O PODER DO AGORA (TRECHOS)-ECKHART TOLLE E A RESPIRAÇÃO YOHAM

AMANHECER EM LUZ & PAZ

Não há dúvidas de que precisamos da mente e do tempo, mas no momento em que eles assumem o controle de nossas vidas, surgem os problemas, o sofrimento e a mágoa.
O futuro é um agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o agora. Quando pensamos sobre o futuro, fazemos isso no agora. Obviamente o passado e o futuro não têm realidade própria, a realidade deles é “emprestada” do agora. 
Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja ter responsabilidade sobre a sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve fazê-lo agora. Depois, arque com as conseqüências. Sem desculpas. Sem negatividade. O estresse é causado pelestar “aqui” embora se deseje estar “lá”, ou por se estar no presente desejando estar no futuro. É uma divisãoque corta a pessoa por dentro. Criar e viver com essa divisão é insano. O fato de que todas as pessoas estão agindo assim não torna ninguém menos insano.
Seu objetivo está tomando de tal modo a sua atenção que o momento presente é apenas um meio para atingir um fim? Está consumindo a alegria das coisas que você faz? Você está esperando para começar a viver? Se você desenvolver este tipo de padrão mental, não importa o que você adquira ou alcance, o presente nunca será bom o bastante. O futuro sempre parecerá melhor. Uma receita perfeita para uma insatisfação permanente, você não acha? 
Todo momento é o melhor. Isso é iluminação.

A palavra iluminação transmite a idéia de uma conquista sobre-humana e isso agrada ao ego, mas é simplesmente o estado natural de sentir-se em unidade com o ser.
Todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar.
A mente condicionada é o resultado de toda a nossa história passada, bem como dos valores coletivos que herdamos... Muitas pessoas vivem com um torturador em suas cabeças, que as ataca e pune sem parar.
A boa notícia é que podemos nos libertar de nossas mentes... Comece a prestar atenção ao que a voz diz, principalmente aos padrões repetitivos de pensamento, aquelas velhas trilhas sonoras que você escuta dentro da sua cabeça há anos.,,, Logo você perceberá: lá está a voz e aqui estou eu.
80% a 90% dos pensamentos não são só repetitivos e inúteis, mas, por conta de uma natureza frequentemente negativa, são também nocivos.
Esse tipo de pensamento compulsivo é na verdade, um vício.
“O ego está sempre preocupado em manter vivo o passado, porque ele pensa que sem ele não seríamos ninguém. E se projeta no futuro para assegurar a continuação de sua sobrevivência e buscar algum tipo de escape ou satisfação lá adiante. Ele diz assim: Um dia, quando isso ou aquilo acontecer, vou ficar bem, feliz e em paz. Para o ego, o momento presente dificilmente existe. Só o passado e o futuro são considerados importantes.”
No estado iluminado, continuamos a usar nossas mentes quando necessário, mas de um modo mais focalizado e eficiente.
O pensamento sozinho, quando não mais conectado com a área da consciência, que é muito mais ampla, rapidamente se torna árido, doentio e destrutivo.
Se você não consegue sentir suas emoções, se as mantém à distância, terminará por senti-las em um nível puramente físico, como um sintoma ou um problema físico.

"A maior parte da dor humana é desnecessária.
Cria-se a si própria enquanto for a mente inobservada a dirigir a vida.
A dor que tu criares agora será sempre uma certa forma de não aceitação, uma certa forma de resistência inconsciente àquilo que é.
Ao nível emocional, é uma certa forma de negatividade.
A intensidade da dor depende do grau de resistência ao momento presente, e esta por seu lado depende de quão fortemente estiveres identificado com a tua mente.
A mente procura sempre recusar o Agora e escapar dele.
Por outras palavras, quando mais identificado estiveres com a tua mente, mais sofrerás. Ou poderás colocar a questão deste modo: quando mais honrares e aceitares o Agora, mais livre estarás da dor, do sofrimento - e livre da mente egoica.
Porque é que a mente recusa ou resiste habitualmente ao Agora?
Porque ela não consegue nem funcionar nem ficar no comando sem tempo, que é passado e futuro, e por conseguinte para ela o Agora representa uma ameaça.
De fato, o tempo e a mente são inseparáveis. (...) A mente para garantir que continua no comando, procura constantemente a encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar pelo tempo, também a tua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.
Um fardo de tempo, cada vez mais pesado, tem vindo a acumular-se na mente humana.
Todos os indivíduos sofrem sob esse fardo, mas também continuam a somar-lhe todos os momentos, sempre que ignoram ou recusam esse precioso Agora ou o reduzem a um meio para alcançarem um determinado momento futuro, o qual só existe na mente e nunca na actualidade.
A acumulação de tempo na mente humana, coletiva e individual, contém igualmente uma enorme quantidade de dor residual que vem do passado."

