Foto de satélite da NASA. A ilha de Madagascar está contornada em vermelho.
Por ser tão remota, Madagascar só foi povoada por seres humanos nos últimos 2 mil anos, o que é recente na história da humanidade. Os Malagasy, como são chamadas as pessoas que nascem na ilha, são descendentes de povos da Indonésia, que atravessaram o oceano Índico e vieram parar em Madagascar. Povos árabes e africanos chegaram mais tarde e também fizeram contribuições importantes para a cultura da ilha.
A costa leste de Madagascar era território de piratas até que os franceses colonizaram a ilha, no final do século XIX. A independência veio em 1960 e hoje Madagascar é um estado democrático.
A vida selvagem em Madagascar
Aproximadamente 75% das espécies de plantas e animais de Madagascar são endêmicas, o que significa que elas só são encontradas lá e em nenhum outro lugar do planeta. A ilha é morada para alguns animais bem estranhos, como os lémures, os tenrecs (que parecem um porco-espinho), camaleões de todas as cores, a fossa e vários outros bichos. Infelizmente, muitos desses animais únicos e muito raros estão ameaçados de extinção por causa da caça e da destruição das florestas onde eles vivem.
Ayer-Ayer: primata da ilha de Madagascar
Madagascar é a quarta maior ilha do mundo, depois da Groenlândia, Nova Guiné e Bornéu. A capital, Antananarivo, fica mais ou menos no meio da ilha, e a mais de 9 mil km de distância do Rio de Janeiro!
Madagascar pode ser dividida em cinco regiões geográficas: a costa leste, o maciço de Tsaratanana, os planaltos centrais, a costa oeste e a região sudoeste. Os planaltos centrais vão do norte ao sul da ilha, com altitudes entre 800m e 1,800m. O maciço de Tsaratanana fica no norte da ilha e lá se encontra a montanha mais alta de Madagascar, o monte Maromokotro, com 2876m.
Madagascar é também chamada de “a grande ilha vermelha” por causa dos seus solos avermelhados, ruins para a agricultura. A ilha possui formações de calcário no oeste e norte. Essas formações são conhecidas como tsingy, e são o resultado de anos e mais anos de chuva, que faz causa a erosão da base de calcário.
Normalmente Madagascar tem duas estações: uma estação quente e úmida, de novembro até abril, e uma estação mais seca, que vai de maio até outubro.
A costa leste é a parte mais úmida do país, e portanto é onde ficam as florestas tropicais. Essa área é periodicamente devastada por ciclones e tempestades.
O planalto central é bem mais seco e frio, e nele se pratica a maior parte da agricultura de Madagascar, especialmente arroz.
Na costa oeste ficam as florestas decíduas. Florestas decíduas são aquelas onde as árvores perdem suas folhas durante a estação seca, que pode durar de 6 a 8 meses. Quando a chuva chega nessas áreas, as florestas decíduas se transformam num mar de folhas verdes.
O sudoeste de Madagascar é a parte mais seca da ilha, e alguns pedaços recebem tão pouca chuva que podem até ser considerados desertos.
Ninguém sabe ao certo quem foram os primeiros a chegar em Madagascar. Alguns antropólogos acreditam que os primeiros habitantes da ilha chegaram há 2 mil anos vindos da Indonésia e que os primeiros africanos só vieram do continente para a ilha muito depois disso.
Outros antropólogos sugerem que o povo de Madagascar descende de uma mistura de africanos e indonésios que aconteceu antes mesmo desses povos chegarem à ilha.
Mas um ponto onde a maioria dos estudiosos concorda é que independentemente de quem chegou primeiro, fato é que a ilha só foi ocupada recentemente (a idade da pedra não aconteceu em Madagascar) e que migrações posteriores trouxeram árabes e indianos que se juntaram à mistura que hoje compõe a população da ilha.
