodin).
Um escultor sempre polêmico
     Outra obra plena de expressividade, "Os cidadãos de Calais" (1884-1886), celebra o sacrifício dos habitantes dessa cidade francesa, os quais em 1347 haviam se entregado como reféns ao rei Eduardo III da Inglaterra na esperança de que este suspendesse o cerco que lhes era imposto.
     Por volta de 1885, Rodin iniciou um romance com a aluna Camille Claudel, o mais tempestuoso dos muitos que teve, o qual terminou tragicamente.
     Aos problemas amorosos, somaram-se os criados por novas encomendas: um busto de Victor Hugo teve de ser refeito várias vezes, entre 1886 e 1909, por mostrar o escritor de peito nu.
     Já um monumental Balzac de corpo inteiro causou celeuma a partir de 1898, por já apontar para o ideário da arte moderna. Essa mesma obra, em 1939, foi posta no cruzamento dos boulevards Raspail e Montparnasse, em Paris.
     Uma série de bustos, como o de Octave Mirbeau (1889), Puvis de Chavannes (1891) e Clemenceau (1911) contribuiu para situar Rodin como mestre na arte do retrato em relevo pleno.
O hotel que virou museu
     Em 1908 o escultor se instalou no Hôtel Biron, palacete parisiense do século XVIII, transformado depois de sua morte no Museu Rodin.
     Admirado pela elite européia e considerado uma glória da França, Rodin morreu em Meudon em 17 de novembro de 1917.
     Em 1995, uma exposição de 58 peças suas no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro RJ, e logo na Pinacoteca do Estado, em São Paulo SP, atraiu cerca de meio milhão de pessoas, público nunca antes reunido em evento de artes plásticas no Brasil.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil

BIOGRAFIA

Nascido François-Auguste-René Rodin, as primeiras esculturas de Rodin foram feitas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 14 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo foi aceito na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.
Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin . A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e um terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.
Suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Musée Rodin), situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão.
Rodin teve como assistente a escultora Camille Claudel, com quem teve um romance e cujos trabalhos são muitas vezes confundidos com os de Rodin. Camille acreditava que Rodin queria se apropriar dos seus trabalhos. À época, foi considerada insana e terminou seus dias internada em um manicômio.
Rodin conquistou fama em vida, e suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.
Faleceu em 17 de novembro de 1917. Encontra-se sepultado no Musée Rodin, Meudon, Ilha de França, Paris na França.[1]

Nome completoFrançois-Auguste-René Rodin
Nascimento12 de novembro de 1840
Paris
Morte17 de novembro de 1917 (77 anos)Meudon
Nacionalidade França
OcupaçãoEscultor
Magnum opusO Pensador
Movimento estéticoRealismo - Impressionismo
Obras
Ficheiro:Zürich - Kunsthaus - Rodin's Höllentor IMG 7384 ShiftN.jpg
Auguste Rodin, Porta do Inferno
Ficheiro:AUGUST RODIN Balzac.jpg
Balzac, Paris

Ficheiro:AUGUST RODIN O beijo (detalhe).jpg
O Beijo (detalhe), Paris

Ficheiro:AUGUST RODIN O pensador (vista frontal).jpg
O pensador, Paris

Ficheiro:Rodin The Thinker Laeken cemetery.jpg




  • O Pensador

  • Ficheiro:Auguste Rodin-Burghers of Calais London (photo).jpg
    Os burgueses de Calais, Londres

    Ficheiro:Rodin The bronze age.jpg
    A idade do bronze, 1875/76, Berlin


    L’Éternelle Idole


    Bibliografia aconselhada
    • Rainer Maria Rilke, Auguste Rodin, Berlin, 1903 (biografia de Rodin escrita pelo seu amigo e secretário, o famoso poeta Rainer Maria Rilke).

     Ver Também

    Referências

    Ligações externas

    Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Rodin

    Auguste Rodin<BR>Le Baiser<BR>© Musée Rodin - Photo : Christian Baraja

    Auguste Rodin (1840-1917)

    The Kiss

    Circa 1882

    Auguste Rodin<BR>Fugit Amor<BR>© Musée Rodin - Photo : Christian Baraja

    Fugit Amor

    Before 1887, Marble carved circa 1890

    Auguste Rodin<BR>Monument à Balzac<BR>© Musée Rodin - Photo : Erik et Petra Hesmerg

    Monument to Balzac

    1898
    Bronze

    Auguste Rodin<BR>Les Bourgeois de Calais, première maquette<BR>© Musée Rodin - Photo : Adam Rzepka

    The Burghers of Calais, First Maquette

    1884
    Plaster

    Auguste Rodin<BR>Le Penseur<BR>© Musée Rodin - Photo : Jean de Calan

    The Thinker

    1903
    Bronze

    Auguste Rodin<BR>L'Homme qui marche<BR>© Musée Rodin - Photo : Christian Baraja

    The Walking Man

    1907
    Bronze

    Fonte:http://www.musee-rodin.fr/en/collections/photographies/

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