A impermanência e os ciclos da vida (o poder do agora – trechos)


Existem ciclos de sucesso, como quando as coisas acontecem e dão certo, e ciclos de fracasso, quando elas não vão bem e se desintegram. Você tem de permitir que elas terminem, dando espaço para que coisas novas aconteçam ou se transformem.
Se nos apegamos às situações e oferecemos uma resistência nesse estágio, significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer. É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas aconteçam. Um ciclo não pode existir sem o outro.
O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual. Você tem de ter falhado gravemente de algum modo, ou passado por alguma perda profunda, ou por algum sofrimento, para ser conduzido à dimensão espiritual. Ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se transformado em fracasso.
O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. No mundo da forma, todas as pessoas “fracassam” mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota. Todas as formas são impermanentes.
Você pode ser ativo e apreciar a criação de novas formas e circunstâncias, mas não se sentirá identificado com elas. Você não precisa delas para obter um sentido do eu interior. Elas não são a sua vida, pertencem a sua situação de vida.
Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para uma renovação. Enquanto estivermos identificados com a mente, não poderemos evitar a compulsão de fazer coisas e a tendência para extrair o nosso valor pessoal de fatores externos, tais como as conquistas que alcançamos.
Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. Assim, a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida autoprotetora, e criar uma doença com o objetivo de nos forçar a parar, de modo a permitir que uma necessária renovação possa acontecer.
Enquanto a mente julgar uma circunstãncia “boa”, seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar ou o nosso corpo físico, ela se apegará e se identificará com ela. Isso faz você se sentir bem em relação a si mesmo e pode se tornar parte de quem você é ou pensa que é.
Mas nada dura nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma: a mesma condição que fez você feliz agora faz você infeliz. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio de amanhã. O casamento feliz e a lua-de-mel se transformam no divórcio infeliz ou em  uma convivência infeliz.
A mente não consegue aceitar quando uma situação à qual ela tenha se apegado muda ou desaparece. Ela vai resistir à mudança. É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.
Isso significa que a felicidade e a infelicidade são, na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa.
NÃO OFERECER RESISTÊNCIA  à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins.
É quase paradoxal, mas, como já não existe mais uma dependência interior quanto à forma, as circunstância gerais de sua vida, as formas externas, tendem a melhorar consideravelmente. As coisas, as pessoas ou as circunstâncias que você desejava para a sua felicidade vêm agora até você sem qualquer esforço, e você está livre para apreciá-las enquanto durarem.
Todas essas coisas naturalmente vão acabar, os ciclos virão e irão, mas com o desaparecimento da dependência não há mais medo de perdas. A vida flui com facilidade.
A felicidade  que provém de alguma coisa secundária nunca é muito profunda. É apenas um pálido reflexo da alegria do Ser, da paz vibrante que encontramos dentro de nós ao entrarmos no estado de não-resistência.
Uma vez um monge budista disse: “Tudo o que aprendi nos vinte anos em que sou monge pode ser resumido em uma frase: Tudo o que surge, desaparece. Isso eu sei”. O que ele quis dizer foi o seguinte: aprendi a não oferecer qualquer resistência ao que é; aprendi a permitir que o momento presente aconteça e a aceitar a natureza impermanente de todas as coisas e circunstâncias. Foi assim que ele encontrou a paz.
Mesmo que tudo em volta desabe e fique em pedaços, você ainda sentirá uma profunda paz interior. Você pode não estar feliz, mas vai estar em paz.

- Para ficarmos presentes no dia-a-dia, ajuda muito estarmos profundamente enraizados dentro de nós mesmos. Ocupar o corpo completamente. Ter sempre a atenção concentrada no campo energético interior do corpo. A consciência do corpo nos mantém presentes.

- Dirija a atenção para dentro do teu corpo. Sinta-o lá no fundo. Está vivo? Há vida nas suas mãos, braços, pernas e pés, em seu abdômen, no seu peito? Você consegue sentir o campo de energia sutil impregnando todo o seu corpo e fazendo palpitar cada órgão e cada célula? Percebe o que está acontecendo em todas as partes do corpo ao mesmo tempo, como se fosse um só campo de energia? Mantenha o foco, por alguns momentos, na sensação que passa pelo seu corpo interior. Não comece a pensar sobre ela. Sinta-a. Quanto mais atenção você der a sensação, mais clara e forte ela ficará. É como se cada célula se tornasse mais viva.

- Mesmo de olhos abertos nunca perca o contato com o seu corpo interior. A chave é estar em um estado de conexão permanente com o nosso corpo interior, em senti-lo em todos os momentos. Quanto mais consciência direcionamos para o nosso corpo interior, mais cresce a freqüência vibracional.

- Não desvie toda a sua atenção da mente nem do mundo exterior. Procure, por todos os meios, se concentrar naquilo que você está fazendo, mas sinta o corpo interior ao mesmo tempo, sempre que possível. Tenha as raízes fincadas dentro de você. Observe como isso altera o seu estado de consciência e a qualidade do que você está fazendo.

- Sempre que você tiver que esperar, seja no trânsito ou numa fila, use este tempo para sentir o seu corpo interior.

- Quando surgirem desafios, adote o hábito de penetrar direto em seu eu interior e se concentrar o máximo que puder no campo de energia interna do seu corpo. Se precisarmos de uma resposta para esta situação, ela virá deste campo.

- Se você encontrar dificuldade em entrar em contato com o seu corpo interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração. Observe atentamente a respiração, com o ar entra e sai do corpo ou, às vezes, você pode iniciar com algumas respirações conscientes lentas e profundas.

- Caso você precise usar a mente para um propósito específico, use-a em parceria com o seu corpo interior. Sempre que for necessária uma resposta, uma solução, uma idéia criativa, pare de pensar por um momento e focalize a atenção em seu campo de energia interior.

O que é o poder do Agora?
Nada mais do que o poder da sua presença, da sua consciência libertada das formas de pensamento. Portanto, lide com o passado no nível do presente.
Quanto mais atenção você der ao passado, mais energia estará dando a ele e mais probabilidades terá de construir um eu interior baseado nele. Não confunda as coisas. A atenção é essencial, mas não em relação ao passado como passado. Dê atenção ao presente. Dê atenção ao seu comportamento, às suas reações, seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, não de modo crítico ou analítico, mas sem julgamentos, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder da sua presença. Não é procurando no passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando no presente.


