Pergunta: Pode-se ter uma experiência temporária do Eu Real, a realidade subjacente, mas então ela desaparece. Você pode dar alguma orientação em como permanecer estável naquele estado?
Annamalai Swami: Um lampião que está aceso pode apagar se o vento estiver forte. Se você quiser vê-lo novamente, você tem que reacendê-lo. Mas o Ser não é assim. Ele não é uma chama que pode ser apagada pela passagem dos ventos dos pensamentos e desejos. Ele é sempre luminoso, sempre brilhante, está sempre lá. Se você não está consciente dele, isso significa que você colocou uma cortina ou um véu na frente dele que bloqueia sua visão. O Ser não oculta a si mesmo atrás de uma cortina. É você que coloca a cortina lá ao acreditar em ideias que não são verdadeiras. Se a cortina se abre e então se fecha novamente, isso que dizer que você ainda está acreditando em ideias erradas. Se você erradicou-as completamente, elas não reaparecerão. Enquanto essas ideias estiverem cobrindo o Eu Real, você ainda precisa fazer constante sadhana.
Então, voltando à sua questão, o Eu Real não precisa estabilizar-se. Ele é pleno e completo em si mesmo. É a mente pode ser estabilizada ou desestabilizada, não o Ser.
Pergunta: Por constante sadhana, você quer dizer autoinquirição?
Annamalai Swami: Sim. Pela força da prática, ao fazer esta sadhana, esse véu será completamente removido. Não haverá outros obstáculos. Você pode ir ao topo de Arunachala, mas se você não estiver alerta, se não estiver prestando atenção, você pode escorregar e ir parar no Easanya Math [uma instituição hindu ao pé da montanha].
Pergunta: Por constante sadhana, você quer dizer autoinquirição?
Annamalai Swami: Sim. Pela força da prática, ao fazer esta sadhana, esse véu será completamente removido. Não haverá outros obstáculos. Você pode ir ao topo de Arunachala, mas se você não estiver alerta, se não estiver prestando atenção, você pode escorregar e ir parar no Easanya Math [uma instituição hindu ao pé da montanha].
Você tem que fazer um esforço enorme para realizar o Ser. É muito fácil parar no caminho e cair de volta na ignorância. A qualquer momento você poder cair. É preciso fazer um esforço sólido e determinado para permanecer no pico quando você o alcançar pela primeira vez, mas finalmente chegará o tempo em que você estará plenamente estabelecido no Eu Real. Quando isso acontecer, você não poderá cair. Você alcançou sua meta e esforços não são mais necessários. Até que esse momento chegue, constante sadhana é requerida.
Pergunta: Nesse estágio é importante ter um Guru, nesse período quando esforços constantes são necessários?
Annamalai Swami: Sim. O Guru lhe orienta e lhe diz que o que você fez não é o suficiente. Se você está enchendo um balde com água, você sempre pode acrescentar mais água enquanto houver espaço. Mas quando ele estiver completamente cheio, quase transbordando, não faz sentido colocar nem mais uma única gota. Você pode achar que fez o suficiente, e pode até mesmo acreditar que seu balde está cheio, mas o Guru está em melhor posição para ver que ainda há espaço, e que mais água precisa ser acrescentada. Não confie em seu próprio julgamento nesse assunto. O estado que você alcançou pode parecer ser completo e final, mas se o Guru diz, “Você precisa mais sadhana”, acredite nele e continue com seus esforços.
Annamalai Swami: Sim. O Guru lhe orienta e lhe diz que o que você fez não é o suficiente. Se você está enchendo um balde com água, você sempre pode acrescentar mais água enquanto houver espaço. Mas quando ele estiver completamente cheio, quase transbordando, não faz sentido colocar nem mais uma única gota. Você pode achar que fez o suficiente, e pode até mesmo acreditar que seu balde está cheio, mas o Guru está em melhor posição para ver que ainda há espaço, e que mais água precisa ser acrescentada. Não confie em seu próprio julgamento nesse assunto. O estado que você alcançou pode parecer ser completo e final, mas se o Guru diz, “Você precisa mais sadhana”, acredite nele e continue com seus esforços.
Bhagavan costumava dizer muitas vezes, “O Guru físico está fora, dizendo a você o que fazer e empurrando você para dentro do Eu Real. O Guru interno, o Eu Real dentro de você, simultaneamente puxa você em direção a ele.”
Uma vez que você tenha se fixado no Guru interno, o Eu Real, a distinção entre Guru e discípulo desaparece. Nesse estado você não precisa mais da ajuda de qualquer Guru. Você é Aquilo, o Ser. Até que o rio alcance o oceano ele é obrigado a continuar fluindo, mas quando chega ao oceano, ele torna-se o oceano e o fluxo pára. Originalmente, a água do rio veio do oceano. Na medida em que flui, ela está simplesmente fazendo o caminho de volta até a sua fonte. Quando você medita ou faz sadhana, você está fluindo de volta para a fonte de onde você veio. Depois de ter alcançado essa fonte, você descobre que tudo o que existe – mundo, Guru, mente – é um. Diferenças e distinções não surgem lá.
Não dualidade é jnana; dualidade é samsara. Se você puder abandonar a dualidade, só Brahman permanece, e você percebe que você mesmo é esse Brahman, mas para fazer essa descoberta a meditação contínua é necessária. Não reserve períodos de tempo para isso. Não considere isto como alguma coisa que você faz quando está sentado com os olhos fechados. Essa meditação tem que ser contínua. Pratique-a enquanto estiver comendo, caminhando, e mesmo conversando. Ela tem que acontecer o tempo todo.
Fonte:http://buscaespiritual.blogspot.com.br/2012_10_01_archive.html
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