SOBRE A CULTURA CHINESA


Bandeira da China


Cultura Chinesa

A República Popular da China é o terceiro maior país do mundo em área e o mais populoso do planeta. Com uma população de mais de 1,32 bilhão de habitantes, a China ocupa uma superfície de 9.640.821 km². Sua capital é Pequim. Devido a sua enorme população, o crescimento vertiginoso de sua economia, seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento, seus gastos militares e sua condição de Estado declaradamente detentor de armas nucleares, a China costuma ser considerada uma superpotência emergente. É a quarta maior economia do mundo. A China desempenha um papel importante no comércio internacional, ao ser o maior consumidor mundial de aço e concreto e o segundo maior importador de petróleo.

 Elementos da Cultura Imaterial:
a) Conhecimentos:
 Astronomia: A astronomia, ciência que nasceu espontânea da observação constante do céu e que, na Antiguidade, freqüentemente degenerava em astrologia. As antigas inscrições em ossos atestam que os chineses controlavam o movimento dos astros anotando eclipses da lua e do sol; o ano fora dividido, já no século XIII a.C. em 365 dias e ¼ distribuídos em 12 ou 13 luas.
Para marcar a hora eram empregados o gnomo, a clepsidra e outros instrumentos. Catálogos de estrelas organizados na época dos estados combatentes revelam a precisão com que os astrônomos chineses faziam suas observações na abóbada celeste. É curioso anotar a idéia que os chineses tinham do universo pelo II século a.C.: consideravam-no semelhante a um ovo esférico cuja casca seria o firmamento e a gema a própria terra.
Matemática: Há milênios que os chineses escrevem os números por meio de uma expressão analítica decimal. Assim, por exemplo, 547 escrevem-se: cinco centos, quatro dez e sete.
Os dês primeiros números e as primeiras potencias de dez são expressos por meio de palavras monossílabas.
Uma obra de autor desconhecido da época dos Han, intitulada “A arte do cálculo em nove capítulos”, fornece-nos um resuma dos conhecimentos matemáticos da China antiga: problemas de aritmética, álgebra e geometria eram resolvidos com facilidade.
O matemático Lieu Huei, do III século de nossa era, achou o valor do pi: 3,14159.
Medicina: O chinês tem um sistema único de categorizar enfermidades que são extensamente divergentes de sua contraparte ocidental. A filosofia por trás da medicação chinesa é que o homem vive entre o céu e a terra, e inclui um universo em miniatura nele. O material de qual são feitas às coisas vivas é considerado pertencente ao “yin”, ou fêmea, passivo, aspecto que retrocede da natureza. A vida funcional das coisas vivas, por outro lado, é considerada pertencente ao “yang”, ou masculino, ativo, aspecto avançando.
Além da prescrição de medicamentos, a acupuntura é outra ferramenta de tratamento freqüentemente usada na Medicina Chinesa. Sua história antecede o idioma chinês escrito, mas a acupuntura não foi totalmente desenvolvida até depois da Dinastia Han. Sua base teórica é o ajuste do c’hi ou o fluxo de energia da vida. C’hi flui pelo corpo através do sistema de “canais principais e colaterais” (ching luo) do corpo. Em determinados pontos ao longo destes canais, agulhas de acupuntura podem ser inseridas, ou mugwort chineses (ai ts’ao) queimadas, para ajustar desequilíbrios no fluxo de c’hi, e concentrar os poderes curativos do corpo nos pontos onde precisam.
Arte: Desde do início da história da China, se criaram objetos em bronze, jade e osso que resgatam o espírito e efeito procurado nos rituais chamanistas. Estas formas em bronze e jade mostram pela primeira vez um dos princípios essenciais da arte chinesa: a síntese entre o espírito criador artístico a função social e a hierárquica a que estavam destinados desde sua concepção. O primeiro deles se mostrava no aprimoramento das formas, na origem dos temas decorativos tomando como paradigma as forças da natureza e sua ação sobre o espírito humano, e no grande conhecimento técnico de materiais que caracterizou todas as formas artísticas.
Como complemento da diversificação das formas como a iconografia que se adornavam correspondiam aos princípios de hierarquização social e uso ritual que caracterizaram os inícios da civilização na China com a Dinastia Shang e a Dinastia Zhou. Nesta última dinastia surgem as escolas de filosofia que aprofundaram a relação do indivíduo em torno de si e a consideração social do mesmo, estabeleceram os fundamentos teóricos sobre os séculos que mais tarde se desenvolveria a teoria chinesa da arte.
b) Valores dominantes e secundários:
Valores dominantes: Um filho por casal, governo socialista e população com sua liberdade de expressão restrita.
Valores secundários: Comer com hashis e sentados ao chão, servir chá as visitas e tirar os sapatos em casa em sinal de respeito.