Ela se volta para dentro de si mesma e se torna algo contrário à vida, como um animal tentando comer o próprio rabo. Por que você acha que a nossa civilização se tornou tão autodestrutiva?
Acontece que as forças destrutivas da vida, ainda são energia vital. Mesmo quando começamos a deixar de nos identificar e nos tornamos observadores, o sofrimento ainda continua a agir por um tempo e vai tentar fazer com que voltemos a nos identificar com ele. Embora não esteja mais recebendo a energia originada da nossa identificação com ele, o sofrimento ainda tem sua força, como uma roda-gigante que continua a girar, mesmo quando deixa de receber o impulso. Nesse estágio, o sofrimento pode até ocasionar dores em diversas partes do corpo, mas elas não vão durar. Esteja presente, fique consciente. Vigie o seu espaço interior. Você vai precisar estar presente e alerta para ser capaz de observar o sofrimento de um modo direto e sentir a energia que emana dele. Agindo assim, o sofrimento não terá força para controlar o seu pensamento. No momento em que o seu pensamento se alinha com o campo energético do sofrimento, você está se identificando com ele e, de novo, alimentando-o com os seus pensamentos.

Resumindo o processo: concentre a atenção no sentimento dentro de você. Reconheça que é o sofrimento. Aceite que ele esteja ali. Não pense a respeito. Não permita que o sentimento se transforme em pensamento. Não julgue nem analise. Não se identifique com o sentimento. Esteja presente e observe o que está acontecendo dentro de você. Perceba não só o sofrimento emocional, mas também a presença “de alguém que observa”, o observador silencioso. Esse é o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente. Veja, então, o que acontece.

A idéia é parar de pensar completamente? Não, não consigo, a não ser por um ou dois segundos.
Então, é porque a mente está usando você. Estamos tão identificados com ela que nem percebemos que somos seus escravos. É quase como se algo nos dominasse sem termos consciência disso e passássemos a viver como se fôssemos a entidade dominadora. A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência. Percebemos também que todas as coisas realmente importantes como a beleza, o amor, a criatividade, a alegria e a paz interior surgem de um ponto além da mente. É quando começamos a acordar.

O pensamento não é indispensável para sobrevivermos neste mundo?
Nossa mente é um instrumento, uma ferramenta. Está ali para ser usada em uma tarefa específica e depois ser deixada de lado. Sendo assim, eu poderia afirmar que 80% a 90% dos pensamentos não só são repetitivos e inúteis, mas, por conta de uma natureza freqüentemente negativa, são também nocivos. Observe sua mente e verificará como isso é verdade. Essa atitude causa uma perda significativa de energia vital. Esse tipo de pensamento compulsivo é, na verdade, um vício. 

O que caracteriza um vício?
Simplesmente não termos mais a opção de parar. O vício parece mais forte do que nós. Proporciona ainda uma falsa sensação de prazer, um prazer que, quase sempre, se transforma em sofrimento.

Por que temos de ser viciados em pensar?
Porque estamos identificados com esse processo, já que a percepção do eu interior tem origem no conteúdo e na atividade de nossas mentes. Acreditamos que deixaríamos de existir se parássemos de pensar. No processo de crescimento, construímos uma imagem mental de nós mesmos, baseada em nosso condicionamento pessoal e cultural. Podemos chamar isso “o fantasma pessoal do ego”. Consiste em uma atividade mental e só pode ser mantido através do pensar constante. A palavra ego tem sentidos diferentes para pessoas diferentes, mas aqui significa um falso eu interior, criado por uma identificação inconsciente com a mente. Para o ego, o momento presente dificilmente existe. Só o passado e o futuro são considerados importantes. Essa total inversão da verdade explica por que, para o ego, a mente não tem função. O ego está sempre preocupado em manter vivo o passado, porque pensa que sem ele não seríamos ninguém. E se projeta no futuro para assegurar a continuação de sua sobrevivência e buscar algum tipo de escape ou satisfação lá adiante. Ele diz assim: “Um dia, quando isso ou aquilo acontecer, vou ficar bem, feliz, em paz”. Mesmo quando o ego parece estar preocupado com o presente, não é o presente que ele vê, porque constrói uma imagem completamente distorcida, a partir do passado. Ou então reduz o presente a um meio para obter o fim desejado, um fim que sempre consiste em um futuro projetado pela mente. Observe sua mente e verá que é assim que ela funciona. O momento presente tem a chave para a libertação. Mas você não conseguirá percebê-lo enquanto você for a sua mente.

E quanto às emoções? Elas me dominam muito mais do que a minha mente.
A mente, no sentido em que emprego o termo, não é apenas pensamento. Ela inclui nossas emoções, assim como todos os padrões de reações mentais e emocionais inconscientes. A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo. 

Então, observar nossas emoções é tão importante quanto observar nossos pensamentos?
Sim. Habitue-se a perguntar o que está acontecendo com você nesse exato momento. Essa questão lhe indicará a direção certa. Mas não analise, apenas observe. Concentre sua atenção dentro de você. Sinta a energia da emoção. Se não há emoção presente, concentre sua atenção mais fundo no campo da energia interna do seu corpo. Essa é a porta de entrada para o Ser.

Eu ia perguntar: O que acontece com as emoções positivas, como o amor e a alegria?
Elas são inseparáveis do estado natural de conexão interior com o Ser. Sempre que houver um espaço no fluxo dos pensamentos, podem ocorrer lampejos de amor e alegria, ou breves instantes de uma paz profunda. Para a maioria das pessoas, tais espaços raramente acontecem, e mesmo assim por acaso, nas ocasiões em que a mente fica “sem palavras”, instigada por uma beleza estonteante, uma exaustão física extrema, ou mesmo um grande perigo. De repente se instala uma serenidade interior. E dentro dessa serenidade existe uma alegria sutil, mas intensa, existe amor, existe paz.

