LASAR SEGAL - A ARTE COMO UM MILAGRE DA LUZ E DA COR : UM BRILHANTE PINTOR JUDEU NO BRASIL



Lasar Segall - em russo, Лазарь Сегал; em lituano, Lozarius Segalas (Vilnius, 21 de julho de 1891São Paulo, 2 de agosto de 1957) foi um pintor, escultor e gravurista judeu brasileiro nascido na Lituânia. O trabalho de Segall tem influências do impressionismo, expressionismo e modernismo. Seus temas mais significativos foram representações pictóricas do sofrimento humano: a guerra, a perseguição e a prostituição.
No ano de 1923, Lasar Segall mudou-se definitivamente para o Brasil. Já era um artista conhecido. Contudo, foi aqui que, segundo suas próprias palavras, sua arte ficou como o "milagre da luz e da cor". Foi um dos primeiros artistas modernistas a expor no Brasil.
Biografia
De família judia, Lasar Segall desde cedo manifestou interesse pela arte. Iniciou seus estudos em 1905, quando entrou para a Academia de Desenho de Vilnius, sua cidade natal. No ano seguinte, mudou-se para Berlim, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim, durante cinco anos. Mudou-se, a seguir, para Dresden, estudando na Academia de Belas Artes.
Em fins de 1912, Lasar Segall veio ao Brasil, encontrando-se com seus irmãos, que moravam no país. Realizou suas primeiras exposições individuais em São Paulo e em Campinas, em 1913. Pela primeira vez o Brasil vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto a repercussão junto ao público e à crítica foi mínima.
Logo regressou à Europa, casando-se, em 1918, com Margarete Quack.
Fundou, com um grupo de artistas, o movimento "Secessão de Dresden", em 1919, realizando, a seguir, diversas exposições na Europa.
Segall mudou-se para o Brasil em 1923, dedicando-se, além da pintura, às artes decorativas. Criou a decoração do Baile Futurista, no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado.
Já separado de sua primeira esposa, casou-se em 1925 com Jenny Klabin, com quem teve os filhos Maurício (que se casaria nos anos 50 com a atriz Beatriz de Toledo, posteriormente Beatriz Segall) e Oscar. Nessa época, passou a viver com a família em Paris, onde se dedicou também à escultura. Suas obras nessa fase remetem à atmosfera familiar e de intimidade.
Em 1932, Segall retornou ao Brasil, instalando-se em São Paulo na casa projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, seu cunhado. Essa casa abriga, atualmente, o Museu Lasar Segall. Nesse mesmo ano foi um dos criadores da SPAM - Sociedade Pró-Arte Moderna na capital paulista.
Sua produção na década de 1930 incluiu uma série de paisagens de Campos do Jordão e retratos da pintora Lucy Citti Ferreira. Em 1938, Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho de uma Noite de Verão", encenado no Teatro Municipal de São Paulo.
Uma retrospectiva de sua obra no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi realizada em 1943. Nesse mesmo ano, foi publicado um álbum com textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.
Em 1951, Segall realizou uma exposição no Museu de Arte de São Paulo. Três anos depois, criou os figurinos e cenários do balé "O Mandarim Maravilhoso".
O Museu Nacional de Arte Moderna preparou uma grande retrospectiva de sua obra em 1957, em Paris. Lasar Segall morreu nesse mesmo ano, de problemas cardíacos, em sua casa, aos 66 anos.
- O Museu Lasar Segall - O Museu Lasar Segall, idealizado por Jenny Klabin Segall – viúva de Lasar Segall – foi criado como uma associação civil sem fins lucrativos, em 1967, por seus filhos Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall. Está instalado na antiga residência e ateliê do artista, projetados em 1932, por seu cunhado, o arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik.
Em 1985, o Museu foi incorporado à Fundação Nacional Pró-Memória, integrou até 2009 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN do Ministério da Cultura , como unidade especial. A partir de 2010 converte-se em uma das unidades museológicas do recém criado Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), Ministério da Cultura.
Além de seu acervo museológico, o Museu constitui-se como um centro de atividades culturais, oferecendo programas de visitas monitoradas para escolas, cursos e oficinas nas áreas de gravura, fotografia e criação literária, programação de cinema. Abriga a Biblioteca Jenny Klabin Segall, que mantém acervo único nas áreas das Artes do Espetáculo (Cinema, Teatro, Rádio e Televisão, Dança, Ópera e Circo) e de Fotografia. A Biblioteca, ainda, possui a mais completa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall.
O Museu, como órgão federal, é apoiado pela Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall – ACAMLS, uma sociedade civil sem fins lucrativos, viabilizada pela colaboração de instituições públicas e privadas, além de pessoas físicas que cooperam com o Museu.
Fonte:Wikipédia
A cidade de origem do escultor e pintor Lasar Segall foi Vilnius, capital da Lituânia e também a cidade com maior concentração de habitantes do país, aproximadamente 600 mil pessoas. O período em que o artista viveu corresponde do dia 21 de julho de 1891 a 2 de agosto de 1957, quando morreu aqui no Brasil, na cidade de São Paulo.
A sua vinda para o Brasil foi no ano de 1923, de forma definitiva, e nesta época já era um pintor bastante conhecido no mundo inteiro. A inspiração total para as suas obras, segundo o próprio Lasar Segall veio quando ele se mudou para as terras brasileiras. As exposições de suas obras de arte sempre fizeram muito sucesso, sendo ele um dos primeiros a mostrar suas obras aqui no Brasil. Veja a seguir as principais obras do pintor Lasar Segall:
ANÁLISE  DA OBRA
O lituano Lasar Segall chegou ao Brasil pela primeira vez em 1912, ao encontro de alguns de seus irmãos, e apresentou em 1914, a primeira exposição modernista em solo brasileiro. O artista já havia cursado a Academia de Desenho de Vilna, a Imperial Academia Superior de Belas Artes de Berlim e a Academia de Belas Artes de Dresden.