c) Crenças Públicas: A China é um país de muitas religiões e conta com mais de 100 milhões de crentes. Professam-se o budismo, o islamismo, o catolicismo e o protestantismo. Além destas, há o taoísmo, próprio do país, o chamanismo, a igreja ortodoxa oriental e a religião dongba. Naturalmente, as diversas etnias e pessoas têm religiões diferentes: o islamismo se professa entre as etnias Hui, Uygur, Cazaqui, Quirguiz, Tártara, Usbequi, Tajik, Donxiang, Salar e Bonan, o budismo tibetano (também chamado de lamaísmo) entre as etnias tibetana, mongol, Lhoba, Monba, Tu e Yugur, entre as etnias Dai, Blang e De’ang, o budismo da seita hinayana, entre as etnias Miao, Yao, Yi e outras há uma boa quantidade de católicos e protestantes, entre a etnia Han há budistas, protestantes, católicos e taoístas.
Essas religiões estabeleceram organizações próprias, de caráter nacional e local. São de caráter nacional a Associação Budista da China, a Associação Taoísta da China, a Associação Islâmica da China, a Sociedade Patriótica Católica da China, a Sociedade de Bispos Católicos da China, o Comitê do Movimento Patriótico de Três Autonomias do Protestantismo da China, a Associação Protestante da China e outras. De acordo com seus estatutos, as organizações religiosas elegem os órgãos de direção e os dirigentes, administram com independência os assuntos religiosos, fundam centros docentes religiosos, imprimem livros sagrados, publicam revistas religiosas e se dedicam aos assuntos de bem-estar social.

d) Normas: As famílias chinesas, atualmente, são proibidas a terem mais de um filho, isso para evitar um grande crescimento populacional e não prejudicar o país. 
e) Símbolos: A cultura chinesa tem muitos símbolos, relacionados a cores, fenômenos e animais mas os que rapidamente nos remetem a ela são:
Ying- Yang : O Yin-Yang é o símbolo do Taoísmo, uma das mais conhecidas religiões dharmicas. Um círculo dividido ao meio por uma linha ondulada; uma metade é negra (yin) e a outra é branca(yangh). Cada metade tem também um pequeno círculo da cor oposta, ou seja, a metade branca tem um círculo negro e a negra tem um círculo branco. Esse símbolo representa o equilíbrio das forças positivas e negativas do universo: a metade negra representa o negativo, o escuro, a noturno e o feminino e a metade branca representa o suave, o iluminado, o diurno e o masculino. O círculo menor representa a presença de cada um no outro. Alguns estudiosos sem excepcional experiência com a filosofia chinesa clássica dizem que o yang é o bem e o yin é o mal; contudo, segundo o físico teórico Fritjof Capra, influenciado pela obra de estudiosos como Needham, o mal e o nocivo não são o yin, mas o desequilíbrio entre os dois pólos yin-yang e o bem não é o yang, é o equilíbrio dinâmico entre estes dois pólos arquetípicos que formam o Tao.

Diagrama do Taiji Tu (太極圖)
Dragão alado: Na China, a presença de dragões na cultura é anterior mesmo à linguagem escrita e persiste até os dias de hoje, quando o dragão é considerado um símbolo nacional chinês. Na cultura chinesa antiga, os dragões possuíam um importante papel na previsão climática, pois eram considerados como os responsáveis pelas chuvas. Assim, era comum associar os dragões com a água e com a fertilidade nos campos, criando uma imagem bastante positiva para eles, mesmo que ainda fossem capazes de causar muita destruição quando enfurecidos, criando grandes tempestades. As formas quiméricas do dragão Lung chinês, que misturam partes de diversos animais, também influenciaram diversos outros dragões orientais, como o Tatsu japonês.
         O dragão às vezes é usado no ocidente como um emblema nacional de China. Entretanto, este uso dentro da República Popular da China e da República da China em Taiwan é raro.
         A princípio, o dragão era historicamente o símbolo do imperador da China. Começando com a Dinastia Yuan, os cidadãos comuns foram proibidos de se associar com o símbolo. O dragão ressurgiu durante a Dinastia Qing e apareceu em bandeiras nacionais.
         Em seguida, o dragão tem uma conotação agressiva, militar que o governo chinês deseja evitar. É por estas razões que o panda gigante é de longe mais usado com mais freqüência dentro de China como um emblema nacional do que o dragão. Em Hong Kong, entretanto, o dragão é uma marca desta cidade, um símbolo usado para promove-la internacionalmente.