É praticamente impossível deixarmos de nos identificar com a mente. Estamos mergulhados nela. Como se ensina um peixe a voar?
O segredo está em acabar com a ilusão do tempo. O tempo e a mente são inseparáveis. Tire o tempo da mente e ele pára, a menos que você escolha utilizá-lo. Estar identificado com a mente é estar preso ao tempo. É a compulsão para vivermos quase exclusivamente através da memória ou da antecipação. Isso cria uma preocupação infinita com o passado e o futuro, e uma relutância em respeitar o momento presente e permitir que ele aconteça. Temos essa compulsão porque o passado nos dá uma identidade e o futuro contém uma promessa de salvação e de realização. Ambos são ilusões.

Consigo ver a importância suprema do Agora, mas não posso concordar quando você diz que o tempo é uma completa ilusão. 
Quando afirmo que “o tempo é uma ilusão”, não tenho intenção de fazer nenhuma afirmação filosófica. Estou apenas chamando a atenção para um fato simples, algo tão óbvio que você pode achar difícil de entender e até mesmo considerar sem sentido. Mas perceber isso será como cortar com uma espada todas as camadas de “problemas” criadas pela mente. Repito que o momento presente é tudo o que temos. Nunca há um tempo em que a nossa vida não é “este momento”. Não é verdade?

É como se um grande peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Sinto-me leve... mas os problemas ainda estão lá me esperando, não estão?
Ainda não foram resolvidos. Será que não os estou evitando apenas temporariamente?

Se você estivesse no paraíso, sua mente não demoraria a encontrar algum problema. Não se trata, basicamente, de solucionar seus problemas. Trata-se de perceber que não existem problemas. Apenas situações com que temos de lidar agora ou deixar de lado e aceitar como uma parte do “ser” neste momento, até que se transformem ou possam ser negociadas. Os problemas são criados pela mente e precisam de tempo para sobreviver. Eles não conseguem sobreviver na atualidade do agora.

Mesmo que eu aceite que o tempo é uma ilusão, que diferença isso fará na minha vida? Tenho que continuar a viver em um mundo absolutamente dominado pelo tempo.
O entendimento intelectual é apenas mais uma crença e não vai fazer muita diferença para a nossa vida. Para perceber essa verdade temos que vivenciá-la. Quando cada célula do nosso corpo está tão presente que vibra com a vida, e quando conseguimos sentir essa vida a cada momento como a alegria do Ser, podemos dizer que estamos livres do tempo. Mas ainda tenho de pagar as contas e sei que vou envelhecer e morrer, exatamente como todas as pessoas. Como posso dizer que estou livre do tempo?

As contas de amanhã não são um problema. A degeneração do corpo não é um problema. A perda do Agora é o problema, ou melhor, a ilusão central que transforma uma situação simples, um acontecimento ou uma emoção em um problema pessoal e em sofrimento. Perder o Agora é perder o Ser. Livrar-se do tempo é livrar-se da necessidade psicológica tanto do passado quanto do futuro. Isso representa a mais profunda transformação de consciência que você possa imaginar. Em casos muito raros, essa mudança na consciência acontece de forma drástica e radical, de uma vez por todas. 

Quando isso acontece, normalmente é através de uma completa rendição, em meio a um sofrimento intenso. Muitas pessoas, entretanto, têm de trabalhar para obtê-la. Depois dos primeiros vislumbres do estado atemporal de consciência, passamos a viver em um vaivém entre a dimensão do tempo e a presença. Primeiro, você começa a perceber que a sua atenção raramente está no Agora. Entretanto, saber que você não está presente já é um grande sucesso. O simples saber já é presença – mesmo que, no início, dure só alguns segundos no tempo do relógio antes de desaparecer outra vez. Depois, com uma freqüência cada vez maior, você escolhe dirigir o foco da consciência para o momento presente. Você se torna capaz de ficar presente por períodos mais longos. 

Portanto, antes que sejamos capazes de nos estabelecer com firmeza no estado de presença, oscilamos, periodicamente, de um lado para o outro, entre a consciência e a inconsciência, entre o estado de presença e o estado de identificação com a mente. Perdemos o Agora várias vezes, mas retornamos a ele. Por fim, a presença se torna o estado predominante. A maioria das pessoas nunca vivencia a presença. Ela acontece apenas de modo breve e acidental, em raras ocasiões, sem ser reconhecida pelo que é. Muitos seres humanos não se alternam entre a consciência e a inconsciência, mas somente entre diferentes níveis de inconsciência.

Como podemos nos livrar da negatividade?
Descartando-a. Como nos livramos de um pedaço de carvão em brasa que está em nossas mãos?

Como nos livramos de uma bagagem pesada e inútil que estamos carregando?

Reconhecendo que não desejamos mais sofrer nem carregar peso, e deixando-os de lado. A inconsciência profunda, como o sofrimento físico ou outro sofrimento profundo, como, por exemplo, a perda de uma pessoa amada, quase sempre necessita ser transformada através da aceitação combinada com a luz da presença, ou seja, através de uma atenção constante. 

Por outro lado, muitos padrões da inconsciência comum podem ser simplesmente descartados ao percebermos que não os queremos mais ou que não precisamos mais deles, que temos uma escolha e que não somos só um feixe de reflexos condicionados. Tudo isso indica que somos capazes de acessar o poder do Agora. Sem ele, não temos escolha.

Ao chamar algumas emoções de negativas, será que você não está criando uma polaridade mental de bom e mau, como mencionou anteriormente?
Não. A polaridade foi criada num estágio anterior, quando sua mente julgou o momento presente como mau. Foi esse julgamento que criou a emoção negativa.