Essa mistura que deu origem aos Malagasy (como são chamados os habitantes de Madagascar) produziu uma cultura que incorpora elementos da Ásia, da África e do Oriente Médio. A influência indonésia na cultura Malagasy é bastante evidente na lingual, que é muito parecida com o dialeto falado em Boréu, uma das ilhas da Indonésia. O arroz é a comida mais tradicional de Madagascar e várias pessoas comem arroz em todas as refeições! A carne também é um prato tradicional, mas caro. O gado de Madagascar veio da Índia, mas reflete a influência africana na cultura, já que amaioria dos indianos não come carne.
Um pai Bara com sua filha perto de Isalo, em Madagascar.
A população de Madagascar é de aproximadamente 10 milhões de habitantes e a aparência das pesosas, assim como suas tradições e hábitos religiosos, variam muito de uma região para a outra. Assim como acontece no Brasil, apesar das diversidades regionais, o povo Malagasy é unido por uma só língua.
Madagascar tem uma grande riqueza cultural. Existem mais de 20 grupos étnicos, desde os Merina que descendem dos indonésios e vivam nas montanhas, até os Sakalava que vieram da África e vivem na costa oeste e os Antaimoro, que vivem no outro lado da ilha e são descendentes de povos árabes.
Em Madagascar os ancestrais são parte do presente e não só do passado; em várias regiões a tradição e os costumes são colocados acima da lei e religiões do ocidente se misturam com magia.
Os primeiros humanos chegaram em Madagascar há mais ou menos 2 mil anos atrás vindos da Indonésia e da África. Mercadores africanos chegaram na ilha em meados de 800-900 A.C., quando começou o comércio na costa norte.
O primeiro europeu a chegar na ilha foi o capitão português Diogo Dias, que viu Madagascar no dia 19 de agosto de 1500. O navio do capitão Dias estava a caminho da Índia mas acabou em Madagascar por engano. O capitão deu à ilha o nome de St. Lawrence. Nos anos 1500 os portugueses, os franceses, os holandeses e os ingleses, todos, tentaram estabelecer pontos de comércio em Madagascar. Mas todas essas tentativas falharam por causa das condições hostis e da luta dos guerreiros Malagasy.
No final do século XVII, os europeus finalmente conseguiram entrar em Madagascar, enquanto os piratas dominavam o lado leste da ilha. Esses piratas usavam a ilha como base para seus ataques contra navios levando mercadorias da ĺndia para a Europa. Durante o século XVIII os franceses continuaram tentando se estabelecer na costa leste, sem nunca conseguir fazê-lo.
Enquanto isso, do outro lado da ilha, os Sakalavas fundaram o primeiro reino de Madagascar. Em 1810, seus rivais, os Merina, dominavam quase toda a ilha. O rei dos Merina, Radama I, estabeleceu relações comerciais com os britânicos e permitiu que missionários ingleses entrassem no país e espalhassem o cristianismo pela ilha. No reinado de Radama Madagascar viveu uma espécie de mini revolução industrial. Com a morte do rei, sua esposa, Ranavalona I, assumiu poder e aterrorizou a ilha de Madagascar durante 33 anos perseguindo cristãos, expulsando estrangeiros, executando rivais políticos e revivendo a tradição de sacrificar crianças nascidas em dias de má sorte. As relações com a Europa só foram reabertas depois da morte da rainha.
Em 1883 a França invadiu Madagascar e em 1896 seu controle sobre a ilha era total e Madagascar se tornou uma colônia francesa. A França usava Madagascar como fonte de madeira e de produtos exóticos como a baunilha. O povo Malagasy tentou se rebelar contra a presença francesa, especialmente em 1918 e 1947, mas a independência só veio em 26 de Junho de 1960.
Em 1975, Didier Ratsiraka assumiu o poder em Madagascar. Ele governou como ditador até 1991, quando foi deposto em meio a uma crise econômica. Ele reassumiu a presidência logo em seguida e governou até perder a eleição de 2001. O novo presidente, Marc Ravalomanana, prometeu trazer democracia ao país
Produção de baunilha em Madagascar.
