CÉLULAS TRONCO E BIÔNICAS : AVANÇO DE TECNOLOGIAS QUE PARECEM FICÇÃO CIENTÍFICA




Células-tronco e biônicas: o avanço das tecnologias que parecem ficção científica

A tecnologia de células-tronco carrega várias promessas, como a de regenerar membros perdidos, recuperar órgãos danificados e mesmo proteger sistemas, como o sistema nervoso, de danos. Por outro lado, a tecnologia biônica é promissora também para substituir órgãos e ampliar os sentidos humanos.
Em alguns campos, elas estão em competição. Tomemos como exemplo o olho. É o órgão dos sentidos mais utilizado, mas também muito sujeito a ferimentos e a doenças degenerativas, como a degeneração macular, causa mais comum de cegueira.
Existem várias pesquisas com células-tronco para tratar problemas de visão e mesmo cegueira. Um exemplo é o trabalho da Advanced Cell Technology (ACT – Tecnologia Avançada de Células) que está usando células embriônicas para gerar células epiteliais retinais pigmentadas, que já estão em testes para tratar duas formas diferentes de degeneração macular.
Ao mesmo tempo, pesquisadores de biônica também estão fazendo progressos na restauração da visão. Um dos projetos nesta área implantou um telescópio biônico nos olhos de um paciente que sofre de degeneração macular. E, aparentemente, está funcionando!
Parece coisa de ficção científica, mas nas próximas décadas vários órgãos humanos poderão ser substituídos usando células-tronco ou biônicas, ou mesmo ambas. Por exemplo, já existe um meio de “reconstrução” de pele que pode ser aplicada com um spray de células-tronco, e também substituição de genitais com células-tronco. Há também o tratamento de surdez usando células-tronco, que tem promessas bem concretas para os próximos dez anos, junto com os implantes auditivos “biônicos”.
O próximo passo é a substituição de membros perdidos, mas, neste campo, a biônica está bem mais avançada que a tecnologia de células-tronco. [Science 2.0]



Células-tronco embrionárias devolvem visão a pacientes cegos

Cientistas americanos conseguiram melhorar a visão de duas pacientes que estavam quase cegas injetando células-tronco de embriões em seus olhos. As duas mulheres tiveram a visão melhorada em questão de semanas depois de receberem o tratamento.
Essa descoberta traz esperança de cura no futuro para a degeneração macular relacionada à idade – que resulta em perda de visão devido a danos na retina. Este problema afeta atualmente cerca de 500 mil pessoas na Grã-Bretanha.
Os resultados publicados nesta semana proporcionam um grande impulso na pesquisa com células-tronco. “Este é um momento muito emocionante em relação a terapias com células-tronco embrionárias”, afirmou Daniel Brison, pesquisador na área de células-tronco em Manchester, na Inglaterra.
Esse foi o primeiro relatório científico que mostrou que células derivadas de embriões foram transportadas com segurança em humanos sem sinais de complicações.
Em uma experiência paralela, um homem britânico se tornou o primeiro europeu a ser tratado com células-tronco embrionárias, no Hospital de Olhos Moorfield, em Londres.
Ambas as mulheres que fizeram parte do estudo realizado nos EUA sofrem de degeneração macular, condição que piora a visão central e é causada pela morte de células da retina. As duas pacientes receberam o tratamento com células-tronco em julho passado.
Pesquisadores da Jules Stein Eye Institute, da Universidade da Califórnia, nos EUA, não encontraram problemas de segurança com as duas pacientes, quatro meses depois que elas começaram o tratamento.
Cada paciente teve um dos olhos injetados com cerca de 50 mil epitélios pigmentados da retina (EPR), células derivadas de células-tronco embrionárias. Dessa maneira, a visão de um olho pode ser comparada com a do outro, que não recebeu o tratamento.
A degeneração macular relacionada à idade é causada pela morte das EPRs na retina. Cientistas acreditavam que novas células EPR provenientes de células-tronco, desenvolvidas nos EUA, poderiam ajudar a melhorar a saúde dos olhos e a visão – o que se mostrou correto no novo estudo. [Telegraph, Foto]