Presença é o mesmo que Ser?
Quando tomamos consciência do Ser, o que de fato acontece é que o Ser se torna consciente de si mesmo. Quando o Ser toma consciência de si mesmo, isso é presença. Como o Ser, a consciência e a vida são sinônimos, podemos dizer que a presença significa a consciência se tornando consciente de si mesma, ou a vida tomando consciência de si mesma. Mas não se apegue às palavras e não se esforce para entendê-las. Não há nada que você precise entender antes de conseguir se tornar presente.

Por que a maioria das religiões condena ou renega o corpo? Tenho a impressão de que as pessoas interessadas em uma busca espiritual sempre olharam o corpo como um obstáculo ou mesmo como um pecado.
Essa separação ficou ainda mais acentuada quando as religiões surgiram, graças à crença de que “você não é o seu corpo”. Inúmeras pessoas do Leste e do Oeste, em todas as eras, tentaram encontrar Deus, a salvação ou a iluminação, através da negação do corpo. Essa procura passou por uma negação da satisfação dos sentidos, em especial da sexualidade, e por jejuns e outras práticas ascéticas. 

Algumas pessoas infligiam até mesmo sofrimento ao corpo, numa tentativa de enfraquecê-la ou puni-la, porque ele era visto como cheio de pecado. No cristianismo, isso era chamado de mortificação da carne. Outras pessoas tentaram escapar do corpo entrando em estados de transe ou buscando experiências extracorpóreas. Muitas ainda adotam essas práticas. Conta-se que até Buda praticou a negação do corpo através do jejum e de práticas extremadas de ascetismo durante seis anos, mas ele só atingiu a iluminação depois que abandonou essa idéia. 

O fato é que ninguém jamais atingiu a iluminação negando ou combatendo o corpo, ou através de experiências fora dele. Embora uma experiência desse tipo possa ser fascinante e nos proporcionar um vislumbre do estado de libertação da forma material, no fim, sempre temos de voltar para o corpo, que é onde acontece o trabalho essencial de transformação. A transformação acontece através do corpo, e não distanciada dele. Essa é a razão pela qual nenhum dos verdadeiros mestres jamais defendeu lutar ou abandonar o corpo, embora seus discípulos, com base na mente, freqüentemente defendam.

Às vezes, quando minha mente está muito ativa, chega a ser impossível desviar a atenção dela e sentir o corpo interior. Isso acontece, especialmente, em momentos de muita ansiedade ou preocupação. O que fazer sobre isso?
Se você encontrar dificuldades de entrar em contato com o seu corpo interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração. Tomar consciência da respiração, que já é uma meditação poderosa, irá, aos poucos, colocar você em contato com o corpo. Observe atentamente a respiração, como ela entra e sai do nosso corpo. Respire e sinta o abdômen inflar e contrair-se levemente, a cada inspiração e expiração. Se você tiver facilidade para visualizar, feche os olhos e veja-se no meio da luz, dentro de um mar de consciência. Então, respire dentro dessa luz. Sinta essa substância luminosa preenchendo todo o seu corpo e tornando-o luminoso. Então, aos poucos, concentre-se nessa sensação. Você agora está dentro do seu corpo. Não se fixe em nenhuma imagem visual.

De acordo com Einstein, o espaço e o tempo não são coisas separadas. Não entendo muito bem, mas acho que ele está dizendo que o tempo é a quarta dimensão do espaço. Ele chama isso de “o continuum do tempo e espaço”.
Sim. O espaço e o tempo que percebemos são, em essência, uma ilusão, mas contêm um cerne de verdade. Correspondem às duas características essenciais de Deus, que são a infinitude e a eternidade, vistas como se tivessem uma existência externa, fora de nós. Dentro de nós, o espaço e o tempo possuem um equivalente que nos revela não só a verdadeira natureza de cada um deles, como também a de cada um de nós. Enquanto o espaço corresponde à quietude, a infinitamente profunda região da mente vazia, o tempo tem o seu equivalente interno na presença, na percepção do eterno Agora. Lembre-se de que não há diferença entre os dois. Quando o espaço e o tempo são percebidos, em nosso interior, como o Não Manifesto – mente vazia e presença –, o espaço exterior e o tempo continuam a existir para nós, mas perdem a importância. 

O mundo também continua a existir para nós, mas não nos impõe mais restrições. Portanto, o objetivo final do mundo não está dentro do mundo, mas na transcendência do mundo. Assim como nós não teríamos consciência do espaço se não houvesse objetos no espaço, o mundo é necessário para que o Não Manifesto seja percebido. Talvez você tenha ouvido o ensinamento budista “se não houvesse ilusão, não haveria a iluminação”. É através do mundo e, em última instância, através de você que o Não Manifesto é reconhecido. Estamos aqui para tornar possível que o propósito divino do universo se revele. Veja só como você é importante!

É verdade que cada um de nós precisa ter um bom relacionamento consigo mesmo antes de se relacionar com outra pessoa?
Se você não consegue ficar à vontade consigo mesmo, vai procurar um relacionamento para encobrir o seu desconforto. Só que esse desconforto vai reaparecer de alguma outra forma no relacionamento, e você, provavelmente, atribuirá a responsabilidade ao seu parceiro. Tudo o que você precisa fazer é aceitar este momento plenamente. Você estará então à vontade no aqui e agora e à vontade consigo mesmo.