Depois daquele breve período inicial no Brasil, Segall retorna para a Europa. Percebe-se que «Autoretrato II» (1919) mostra um Segall expressionista e de grande lugubridade, cujo traçado lembra, para citar o mais importante pintor do século XX, Picasso e suas várias composições em que as máscaras africanas foram usadas como ponto de partida em virtude da pureza simbólica da arte primitiva.

Naquela época, sua obra artística já ecoava Cézanne e o impressionismo tal como fora interpretado e entendido pela «Secessão» berlinense (1899) de Max Libermann - desdobramento daquela vienense (1897) brilhantemente conduzida por Gustav Klimt, entre outros - a qual será o embrião dos três grandes movimentos expressionistas alemães; isto é, «A Ponte», «O Cavalerio Azul» e «A Nova Objetividade».

A partir de 1923 -1924, a opressiva e angustiante atmosfera alemã, resultado da humilhante derrota imposta pelos aliados à atitude expansionista e pangermânica, muda com a clareza e diafaneidade do nosso mundo tropical; a cor passa a fazer parte da vida e da obra do artista que nem sua prolongada estadia parisiense consegue obliterar e que é revivida em toda a sua força e esplendor a partir de 1932, quando Segall retornou definitivamente para o Brasil.

Fonte:
Itaú Cultural


Mãe Morta


Casal


Navio de Imigrantes


Família


Emigrantes


Mãe Preta

 
Maternidade
 
Morro Vermelho
 
Os Sobreviventes
 
Homem com Violino
 
Caboclas Montadas
 
Guerra,1942
 
 
Maternidade, 1931
óleo sobre tela
54 x 73 cm
A maternidade é um assunto freqüente na produção de Segall, desde os tempos de vida na Alemanha. Nas pinturas com essa temática, em que estão presentes a figura da mãe com seu filho, o artista explora a forma solidária entre dois corpos. Nos anos 1930, a pintura de Segall vai deixando de lado a linearidade que caracterizou a produção da década anterior, em parte por influência de sua experiência com a escultura. Ele começa a se deter, como nesta tela em que retrata a mulher Jenny e o filho Oscar, na construção de uma matéria rica, tátil, de colorido suave. A presença do branco, na produção dessa época, é cada vez maior, contribuindo para o surgimento de uma poética etérea, que rebaixa as tonalidades quentes, ao mesmo tempo em que relativiza todas as certezas.

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