Cegueira e surdez curadas com células-tronco

A cura da cegueira tornou-se realidade, ao menos para girinos. E a cura da surdez em porquinhos da índia também foi alcançada. Esses avanços não seriam possíveis sem as células tronco, anunciaram pesquisadores, em descobertas que poderão ajudar também os humanos.
Uma equipe de cientistas reparou audição em porquinhos da índia usando células-tronco humanas retiradas da medula óssea e outro grupo conseguiu fazer nascer olhos funcionais em girinos usando células de sapos.
Apesar destas descobertas não terem aplicações diretas em humanos elas mostram o potencial da medicina regenerativa nos processos biológicos mais básicos no desenvolvimento da audição e da visão
Segundo os pesquisadores estas descobertas mostram o extraordinário potencial das células-tronco no tratamento de uma série de doenças, desde as fatais até as debilitantes, que afetam milhões de pessoas pelo mundo.
Pesquisadores da Universidade Nacional de Chonnam, na Coréia do Sul, usaram células-tronco mesênquimas, da medula óssea de humana, para restaurar a audição — que havia sido destruída quimicamente — em porquinhos da índia.
Em laboratório, eles criaram tecido nervoso à partir das células-tronco. Em seguida as transplantaram para os ouvidos internos dos animais. Três meses depois os animais já tinham alguma audição.
O objetivo era regenerar minúsculos pelos dentro dos ouvidos que são essenciais para a audição dos mamíferos. No entanto os cientistas não podem afirmar com certeza se a produção dos novos pelos, que não se regeneram sozinhos, ocorreu por causa das células-tronco.
A equipe quer realizar experimentos em humanos, pois a maioria dos problemas de audição são causados pela destruição destes pelos por causa de sons altos, ataque auto-imune, medicamentos tóxicos, ou idade avançada.
Outro estudo da Universidade de Medicina SUNY, nos EUA, conseguiu fazer crescerem olhos funcionais em embriões de sapos usando células-tronco.
A equipe conseguiu manipular sete fatores genéticos para diferenciar as células-tronco em olhos nos girinos, para que os animais pudessem enxergar.
Ainda não existe aplicação imediata para humanos, mas criar diferentes tipos de células é o objetivo da medicina regenerativa, segundo os pesquisadores. [Reuters]

Células-tronco substituem células mortas no cérebro

Um intrigante novo estudo reitera a promessa de que células-tronco podem curar muitas doenças diferentes. Células-tronco, no corpo humano, podem ser transformadas em diversos tipos de células diferentes, dependendo dos agentes biológicos aos quais elas foram expostas. Inicialmente, células-tronco foram assunto de muitos debates, pelo fato delas terem sido obtidas de fetos, mas agora cientistas estão começando a produzi-las em laboratório, transformando células normais em células-tronco.
No estudo recente, uma equipe liderada pelo Dr. Mike Modo, do Instituto de Psiquiatria do King’s College de Londres, experimentou implantar células-tronco em ratos afetados por derrames. Derrames, causados por obstruções em vasos sanguíneos cerebrais, causam a morte dos neurônios. Estudos anteriores tentaram implantar as células-tronco, para que estas se transformassem em novos neurônios. Entretanto, não houve grande sucesso.
O novo estudo, porém, mostra como este crescimento é possível: as células apenas precisam de uma “armação” para crescer. Em estudos passados, as células migraram para outras áreas do cérebro, as tornando basicamente inúteis para resolver o problema. No novo estudo, os pesquisadores implantaram as células junto a uma estrutura feita de um polímero biodegradável chamado PLGA, dentro da região afetada. O resultado foi o crescimento, com sucesso, de novos neurônios na região afetada em apenas 7 dias. A técnica tem alta possibilidade de ser viável em humanos.
Segundo Dr. Modo, “Nós esperaríamos ver melhoras mais substanciais depois de um derrame, se pudéssemos substituir totalmente o tecido cerebral perdido. E é isso o que estamos podendo fazer com nossa técnica”.
“Nesse processo, podemos injetar as partículas de PLGA com as células através de uma agulha muito fina, adotando a forma da cavidade, que durante o processo será preenchida pelas células, que fazem conexões com outras células, ajudando a estabelecer o novo tecido”, continua o Dr. Modo.
As regiões com tecidos danificados são detectadas através de ressonância magnética – e o desenvolvimento do novo tecido é acompanhado da mesma forma.
O próximo passo dos pesquisadores será permear as novas células com VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), que ajuda a criar novos vasos para irrigar o tecido. Isso ajuda a trazer corrente sanguínea para a nova região, a mantendo viva.
O professor Douglas Kell, chefe-executivo do Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC), que fundou o projeto, afirma: “Derrame é uma das maiores causas de invalidez em países industrializados. A tecnologia para tratar derrames através do reparo dos danos cerebrais está chegando cada vez mais perto de nossas clínicas. Esta pesquisa será certamente um fundamento para tratameno ainda melhores no futuro”. [Daily Tech, Science Daily]