Como impedimos que a negatividade surja e como nos livramos dela, já que está lá?
Uma alternativa para descartar uma reação negativa é fazê-la desaparecer ao imaginar a si mesmo se tornando transparente para a causa externa da reação. Recomendo que você pratique primeiro com as coisas do dia-a-dia. Vamos dizer que você esteja em casa. De repente, vindo da rua, começa a soar um alarme insistente de carro. Surge uma irritação. Qual é o objetivo dessa irritação?

Nenhum até aqui. Por que você a criou?

Você não a criou. Quem criou foi a mente. Ela teve uma reação totalmente automática, totalmente inconsciente. Por que a mente a criou?

Porque ela sustenta a crença inconsciente de que a resistência dela, que você absorve como alguma forma de negatividade ou infelicidade, vai dissolver a condição indesejada. Isso naturalmente é uma ilusão. A resistência que ela cria, nesse caso a irritação ou raiva, é muito mais desagradável do que a causa original que ela está tentando desfazer. Tudo isso pode ser transformado em prática espiritual. Sinta-se ficando transparente, sem a solidez de um corpo material. Agora, permita que o barulho, ou o que estiver causando a emoção negativa, passe através de você. Ele não está mais golpeando uma “parede” sólida dentro de você. Como disse, pratique primeiro com as coisas simples. 

O alarme do carro, o choro de uma criança, o barulho do tráfego. Em vez de ter uma parede de resistência dentro de você, que é atingida de modo constante e doloroso pelas coisas que “não deveriam estar acontecendo”, deixe que tudo passe através de você. Alguém diz alguma coisa grosseira para ferir você. Em vez de desencadear uma reação inconsciente e uma negatividade, como uma agressão, uma defesa, ou um retraimento, você deixa isso passar através de você. Não ofereça resistência. É como se não existisse mais ninguém ali para ser machucado. Isso é perdão. 

Nesse sentido, você se torna invulnerável. Pode dizer a essa pessoa que o comportamento dela é inaceitável, se você escolher fazer isso. Mas essa pessoa já não tem mais o poder de controlar o seu estado interior. Você passa a estar em seu poder – não mais em poder de alguém, nem sob o governo da mente. Quer seja um alarme de carro, uma pessoa grosseira, uma inundação, um terremoto, ou a perda de todos os seus bens, o mecanismo de resistência é o mesmo.

Pratico a meditação,.freqüento seminários, leio muito sobre espiritualidade, em busca de um estado de não-resistência. Mas, se você me perguntar se encontrei a verdadeira paz interior, minha resposta teria que ser “não”. Por que não a encontrei? O que mais posso fazer?
Você ainda está procurando lá fora e não consegue escapar do modo de busca. Talvez o próximo seminário lhe traga a resposta, talvez aquela nova técnica. Diria a você: não busque a paz. Não busque nenhum outro estado além daquele em que você está agora, do contrário, vai criar um conflito interno e uma resistência inconsciente. Perdoe a si mesmo por não estar em paz. No momento em que você aceitar completamente a sua intranqüilidade, ela se transformará em paz. Qualquer coisa que você aceite completamente vai lhe levar até lá, vai levar você até a paz. Esse é o milagre da entrega.

Como podemos criar um mundo melhor sem acabar primeiro com grandes males, como a fome e a violência?
Todos os males são efeito da inconsciência. Podemos aliviar os efeitos da inconsciência, mas não podemos eliminá-los, a menos que eliminemos sua causa. A verdadeira transformação acontece no interior, não no exterior. Querer aliviar o sofrimento do mundo é uma coisa muito nobre, mas lembre-se de não se concentrar exclusivamente no exterior, do contrário você vai sentir frustração e desespero. Sem uma profunda mudança na consciência humana, o sofrimento é um buraco sem fundo. Portanto, não permita que a sua compaixão se torne unilateral. 

A empatia com o sofrimento do outro e o desejo de ajudar devem ser equilibrados com uma profunda percepção da natureza eterna de todas as coisas e com a consciência do aspecto ilusório de todos os sofrimentos. Permita que a sua paz inunde tudo o que você fizer e estará atuando sobre o efeito e a causa ao mesmo tempo.

O Poder do Agora, de Eckhart Tolle


O Poder do Agora – Eckhart Tolle e o princípio do despertar-http://www.vivaviver.com.br



Em um mundo onde as pessoas se revezam entre pensar no passado e fazer planos para o futuro, o agora não se manifesta. Permanece desperdiçado, ignorado, mantendo distantes as verdadeiras possibilidades de realização. Esse deslocamento descontrolado no tempo coloca a mente fora de ação e distancia o homem do sentimento de felicidade. Para ser conscientemente ativo e desfrutar da vida com qualidade, só mesmo estando integralmente atento e presente no agora.

Eckart Tolle fala muito bem disso. Quando decidiu escrever O Poder Do Agora, ele já se encontrava num estágio bem avançado de presença. Já havia passado por muitas experiências e vivências que o levaram a conhecer mais da essência de toda manifestação. Estava inteirado do universo de conceitos que fundamenta caminhos como o cristão, o budista, o hinduísta, o taoísta e outros da senda espiritual.

Depois de se dedicar unicamente ao seu desenvolvimento interior, através do entendimento, integração e aprofundamento da transformação, Eckart aprendeu que certos pensamentos e emoções impedem de vivenciar com plenitude a paz e a alegria que estão dentro de nós mesmos. Sua vida tem sido desde então uma colaboração no grande esforço de ensinar a humanidade a tomar consciência disso tudo.

“A mente, para garantir que permanece no poder, procura constantemente encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar encobertos pelo tempo, também a sua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.”