Photo by Julie Larsen Maher of the Wildlife Conservation Society
Apesar dos preços relativamente altos da baunilha, um Malagasy ganha em média 1 dólar por dia. 70% da população do país está abaixo da linha da pobreza e quase metade das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição.
Por que Madagscar é tão pobre? Existem várias razões. Nos tempos do ditador Didier Ratsiraka o governo era extremamente corrupto e roubou grande parte do dinheiro país. Madagascar era uma colônia de exploração, o que signifca extração dos recursos naturais ao máximo, e nenhum investimento e crescimento econômico. A falta de infra-estrutura, especialmente estradas, dificulta a vida dos fazendeiros, que não tem como transportar a sua produção, o que é agravado pelo fato de Madagascar ser uma ilha e estar isolada, o que aumenta os preços e dificulta o comércio. Tudo que Madagascra quer importar ou exportar fica mais caro. Um sistema de educação fraco impede que os ovens Malagasy consigam bons empregos e poucas pessoas têm acesso à tecnologias ou à internet. A além de tudo isso, a destruição do meio-ambiente reduz a capacidade dos agricultores de produzir comida. Todos esses fatores contribuem para a pobreza de Madagascar.
Mas nem tudo está perdido. Em 2005 o governo de Madagascra anunciou a descoberta de grande uma quantidade de petróleo. O petróleo deve ser parte fundamental do futuro econômico de Madagascar, junto com a mineração, a exploração de pedras preciosas (Madagascar tem muitas safiras) e o turismo. O ecoturimo, uma forma de turismo que minimiza os impactos no meio-ambiente, pode ajudar a economia de Madagascar e ao mesmo tempo proteger a natureza e a vida selvagem.
Fonte:http://www.wildmadagascar.org/brazilian-portuguese/kids/01-introduction.html
Foto Destaque: Marco Zanferrani/Flickr
A Ilha de Madagascar, situada na costa da África e uma das maiores do mundo, já serviu de inspiração para tudo: de música de axé (lembram-se?) a filme de animação. O país tem uma rica fauna e flora, sendo uma das maiores biodiversidades do mundo. Sua beleza natural contrasta com a pobreza de sua população.
Nós do MalaPronta.com selecionamos algumas fotos para que você conheça melhor este belo país africano.
Depois dessas fotos dá para perceber porque Madagascar serviu de inspiração para diferentes projetos. Não se esqueça de comentar dizendo o que achou das fotos, estamos esperando o seu comentário!
Fonte:http://www.malapronta.com.br/blog/
Madagascar é refúgio de plantas e animais que vieram da pré-história. Eles foram se adaptando às alterações do clima e do tempo, mas mudaram de maneira diferente. O chefe da expedição está em boas mãos. Ele e a botânica Lucille Allorge vão enfrentar os caminhos íngremes de Madagascar. A vegetação já é uma surpresa: como pode crescer apesar da pouca luz que vem do céu e da escassa umidade do solo?
E os bichos? Como são originais e parecem excitados com a visita! Lêmures, que são parentes dos macacos e, sobretudo, os camaleões, acharam na ilha um refúgio ideal.
Madagascar é refúgio de plantas e animais que vieram da pré-história. Eles foram se adaptando às alterações do clima e do tempo, mas mudaram de maneira diferente. O chefe da expedição está em boas mãos. Ele e a botânica Lucille Allorge vão enfrentar os caminhos íngremes de Madagascar. A vegetação já é uma surpresa: como pode crescer apesar da pouca luz que vem do céu e da escassa umidade do solo?
E os bichos? Como são originais e parecem excitados com a visita! Lêmures, que são parentes dos macacos e, sobretudo, os camaleões, acharam na ilha um refúgio ideal.
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