Dragão Chinês
Dragão Chinês
Artes marciais: Kung fu e tai chi chuan.
Panda Gigante: Panda-gigante, animal endêmico da República Popular da China. E foi um dos simbolos das olimpiadas de Pequim.
Panda Gao Gao do Zoológico de San Diego
Panda Gao Gao do Zoológico de San Diego
Escrita ideográfica: A escrita chinesa é ideográfica. A lenda conta no Shuowen Jiezi que foi Chang Ji (um enviado do deus Huang Di) quem inventou a escrita, inspirado em rastros de pássaros e outros animais. Outra versão conta que o criador foi o imperador Fu Shi. Os textos mais antigos estão gravados nos Jiaguwen, carapaças de tartaruga e ossos de boi usados para a osteomancia, e datam de entre 1500 e 950 a.C., durante a Dinastia Shang.
Várias estilos da caligrafia chinesa
Vários estilos da caligrafia chinesa
Elementos da cultura material:

a) Habitação: As casas dispõem na maioria das vezes de um só andar, espalhando-se por grandes terrenos, com jardins e pátios entre as várias alas. Vários telhados aparecem muitas vezes uns sobre outros, com os beirais formando graciosas curvas para cima, uma das características mais típicas da arquitetura chinesa.
b) Transportes: A bicicleta é o principal veículo dos chineses, que a usam para levar passageiros e cargas. Há poucos automóveis no país. Um meio de transporte característico da china é o O riquixá, riquexó ou rickshaw que é de tração humana, em que uma pessoa puxa uma carroça de duas rodas onde se acomodam mais uma ou duas pessoas, normalmente usado como “taxis”.
c) Indumentária e adornos: Os três tipos principais da tradicional vestimenta chinesa são o pien-fu, o ch’ang-p’ao ou um longo robe e o shen-i. Típico destes três tipos de roupas, além de seus cortes largos e mangas volumosas, era um padrão que utilizava principalmente linhas retas e um ajuste solto formando dobras naturais, independente se o artigo de vestuário era pendurado diretamente ou era usado com uma faixa à cintura. O adorno chinês mais conhecido é o leque.
Leque chinês
Leque chinês

d) Alimentação e bebidas: Utilizam muitos temperos e molhos (como o shoyu), arroz, peixe, broto de bambu e legumes, rolinho primavera e alimentos exóticos como: carne de cachorro, carne de cobra e alguns insetos. Uma bebida típica dessa região é o saquê, um vinho feito de arroz.
Elementos da crença ou fé:
a) Religião predominante: A China é um país multireligioso porém a religião predominante é o Budismo.
b) Divindade(s) cultuada(s) e principais dogmas: Acreditam nos 4 imperadores: Jade (soberano supremo de todas as divindades chinesas), Imperatriz da Terra, Beiji Dadi, Fianhuang no Taoísmo. No Budismo admiram Gautama Buda e Kuan Yin. Também acreditam na divindade dos animais, sendo os principais componentes do horóscopo chinês.
c) Relação entre religião e governo: O governo da China tem sido descrito como autoritário, comunista e socialista, com pesadas restrições em diversas áreas. Não é influenciado pela religião e muitas vezes até restringe a liberdade religiosa. São muito conhecidos casos na China de conflitos entre a religião e o governo, como as manifestações de monges tibetanos e a repressão violenta do governo.
Elementos do rito ou culto (relacionados à religião predominante):
a) Objetos sagrados: No Budismo os objetos sagrados são: as imagens de Buda, pinturas tibetanas, incensos e sinos. Existem tambem as stupas que são urnas funerárias de figuras significativas e consideradas sagradas.
b) Formas rituais: Consistem na leitura dos Sutras ou textos sagrados. Representam um meio de nos mantermos sempre conscientes dos principios budistas. Existem tambem uma série de prostações diante da imagem de Buda.
c) Santuários e lugares sagrados: Kesariya, A Terra do Sutra Kalama; Sri Dalada Maligawa ou o Templo da Relíquia do Dente Sagrado; Taissekiji; Lumbini, o Exato Local do Nascimento de Buda Shakyamuni; O Pagode de Shwedagon; As Cavernas Budistas de Ellora; Enryaku-ji; As Montanhas Sagradas do Budismo na China; Kosambi, o Pilar de Ashoka; Monte Gridhrakuta, O Pico da Águia; entre outros locais considerados sagrados para os chineses.

Fonte:http://g1primeiroa.wordpress.com/2009/05/06/cultura-chinesa-2/

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