O Poder do Agora lança uma luz sobre os processos mentais automáticos, informando detalhadamente ao leitor como reverter esse quadro, bastando observar com dedicação o comportamento indisciplinado e inquieto da mente. E alerta como a resistência gerada por ela, apegada a seus padrões, bloqueia a ação da cura e prejudica a saúde do homem.

“O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga “sim” para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.”

Em o Poder Do Agora, Eckhart Tolle aborda com clareza a questão do presente.
A estreita ligação entre o eu sou e o eu estou, entre o agora e o aqui. O presente enquanto única realidade, em movimento de constante impermanência. Para isso, o autor se aprofunda na verdadeira identidade do “quem sou” e esclarece que o ego não é o verdadeiro você.

“O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você. Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio?”

E complementa. “Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte de aproximar. Morte significa despojar-se de tudo que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.”

Falar do agora não é tão simples como parece. Por isso, Eckhart precisa passar por uma imensidade de temas, e mostrar a unidade que está interligando todos eles. O futuro e o passado para falar do presente, o observador e o pensador para falar da consciência, a vida e a morte para falar da realidade.

“A liberdade começa quando percebemos que não somos a entidade dominadora, o pensador. Saber disso nos permite observar a entidade. No momento em que começamos a observar o pensador, ativamos um nível mais alto de consciência. Começamos a perceber, então, que existe uma vasta área de inteligência além do pensamento, e que este é apenas um aspecto diminuto da inteligência.”

O Poder do Agora nos ensina que as coisas realmente importantes, como o amor, a paz, a beleza, a alegria, a criatividade, surgem de um ponto além da mente. E que tomar consciência disso é o princípio do despertar. O livro é um guia honesto e competente para a descoberta do nosso potencial interior.

Para quem quer mudar de vida, deixar velhos hábitos pra trás, ele afirma: qualquer decisão de mudança deve começar neste exato momento. Um ensinamento que ressalta e enfatiza a importância do aqui e agora como única realidade onde e quando tudo acontece. O Poder do Agora é leitura transformadora. Um título valioso, com méritos para ganhar destaque na estante de grandes livrarias.


Um trecho de O Poder do Agora


Por mais de trinta anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise. Até que um dia, uma conversa com um estranho mudou sua vida:

– Tem um trocadinho aí pra mim, moço? – murmurou, estendendo mecanicamente seu velho boné.

– Não, não tenho – disse o estranho. – O que tem nesse baú debaixo de você?

– Nada, isso aqui é só uma caixa velha. Já nem sei há quanto tempo sento em cima dela.

– Nunca olhou o que tem dentro? – perguntou o estranho.

– Não – respondeu. – Para quê? Não tem nada aqui, não!

– Dá uma olhada dentro – insistiu o estranho, antes de ir embora.

O mendigo resolveu abrir a caixa. Teve que fazer força para levantar a tampa e mal conseguiu acreditar ao ver que o velho caixote estava cheio de ouro.

Eu sou o estranho sem nada para dar, que está lhe dizendo para olhar para dentro. Não de uma caixa, mas sim de você mesmo. Imagino que você esteja pensando indignado: "Mas eu não sou um mendigo!"

Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza – a radiante alegria do Ser e uma paz inabalável – são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, a provação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.


Título: O Poder do Agora
Autor: Eckhart Tolle
Editora: Sextante
Edição: 1
Número de Páginas: 224

Eckhart Tolle fala sobre o sentido do ser...
 








...e sobre o sentido da consciência humana








 

Minha opinião sobre o livro – O Poder do Agora-RONAUD.com

Fazia muito tempo que um livro não me acrescentava algo inteiramente novo. Na verdade não é algo inteiramente novo, mas senti como se fosse. O livro O Poder do Agora me apontou a grande importância de algo que todos nós vemos e percebemos, mas não damos a mínima: O momento presente; o AGORA, o único momento em que algo pode, efetivamente, ser feito.
Se você vive bem a sua vida, se aproveita bem as ocasiões para se divertir, se você sabe viver um dia de cada vez, ao melhor estilo CARPE DIEM, certamente este livro pouco contribuirá a não ser por uma noção melhorada e detalhada sobre como nossa mente cria os conceitos de passado ou futuro e nos leva a concentrarmos nossa vida nessas memórias ou anseios e esquecermos de viver um momento de cada vez.
Mas se você é como eu, que vive mais no futuro do que em qualquer outro “lugar”, ou se por outro lado, é uma pessoa muito apegada “ao que foi” e “ao que passou” e esquece de viver hoje e entender que o passado passou e pouco pode nos ajudar a viver melhor HOJE, então este livro vai abrir sua cabeça para muitas coisas que você não enxerga.
Veja este trecho do livro:
Você alguma vez vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do Agora? Acha que conseguirá algum dia? É possível alguma coisa acontecer ou ser fora do Agora? A resposta é óbvia, não é mesmo?
Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora.
Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora.
O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. Quando lembramos do passado, reativamos um traço da memória e fazemos isso agora. O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o Agora…
Conceitos absolutamente simples, não é? No fundo, não há nada de novo. Mas simplesmente não enxergamos essas sutilezas existenciais. Muito já se falou que o passado passou, que quem vive de passado é museu. Já falaram até cansarmos de ouvir, com aquela etimologia improvisada de sempre, que “preocupação” significa “pré – ocupação” e que em nos preocupando, estamos antecipando problemas que ainda não aconteceram. Mas nos importamos com isso? Muito pouco, não é…
A saída dessas “neuras” que atrasam nossa vida, é, segundo o autor Eckhart Tolle, concentrarmos nossa atenção em nós mesmos, no agora. É sentirmos o momento. Quando sentimos intensamente nossa presença, neste momento, nossa mente perde a força que naturalmente lhe conferimos, e deixa de nos atormentar com o que foi, ou com o que poderá vir a ser. O autor sugere que deixemos de viver como se fossemos nossa mente, e a utilizemos apenas como a ferramenta maravilhosa que é, quando necessário. Quando terminarmos determinada tarefa, voltemos ao presente, ao agora. Evidentemente, não é uma tarefa das mais fáceis, num mundo que implora nossa atenção para todo o canto a cada momento.
Se você é um indivíduo muito ansioso, ou muito saudosista, certamente a leitura do livro O Poder do Agora o forçará a rever muitos conceitos e atitudes suas diante da vida que tem e deve estar sub aproveitada. O autor cita muito, grandes nomes como Jesus, Buda, entre outros nomes de fortes tradições espirituais, e as palavras desses seres iluminados conferem à mensagem do autor uma grande profundidade.
Não sei você, mas eu gostei muito de ter adquirido toda essa noção de como vivemos desvirtuados de um ritmo de vida mais autêntico, mais centrado, enfim, mais vivido. Sugiro enfaticamente a leitura, até porque é um livrinho bem barato, como muitos dos GRANDES livros.
O tema (tão bem) abordado por este livro é bem extenso e vai muito além da minha capacidade de resumí-lo em poucas palavras. Neste post e neste, tenho falado sobre como este conhecimento tem mudado meu ponto de vista em relação à vida. Se quiser saber um pouco mais antes de comprar o livro, clique nos links e leia. Espero poder ajudá-lo com minhas vagas e esparsas divagações.
COMPRAR O LIVRO – O PODER DO AGORA
Veja também minha opinião sobre o livro O Poder da Paciência

