COINCIDÊNCIAS GENÉTICAS E O MITO DO PARENTESCO EVOLUTIVO



“Agora vamos fazer os seres humanos, que serão como Nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes, sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam pelo chão” (Gênesis 1:26, NTLH).

São frequentes as notícias veiculadas pelos diversos meios de comunicação tratando das semelhanças genéticas entre seres humanos e macacos. À luz do pensamento evolucionista, essas semelhanças genéticas indicam parentesco evolutivo entre ambas as espécies, ou seja, seres humanos e macacos descenderiam de um mesmo ancestral comum. Essa ideia amplamente divulgada depois do lançamento do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin, contrasta com a afirmação bíblica de que os ser humano foi criado originalmente à imagem e semelhança de Deus.

O pensamento evolucionista, dentro de certo limite, tem contribuído significativamente com o desenvolvimento de novas tecnologias e processos. A necessidade de desenvolvimento de vacinas, novos antibióticos, a possibilidade de se efetuar o melhoramento genético de uma planta ou um animal são alguns exemplos, os quais, aliás, estão também em acordo com os ensinamentos bíblicos. Mas essas contribuições advêm das afirmações que podem ser testadas em laboratório ou observadas nos diferentes fenômenos que ocorrem na natureza. Quando as afirmações estão situadas no campo das conjecturas, isto é, constituem opiniões fundadas em aparências, em possibilidades, hipóteses ou presunção (segundo os dicionaristas), elas causam grandes prejuízos não só ao desenvolvimento científico, mas à sociedade de forma geral. As argumentações evolucionistas que conflitam com o pensamento criacionista, e consequentemente com a Revelação Bíblica, situam-se no campo das conjecturas.

A ideia de um parentesco evolutivo entre diferentes espécies em função das semelhanças genéticas existentes entre elas é uma dessas afirmações. É importante que se tenha em mente que não se questiona o método analítico empregado, ou os valores numéricos obtidos. Questiona-se, na verdade, o real significado desses números e o valor deles para se mensurar a “distancia evolutiva” entre duas espécies.

Uma das noticias veiculadas no dia 26 de janeiro no site da Folha, intitulada “DNA de orangotango tem 97% de coincidência com o humano”, serve de ilustração para o que será discutido neste texto. Na notícia em questão, pode-se ler o seguinte: “Os genomas de humanos e orangotangos se justapõem em 97%, enquanto que o de humanos e chimpanzés, em 99%.” Em seguida, faz-se uma explanação no sentido de convencer o leitor de que esses números, expressos em forma de porcentagem, constituem uma forma de “evidência” inquestionável de que seres humanos e macacos tiveram um ancestral comum.

O biólogo evolucionista Allan Wilson, juntamente com sua então estudante de graduação Mary-Claire King, em 1975, focalizando seus estudos nos chamados “genes de regulação”, publicaram na revista Science uma convincente argumentação de que seres humanos e chimpanzés difeririam em apenas 1% em seu material genético, o que, de acordo com o pensamento evolucionista, “evidenciava” o parentesco evolutivo entre as espécies. Desde então, esse tipo de raciocínio têm enchido páginas e mais páginas dos livros mais utilizados nas escolas e universidades, além de ser tema constante em programas, revistas e páginas eletrônicas de divulgação científica.

Apesar das supostas coincidências genéticas entre seres humanos e macacos, essas duas espécies apresentam diferenças tão marcantes que somente nos últimos anos, em função das informações advindas do sequenciamento genético de várias espécies, têm sido mais bem compreendidas. Entre essas diferenças podem-se citar, por exemplo, os fatos de que macacos são imunes ao HIV e suas fêmeas raramente abortam, enquanto que os seres humanos podem caminhar perfeitamente em posição vertical.