Células-tronco curam o mal de Parkinson em ratos

Células-tronco, retiradas do útero de uma humana, se transformaram em neurônios quando injetadas em cérebros de ratos que sofriam de Parkinson. A pesquisa sugere que mulheres que sofrem com a doença podem ser suas próprias doadoras.
A pesquisa, feita na Universidade de Yale, diz que seria possível fazer um banco de células tronco uterinas, já que elas são fáceis de serem encontradas. Segundo os cientistas, o útero é a fonte mais abundante e mais segura de células tronco.
Para quem não sabe, células tronco são as matrizes de nosso organismo. Todos as nossas células se desenvolvem a partir dela, não importando qual a sua “especialidade” (se é uma célula da pele, uma célula muscular ou, como no caso da pesquisa, um neurônio).
Os cientistas descobriram que, por alguma razão, as células tronco do útero tem um índice de rejeição menor do que outros tipos de células tronco. E, quando as mulheres menstruam, estão desperdiçando esse material, já que ele aparece no endométrio (a camada que reveste o útero internamente todos os meses e que, quando a mulher não engravida, é descartada através da menstruação).
A doença de Parkinson pode, talvez, ser curada através do implante de células tronco. Como ela destrói neurônios, fazendo com que algumas funções corporais do doente falhem, um implante de células que substituiriam os neurônios seria uma cura possível.
A equipe de cientistas de Yale coletou células tronco de nove mulheres que não sofriam com o mal de Parkinson e, depois, injetaram o material no cérebro de ratinhos que possuíam a doença.
Os sintomas dos ratos diminuíram, mas outro relatório está sendo preparado e irá analisar com mais detalhes os efeitos –e o possível sucesso – do tratamento. [Reuters]

esclerose múltipla
Tratamento com células-tronco é sucesso contra esclerose múltipla

Propaganda australiana sobre a esclerose múltipla. Várias partes do corpo da mulher estão com a legenda “Usar até”. O cartaz afirma: “Quando você tem EM você nunca sabe o que vai vencer primeiro”.
Um estudo realizado pela Northwestern University School of Medicine in Chicago sugeriu que transplantes de células-tronco podem controlar e, até mesmo, reverter os sintomas da esclerose múltipla, se o tratamento for iniciado a tempo.
Nenhum dos 21 voluntários diagnosticados com a doença, que tiveram células-tronco retiradas da própria medula óssea, piorou durante 3 anos. E, de acordo com os pesquisadores, 80% dos pacientes melhorou ao menos um ponto na escala de problemas neurológicos.
Mais testes ainda estão sendo planejados, mas a comunidade científica já considera os resultados encorajadores.
A Esclerose Múltipla é causada por um defeito no sistema imunológico do corpo, e pode causar sintomas como visão borrada, paralisia e perda de equilíbrio. No início da doença, a maioria das causas do sistema são parcialmente reversíveis. Mas, depois de dez ou quinze anos sem tratamento, efeitos secundários começam a aparecer e os danos neurológicos são irreversíveis.
Outros testes haviam sido feitos antes, mas nenhum mostrou resultados tão otimistas além do tratamento com células-tronco.
O tratamento começa com a retirada das células-tronco da medula óssea do paciente. Esse material é congelado enquanto drogas, que destroem as células danificadas pela Esclerose Múltipla, são administradas. Depois, as células-tronco são usadas para substituir as células destruídas do pelo sistema imunológico.
De acordo com o Dr. Doug Brown, gerente de pesquisas da Sociedade de Esclerose Múltipla, só resta testar o tratamento em um número grande de pessoas para confirmar seu sucesso. [BBC]



Alcançada cura de diabetes tipo 1 com células-tronco

Diabetes tipo 1 é causada pelo próprio sistema imunológico do corpo, que ataca células do pâncreas e requer injeções diárias de insulina para regular os níveis de glicose no sangue do paciente.
Um novo método usa células-tronco do sangue do cordão umbilical para re-educar as células dos diabéticos, reiniciando a função pancreática e reduzindo a necessidade de insulina.
Em um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Illnois, nos Estados Unidos, células-tronco de pessoas saudáveis foram usadas para educar as estruturas de defesa do corpo dos diabéticos. O progresso dos pacientes foi verificado nas semanas 4, 12, 24 e 40 depois da terapia.
Peptídeos C são fragmentos de proteína produzidos como um subproduto da fabricação de insulina e podem ser usados para determinar o quão bem as células beta (responsáveis por sintetizar e secretar o hormônio insulina) estão funcionando.
Depois de 12 semanas do tratamento, todos os pacientes que participaram da terapia com células-tronco melhoraram seus níveis de peptídeos C. A melhora continuou depois de 24 semanas e foi mantida até o fim do estudo.
Isto significa que a dose diária de insulina necessária para manter os níveis de glicose no sangue pode ser reduzida. O indicador de hemoglobina glicosilada (HbA1C) a longo prazo também caiu para pessoas que receberam o tratamento. [ScienceDaily]

Fonte:http://hypescience.com/

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