Sumário do livro – O Poder do Agora

Introdução
A origem deste livro, A verdade está dentro de você
Cap. 1: Você não é a sua mente
O maior obstáculo para a iluminação, Libertando-se da sua mente, Iluminação: elevando-se acima do pensamento, Emoção: a reação do corpo à mente
Cap. 2: Consciência – O caminho para escapar do sofrimento
Não crie mais sofrimento no presente, Dissolvendo o sofrimento do passado, A identificação do elgo com o sofrimento, A origem do medo, A busca do ego pela plenitude
Cap. 3: Entrando profundamente no agora
Não busque o seu eu interior dentro da mente, O fim da ilusão dotempo, Nada existe fora do Agora, A chave para a dimensão espiritual, Acessando o Poder do Agora, Abandonando o tempo psicológico, A insanidade do tempo psicológico, A negatividade e o sofrimento tem raízes no tempo, Descobrindo a vida por baixo da situação de vida, Todos os problemas são ilusões da mente, Um salto quântico na evolução da consciência, A alegria do Ser
Cap. 4: Estratégias da mente para evitar o agora
A perda do Agora: a ilusão central, A inconsciência comum e a inconsciência profudna, O que eles estão buscando? Dissolvendo a inconsciência comum, Libertando-se da infelicidade, Onde quer que voc~e esteja, esteja por inteiro, O propósito interno da nossa jornada de vida, O passado não consegue sobreviver diante da presença
Cap. 5: O estado de presença
Não é o que você pensa que é, O sendito esotérico de “espera”, A beleza nasce da serenidade da sua presença, Vivenciando a consciência pura, Cristo: a realidade da sua divina presença
Cap. 6: O corpo interior
O Ser é o seu eu interior mais profundo, Olhe além das palavras, Encontre a sua realidade invisível e indestrutível, Conecte-se com o seu corpo interior, A transformação através do corpo, O sermão sobre o corpo, Finque raízes profundas no seu eu interior, Antes de penetrar no seu corpo, perdoe, A ligação com o Não Manifesto, Retardando o processo de envelhecimento, Fortalecendo o sistema imunológico, Deixe que a respiração conduza você para dentro do corpo, O uso criativo da mente, A arte de escutar
Cap. 7: Portais para o Não Manifesto
Um mergulho profundo no corpo, A fonte do chi, Um sono sem sonhos, Outros portais, O silêncio, O espaço, A verdadeira natureza do espaço e do tempo, A morte consciente
Cap. 8: Relacionamentos iluminados
Entre no Agora onde quer que você esteja, Relação de amor e ódio, O vício e a busca da plenitude, Transformando as relações viciadas em relações iluminadas, Relacionamentos como prática espiritual, Por que as mulheres estão mais próximas da iluminação, Dissolvendo o sofrimento coletivo feminino, Desistindo do relacionamento consigo mesmo
Cap. 9: Muito além da felicidade e da infelicidade existe a paz
O bem supremo além do bem e do mal, O fim dos dramas em sua vida, A impermanência e os ciclos da vida, Utilizando e abandonando a negatividade, A natureza da compaixão, Em direção a uma ordem de realidade diferente
Cap. 10: O significado da entrega
A aceitação do Agora, Da energia da mente para a energia espiritual, A entrega nos relacionamentos pessoais, Transformando a doença em iluminação, Quando a infelicidade ataca, Transformando o sofrimento em paz, O caminho da cruz, O poder de escolher.

Fonte:http://www.ronaud.com/livros/resenha-critica-livro-o-poder-do-agora/

VIDEO: Respirando - Yoham

Acompanhado da música inspirada de Yoham, Geoffrey Hoppe narra uma meditação suave que ajuda você a abrir a consciência plenamente através da respiração.

A respiração profunda e consciente abençoa todo seu Ser, traz ao momento do Agora e proporciona tudo o que você precisa.
Para mais informações sobre o CD "Opening into Consciousness" (Abrindo a Consciência), que inclui esta música - e como obter a tradução das letras, acesse:

www.centronovaenergia.com
(Shaumbra Nova Energia)





 

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