Os resultados advindos desses estudos surpreenderam os cientistas em pelo menos dois pontos. Em primeiro lugar, ao contrário do que se pensava, duplicações, perdas de genes, conexões alteradas na retransmissão das informações existentes no DNA, entre outras, desempenham papel muito maior na expressão das características de uma espécie do que se pensava antes. Em segundo lugar, como consequência do primeiro ponto, “qualquer tentativa de quantificar as diferenças entre seres humanos e chimpanzés é frustrada, não havendo nenhuma forma de se expressar a distância gênica entre dois organismos viventes”, afirma Jon Cohen, citando o zoólogo Pascal Gagneux, da Universidade da Califórnia, em artigo publicado no volume 316 da revista Science, de 2007, intitulado “Relative Defference: The Myth of 1%” (Diferença Relativa: O Mito do 1%).

Os interessados em conhecer mais sobre a impossibilidade de se expressar, em termos de porcentagem de coincidências genéticas, o parentesco evolutivo entre humanos e macacos, ou entre duas outras espécies quaisquer, além de ler o artigo de Cohen, também devem ler a revista Ciência das Origens, nº 13, disponível gratuitamente no site da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br), clicando no link “Publicações”, a qual traz o artigo “São os Chimpanzés 99,4% idênticos aos seres humanos?”.

O texto bíblico introdutório desta postagem informa que, assim como as demais formas de vida, os seres humanos foram criados por Deus. Além disso, os seres humanos, antes do pecado, eram “imagem e semelhança de seu Criador”. Essa explicação para o surgimento dos seres humanos faz parte da argumentação de muitos jovens cristãos dedicados e envolvidos com a obra e com sua fé.

Por outro lado, nas aulas de Ciências na maioria das escolas e universidades são apresentadas aos estudantes explicações muito diferentes para o surgimento dos seres vivos. Com base nas ideias propostas por Charles Darwin em seu livro A Origem das Espécies, argumenta-se que sequências de incríveis coincidências, associadas às leis naturais, originaram todas as formas de vida, entre elas o ser humano. Este, por sua vez, seria o resultado de diferenciações que ocorreram há cerca de 4 milhões de anos, quando supostamente teria surgido o chamado “Gênero Homo”, do qual descenderiam os seres humanos modernos (Homo sapiens sapiens).

O que se tem observado, então, é que, diante das ideias apresentadas no parágrafo anterior, ao ingressarem nos cursos de Ciências nas escolas e nas universidades, muitos daqueles jovens cristãos dedicados e envolvidos nos trabalhos de suas igrejas tornam-se ateus convictos e negam a fé que por tanto tempo professaram em um Deus Criador. Diante dessa realidade, ficam evidentes duas grandes verdades. A primeira delas é que os argumentos e as assim chamadas “evidências” apresentados pelos simpatizantes das ideias propostas por Darwin são muito poderosos e convincentes, sendo capazes de em alguns meses abalar ou até mesmo destruir convicções que foram sendo formadas ao longo de alguns anos. A segunda é que a maioria das igrejas e as escolas confessionais, as quais se propõem ofertar a chamada educação cristã, não estão cumprindo seu papel de evidenciar aos seus educandos “os atributos invisíveis de Deus, assim como o Seu eterno poder”, nas “coisas que foram criadas”, conforme se lê em Romanos 1:20.

Assim, as pretensas afirmações evolucionistas, fundamentadas em especulações e interpretações distorcidas da realidade, as quais são veiculadas pela mídia secular sensacionalista, têm sido mais convincentes aos olhos desta geração de que a verdade da Criação revelada na Palavra de Deus. É preciso que professores, pastores e demais envolvidos na chamada educação cristã despertem para a necessidade de oferecer sólidos argumentos aos educandos, os quais lhes proporcionem o desenvolvimento de uma base racional para a fé em um Deus Criador, a qual seja mais convincente que as tradicionais especulações evolucionistas presentes no campo das conjecturas.


Por Tarcisio Vieira

(Tarcísio Vieira é biólogo e mestre em química pela UNB) 


Fonte:blog http://www.criacionismo.com.br/

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